sexta-feira, 31 de março de 2006

[ 22:11 ]

Balanço de março: assisti 21 filmes e alguns capítulos de séries de tv (Lost e Filhos do Carnaval); li 2 livros e 69 revistas em quadrinhos; vi 2 exposições de arte; escrevi 2 artigos (1 para o Burburinho, 1 para um livro coletivo ainda em fase de produção). #

[ 17:32 ]

No início de 2003, chateado com os obstáculos que encontrava e tentando ser um pouco otimista, escrevi aqui estas três frases: "Pedras no caminho? Eu guardo todas. Um dia vou construir um castelo." Não pensei mais nisso até que recentemente comecei a receber emails pedindo que eu confirmasse ser o autor do trechinho. Aparentemente, o trio de frases tomou vida própria e se espalhou pela internet lusófona com variações na pontuação e na atribuição da autoria. Começou aparecendo como título de fotolog (já encontrei uma meia dúzia com este nome) e como citação anônima em rodapé de mensagens (em vários fóruns de debate online). Depois alguém resolveu pegar um poema (possivelmente de Augusto Cury, autor de Dez Leis para Ser Feliz), colar o tal trechinho no fim e distribuir tudo como se fosse obra do Fernando Pessoa. Não demorou muito para que as minhas três frases começassem a pipocar pela rede atribuídas ao poeta português (afinal, é sempre mais bacana citar um famoso escritor luso que um quase desconhecido blogueiro brasileiro). Cheguei eu mesmo a duvidar da minha autoria. Poderia ter cometido um plágio inconsciente, recolhendo da memória alguma coisa lida no passado e achando que se tratava de material original? Revirei os poemas pessoanos em busca de pedras e castelos mas não consegui encontrar qualquer coisa remotamente parecida ao trecho em questão. Vasculhei os heterônimos e tampouco achei o guardador de pedras. Seria de qualquer forma estranho Pessoa ter citado Drummond desta forma e o fato não ser amplamente divulgado por estudiosos dos dois lados do Atlântico. Enfim, convenci-me, até que provem o contrário, que fui eu mesmo quem escreveu as tais linhas. Outra coisa engraçada é que nem me sinto orgulhoso de ter escrito isso, parece-me hoje até um pouco piegas, como aqueles cartazes motivacionais com fotos bonitas e frases otimistas. Até me admiro de não terem atribuído a autoria ao Paulo Coelho. Também tem gente que usa as frases na internet e me aponta como autor, mas para aumentar a confusão me chamam de Nemo Vox (devem achar que sou irmão do Bono) ou dizem que a citação é do livro Por um Punhado de Pixels (que nunca foi livro, sempre weblog). E agora? As frases estão soltas por aí, não vou brigar por elas, quem quiser dizer que são do Pessoa, do Veríssimo ou do Jabor, fique à vontade. Atribuições incorretas? Eu guardo todas. Um dia vou escrever uma tese. #

[ 12:21 ]

Assisti Capote (Canadá-EUA, 2005), do Bennett Miller. A maior força do filme é, claro, a interpretação do Philip Seymour Hoffman, que mereceu cada pedacinho do Oscar recebido pelo papel. A narrativa é lenta mas muito interessante, com o mérito de não oferecer respostas fáceis e deixar o espectador matutando. O que teria tornado tão forte o elo psicológico entre Capote e o assassino sobre o qual escrevia, Perry Smith? Ele se teria apaixonado pelo prisioneiro? Ou via nele uma versão do que poderia se ter tornado, uma espécie de evil twin? Ou o que o perturbou foi somente o vislumbre da maldade alojada numa pessoa aparentemente normal mas capaz de cometer assassinatos brutais? O filme tem interesse também por mostrar uma pequena fatia dos literati neoiorquinos dos anos cinqüenta. Além do Truman Capote (roteirista de Beat the Devil e The Innocents, autor de Breakfast at Tiffany's), aparecem a Harper Lee (ganhadora do prêmio Pulitzer por To Kill a Mockingbird, livro que, adaptado para o cinema, rendeu Oscars de ator, roteiro e direção de arte), o William Shawn (editor da revista The New Yorker durante décadas), o Richard Avedon (fotógrafo das estrelas, retratou de Marilyn Monroe aos Beatles, além daquela inesquecível foto da Nastassja Kinski com a cobra), entre outros. Outra coisa: só eu achei que o Philip Seymour Hoffman, depois de ter perdido muito peso para encarnar Capote, ficou um bocado parecido com o Kiefer Sutherland? #

[ 10:54 ]

No MARGS, tive a sorte de encontrar a exposição 13ª Edição Coleção Pirelli-MASP, com 65 fotos na mostra principal mais 56 fotos numa mostra paralela só com fotógrafos gaúchos. Muita coisa boa, bom equilíbrio entre fotojornalismo e material de estúdio, valeu a visita. #

[ 10:33 ]

A exposição É Hoje, que vi no Santander Cultural, é muito bem montada mas apresenta obras que não me seduziram. Trata-se de um pequeno panorama da arte brasileira contemporânea, parte da coleção Gilberto Chateaubriand, com oitenta peças produzidas nos últimos quinze anos. Algumas idéias interessantes, nada porém que provocasse entusiasmo ou admiração. Se tivesse que destacar alguma coisa talvez apontasse para Napoleon ou Lampião, do Vic Muniz, mais um quadro da série imagens de chocolate, ou Dos Políticos, do Jarbas Lopes, que lembra um pouco os murais da dupla Gilbert and George. #

[ 10:10 ]

Minha passagem por Porto Alegre ontem foi rápida. Cheguei por volta das oito da manhã e rumei ao TudoFácil para tratar da minha carteira de identidade. Como era cedo, ainda não havia fila e fui logo atendido. Não houve problema para pagar a taxa antes dos bancos abrirem, porque o Banrisul tem uma agência lá dentro funcionando no mesmo horário de atendimento. Depois, com as tarefas burocráticas cumpridas, tive tempo de visitar exposições no Santander Cultural e no MARGS, almoçar no tradicional Muralha da China, tomar um chá com a Ticcia, assistir Capote na Casa de Cultura Mario Quintana, e pegar o ônibus de volta às sete e meia. Cheguei em Balneário Camboriú perto das cinco da manhã, cansado depois de duas noites (mal) dormidas na estrada. #

quarta-feira, 29 de março de 2006

[ 22:08 ]

Tudo preparado: esta noite pego um ônibus para Porto Alegre, chego lá amanhã cedo, vou direto providenciar os tais documentos, se der sorte ainda tenho tempo para visitar algum museu, tomo um drink com os amigos, logo à noite pego um ônibus de volta, e chego em Balneário Camboriú na sexta-feira cedinho. #

[ 10:38 ]

Uma das coisas exigidas pelo consulado nesta fase final do meu processo de imigração para os EUA foi uma série de atestados de antecedentes criminais. Aquela história de "innocent until proven guilty" só funciona no cinema, e tenho que provar que não sou procurado pela polícia de todos os locais onde morei. Como as secretarias de segurança de cada estado parecem não possuir um sistema troca de informações entre elas, sou obrigado a fazer uma solicitação diferente em cada ponto do país. Pior que isso, em alguns lugares só posso obter o documento pessoalmente. Em Porto Alegre, por exemplo, a Ticcia foi até a Secretaria da Justiça e da Segurança munida de uma procuração minha e de muita paciência, mas mesmo assim não a deixaram pedir o atestado porque minha carteira de identidade é do Rio de Janeiro (aparentemente aquele "válida em todo o território nacional" só serve de enfeite). Assim, para conseguir o atestado de antecedentes criminais do Rio Grande do Sul, terei que ir até Porto Alegre, pedir uma carteira de identidade gaúcha (o que só pode ser feito pessoalmente), esperar que fique pronta (o prazo é de seis a oito dias) e com ela então solicitar o atestado (que vai dizer do sujeito com identidade gaúcha o que não pode dizer do mesmo sujeito com identidade carioca). O Balzac estava certo quando disse que a burocracia é um mecanismo gigante operado por pigmeus. #

[ 09:26 ]

Li o álbum em quadrinhos Bórgia - O Poder e o Incesto (Conrad, 2006), o segundo na trilogia Bórgia, do Jodorowsky e do Manara. Lucrécia Bórgia sai do convento e inicia-se no sexo com seu irmão Cesare Bórgia, por sugestão e com benção do papa Rodrigo Bórgia, pai dos dois. Depois, ainda seguindo a vontade papal, ela se casa com Giovanni Sforza para criar uma aliança política entre Roma e Milão. Tudo que habitualmente aparece nos livros de história como "acredita-se que" ou "havia rumores de" aqui está incorporado à trama, que fica assim repleta de orgias e assassinatos, incesto e traição, maquinações políticas e tramóias palacianas. #

terça-feira, 28 de março de 2006

[ 15:24 ]

Diálogos ouvidos por aí - II:
Duas senhoras no ponto de ônibus.
- Meu filho quer uma camisa do Ronaldinho.
- Qual Ronaldinho?
- O mais feio.
- E algum deles é bonito?
#

[ 15:19 ]

Diálogos ouvidos por aí - I:
Cliente e funcionário no supermercado.
- Uma dúzia de bananas, por favor.
- Banana maçã?
- Não, banana banana mesmo.
#

[ 08:52 ]

Assisti também, em vhs, Ghost in the Shell (Kôkaku Kidôtai, Japão, 1995), do Mamoru Oshii. Animação bacaninha e história interessante. Num futuro próximo que parece uma etapa preliminar aos cenários de Neuromancer e Blade Runner, uma dupla de policiais com implantes biônicos investiga um caso de espionagem e sabotagem. Gostei e fiquei curioso para ler os quadrinhos que inspiraram o filme. A trilha sonora tem uma música do Brian Eno e do U2. #

[ 08:36 ]

Ontem depois de Lost assisti na DirecTV Alucinação (Soul Survivors, EUA, 2001), do Stephen Carpenter, com Eliza Dushku (de Buffy the Vampire Slayer), Wes Bentley (de American Beauty) e Casey Affleck (de Ocean's Eleven). Muito fraquinho, lembra The I Inside (que é posterior) mas sem qualquer engenhosidade na trama. Foi difícil agüentar até o final. #

segunda-feira, 27 de março de 2006

[ 08:36 ]

Frase do dia: "Tem gente por aí que me odeia, que me despreza, que tem antipatia por mim. Vez ou outra, vem alguém perguntar: caramba, o que você fez pra fulana? Por que beltrano te odeia tanto? Etc. A resposta é: nada. Eu existo, elas me conhecem e eu não as conheço." (Alex Castro) #

domingo, 26 de março de 2006

[ 20:58 ]

Hoje fizemos uma mini-maratona Lost. Primeiro assistimos o sétimo dvd da caixa da primeira temporada, onde estão todos os extras: making-of, cenas cortadas, bloopers, etc. Depois vimos novamente o décimo-quinto episódio da segunda temporada (a Rosinha Monkees tinha dormido no meio quando vimos pela primeira vez) e o décimo-sexto, o mais recente exibido nos EUA. Algumas pistas importantes começam a aparecer mas ainda há muito a ser revelado. #

[ 12:12 ]

Esta semana no Burburinho, a última parte da biografia de Monteiro Lobato. Seja um burbunauta bem informado e receba por email, gratuitamente, todas as edições do nosso boletim. #

sábado, 25 de março de 2006

[ 22:31 ]

Hoje fomos ao cinema assistir Match Point (GB-EUA-Luxemburgo, 2005), do Woody Allen. Muito bom. Numa primeira camada, é uma história de amor e traição suficientemente interessante. Mas por baixo disso há muito mais, num diálogo com o Dostoievsky de Crime e Castigo (o protagonista Chris Wilton é uma espécie de Raskolnikov com habilidades de alpinista social) e de Os Irmãos Karamazov (reescrevendo a questão de tudo ser permitido num mundo sem deus e respondendo-a de forma contundente). "People are often afraid to realize how much of an impact luck plays. There are moments in a tennis match where the ball hits the top of the net, and for a split second, remains in mid-air. With a litte luck, the ball goes over, and you win. Or maybe it doesn't, and you lose." Roteiro impecável, direção elegante, belo filme. #

sexta-feira, 24 de março de 2006

[ 11:22 ]

Livrinhos: 2 inch (and under) book + print exhibition. #

[ 09:28 ]

Sobre Lost, um texto com informações interessantes e bons links (inclusive para o meu texto com dez teorias sobre a série Lost): Perdidos, estamos todos. #

[ 08:42 ]

Fiz tudo como manda a lei e estou há mais de três anos esperando pelo meu visto de imigração para os EUA. Segui todas as instruções das autoridades e me forçaram a sair do país e continuar o processo através do consulado. Enquanto isso, o presidente Bush batalha para permitir que milhões de imigrantes ilegais continuem a trabalhar por lá (Immigration Debate Is Shaped by '08 Election: "Bush called on Congress yesterday to tone down the increasingly sharp and divisive rhetoric over immigration, as he renewed his push for a guest-worker plan that would allow millions of illegal immigrants to continue working in the United States."). Que lição tiramos disso? #

[ 08:35 ]

Não sei dizer o porquê, mas sempre simpatizei com o Charles Pilger. Hoje ele recomenda a leitura deste modesto weblog, por causa da minha odisséia burocrática: "Não sou lá um grande fã do Nemo Nox. Sei lá, simplesmente não sei dizer o que tenho contra o cara, mas enfim não posso deixar de recomendar a leitura do Por um Punhado de Pixels essa semana. Vá lá e acompanhe a trabalheira desgraçada que ele está tendo com os 'labirintos burocráticos do meu processo de imigração para os EUA'. É impressionante como algo que deveria ser simples se revela uma enorme perda de tempo e um verdadeiro exercício de paciência." Thanks! (Para quem não conhece o início da história, fiz um resumo quando a espera completou três anos.) #

quinta-feira, 23 de março de 2006

[ 17:21 ]

Alguém sabe por que no Brasil o vilão Joker acabou sendo batizado como Coringa (pessoa feia e raquítica) e não Curinga (nome da carta do baralho e tradução correta do nome original)? #

[ 16:50 ]

Hoje fui à Delegacia Regional de Polícia de Balneário Camboriú e peguei minha nova carteira de identidade. Depois fui à Polícia Federal de Itajaí e peguei meu novo passaporte. Finalmente alguns resultados palpáveis das minhas andanças burocráticas. #

[ 10:44 ]

Comemorando os trinta anos da primeira publicação de The Selfish Gene, foi organizado um evento reunindo Daniel C. Dennett (autor de Darwin's Dangerous Idea), Sir John Krebs (professor de zoologia em Oxford), Matt Ridley (autor de The Red Queen), Ian McEwan (autor de Enduring Love), e o próprio Richard Dawkins. O áudio e o texto das palestras estão disponíveis no Edge. #

[ 10:21 ]

Ontem fui ao cinema assistir Fora de Rumo (Derailed, EUA, 2005), do Mikael Håfström. Clive Owen (de King Arthur e Closer) e Jennifer Aniston (de Along Came Polly e Rumor Has It) estão bem nos papéis principais, mas o destaque vai para Vincent Cassel (de Le Pacte des Loups e Irréversible) como o vilão que todos adoram odiar. Boa trama, com reviravoltas inesperadas e pequenos truques narrativos. Gostei. #

[ 10:02 ]

Continuando as morceguices: Batman #443 e #444, Tim Drake em treinamento para ser Robin, Batman combatendo o Crimesmith (Engenheiro do Crime); Batman #445, #446 e #447, o morcegão vai à Rússia investigar uma série de assassinatos com motivação política, ninguém percebe a coincidência de Bruce Wayne também estar em viagem oficial a Moscou, história fraquinha; Batman #448, Detective Comics #615 e Batman #449, formando o arco The Penguin Affair, o Pingüim comanda um exército de pássaros em estilo hitchcockiano, com ajuda de um sujeito que mais parece o corcunda de Notre Dame; Batman #450 e #451, o Joker volta a atacar depois de ter aleijado Barbara Gordon (filha do comissário Gordon) e assassinado Jason Todd (o segundo Robin), testando o desejo de vingança dos heróis. #

[ 08:25 ]

No Portland Independent Media Center, um texto sobre o Artocracy foi publicado com uma foto minha como ilustração: Artocracy.org Donates to Ecotrust for their 1% For the Planet Donation. A newsletter deste mês do Artocracy também fala em mim: "Nemo Nox spends time between Brazil and the United States. He has shown his work internationally between the United States, Brazil, and Europe. He has won several awards for his work, recognized in different counties. Artocracy exhibits his Plic Plac group of vibrant digital photographs. Nemo states 'Plic Plac is an experiment in digital photography. All images were made with a toy camera, no digital processing was done other than a subtle contrast tweaking.' His photographs are refreshingly clear from clutter while being complex in their color combinations." Thanks! #

quarta-feira, 22 de março de 2006

[ 17:15 ]

Em algum momento deste mês de março, o ebook Burburinho completou dez mil downloads. #

[ 16:56 ]

A tarefa burocrática de hoje foi solicitar uma nova carteira de identidade. Depois de fazer as exigidas três fotografias 3x4 "com fundo branco e rosto próximo", dirigi-me até a Delegacia Regional de Polícia de Balneário Camboriú. Eles não fornecem o documento de arrecadação estadual (DARE) necessário, mas um despachante próximo vende o papel já preenchido por módicos quatro reais. Havia um Banco do Brasil ali pertinho, porém o tal documento só pode ser pago no BESC ou no Bradesco, e a agência mais próxima ficava a dezoito quarteirões de distância. Enquanto eu andava até lá, começou a cair uma garoa fina e incômoda, que na volta se transformou em chuva torrencial. Cheguei de volta à delegacia completamente molhado às 11h40, e encontrei uma plaquinha manuscrita informando que "por tempo indeterminado não atendemos das 11h30 às 13h00". Tive que esperar até as 13h15 para que chegasse um funcionário atrasado e atrapalhado para atender a dúzia de pessoas que se acumulou ali em frente. Consegui sair de lá cerca de uma hora depois, com os dedos sujos de tinta (eu achava que já não se usava mais isso para colher impressões digitais) e a esperança de pegar a carteira de identidade pronta amanhã (o prazo normal seria de três dias úteis, mas como paguei uma taxa adicional prometeram entregar em vinte e quatro horas). #

[ 08:35 ]

Ontem assisti em dvd How to Lose a Guy in 10 Days (EUA, 2003), do Donald Petrie. Os dois primeiros terços do filme são bem engraçados, com a Kate Hudson fazendo todas aquelas coisinhas irritantes capazes de destruir um relacionamento romântico (porque quer escrever um artigo sobre isso) e o Matthew McConaughey não se deixando abater com os golpes (porque quer ganhar uma aposta). O final, porém, como habitual em comédias românticas, é extremamente previsível e pouco criativo. Mesmo assim, bem melhor que filmes anteriores do diretor, como Miss Congeniality e My Favorite Martian. #

terça-feira, 21 de março de 2006

[ 19:13 ]

Para quem gosta de livros e para quem gosta de listas, material para horas e horas de discussão: Great Books Lists. Tem recomendações do Borges, do Bloom, e de vários outros. Eu também tenho a minha listinha, bem mais modesta (só incluí livros que estão na minha biblioteca pessoal) e mais restrita (só permiti um livro por autor): livros recomendados. #

[ 18:42 ]

Aproveitando as filas e as salas de espera dos últimos dias, comecei a ler O Caso das Rosas Fatais (Let Me Call You Sweetheart, Rocco, 1997), da Mary Higgins Clark. #

[ 18:31 ]

Depois de sair do Fórum de Balneário Camboriú, rumei para a Polícia Federal em Itajaí. Mostrei todos os documentos, comprovei que tinha pago a taxa, assinei o que tinha que assinar e fui instruído a voltar na sexta-feira para pegar o passaporte novo. Saí de lá com aquela sensação de que finalmente estava conseguindo algum resultado positivo de todo este entrevero burocrático. Sensação que, evidentemente, durou pouco. No final da tarde recebi o telefonema de um funcionário da Polícia Federal dizendo que não emitiria meu passaporte porque a minha cédula de identidade é muito antiga. Eu ainda tentei argumentar que é o mesmo documento que uso sem problemas em diversos órgãos públicos (inclusive para obtenção do título de eleitor algumas horas antes) e que eu também apresentei vários outros documentos que me identificam (incluindo um passaporte válido emitido pela própria Polícia Federal), mas aparentemente ele não se convenceu que eu sou eu mesmo. Assim, amanhã vou ter que providenciar uma nova carteira de identidade, mais um passo na dança perpétua da burocracia. #

[ 17:38 ]

O Fórum de Balneário Camboriú fica no meio de um descampado, com cavalos pastando soltos no mato que circunda o edifício. Se você telefonar para lá perguntando sobre o horário de abertura, como eu fiz, será informado que as atividades começam às nove da manhã. Se for até lá, como eu fui, às nove e meia da manhã, descobrirá que o Cartório Eleitoral, apesar de estar dentro do Fórum, só abre à uma da tarde. Se insistir, como eu insisti, e voltar à uma da tarde, como eu voltei, eles vão pedir que pague uma taxa no banco do Fórum, que só abre à uma e meia, e que faça fotocópias de documentos no andar de cima, que só abre às duas. Claro que não existe outro banco ou outra fotocopiadora num raio de quilômetros, forçando os contribuintes a esperas inúteis. No final, consegui sair de lá pelas três da tarde com um novo título de eleitor. Que, por mim, nem deveria ser documento obrigatório. #

segunda-feira, 20 de março de 2006

[ 23:06 ]

Mais um capítulo nas andanças pelos labirintos burocráticos do meu processo de imigração para os EUA. Agora preciso providenciar uma série de documentos para serem apresentados ao consulado no final de abril: passaporte novo (porque o visto só pode ser pespegado num passaporte com mais de seis meses de validade e o meu está perto de expirar), uma pequena coleção de atestados de antecedentes criminais diferentes (cobrindo todos os lugares onde morei oficialmente depois dos dezesseis anos), e exames médicos variados. E em cada passo do caminho vão surgindo mais exigências, e para cada papel solicitado é preciso apresentar dois ou três mais. Por exemplo, para fazer um passaporte novo, tive que levar à Polícia Federal um formulário preenchido, uma guia de arrecadação paga (uma visita ao banco), duas fotos (uma visita ao fotógrafo), e mais cinco documentos (RG, CPF, título de eleitor, certificado de reservista e o passaporte atual). Aí eles descobrem que há algo errado com o meu título de eleitor e me mandam resolver o problema no Cartório Eleitoral. Lá sou informado que perdi alguma eleição municipal em Porto Alegre em 2001 e que meu título foi cancelado (sim, o mesmo título que tenho usado desde então sem ninguém me avisar que ele não valia mais). Sugerem que, como não tenho residência fixa no Brasil, eu faça outro em Balneário Camboriú usando o meu endereço temporário, e para isso vou precisar de um comprovante de residência e uma declaração da dona da casa dizendo que eu realmente estou instalado aqui. Assim, para obter um simples passaporte, vou acabar tendo que apresentar dez outros documentos. Além disto, ainda tenho que preparar várias procurações, com firma reconhecida em cartório, para enviar às almas caridosas que vão obter para mim os atestados de antecedentes criminais em vários pontos do país e do exterior. Hoje gastei o dia nestes preparativos, amanhã não deve ser muito diferente. Minha sorte é ter amigos em lugares estratégicos e estar contando com os impecáveis serviços secretariais da Rosinha Monkees. #

[ 17:45 ]

Revista de fotografia em pdf: Revista Ralo. #

[ 08:42 ]

Ontem assisti novamente na DirecTV Spider-Man 2 (EUA, 2004), do Sam Raimi, e reparei pela primeira vez que um dos assistentes do Dr. Otto Octavius é ninguém menos que Daniel Dae Kim, o Jin da série Lost. Ele também aparece rapidamente em Hulk, outro filme baseado num super-herói da Marvel. #

[ 08:28 ]

Li Memórias de Minhas Putas Tristes (Record, 2005), do Gabriel García Márquez, que encontrei aqui nas estantes da Rosinha Monkees. Nonagenário solitário se apaixona por adolescente dorminhoca, numa mistura agridoce de Lolita com Bela Adormecida. Narrativa simpática, daquelas que geram sorrisos tristes no leitor. Há tempos que García Márquez não publicava ficção (levou dez anos entre Del Amor y Otros Demonios e Memoria de Mis Putas Tristes) e há tempos que eu não lia nada dele (acho que o último foi El Amor en los Tiempos del Cólera lá pelo fim dos anos oitenta). Gostei. #

domingo, 19 de março de 2006

[ 11:06 ]

Esta semana no Burburinho, a penúltima parte da biografia de Monteiro Lobato. Seja um burbunauta bem informado e receba por email, gratuitamente, todas as edições do nosso boletim. #

[ 10:31 ]

Ontem assisti na DirecTV The Big Bounce (EUA, 2004), do George Armitage. Trama de trambiques no Hawaii com Owen Wilson, Charlie Sheen e Morgan Freeman (responsável pela melhor frase do filme: "God is just an imaginary friend for grown ups."). Tem também a escultural Sara Foster desfilando pela praia de biquini e outras roupinhas exíguas. Apesar do final um pouco decepcionante, a história é bacaninha. Nunca li os livros do Elmore Leonard, mas já vi tantos filmes baseados neles que é quase como se já os tivesse lido: 52 Pick-Up, Cat Chaser, Get Shorty, Jackie Brown, Out of Sight, Be Cool, The Big Bounce. #

sábado, 18 de março de 2006

[ 19:12 ]

Continuando as leituras do homem-morcego, peguei as cinco revistas que formam o arco dramático A Lonely Place of Dying (Batman #440 a #442 e The New Teen Titans #60 e #61), com roteiro do Marv Wolfman e do George Perez e arte do Jim Aparo. É a história de como Tim Drake se torna o terceiro Robin, depois da morte de Jason Todd, o segundo Robin. Muito interessante lembrar (já fazia tempo que eu tinha lido estas revistas) que a idéia de um novo Robin não é do Batman, que acaba aceitando o novo parceiro só depois de pressionado por Alfred e por Dick Grayson, o primeiro Robin. #

[ 08:52 ]

Ontem assisti na DirecTV Goodbye Lover (EUA, 1998), do Roland Joffé. Comédia de crimes cheia de reviravoltas na trama, com elenco de rostos famosos: Patricia Arquette é casada com Dermot Mulroney, que é irmão de Don Johnson, que namora Mary-Louise Parker, enquanto Ellen DeGeneres é a policial que vem investigar quem está matando quem. Razoável. "Why are you so cynical?" "Because someone killed Bambi's mother." #

sexta-feira, 17 de março de 2006

[ 16:03 ]

Ana Maria de Jesus Ribeiro era casada com o sapateiro Manuel Duarte de Aguiar, que abandonou para viver com Giuseppe Garibaldi, adotando o nome Anita Garibaldi. Maria de Déia era casada com o sapateiro José Miguel da Silva, que abandonou para viver com Lampião, adotando o nome Maria Bonita. Mais alguma brasileira que largou o marido sapateiro para entrar na história? #

[ 15:56 ]

Mais Batman: Li a mini-série (seis revistas) Batman Beyond (DC, 1999), baseada no desenho animado homônimo. Muitos anos no futuro, Terry McGinnis é o novo Batman, herdando do velho Bruce Wayne a identidade e o equipamento sofisticado (incluindo um novo uniforme que lhe permite voar) para combater o crime. As três primeiras revistas, contando como Wayne relutantemente concordou que McGinnis tomasse seu lugar, são bacanas. As três seguintes, com um demônio, uma múmia e um monstro amorfo, não têm tanta graça. #

[ 08:39 ]

Frase do dia: "Senator, when you took your oath of office, you placed your hand on the Bible and swore to uphold the Constitution. You did not place your hand on the Constitution and swear to uphold the Bible." (Jamie Ruskin, professor de direito, respondendo a uma pergunta da senadora republicana Nancy Jacobs, conforme o Yahoo News: A Rare Moment of Sense) #

quinta-feira, 16 de março de 2006

[ 14:06 ]

Leituras em quadrinhos, em fase Batman dos anos oitenta: Batman #400 (1986), roteiro de Doug Moench e desenhos de duas dezenas de artistas, incluindo John Byrne, Joe Kubert, George Perez, Brian Bolland, Bill Sienkiewicz e Berni Wrightson, fuga geral na penitenciária estadual e no asilo Arkham, e os super-vilões se reúnem numa trama forçada e confusa, bem fraquinha; Batman #416 (1987), roteiro do Jim Starlin, arte do Jim Aparo, a revista em que Nightwing (Dick Grayson) encontra o novo Robin (Jason Todd) pela primeira vez, e depois faz uma cena de ciúmes na batcaverna; Batman #430 (1988), roteiro do Jim Starlin, arte do Jim Aparo, um atirador ensandecido vai para o topo de um prédio e começa a matar quem passa na rua, Batman tem que lidar com ele e com fantasmas do passado, boa história; Batman #432 (1989), roteiro do James Oesley, arte do Jim Aparo, o homem-morcego fazendo trabalho de detetive numa investigação sobre o seqüestro de um menino, sem super-vilões, bacaninha; The Many Deaths of Batman (mini-série em três partes publicada em 1989 nas revistas Batman #433 a #435), roteiro do John Byrne, arte do Jim Aparo, as primeiras vinte e sete páginas contando a história somente com imagens e sem balões de diálogos (com apenas uma exceção), várias pessoas vestidas de Batman aparecem mortas e o comissário Gordon tenta solucionar o caso, mas o desfecho é fraquinho; Batman Year 3 (mini-série em quatro partes publicada em 1989 nas revistas Batman #436 a #439), roteiro do Marv Wolfman, arte do Pat Broderick, o segundo Robin (Jason Todd) já morreu, e vemos a história do primeiro Robin (Dick Grayson) em flashbacks enquanto Batman tenta descobrir quem está matando todos os grandes mafiosos de Gotham City. #

[ 09:10 ]

Para quem assistiu Ray e Walk the Line, aqui vai uma rápida comparação entre a história dos dois músicos. Ray Charles (RC): músico de sucesso, com forte influência de gospel no início da carreira. Johnny Cash (JC): músico de sucesso, com forte influência de gospel no início da carreira. RC: perdeu o irmão num acidente de infância, e alimentou um forte complexo de culpa pelo resto da vida. JC: perdeu o irmão num acidente de infância, e alimentou um forte complexo de culpa pelo resto da vida. RC: começou a tomar drogas enquanto estava em turnê com outros músicos, foi preso por posse de droga, passou por um doloroso período de desentoxicação. JC: começou a tomar drogas enquanto estava em turnê com outros músicos, foi preso por posse de droga, passou por um doloroso período de desentoxicação. RC: casado, teve um relacionamento com outra mulher, com quem fazia shows. JC: casado, teve um relacionamento com outra mulher, com quem fazia shows. #

[ 08:44 ]

Ontem fui ao cinema assistir Johnny & June (Walk the Line, EUA, 2005), do James Mangold, biografia dos ídolos da música country Johnny Cash e June Carter. A história não me seduziu muito (tenho uma certa dificuldade em me solidarizar com milionários que se enchem de drogas e se acham coitadinhos), mas o filme vale pelos números musicais (surpreendentemente interpretados pelos próprios atores). "I hear the train a comin'; it's rollin' 'round the bend, / And I ain't seen the sunshine since I don't know when. / I'm stuck at Folsom Prison and time keeps draggin' on. / But that train keeps rollin' on down to San Antone." A Rosinha Monkees foi comigo e gostou mais do filme que eu. #

quarta-feira, 15 de março de 2006

[ 14:19 ]

Danny Sullivan lista 25 Things I Hate About Google e 25 Things I Love About Google. #

[ 13:28 ]

Meu filme do almoço hoje na DirecTV foi A Morte Espera no 322 (Pushover, EUA, 1954), do Richard Quine. Filme noir com loira fatal (Kim Novak, alguns anos antes de Vertigo), policial corrupto (Fred MacMurray, alguns anos depois de Double Indemnity) e vizinha bisbilhoteira (Dorothy Malone, ainda morena mas no mesmo ano que se tornou loira para Young at Heart e assim ficou). Bacana. #

[ 11:16 ]

Lembra da Bettie Page, rainha das pinups? Foi entrevistada pelo L.A. Times, aos 82 anos, mas não quis ser fotografada: A Golden Age for a Pinup. #

[ 08:45 ]

Assisti The Amazing Mr. X (EUA, 1948), do Bernard Vorhaus. Thriller sobre um vidente charlatão (Turhan Bey), uma dupla de herdeiras milionárias (Lynn Bari e Cathy O'Donnell) e um morto que retorna ao mundo dos vivos (Donald Curtis). Uma reviravolta inesperada no meio da trama mantém o interesse até o final. O filme está disponível para download gratuito no Internet Archive. #

[ 08:36 ]

A Annie Proulx, autora do conto que deu origem ao filme Brokeback Mountain, ficou magoada porque sua turma não ganhou tantas estatuetas como ela queria e escreveu um texto no mínimo deselegante para o jornal Guardian Unlimited, Blood on the Red Carpet. Acusou a Academia de conservadorismo (por não votar num filme que fala sobre homossexualismo, a chantagem sentimental preferida dos defensores de Brokeback Mountain como filme do ano), menosprezou o trabalho de David Strathairn, Joaquin Phoenix and Philip Seymour Hoffman (por retratarem personagens históricos e pesquisáveis, ao contrário de seu queridinho Heath Ledger que teve a oportunidade de se guiar pela imaginação para criar o cowboy gay Ennis Del Mar), e foi suficientemente infantil para chamar o filme vencedor Crash (colisão) de Trash (lixo). Que coisa feia, mrs. Proulx. #

terça-feira, 14 de março de 2006

[ 15:51 ]

E chegamos ao post número 6.000 deste modesto Por um Punhado de Pixels. #

[ 15:25 ]

Li As Duas Águas do Mar (Record, 2005), do Francisco José Viegas. Bem escrito, com um enredo interessante, mas com muitos trechos não essenciais à trama, como receitas culinárias, conversas sobre charutos ou descrições de constelações. Sim, contribui para a ambientação e para a caracterização, mas não faz a história avançar. Podem até dizer que não se trata de um romance policial tradicional (apesar da editora ter colocado em destaque na capa a palavra policial ao lado de uma tradicionalíssima lupa de detetive) e que o importante são as reflexões sobre a vida encaixadas na história (e cada personagem entrevistado pelos investigadores tem sempre algo a dizer sobre o assunto), mas para mim o maior atrativo do livro ainda é a investigação policial apresentada, e cinco páginas de imagens da memória do protagonista, por exemplo (páginas 252 a 256), surgem como um muro desnecessário no meio da narrativa. As Duas Águas do Mar parece uma mistura de Patricia Highsmith com Marcel Proust, e se tirassem as partes proustianas ficaria muito bom. O livro foi presente da Rosinha Monkees, que também é Viegas mas não é parente do autor. #

[ 14:07 ]

Durante o almoço, assisti na DirecTV Something the Lord Made (EUA, 2004), do Joseph Sargent (que já passou dos oitenta anos mas não pára de dirigir filmes para televisão). Boas interpretações do Alan Rickman e do Mos Def como a dupla de médicos (um branco e diplomado, outro negro e sem diploma) que fez a primeira cirurgia cardíaca num bebê. Uma história sobre preconceitos de vários tipos, onde o final aparentemente feliz de reconhecimento tardio mas reconfortante não tira o gosto amargo da ignorância e da arrogância encontradas pelo caminho. Something the Lord Made ganhou três Emmys (telefilme, cinematografia e edição) e foi indicado para mais seis que não levou (incluindo os de diretor para Sargent e de ator para Rickman e Def). #

[ 08:53 ]

Ontem, depois do segundo episódio da segunda temporada de Lost no AXN (sim, estou revendo os episódios legendados, enquanto já vou no décimo-quinto na versão original), mudei para o HBO Plus e assisti o primeiro episódio da mini-série Filhos do Carnaval (Brasil, 2006). Gostei da forma com que abriram a história, os personagens ficaram bem delineados e a dinâmica dos relacionamentos parece promissora. Fiquei curioso para ver como continua. Acho que as próximas segundas-feiras terão dobradinha Lost / Filhos do Carnaval. #

[ 08:40 ]

Leituras em quadrinhos, continuando algumas séries: Rex Mundi #9, entra em cena o homem da máscara de ferro e a trama adensa-se; Girls #10, a história continua boa, a situação se complica, e ficamos torcendo para que alguns personagens irritantes morram logo; Nextwave #2, segue a sátira despudorada às histórias de super-heróis com situações absurdas (um dragão gigante com calção roxo, por exemplo), mas para mim a piada perdeu um pouco a graça depois da primeira revista; Nighthawk #6, fechando bem a mini-série, que é uma nova versão do confronto Batman x Joker (aqui, Nighthawk x Whiteface), com muito mais realismo e violência, Nighthawk é facilmente o melhor personagem de Supreme Power (os desenhos do Steve Dillon também ajudam muito); Fell #4, desta vez o detetive parte para métodos alternativos na sua luta contra o crime, e a série continua excelente; Ex Machina #18, cada vez melhor, o Brian K. Vaughan inventou um super-herói só como pretexto para atrair a atenção para uma trama recheada de questões políticas espinhosas, imperdível; Y: The Last Man #43, a ação passa para o Japão, onde os protagonistas procuram por Ampersand, o macaquinho perdido (na verdade, é muito mais interessante que parece para quem não está acompanhando a série: quase todos os homens do planeta morreram numa epidemia instantânea e o tal símio pode ser a chave para desvendar o mistério da doença). Estes três últimos títulos, Fell, Ex Machina e Y: The Last Man, estão entre as melhores coisas publicadas atualmente em quadrinhos. #

segunda-feira, 13 de março de 2006

[ 15:34 ]

No sábado assisti novamente na DirecTV Sleepers (EUA, 1996), do Barry Levinson, que eu não via desde a época da estréia. Boa história com tema pesado e elenco impressionante: Vittorio Gassman, Robert De Niro, Dustin Hoffman, Brad Pitt, Kevin Bacon, Jason Patric. Interessante ver o De Niro num filme com mafiosos em que ele não é mafioso e sim um padre, num papel que lembra o do Pat O'Brien em Angels with Dirty Faces, história que também tem um grupo de crianças crescendo em Hell's Kitchen. #

[ 13:02 ]

Assistiu a trilogia The Matrix, achou bacana ver o Neo correndo de um lado para o outro, mas não entendeu muito bem o que realmente estava acontecendo? Pois aqui tem uma possível explicação, detalhada e interessante: Too Many Words about The Matrix Trilogy. #

[ 11:22 ]

Emoticons de pelúcia: Ridibundus smiley set. #

[ 10:33 ]

Ótimo texto do Richard Cohen, sobre Bush, ciência, religião, sexo, aquecimento global, guerra e ideologia: Culture of Intellectual Corruption. (dica do Magiozal) #

[ 10:06 ]

Confesso, a segunda etapa da minha Camba Beach Diet foi muito menos rigorosa que deveria, principalmente porque continuei consumindo muito açúcar (no café e no chá) e carboidratos (barrinhas de cereais e até umas mandioquinhas fritas). Mesmo assim, consegui alguns resultados positivos. Depois das suntuosas macarronadas preparadas pela Rosinha Monkees, meu peso tinha subido novamente para 76kg. Em dez dias de regime moderado, baixei para 73kg. O que dá um total de 15kg perdidos, com calma e sem pressa, desde que resolvi emagrecer. #

domingo, 12 de março de 2006

[ 17:03 ]

Esta semana o Burburinho traz um texto meu sobre um dos episódios mais bizarros na história da igreja, synodus horrenda: o julgamento do cadáver. Seja um burbunauta bem informado e receba por email, gratuitamente, todas as edições do nosso boletim. #

sábado, 11 de março de 2006

[ 12:41 ]

Assisti The City of the Dead (GB, 1960), também conhecido como Horror Hotel, do John Llewellyn Moxey. Clássico filme de horror inglês em preto e branco, com a participação do Christopher Lee, uma história de bruxaria contemporânea num lugarejo cheio de neblina e só com cenas noturnas. Um pouco ingênuo e previsível mas com boa narrativa e ambientação. O filme está disponível para download gratuito no Internet Archive. #

sexta-feira, 10 de março de 2006

[ 14:29 ]

Liberdade para as fontes: Five Steps to Font Freedom. #

[ 14:08 ]

Tem esta: Zogby poll on evolution is released. "The Zogby poll reportedly showed 69 percent of Americans support the presentation of Intelligent Design, with 21 percent believing only Darwin's theory of evolution should be part of a high school's curriculum." Tem esta aqui também: More Than Half of Americans Reject Evolution, Back Bible. "A Gallup report released today reveals that more than half of all Americans, rejecting evolution theory and scientific evidence, agree with the statement 'God created man exactly how Bible describes it.' Another 31% says that man did evolve, but 'God guided'. Only 12% back evolution and say 'God had no part'." E tem ainda aquela do ano passado: Nearly Two-thirds of U.S. Adults Believe Human Beings Were Created by God. "A new national survey shows that almost two-thirds of U.S. adults (64%) agree with the basic tenet of creationism, that 'human beings were created directly by God'. At the same time, approximately one-fifth (22%) of adults believe 'human beings evolved from earlier species' (evolution) and 10 percent subscribe to the theory that 'human beings are so complex that they required a powerful force or intelligent being to help create them' (intelligent design). Moreover, a majority (55%) believe that all three of these theories should be taught in public schools, while 23 percent support teaching creationism only, 12 percent evolution only, and four percent intelligent design only." Assustador. #

[ 09:30 ]

Da série Observações Sobre a Natureza das Coisas: Quanto menos peso você tem, mais difícil ficar com menos peso ainda. Quanto menos dinheiro você tem, mais fácil ficar com menos dinheiro ainda. #

[ 09:13 ]

Leituras em quadrinhos, várias revistas com o número um estampado na capa: The Champions #1 (Marvel, 1975), curiosidade fraquinha dos anos setenta reunindo cinco super-heróis do segundo time da Marvel: Black Widow, Angel, Iceman, Hercules e Ghost Rider; Superman Adventures #1 (DC, 1996), a primeira revista da série baseada nos desenhos animados do super-herói, a história é simples mas eu gosto muito daquele tipo de traço; The Spirit: The New Adventures #1 (Kitchen Sink, 1997), roteiro do Alan Moore e arte do Dave Gibbons (sim, a dupla de Watchmen), recontando a origem do herói sem mudar o essencial dos originais do Will Eisner mas acrescentando detalhes curiosos, uma homenagem bacana; Hatter M - The Looking Glass Wars #1 (Image, 2005), roteiro de Frank Beddor e Liz Cavalier, arte fantástica do Ben Templesmith, uma história que reembaralha os elementos de Alice in Wonderland e conta os esforços do guarda-costas real Hatter Madigan para encontrar a princesa Alyss Heart depois de ambos terem sido transportados para outra dimensão, a nossa; Black Harvest #1 a #3 (DDP, 2005), roteiro e arte de Josh Howard, o estilo lembra mangá e o protagonista é um blogueiro envolvido numa situação a la The X-Files, interessante; Mouse Guard #1 (ASP, 2006), roteiro e arte de David Petersen, uma aventura bacaninha de capa e espada no mundo dos ratos, fiquei curioso para ler as próximas. #

[ 08:52 ]

Assisti em dvd Pure Country (EUA, 1992), do Christopher Cain, protagonizado pelo astro da música country George Strait. Ele nem se sai mal como ator, mas a história é bem fraquinha, um romancezinho açucarado de sessão da tarde para moçoilas casadoiras. Ensina que quem tem fama e dinheiro pode fazer o que lhe apetecer sem conseqüências adversas (ele abandona sua turnê de espetáculos sem dar satisfação, porque entrou em crise existencial) e que não há briguinha de casal que não possa ser resolvida com uma canção romântica, incluindo ingressos para a primeira fila no show e limosine para levar a família inteira (sim, contei o fim do filme, mas alguém esperava mesmo que terminasse de outra forma?). Vale só pela trilha sonora, que além do George Strait tem também os Cactus Brothers. #

quinta-feira, 09 de março de 2006

[ 15:10 ]

Boas observações sobre comentários, comunidades e weblogs: Comments on Community. #

[ 11:24 ]

Li Comic Book - o novo quadrinho norte-americano (Conrad, 1999), com trabalhos de autores da Fantagraphics e da Drawn & Quarterly, grandes representantes do que se convencionou chamar "quadrinhos alternativos". As melhores histórias são do Daniel Clowes (autor de Eightball e Ghost World) e do Joe Sacco (criador de Palestine e Safe Area Goraz). Caricatura, do Clowes, é um episódio melancólico na vida de um caricaturista, lembrando um pouco o tom de American Splendor, do Harvey Pekar. Natal com Karadzic, do Sacco, é um relato do pós-guerra na Bósnia, com um narrador que me fez lembrar o Jack Kerouac de On the Road. Mas o livro tem muito mais: Richard Sala (não gosto muito do traço, mas a história austerborgeana é bacana), Dame Darci (seu estilo barroco-no-caderno-escolar não me seduz muito, e esta história é pouco mais que uma anedota), Peter Bagge (quem acompanha a série Hate vai se divertir com esta aventura solo do Stinky, o velho amigo do Buddy Bradley), Jaime e Gilbert Hernandez (eu nunca li a celebrada série Love and Rockets e fiquei sem entender muitos destas histórias deles), Debbie Deschler (exorcisando fantasmas de uma infância atormentada), Lloyd Dangle (eu só conhecia quadrinhos dele com temática política, aqui a história é mais autobiográfica, quase no estilo do Bagge) e Adrian Tomine (episódio da vida de duas adolescentes gêmeas, com traço limpo e roteiro perspicaz). Leitura interessante. #

[ 08:38 ]

Linkania e Linkology. #

quarta-feira, 08 de março de 2006

[ 11:23 ]

A revista Paradoxo publicou um texto sobre weblogs que se transformam em livros, Diários virtuais saem do monitor e vão parar no papel, onde sou citado. Ou talvez eu deva dizer que sou parafraseado, já que o que eles incluíram no artigo não foi exatamente o que eu disse. Parecido mas diferente. Não fico chateado com a adaptação, já que o sentido foi preservado, mas me pergunto se há realmente necessidade de reescrever as declarações colhidas numa reportagem. Depois de citar dois weblogs que acho que se adaptariam bem ao formato livro, o do Fabricio Carpinejar e o da Patricia Antoniete (eles só deixaram o da Ticcia), eu disse: "Outros weblogs, porém, só fazem sentido no ambiente em que foram criados, com seus hyperlinks e seus assuntos efêmeros, com diálogos entre vários weblogs e comentários e trackbacks. Se passados para o formato livro, deixarão de ser o que eram." Mas o que apareceu na revista foi: "Alguns blogs só fazem sentido se permanecerem no ambiente da internet por fazerem uso de hyperlinks, comentários, trackbacks e por tratarem de assuntos efêmeros." Parecido mas diferente. Ah, e eles me chamaram de "o popular Nemo Nox". Thanks! #

[ 11:11 ]

Li a mini-série em quadrinhos (seis revistas) The Rann-Thanagar War (DC Comics, 2005), que se encaixa depois de Adam Strange: Planet Heist. O roteiro é do Dave Gibbons e os desenhos do Ivan Reis. Além de Adam Strange, herói de Rann, e do Hawkman (Gavião Negro), herói de Thanagar, entram na mistura também o Lanterna Verde Kyle Rayner, agente dos Guardians of the Universe, e outros personagens menos cotados da DC Comics, como o Starman e o Captain Comet. Não gostei muito da história, uma space opera com batalhas demais e mais um vilão que quer destruir o universo, Onimar Synn. O final aponta, claro, para mais uma série "que promete revolucionar o universo DC", Infinite Crisis. #

terça-feira, 07 de março de 2006

[ 17:49 ]

Taxonomia das continuações: Sequels, Remakes, Adaptations. #

[ 13:49 ]

Eu gostei de ver Crash levando o Oscar de melhor filme este ano, mas já discordei de muitas decisões anteriores da Academy of Motion Picture Arts and Sciences. Resolvi fazer uma listinha incluindo os últimos trinta anos:
2006 - Ganhou Crash, gostei da premiação.
2005 - Ganhou Million Dollar Baby, meu voto seria para Sideways.
2004 - Ganhou The Lord of the Rings: The Return of the King, eu também ficaria satisfeito se o vencedor fosse Lost in Translation.
2003 - Ganhou Chicago, o único dos concorrentes que nunca assisti, meu voto seria para The Lord of the Rings: The Two Towers ou The Hours.
2002 - Ganhou A Beautiful Mind, meu voto seria para The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, que disputava o prêmio, ou para Memento, que nem foi indicado.
2001 - Ganhou Gladiator, meu voto seria para Requiem for a Dream, que nem foi indicado.
2000 - Ganhou American Beauty, eu também ficaria satisfeito se o vencedor fosse The Matrix ou Being John Malkovich.
1999 - Ganhou Shakespeare in Love, meu voto seria para A Simple Plan, que nem foi indicado.
1998 - Ganhou Titanic, meu voto seria para Good Will Hunting.
1997 - Ganhou o aborrecidíssimo The English Patient, meu voto seria para Fargo.
1996 - Ganhou Braveheart, meu voto seria para The Usual Suspects, que nem foi indicado.
1995 - Ganhou Forrest Gump, meu voto seria para Pulp Fiction.
1994 - Ganhou Schindler's List, meu voto seria para The Piano.
1993 - Ganhou Unforgiven, gostei da premiação.
1992 - Ganhou The Silence of the Lambs, gostei da premiação.
1991 - Ganhou Dances with Wolves, meu voto seria para Misery, que nem foi indicado.
1990 - Ganhou Driving Miss Daisy, eu também ficaria satisfeito se o vencedor fosse Dead Poets Society.
1989 - Ganhou Rain Man, ano bem disputado, eu também ficaria satisfeito se o vencedor fosse The Accidental Tourist, Dangerous Liaisons ou Mississippi Burning.
1988 - Ganhou The Last Emperor, gostei da premiação.
1987 - Ganhou Platoon, meu voto seria para Blue Velvet ou The Color of Money ou House of Games, que nem foram indicados.
1986 - Ganhou Out of Africa, meu voto seria para After Hours ou Back to the Future ou Ladyhawk, que nem foram indicados.
1985 - Ganhou Amadeus, gostei da premiação.
1984 - Ganhou Terms of Endearment, meu voto seria para The Big Chill.
1983 - Ganhou Gandhi, meu voto seria para E.T. the Extra-Terrestrial, que disputava o prêmio, ou para Blade Runner, que nem foi indicado.
1982 - Ganhou Chariots of Fire, meu voto seria para Raiders of the Lost Ark.
1981 - Ganhou Ordinary People, meu voto seria para The Elephant Man, que disputava o prêmio, ou para Body Heat, que nem foi indicado.
1980 - Ganhou Kramer vs. Kramer, meu voto seria para All That Jazz.
1979 - Ganhou The Deer Hunter, gostei da premiação.
1978 - Ganhou Annie Hall, gostei da premiação.
1977 - Ganhou Rocky, meu voto seria para Network. #

[ 12:24 ]

Li a mini-série em quadrinhos (seis revistas) Green Lantern: Rebirth (DC Comics, 2004), com roteiro de Geoff Johns e desenhos de Ethan van Sciver. A história marca o retorno do Hal Jordan como Lanterna Verde, depois de ter abdicado do posto (nos anos oitenta), voltado (em Crisis on Infinite Earths), se transformado no vilão Parallax (em Emerald Twilight), se redimido e se sacrificado para salvar o planeta (em Final Night), e voltado como vilão etéreo Spectre (em Day of Judgment). Neste Rebirth, a idéia é trazer de volta o Hal Jordan clássico e heróico, anterior a todas as transformações polêmicas que sofreu. Para isto, criaram uma história um pouco confusa que tenta explicar e justificar seu comportamento condenável dos últimos tempos, atribuindo uma origem diferente da conhecida até agora para o tal Parallax e até para a fonte do poder de todos os Lanternas Verdes. De certa forma, parece um mea culpa da DC Comics, dizendo "sim, avacalhamos o personagem, agora vamos voltar ao que era, e aqui está uma explicação para satisfazer a continuidade da história". #

segunda-feira, 06 de março de 2006

[ 18:24 ]

Rápidas observações sobre os Oscars deste ano:

  • Jon Stewart fez uma apresentação competente mas demasiadamente contida no humor político. Chris Rock, no ano passado, foi bem mais contundente. Ao menos o Stewart me fez gargalhar quando falou da Bjork: "She was trying on her Oscar dress, and Dick Cheney shot her."
  • A melhor apresentação musical da noite foi da Kathleen York, que é bonita, canta bem e compõe bem.
  • O melhor discurso da noite foi do George Clooney, escolhido como melhor ator coadjuvante. Começou fazendo graça com a própria carreria e emendou com "We are a little bit out of touch in Hollywood every once in a while. We were the ones who talked about AIDS when it was being whispered. We talked about civil rights when it wasn't really popular. I'm proud to be part of this Academy. I'm proud to be part of this community. I'm proud to be out of touch."
  • Gostei de ver levando a estatueta: melhor roteiro original e melhor filme para Crash.
  • Crash não ganhou de Brokeback Mountain porque racismo é mais importante para a academia que homossexualismo. Ganhou porque é um filme muito melhor. #

    [ 16:52 ]

    Esta semana o Burburinho traz Gian Danton em dose dupla: texto sobre o álbum em quadrinhos Encantarias e a quarta parte da biografia de Monteiro Lobato. Seja um burbunauta bem informado e receba por email, gratuitamente, todas as edições do nosso boletim. #

    domingo, 05 de março de 2006

    [ 09:29 ]

    Ontem eu e a Rosinha Monkees fomos até Blumenau para uma sessão tripla de cinema. Começamos com A Pantera Cor-de-Rosa (The Pink Panther, EUA, 2006), do Shawn Levy. Não gosto muito de comédias com palhaçadas, mas mesmo assim dei algumas boas risadas com o filme. O Steve Martin faz um Inspector Jacques Clouseau tão engraçado como o do Peter Sellers (sim, vão me chamar de herege por isto), particularmente com a brincadeira do sotaque ("I would like to buy a damburgen."). Depois vimos O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, EUA, 2005), do Ang Lee. Bem feitinho, mas muito longe de merecer toda a aclamação que já recebeu. Tem interpretações competentes, belas paisagens, boa música, e só. De resto, é uma historinha de amor sem grandes atrativos. Fechamos a sessão tripla com O Sol de Cada Manhã (The Weather Man, EUA, 2005), do Gore Verbinski. Um roteiro inteligente e sem respostas fáceis, engraçado sem ser bobo, pessimista sem ser derrotista. "In this shit life, you have to chuck some things." Boas interpretações do Michael Caine e do Nicolas Cage como pai e filho. Gostei. #

    sábado, 04 de março de 2006

    [ 09:40 ]

    Acima do céu: Planetary Photojournal. #

    [ 09:38 ]

    Debaixo d'água: Out of the Blue. #

    sexta-feira, 03 de março de 2006

    [ 12:15 ]

    Cinco bons momentos do Oscar:
    5. Charlie Kaufman, 2005, por Eternal Sunshine of the Spotless Mind - Atrapalhado com o limite de tempo do discurso: "Thanks to the Academy. 29 seconds. 27 seconds. That's really intimidating. I'll try to look somewhere else."
    4. Louise Fletcher, 1976, por One Flew Over the Cuckoo's Nest - Vilã do filme passado num hospício: "I'd like to thank Jack Nicholson for making being in a mental institution like being in a mental institution. I loved being hated by you."
    3. Jane Fonda, 1972, por Klute - Contenção nessas situações é sempre respeitável: "There's a great deal to say, but I'm not going to say it tonight."
    2. Fernando Trueba, 1995, por Belle Epoque - Finalmente um ateu com coragem de se apresentar como ateu: "I'd like to thank God, but I don't believe in God, so I'd like to thank Billy Wilder."
    1. Michael Moore, 2003, por Bowling for Columbine - Declaração política num momento necessitado de declarações políticas: "We like nonfiction, yet we live in fictitious times. We live in a time where we have fictitious election results that elect a fictitious president. We live in a time where we have a man sending us to war for fictitious reasons. Whether it's the fiction of duct tape, or the fiction of orange alerts. We are against this war, Mr. Bush. Shame on you, Mr. Bush, shame on you." #

    [ 12:10 ]

    Cinco maus momentos do Oscar:
    5. Tom Hanks, 1993, por Philadelphia - Além de fazer um discurso aborrecidamente religioso ("God bless you all, God have mercy on us all, and God bless America.") revelou sem autorização que um de seus professores era homossexual, episódio que acabou inspirando o filme In & Out, com o Kevin Kline.
    4. Gwyneth Paltrow, 1998, por Shakespeare in Love - Fez um discurso enorme e choroso, se esvaiu em lágrimas e saiu chorando e soluçando do placo. Só um trechinho: "I would not have been able to play this role had I not understood love with a tremendous magnitude, and for that I thank my family."
    3. James Cameron, 1997, por Titanic - Faltou humildade no seu "I'm king of the world! Whoohooooo!"
    2. Halle Berry, 1999, por Monster's Ball - A mocinha teve um ataque histérico, mas o que incomodou mais gente foi ela ter agradecido o advogado: "I have so many people that I know I need to thank... Hmmm, my lawyers! Neil Meyer! Thank you."
    1. Roberto Begnini, 1999, por La Vita è Bella - O baixinho italiano subiu em cadeiras, saltou, beijou e usou todo seu inglês macarrônico (falsamente macarrônico, afirmam alguns) em frases melosas como "Thank you! Thank you! I want to be rocked by the waves of your love!" ou incompreensíveis como "I hop on seats and heads and dance with Jupiter and, how you say, George Jetson? Egg salad sandwiches in the aisles of liquid Tuscany are to calling mehappy raindrops of smiling packages! I besiding myselves!" Além disso, o filme era ruim e ele não merecia o prêmio. #

    [ 12:05 ]

    Domingo teremos mais uma distribuição de estatuetas douradas para gente do cinema, um espetáculo conhecido como The 78th Annual Academy Awards. A melhor coisa da noite promete ser o apresentador Jon Stewart, se ele seguir a linha de humor político do programa que apresenta, The Daily Show. Há também a loteria dos discursos dos vencedores, nunca se sabe se virá alguma frase memorável ou mais uma coleção aborrecida e interminável de nomes lidos de um papel que treme nas mãos nervosas do contemplado. Já vi pela web várias listas de melhores e piores discursos do Oscar, e como não concordei com nenhuma delas resolvi fazer as minhas próprias listas nos próximos posts. #

    [ 08:41 ]

    Depois do razoável mas overhyped The Sixth Sense, do fraquíssimo Unbreakable e do péssimo Signs, perdi o interesse em ver filmes do M. Night Shyamalan. Mas agora estou pesquisando sobre um certo subgênero cinematográfico e como várias pessoas disseram que o trabalho seguinte dele, A Vila (The Village, EUA, 2004), se encaixaria, acabei alugando o dvd. É uma historinha boba com situações absurdas e explicações infantis. O roteirista estava mais perdido que a ceguinha na floresta, tateando entre os galhos, que ele incluiu na trama. Não consegue ser pior que Signs mas mesmo assim é muito ruim. #

    quinta-feira, 02 de março de 2006

    [ 12:14 ]

    Os contos mencionados no post anterior foram todos encontrados no site Horror Masters, que tem milhares de histórias de fantasia e ficção-científica de gente como Mary Shelley, Bram Stoker, H.P. Lovecraft, Edgar Allan Poe, e muitos outros. Recomendo. #

    [ 12:09 ]

    Na introdução a El Reloj que Marchaba Hacia Atrás, em Lo Mejor de la Ciencia Ficción del Siglo XIX, Asimov cita três outros contos do Edward Page Mitchell que considera notáveis. Fui procurá-los pela internet e acabei encontrando vários trabalhos do escritor (incluindo os três citados, The Ablest Man in the World, The Crystal Man e The Balloon Tree), totalizando dezoito histórias. Juntei tudo num livrinho, chamê-mo-lo Tales of Edward Page Mitchell, que vou ler em seguida. #

    [ 12:02 ]

    O quinto relato de Lo Mejor de la Ciencia Ficción del Siglo XIX é do Edward Page Mitchell (1852-1927), de quem eu pensava nunca ter lido nada. Mas quando fui avançando na narrativa de El Reloj que Marchaba Hacia Atrás comecei a lembrar de alguns elementos e acabei reconhecendo o conto, lido há décadas em alguma coletânea. É uma interessante história de viagem no tempo, escrita em 1881, quatorze anos antes de The Time Machine, do H.G. Wells. Segundo o Asimov, The Clock That Went Backward é a mais antiga das histórias de máquinas do tempo e a versão pioneira das histórias de paradoxos temporais. #

    [ 08:46 ]

    Bactérias artísticas: Gardens-in-a-Petri e More Gardens-in-a-Petri. (via Jason Kottke) #

    [ 08:39 ]

    Algumas pessoas já me perguntaram em qual das dez teorias sobre a série Lost eu acredito. A resposta é simples: em nenhuma. Acho que a solução dos mistérios é bem mais elaborada que qualquer daquelas teorias, e que ainda não temos elementos suficientes para saber o que realmente está acontecendo na ilha. Já o Jeff Jensen, da revista Entertainment Weekly, diz que matou a charada: 'Lost' Findings. (via Cris Dias) E quem quiser desenvolver sua própria teoria talvez se interesse por esta detalhada cronologia dos acontecimentos da série: Timeline of Events. #

    quarta-feira, 01 de março de 2006

    [ 11:17 ]

    Li a mini-série em quadrinhos (oito revistas) Adam Strange: Planet Heist (DC Comics, 2004), com roteiro de Andy Diggle e desenhos de Pasqual Ferry. O planeta Rann, pátria adotiva do herói, desapareceu, supostamente destruído na explosão de uma estrela, e cabe a Adam desvendar o mistério para reencontrar sua esposa e sua filhinha. Aparecem na história vários personagens do universo DC, como os Omega Men, L.E.G.I.O.N., e o vilão apocalíptico Starbreaker. A aventura em si é bacaninha, mas Planet Heist tem importância adicional na cronologia DC: no final, o planeta Rann acaba sendo deslocado para a vizinhança do planeta Thanagar, o que vai gerar a mini-série The Rann-Thanagar War, que por sua vez desemboca em Infinite Crisis. #

    [ 10:54 ]

    Fotos bacanas: Ashes and Snow #

    [ 10:49 ]

    Assisti em dvd A Queda (Der Untergang, Alemanha-Itália-Áustria, 2004), do Oliver Hirschbiegel. Os últimos dias de Hitler e seus asseclas, escondidos num bunker enquanto Berlim era invadida pelas forças soviéticas. Bruno Ganz interpreta o führer magistralmente, alternando momentos em que parece ser uma pessoa normal (por exemplo, sentado no sofá com os filhos de Goebbels cantando ao seu redor) com ordens absurdamente cruéis (por exemplo, quando ordena a destruição das linhas de transporte responsáveis por trazer comida à população alemã) e explosões de raiva merecedoras de camisa-de-força (por exemplo, quando esculhamba seus generais por não resistirem melhor ao inimigo vastamente superior). Entre os vários lunáticos ali retratados talvez a mais assustadora seja Magda Goebbels (Corinna Harfouch), esposa do ministro Joseph Goebbels (Ulrich Matthes), capaz de assassinar seus seis filhos para que não vivessem num mundo sem nazismo. A Queda concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro no ano passado, mas foi o espanhol Mar Adentro que ganhou. #