Diário da Megalópole
   
07abr98

A poucos quarteirões do meu modesto apartamento, está o famoso MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, cria não só do seu fundador, homenageado no nome da instituição, mas também de Lina Bo Bardi, arquiteta do belo edifício, e de Pietro Maria Bardi, seu caudilho durante tantos anos. Não bastassem tantos progenitores, o museu semicentenário parece ter sido carinhosamente adotado pela população da cidade, que nunca o abandona e sempre prestigia suas exposições.

Quem por lá mostra os seus quadrinhos agora é o colombiano Fernando Botero (nascido em 19 de abril de 1932, em Medelín), famoso por seus gordinhos e gordinhas. Mesmo com o franzir de nariz de muitos críticos, a arte adiposa de Botero é um incontestável sucesso de público. Ao mesmo tempo rigorosa e decorativa, acadêmica e bem-humorada, freqüentemente provoca involuntários sorrisos em quem a contempla. Como não simpatizar com a sua Mona Lisa balofa, com seus nobres gordos, ou com suas sensuais vênus obesas? Aliás, muitas mulheres pintadas por Botero, despertando a libido com sua abundância de lipídeos, merecem um neologismo: lipidinosas.
   


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