sábado, 01 de janeiro de 2011

[ 15:00 ]

Hoje o Por um Punhado de Pixels completa dez anos de existência, com um total de exatos nove mil posts. Parece um momento adequado para aposentar este modesto weblog.

Foi uma década interessante e razoavelmente movimentada. Comecei em São Paulo, trabalhando para o BOL/UOL. Mudei-me para Miami Beach, trabalhando para o AXN/Sony. Fui para Alexandria trabalhar com a Jade na Just-a-Click. Tive que voltar ao Brasil para continuar meu processo de migração para os EUA, e fiquei circulando entre Águas de Lindóia e Balneário Camboriú. Finalmente consegui o green card e vim para Washington DC, onde trabalhei para a Revolution Health e para a Case Foundation. O Por um Punhado de Pixels esteve sempre comigo, abriu algumas portas, me colocou em contato com muita gente bacana, e ganhou algumas simpáticas distinções (entre elas, melhor weblog no primeiro Deutsche Welle International Weblog Awards, finalista na categoria Best Latin American Weblog nos Bloggies, escolhido pela revista IstoÉ Gente como um dos dez melhores sites brasileiros de 2004, e top ten do iBest em 2006).

Meus agradecimentos a todos que acompanharam o Por um Punhado de Pixels. Espero que voltemos a nos encontrar pelos caminhos ínvios da internet. Hasta la vista, baby. So long, and thanks for all the fish. Spider-Man No More. #

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

[ 18:12 ]

Retrospectiva: em 2010, assisti cerca de 295 filmes e 692 episódios de séries de televisão (incluindo as quatro temporadas de The Tudors, a série completa The Adventures of Sherlock Holmes, as quatro primeiras temporadas de Bones, as quatro primeiras temporadas de How I Met Your Mother, The Blue Planet, Life of Mammals, e a primeira temporada de True Blood), acompanhei todos os jogos da FIFA World Cup, li 7 livros, visitei 8 exposições de arte, fui a um único espetáculo musical (Willie Nelson), ouvi 259 palestras (incluindo as séries Great Ideas of Philosophy, Great Ideas of Psychology, Origin of Civilization, entre outras), joguei 20 jogos novos e velhos, terminei o curso History of Western Art no Smithsonian Institute, e publiquei meu primeiro livro, Contos Perversos. #

[ 17:38 ]

Balanço de dezembro: assisti 51 filmes e uns 54 episódios de séries de tv (incluindo The Blue Planet, Life of Mammals e a primeira temporada de True Blood), li um livro, ouvi 25 palestras (da série Between the Rivers: The History of Ancient Mesopotamia), e publiquei meu primeiro livro, Contos Perversos. #

[ 12:25 ]

Grande maratona em dvr ontem. Comecei com The Book of Eli (EUA, 2010), dos irmãos Hughes, uma história que nunca consegue ultrapassar a premissa absurda que numa época pós-apocalíptica haveria gente disposta a gastar recursos escassos e a arriscar a vida para obter o último exemplar da Bíblia. E o final do filme é ainda pior que todo o resto. Uma bobagem medonha. Depois, vi The Blind Side (EUA, 2009), do John Lee Hancock. Apesar do lado "vejam como cristãos republicanos milionários são bonzinhos", a história é interessante e comovente. Sandra Bullock interpreta uma ricaça loira que adota em sua família um adolescente negro e obeso (e que afortunadamente se torna um astro do futebol americano). Obviamente a solução para os problemas sociais do país não é a caridade da elite econômica, mas seria bom se mais gente seguisse este exemplo. A seguir, Gran Torino (EUA, 2008), do Clint Eastwood, também uma história de comunhão de opostos, desta vez um rabugento e racista veterano da guerra da Coréia (o próprio Eastwood) e um tímido rapazinho hmong (Bee Vang) tentando sobreviver numa vizinhança dominada por gangues juvenis. O tom aqui é muito mais sombrio, e o filme é bom e intrigante. Terminei a noitada com Amelia (EUA-Canadá, 2009), da Mira Nair, biografia da aviadora Amelia Earhart. Hilary Swank interpreta a protagonista e Richard Gere seu marido e empresário George Putnam. Achei tudo um pouco morno, faltando coragem para explorar mais a fundo os aspectos mais controversos (e mais interessantes) da história, como por exemplo a sua propensão a riscos exagerados. Curiosamente, a trama inclui um romance extraconjugal que não se sabe se ela realmente teve e não menciona romances conjugais do seu marido, que era casado quando se envolveu com ela. Achei o filme muito morninho. #

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

[ 11:39 ]

Assisti também, na HBO, Ricky Gervais: Out of England 2 - The Stand-Up Special. Eu gosto da postura do Gervais, a idéia que não existem temas proibidos para usar em humor e que tudo depende da piada e do contexto. O show é todo bem divertido, mas a parte em que ele conta a história da arca de Noé com comentários sarcásticos é preciosa. #

[ 11:17 ]

Sessão dupla em dvr com o Christian Bale. Primeiro, Terminator Salvation (EUA-GB, 2009), do McG. Boa produção mas com um roteiro muito fraco. A história toda é sobre como a Skynet, império maligno das máquinas, quer matar o Kyle Reese (Anton Yelchin) para que ele não possa viajar para o passado e se tornar o pai do John Connor (Christian Bale), líder da resistência dos humanos. Aí as máquinas capturam o Reese e em vez de o matar imediatamente e resolver o assunto resolvem usá-lo como isca para atrair o Connor. E quando finalmente Reese e Connor estão juntos em vez de detonar uma bomba nuclear ali e garantir que nenhum dos dois sobreviva a Skynet manda um mísero andróide (com cara de Schwarzenegger) para fazer o serviço. Os roteiristas estavam mais preocupados em preencher o filme com muitas lutas, perseguições e explosões, e esqueceram de escrever uma história que fizesse algum sentido. Depois, Public Enemies (EUA, 2009), do Michael Mann. O agente do FBI Melvin Purvis (Christian Bale) lidera uma equipe cuja missão é capturar o famoso ladrão de bancos John Dillinger (Johnny Depp). Os métodos usados pela polícia na luta contra o crime incluem tortura de prisioneiros e rajadas de metralhadora em público, e eles aparentemente preferiam atirar nos supeitos pelas costas que tentar capturá-los. Com tudo isto e mais a crise econômica da época, não é de estranhar que o Dillinger, aparentemente um ladrão galante que roubava dos ricos (mas não para dar o dinheiro aos pobres), tenha se tornado quase um herói para muita gente. Public Enemies é um bom filme sobre gangsters, menos sensacional que Scarface e menos tradicional que The Untouchables mas com aquele conhecido toque de realismo do Michael Mann. #

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

[ 18:45 ]

Nos intervalos entre os filmes, tenho assistido em dvd documentários da BBC sobre a natureza. Já vi toda a série (oito episódios) The Blue Planet, com imagens espetaculares da vida marinha. Imperdível. Vi também Amazon Abyss, sobre uma expedição ao rio Amazonas, e Dive to Shark Volcano, sobre uma expedição à ilha Cocoa. Agora vou começar a série (dez episódios) Life of Mammals. #

[ 11:24 ]

Mais uma sessão tripla em dvr. The Lovely Bones (EUA-GB-NZ, 2009), do Peter Jackson, poderia ter sido um bom drama criminal mas preferiram transformar a história numa grande bobagem metafisica. A idéia que menininhas assassinadas por psicopatas perigosos vão se reunir num campo de flores no além e que mesmo quando a polícia não captura os assassinos eles recebem a punição que merecem é um insulto à inteligência. Total desperdício do talento dos envolvidos e do tempo dos espectadores. The Box (EUA, 2009), do Richard Kelly, parte de um conto curto do Richard Matheson e inventa toda uma história que não era nem sugerida no original. A impressão que fica é que alguém tinha um roteiro pronto sobre extraterrestres testando a moralidade da população da Terra e encaixou o conto do Matheson no meio mesmo sem haver muita relação entre as duas tramas. A narrativa é fraca e cheia de buracos, e fica difícil encontrar algo que se salve no filme todo. Depois dos dois desastres anteriores, assistir Orphan (EUA-Canadá-Alemanha-França, 2009), do Jaume Collet-Serra, foi uma agradável surpresa. Thriller bacaninha sobre uma família que adota uma garotinha que não é exatamente o que eles esperavam. A atriz mirim Isabelle Fuhrman foi muito bem escolhida para o papel de órfã manipuladora. Gostei. Bom para assistir em sessão dupla com o velho The Good Son. #

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

[ 12:49 ]

Para ler quando não estou vendo filmes, achei aqui na biblioteca da Jade e do Jeff o livro Famous Trials: Cases That Made History, do Frank McLynn. Sócrates, Galileu, Wilde, Dreyfus, e muitos outros julgamentos famosos. #

[ 11:36 ]

Minhas férias de hibernação continuam como planejado, dentro de casa escondido do frio e assistindo muitos filmes. Ontem fiz uma sessão tripla em dvr com roteiros baseados em pessoas reais. Mrs Henderson Presents (GB-EUA, 2005), do Stephen Frears, é a simpática história da anticonvencional viúva rica Laura Henderson (Judi Dench), que com a ajuda do empresário artístico Vivian Van Damm (Bob Hoskins) quebra tabus na conservadora Inglaterra dos anos trinta e encena espetáculos musicais com moças nuas no palco. Bacaninha. Grey Gardens (EUA, 2009), do Michael Sucsy, conta a história real de duas socialites dos anos trinta e quarenta, mãe (Jessica Lange) e filha (Drew Barrymore), ambas fracas da cabeça, que acabam se isolando numa mansão de verão e ficam lá se deteriorando junto com a casa mal cuidada. Boa narrativa e boas interpretações, mas fica difícil sentir simpatia por maluquetes ricas e mimadas, incapazes de lidar com problemas práticos. Milk (EUA, 2008), do Gus Van Sant, acompanha a trajetória política do ativista gay Harvey Milk (Sean Penn) até seu assassinato em 1978. É surpreendente que em plena década de setenta ainda houvesse tanto preconceito contra o homossexualismo, e ainda mais surpreendente que o preconceito continue muito vivo hoje nos EUA. Eu não gosto muito do Sean Penn e achei seu Oscar por Mystic River uma injustiça, mas em Milk ele tem a melhor interpretação da sua carreira, merecedora do Oscar que recebeu. #

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

[ 14:16 ]

Como estava no tema do vampirismo, assisti também em dvr Cirque du Freak: The Vampire's Assistant (EUA, 2009), do Paul Weitz. O início parecia promissor, lembrando um pouco o velho Vamp com a Grace Jones, mas depois a coisa toda desmorona deixando somente escombros desinteressantes. Nomes famosos perdidos na tela (John C. Reilly, Ken Watanabe, Salma Hayek, Willem Dafoe), adolescentes pouco expressivos como protagonistas, e uma história boba e com a preocupação principal de deixar o caminho aberto para continuações. Muito ruim. #

[ 14:07 ]

Já cheguei o fim da primeira temporada da série True Blood. Achei razoável mas não fiquei muito entusiasmado para assistir as temporadas seguintes. Os roteiros apresentam algumas idéias interessantes, principalmente na construção do universo ficcional, mas as tramas são um pouco fracas, com algumas soluções demasiadamente fáceis (a identidade do serial killer, por exemplo) e com personagens freqüentemente assumindo comportamentos que não fazem muito sentido (Sookie mudando abruptamente suas inclinações românticas ou Jason achando que é o assassino de mulheres que claramente não matou). No geral, True Blood parece chick lit com verniz de série geek. #

domingo, 26 de dezembro de 2010

[ 18:02 ]

Comecei a assistir em dvd a primeira temporada da série True Blood. Anna Paquin (a menininha de The Piano, agora perto dos trinta anos de idade) é uma garçonete telepata trabalhando num bar/restaurante de segunda categoria numa cidadezinha de quinta categoria no meio da Louisiana, dois anos depois de terem anunciado que vampiros existem e querem se integrar na sociedade dos EUA com garantias constitucionais. Premissa interessante mas com riscos de deslizar para o excesso de criaturas fantásticas (nos primeiros episódios tivemos somente vampirismo e telepatia, mas não duvido que logo apareçam outros seres sobrenaturais) ou, muito pior que isto, para romancezinhos açucarados entre humanos e vampiros (espero que a protagonista Sookie e o vampiro Bill não se sejam mais uma versão da dupla Bella e Edward). Por enquanto, a ambientação cajun-caipira da história tem sido tão interessante como a idéia dos vampiros integracionistas. #

[ 15:41 ]

Está caindo uma neve fininha mas persistente, suficiente para cobrir de branco tudo lá fora. Temperatura nos 29°F (-2°C). #