sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

[ 18:12 ]

Retrospectiva: em 2010, assisti cerca de 295 filmes e 692 episódios de séries de televisão (incluindo as quatro temporadas de The Tudors, a série completa The Adventures of Sherlock Holmes, as quatro primeiras temporadas de Bones, as quatro primeiras temporadas de How I Met Your Mother, The Blue Planet, Life of Mammals, e a primeira temporada de True Blood), acompanhei todos os jogos da FIFA World Cup, li 7 livros, visitei 8 exposições de arte, fui a um único espetáculo musical (Willie Nelson), ouvi 259 palestras (incluindo as séries Great Ideas of Philosophy, Great Ideas of Psychology, Origin of Civilization, entre outras), joguei 20 jogos novos e velhos, terminei o curso History of Western Art no Smithsonian Institute, e publiquei meu primeiro livro, Contos Perversos. #

[ 17:38 ]

Balanço de dezembro: assisti 51 filmes e uns 54 episódios de séries de tv (incluindo The Blue Planet, Life of Mammals e a primeira temporada de True Blood), li um livro, ouvi 25 palestras (da série Between the Rivers: The History of Ancient Mesopotamia), e publiquei meu primeiro livro, Contos Perversos. #

[ 12:25 ]

Grande maratona em dvr ontem. Comecei com The Book of Eli (EUA, 2010), dos irmãos Hughes, uma história que nunca consegue ultrapassar a premissa absurda que numa época pós-apocalíptica haveria gente disposta a gastar recursos escassos e a arriscar a vida para obter o último exemplar da Bíblia. E o final do filme é ainda pior que todo o resto. Uma bobagem medonha. Depois, vi The Blind Side (EUA, 2009), do John Lee Hancock. Apesar do lado "vejam como cristãos republicanos milionários são bonzinhos", a história é interessante e comovente. Sandra Bullock interpreta uma ricaça loira que adota em sua família um adolescente negro e obeso (e que afortunadamente se torna um astro do futebol americano). Obviamente a solução para os problemas sociais do país não é a caridade da elite econômica, mas seria bom se mais gente seguisse este exemplo. A seguir, Gran Torino (EUA, 2008), do Clint Eastwood, também uma história de comunhão de opostos, desta vez um rabugento e racista veterano da guerra da Coréia (o próprio Eastwood) e um tímido rapazinho hmong (Bee Vang) tentando sobreviver numa vizinhança dominada por gangues juvenis. O tom aqui é muito mais sombrio, e o filme é bom e intrigante. Terminei a noitada com Amelia (EUA-Canadá, 2009), da Mira Nair, biografia da aviadora Amelia Earhart. Hilary Swank interpreta a protagonista e Richard Gere seu marido e empresário George Putnam. Achei tudo um pouco morno, faltando coragem para explorar mais a fundo os aspectos mais controversos (e mais interessantes) da história, como por exemplo a sua propensão a riscos exagerados. Curiosamente, a trama inclui um romance extraconjugal que não se sabe se ela realmente teve e não menciona romances conjugais do seu marido, que era casado quando se envolveu com ela. Achei o filme muito morninho. #

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

[ 11:39 ]

Assisti também, na HBO, Ricky Gervais: Out of England 2 - The Stand-Up Special. Eu gosto da postura do Gervais, a idéia que não existem temas proibidos para usar em humor e que tudo depende da piada e do contexto. O show é todo bem divertido, mas a parte em que ele conta a história da arca de Noé com comentários sarcásticos é preciosa. #

[ 11:17 ]

Sessão dupla em dvr com o Christian Bale. Primeiro, Terminator Salvation (EUA-GB, 2009), do McG. Boa produção mas com um roteiro muito fraco. A história toda é sobre como a Skynet, império maligno das máquinas, quer matar o Kyle Reese (Anton Yelchin) para que ele não possa viajar para o passado e se tornar o pai do John Connor (Christian Bale), líder da resistência dos humanos. Aí as máquinas capturam o Reese e em vez de o matar imediatamente e resolver o assunto resolvem usá-lo como isca para atrair o Connor. E quando finalmente Reese e Connor estão juntos em vez de detonar uma bomba nuclear ali e garantir que nenhum dos dois sobreviva a Skynet manda um mísero andróide (com cara de Schwarzenegger) para fazer o serviço. Os roteiristas estavam mais preocupados em preencher o filme com muitas lutas, perseguições e explosões, e esqueceram de escrever uma história que fizesse algum sentido. Depois, Public Enemies (EUA, 2009), do Michael Mann. O agente do FBI Melvin Purvis (Christian Bale) lidera uma equipe cuja missão é capturar o famoso ladrão de bancos John Dillinger (Johnny Depp). Os métodos usados pela polícia na luta contra o crime incluem tortura de prisioneiros e rajadas de metralhadora em público, e eles aparentemente preferiam atirar nos supeitos pelas costas que tentar capturá-los. Com tudo isto e mais a crise econômica da época, não é de estranhar que o Dillinger, aparentemente um ladrão galante que roubava dos ricos (mas não para dar o dinheiro aos pobres), tenha se tornado quase um herói para muita gente. Public Enemies é um bom filme sobre gangsters, menos sensacional que Scarface e menos tradicional que The Untouchables mas com aquele conhecido toque de realismo do Michael Mann. #

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

[ 18:45 ]

Nos intervalos entre os filmes, tenho assistido em dvd documentários da BBC sobre a natureza. Já vi toda a série (oito episódios) The Blue Planet, com imagens espetaculares da vida marinha. Imperdível. Vi também Amazon Abyss, sobre uma expedição ao rio Amazonas, e Dive to Shark Volcano, sobre uma expedição à ilha Cocoa. Agora vou começar a série (dez episódios) Life of Mammals. #

[ 11:24 ]

Mais uma sessão tripla em dvr. The Lovely Bones (EUA-GB-NZ, 2009), do Peter Jackson, poderia ter sido um bom drama criminal mas preferiram transformar a história numa grande bobagem metafisica. A idéia que menininhas assassinadas por psicopatas perigosos vão se reunir num campo de flores no além e que mesmo quando a polícia não captura os assassinos eles recebem a punição que merecem é um insulto à inteligência. Total desperdício do talento dos envolvidos e do tempo dos espectadores. The Box (EUA, 2009), do Richard Kelly, parte de um conto curto do Richard Matheson e inventa toda uma história que não era nem sugerida no original. A impressão que fica é que alguém tinha um roteiro pronto sobre extraterrestres testando a moralidade da população da Terra e encaixou o conto do Matheson no meio mesmo sem haver muita relação entre as duas tramas. A narrativa é fraca e cheia de buracos, e fica difícil encontrar algo que se salve no filme todo. Depois dos dois desastres anteriores, assistir Orphan (EUA-Canadá-Alemanha-França, 2009), do Jaume Collet-Serra, foi uma agradável surpresa. Thriller bacaninha sobre uma família que adota uma garotinha que não é exatamente o que eles esperavam. A atriz mirim Isabelle Fuhrman foi muito bem escolhida para o papel de órfã manipuladora. Gostei. Bom para assistir em sessão dupla com o velho The Good Son. #

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

[ 12:49 ]

Para ler quando não estou vendo filmes, achei aqui na biblioteca da Jade e do Jeff o livro Famous Trials: Cases That Made History, do Frank McLynn. Sócrates, Galileu, Wilde, Dreyfus, e muitos outros julgamentos famosos. #

[ 11:36 ]

Minhas férias de hibernação continuam como planejado, dentro de casa escondido do frio e assistindo muitos filmes. Ontem fiz uma sessão tripla em dvr com roteiros baseados em pessoas reais. Mrs Henderson Presents (GB-EUA, 2005), do Stephen Frears, é a simpática história da anticonvencional viúva rica Laura Henderson (Judi Dench), que com a ajuda do empresário artístico Vivian Van Damm (Bob Hoskins) quebra tabus na conservadora Inglaterra dos anos trinta e encena espetáculos musicais com moças nuas no palco. Bacaninha. Grey Gardens (EUA, 2009), do Michael Sucsy, conta a história real de duas socialites dos anos trinta e quarenta, mãe (Jessica Lange) e filha (Drew Barrymore), ambas fracas da cabeça, que acabam se isolando numa mansão de verão e ficam lá se deteriorando junto com a casa mal cuidada. Boa narrativa e boas interpretações, mas fica difícil sentir simpatia por maluquetes ricas e mimadas, incapazes de lidar com problemas práticos. Milk (EUA, 2008), do Gus Van Sant, acompanha a trajetória política do ativista gay Harvey Milk (Sean Penn) até seu assassinato em 1978. É surpreendente que em plena década de setenta ainda houvesse tanto preconceito contra o homossexualismo, e ainda mais surpreendente que o preconceito continue muito vivo hoje nos EUA. Eu não gosto muito do Sean Penn e achei seu Oscar por Mystic River uma injustiça, mas em Milk ele tem a melhor interpretação da sua carreira, merecedora do Oscar que recebeu. #

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

[ 14:16 ]

Como estava no tema do vampirismo, assisti também em dvr Cirque du Freak: The Vampire's Assistant (EUA, 2009), do Paul Weitz. O início parecia promissor, lembrando um pouco o velho Vamp com a Grace Jones, mas depois a coisa toda desmorona deixando somente escombros desinteressantes. Nomes famosos perdidos na tela (John C. Reilly, Ken Watanabe, Salma Hayek, Willem Dafoe), adolescentes pouco expressivos como protagonistas, e uma história boba e com a preocupação principal de deixar o caminho aberto para continuações. Muito ruim. #

[ 14:07 ]

Já cheguei o fim da primeira temporada da série True Blood. Achei razoável mas não fiquei muito entusiasmado para assistir as temporadas seguintes. Os roteiros apresentam algumas idéias interessantes, principalmente na construção do universo ficcional, mas as tramas são um pouco fracas, com algumas soluções demasiadamente fáceis (a identidade do serial killer, por exemplo) e com personagens freqüentemente assumindo comportamentos que não fazem muito sentido (Sookie mudando abruptamente suas inclinações românticas ou Jason achando que é o assassino de mulheres que claramente não matou). No geral, True Blood parece chick lit com verniz de série geek. #

domingo, 26 de dezembro de 2010

[ 18:02 ]

Comecei a assistir em dvd a primeira temporada da série True Blood. Anna Paquin (a menininha de The Piano, agora perto dos trinta anos de idade) é uma garçonete telepata trabalhando num bar/restaurante de segunda categoria numa cidadezinha de quinta categoria no meio da Louisiana, dois anos depois de terem anunciado que vampiros existem e querem se integrar na sociedade dos EUA com garantias constitucionais. Premissa interessante mas com riscos de deslizar para o excesso de criaturas fantásticas (nos primeiros episódios tivemos somente vampirismo e telepatia, mas não duvido que logo apareçam outros seres sobrenaturais) ou, muito pior que isto, para romancezinhos açucarados entre humanos e vampiros (espero que a protagonista Sookie e o vampiro Bill não se sejam mais uma versão da dupla Bella e Edward). Por enquanto, a ambientação cajun-caipira da história tem sido tão interessante como a idéia dos vampiros integracionistas. #

[ 15:41 ]

Está caindo uma neve fininha mas persistente, suficiente para cobrir de branco tudo lá fora. Temperatura nos 29°F (-2°C). #

sábado, 25 de dezembro de 2010

[ 15:22 ]

Já estou instalado na casa da Jade do Jeff, onde vou passar a semana cuidando dos animais e assistindo os dvds que encontrar por aqui. O primeiro filme que peguei foi Julie & Julia (EUA, 2009), da Nora Ephron. Mais interessante do que eu esperava, não tanto pela história central (mocinha temperamental, Amy Adams, escrevendo um blog sobre culinária e ficando famosa) mas principalmente pela trama paralela (Julia Child tentando publicar seu primeiro livro de receitas enquanto morava na Europa). Pena que o filme não se aprofunde em qualquer dos temas em que esbarra, de reflexões sobre a experiência de blogar a considerações sobre a arte culinária. Evita também dar respostas a perguntas importantes, como por exemplo a natureza do trabalho da Julia Child e de seu marido para a OSS (precursora da CIA), e não explica a razão pela qual a Julia Child não ficou nem um pouco entusiasmada com o blog da Julie Powell. Julie & Julia é simpático mas superficial. #

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

[ 11:03 ]

Assisti também um documentário muito bacana no canal PBS, Paris The Luminous Years: Toward the Making of the Modern, sobre escritores, músicos, pintores, coreógrafos, e outros artistas circulando pela capital francesa no início do século XX. Picasso, Stravinsky, Hemingway, Matisse, Cocteau, Nijinsky, Stein, Miró, Duchamp, Satie, Ernst, Picabia, Joyce, Tzara, Breton, e tantos outros de uma época fascinante com novas idéias pipocando por todos os lados. #

[ 10:42 ]

Assisti em dvr No Orchids for Miss Blandish (GB, 1948), do St. John Legh Clowes, baseado no livro homônimo do James Hadley Chase. O plano dos raptores era ruim e dá errado, o plano da raptada era ruim e dá errado, os bandidos não se entendem, a polícia não sabe bem o que está acontecendo, e o jornalista que tenta desvendar o caso está completamente perdido. A história é uma interessante confusão de personagens que sabem onde querem ir mas não sabem como chegar lá. No elenco, Linden Travers (de The Lady Vanishes) e Jack La Rue (de The Story of Temple Drake). #

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

[ 17:48 ]

Eu já tinha visto em dvr When Comedy Was King, do Robert Youngson, agora assisti em dvd outra de suas compilações de comédias do cinema mudo, The Golden Age of Comedy (EUA, 1957). O filme tem Laurel e Hardy em excesso, mas vale principalmente pela parte com cenas de comédias do Mack Sennett e por apresentar Uncensored Movies, onde o cowboy Will Rogers parodia outros astros da época, como Tom Mix e Douglas Fairbanks. #

[ 17:40 ]

A Jade e o Jeff vão passar o final de ano na França, e eu vou ficar na casa deles aqui em Arlington cuidando dos animais. Uma semana de descanso num cenário diferente, com um cachorro e três gatos. #

[ 11:25 ]

Sessão tripla com Buster Keaton, revendo alguns clássicos. Our Hospitality (EUA, 1923) era ainda um pouco lento, com longos momentos de preparação para as gags. Sherlock Jr. (EUA, 1924) é possivelmente o filme mais inventivo do Keaton, com narrativas sobrepostas e efeitos visuais bacanas. A idéia do sujeito entrando na tela do cinema e interagindo com os personagens do filme foi ressurgir várias décadas depois em The Purple Rose of Cairo. The General (EUA, 1926) é facilmente o melhor filme do Keaton, com uma boa história (inspirada em fatos reais) e um ritmo impecável (pontuado por ótimas perseguições de locomotivas). #

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

[ 10:58 ]

Assisti também um documentário bacana sobre o Dave Brubeck, comemorando seu nonagésimo aniversário, Dave Brubeck: In His Own Sweet Way (EUA, 2010). Inclui, além de vários números musicais, entrevistas com o próprio em várias épocas da sua carreira e também com fãs famosos como Clint Eastwood e George Lucas. #

[ 10:47 ]

Assisti em dvr Sweet Smell of Success (EUA, 1957), do Alexander Mackendrick. Burt Lancaster é J.J. Hunsecker, um poderoso jornalista com uma coluna capaz de promover ou destruir carreiras. Tony Curtis é Sidney Falco, um assessor de imprensa ambicioso que faz o trabalho sujo do Hunsecker. Os dois juntos são o que poderíamos chamar de escória da humanidade, predadores sem escrúpulos funcionando unicamente para promover seus próprios interesses e destruindo quem está ao redor. Aparentemente, a história é inspirada no jornalista Walter Winchell, considerado um dos inventores das colunas de fofocas. #

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

[ 22:47 ]

Vinho da noite: Château Labourdette 2006. Bordeaux AOC, França. Um dos melhores vinhos que bebi nos últimos tempos. Dá vontade de fazer as malas e se mudar para a França. #

[ 10:46 ]

Assisti em dvr The Friends of Eddie Coyle (EUA, 1973), dirigido pelo Peter Yates e estrelado pelo Robert Mitchum. Apesar dos nomes famosos na frente e atrás da câmara, uma grande decepção. Narrativa preguiçosa, personagens desagradáveis, história um bocado embaralhada, final anticlimático. Imagino que o título seja sarcástico, porque o protagonista não tem amigo algum no filme. #

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

[ 19:36 ]

Vinho da noite. Pagos de Tahola Rioja 2008. Espanhol, com gostinho de barril de carvalho. Muy bueno. #

[ 19:30 ]

Mais jazz movies em dvr. Blues in the Night (EUA, 1941), do Anatole Litvak, conta a história de um grupo de músicos empenhados em fazer boa música mas vivendo completamente sem dinheiro. A trama é interessante, apesar de alguns momentos de ingenuidade e de algumas mudanças bruscas de comportamento dos personagens. Elia Kazan é um dos músicos e Priscilla Lane é a cantora chamada Character (Personagem). A música que dá título ao filme foi indicada ao Oscar e se tornou um clássico com gravações de Louis Armstrong, Shirley Bassey, Ella Fitzgerald, Benny Goodman, e trocentos outros. Young Man with a Horn (EUA, 1950), do Michael Curtiz, conta a história de um trompetista talentoso mas obcecado por seu instrumento (Kirk Douglas) entrando em rota de colisão com uma femme fatale em fase de exploração interior e numa impetuosa busca de realização pessoal (Lauren Bacall). Temas muito interessantes como o confronto entre o talento único e o ecletismo (Douglas é o gênio com viseiras, Bacall é multitalentosa mas sem foco) ou a crueldade dos relacionamentos que vão ficando para trás (Douglas deixa de dar atenção ao seu mentor, Bacall deixa de dar atenção ao seu marido). A história parece ser vagamente inspirada na vida do Bix Beiderbecke, e quem toca os solos de trompete do Kirk Douglas é o Harry James. Aparecem também no elenco a Doris Day como cantora sabor baunilha e o Hoagy Carmichael como pianista beatnik. #

[ 10:27 ]

Ricky Gervais: Why I’m An Atheist. #

domingo, 19 de dezembro de 2010

[ 23:52 ]

Começando um pequeno ciclo de filmes com ou sobre músicos de jazz, fiz uma sessão tripla com bateristas. The Gene Krupa Story (EUA, 1959), do Don Weis, conta uma história extremamente moralista sobre o baterista Gene Krupa (interpretado pelo Sal Mineo) saindo de um lar modesto e se transformando num músico rico e famoso, só para sucumbir às tentações que se apresentam através de uma loira má e de cigarrinhos de maconha. A narrativa é extremamente ingênua, e suponho que os roteiristas nem perceberam dois detalhes que destroem a mensagem que estavam tentando transmitir: que o protagonista era um imbecil com ou sem drogas e que mesmo com a erva que supostamente destruiria suas habilidades ele continua tocando de forma genial. O filme vale só para ouvir a bateria do Krupa verdadeiro, que fornece a trilha sonora enquanto o Mineo só finge que toca (mas finge muito bem). Aparecem também no elenco o James Darren (que depois seria o doutor Tony Newman na série The Time Tunnel) e a Yvonne Craig (que depois seria a Batgirl na série Batman). The Strip (EUA, 1951), do László Kardos, conta a história de um baterista (interpretado pelo Mickey Rooney) que se vê envolvido com mafiosos e acaba suspeito num assassinato. A história é fraca e o final é péssimo, com tudo se resolvendo abruptamente, mas o filme tem nomes famosos do jazz tocando alguns números, entre eles Louis Armstrong e Earl Hines. All Night Long (GB, 1962), do Basil Dearden, foi o melhor título do grupo. Um baterista sociopata (Patrick McGoohan, de Escape from Alcatraz e Braveheart) semeia discórdia entre os músicos numa festa na casa de um milionário (Richard Attenborough, de Jurassic Park e Elizabeth), com o objetivo de separar um casal e convencer uma cantora a se juntar à sua banda. A trama parece uma livre adaptação de Othello, do Shakespeare, com o baterista Johnny Cousin funcionando como Iago e o pianista Aurelius Rex (Paul Harris) ocupando o lugar do mouro de Veneza. A festa da história conta com a presença e a performance de alguns músicos bem conhecidos, como Dave Brubeck e Charles Mingus. Bacana. #

sábado, 18 de dezembro de 2010

[ 18:29 ]

O site Lulu está com uma promoção de fim de ano, e você pode usar a oportunidade para comprar meu livro Contos Perversos com 15% de desconto. Faça sua compra normalmente e durante o checkout, quando aparecer um espaço para um coupon code, use o código RESOLUTION305. Aproveite e compre vários exemplares para dar de presente aos amigos e familiares. #

[ 11:16 ]

Sessão dupla com a rainha Victoria. Primeiro, em blu-ray, The Young Victoria (GB-EUA, 2009), do Jean-Marc Vallée, que acompanha a rainha dos dias que antecedem a sua coroação até um momento aleatório durante seu casamente com o príncipe Albert. Chamo de momento aleatório porque os roteiristas resolveram inventar um episódio e subverter completamente a narrativa histórica. Quando um maluco resolve tentar assassinar a rainha (isto realmente aconteceu), o príncipe se coloca entre ela e o revólver e é baleado (isto não aconteceu, o sujeito atirou e errou duas vezes). Como recompensa pelo ato de bravura, a rainha resolve dar ao príncipe um papel mais ativo no seu reinado e em particular o controle da administração do palácio, cargo anteriormente ocupado pela baronesa Lehzen (que, na verdade, foi substituída por causa de problemas com a segurança e com a saúde da filha do casal, detalhes nem ao menos citados no filme). Emily Blunt é Victoria, Rupert Friend é Albert, Paul Bettany é Melbourne. Achei fraco. Victoria & Albert, feito uns anos antes, é muito melhor. Depois, em dvd, Her Majesty, Mrs. Brown (GB-EUA-Irlanda, 1997), do John Madden, que acompanha o relacionamento platônico entre a rainha e seu favorito John Brown, um empregado inicialmente responsável por seu cavalo e depois responsável também pela sua segurança, além de amigo e confidente. Uma história interessante envolvendo artimanhas políticas, tradições ridículas e teimosias infantis, coisas aparentemente comuns na vida de monarcas poderosos. Judi Dench é Victoria (papel que lhe valeu um Golden Globe), Billy Connolly é Brown (com forte e simpático sotaque escocês), Gerard Butler é o irmão mais novo Archie Brown (em sua estréia no cinema). #

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

[ 18:49 ]

Brinquedinho divertido: Isle of Tune. #

[ 11:36 ]

Sessão dupla em dvr com filmes mencionando terror no título. Primeiro, The Terror (EUA, 1963), do Roger Corman. Aproveitando cenários de outras produções mas ainda sem um roteiro para o filme, o Corman começou a filmar os atores andando de um lado para outro pelo castelo e arredores. Mais tarde outros diretores iniciantes, incluindo o jovem Francis Ford Coppola, rodaram outras cenas e começaram a montar uma história com algum sentido. Sem surpresas, o resultado final é pífio, com roteiro banal e direção claudicante. Vale só pela curiosidade de ver o já veterano Boris Karloff contracenando com o ainda novato Jack Nicholson (que também dirigiu algumas cenas). Depois, Experiment in Terror (EUA, 1962), do Blake Edwards. Um misterioso vilão asmático quer que Lee Remick roube o banco onde ela trabalha e ameaça assassinar sua irmã caçula Stefanie Powers se ela não concordar. Glenn Ford é o agente do FBI destacado para proteger as moças e encontrar o bandido. Apesar de algumas cenas desnecessárias que tornam a narrativa um pouco arrastada (toda a subtrama com o informante Popcorn é um bocado inútil), o filme tem bons momentos de suspense e a boa cinematografia em preto e branco lhe confere um certo encanto. Acho que foi o único thriller dirigido pelo Edwards, mais conhecido como diretor de comédias. #

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

[ 16:16 ]

Hoje tivemos neve e está tudo branquinho lá fora. Não foi muita neve, pouco mais de uma polegada, mas é o suficiente para aumentar a sensação psicológica de frio. Como se não bastasse o termômetro estar nos 25°F (-3.8°C). #

[ 10:24 ]

Assisti em dvr El Dorado (EUA, 1966), do Howard Hawks, que eu não via desde quando era criança. Western clássico, com John Wayne (aos 59 anos) e Robert Mitchum (aos 49 anos) como pistoleiros experientes defendendo fazendeiros contra especuladores imobiliários e matadores de aluguel. A história é boa (e também muito parecida com Rio Bravo, outro filme do Hawks) mas na minha modesta opinião ficaria melhor sem os momentos supostamente cômicos, que acabam diluindo a gravitas da trama. O elenco também tem o James Caan como carteador bom de faca e recitador de poemas do Edgar Allan Poe. #

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

[ 23:15 ]

Respondendo algumas perguntas recebidas sobre o meu livro Contos Perversos: Sim, o livro é português. Sim, eles entregam no Brasil. São 23 contos, cada título é o nome de um personagem, de Adalberto a Zacarias. São 150 páginas em formato A5 (148 × 210 mm). Eu fiz a foto da capa em Lisboa, na década de noventa. #

[ 11:35 ]

Continua muito frio. Ontem a temperatura máxima ficou nos 28°F (-2.2°C), hoje não deve passar disso, e estão prometendo mais neve para amanhã. Brrr... #

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

[ 10:31 ]

Reassisti em dvr dois filmes sobre crimes bem planejados mas que acabam falhando graças à inépcia dos criminosos. Primeiro, Pushover (EUA, 1954), do Richard Quine, onde o policial Fred MacMurray conspira com a Kim Novak, namorada de um ladrão de bancos, para ficarem com o dinheiro do bandido. Alguns detalhes inesperados e algumas decisões infelizes depois, e temos o clássico final de film noir onde o crime não compensa. Bons momentos de suspense e boas oportunidades para pensar como você faria diferente e escaparia com o dinheiro e com (ou sem) a loira. Depois, The Ballad of the Running Man (GB, 1963), do Carol Reed, onde o piloto de avião Laurence Harvey conspira com sua esposa Lee Remick para se fingir de morto e embolsar o dinheiro do seguro. A tramóia é bem executada, mas o criminoso toma gosto em enganar os outros e em reafirmar sua superioridade intelectual (como é didática e desnecessariamente explicado por outro personagem) e cria as circunstâncias para sua própria ruína. A trama é boa mas a falta de traços simpáticos nos personagens não cria muito envolvimento para o espectador. #

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

[ 21:50 ]

Começou a nevar. Temperatura lá fora: 23°F (-5°C). #

[ 10:40 ]

Mais uma sessão dupla com Boris Karloff em dvr. Em The Walking Dead (EUA, 1936), do Michael Curtiz, Karloff mais uma vez retorna do mundo dos mortos para andar entre os vivos, ele que já tinha sido reanimado por um cientista em Frankenstein e por uma maldição egípcia em The Mummy. Desta vez, depois de ter sido injustamente executado na cadeira elétrica, seu personagem John Ellman é ressuscitado por um cientista brilhante e se empenha em vingar-se dos bandidos responsáveis por sua pena de morte. A história não é muito boa mas a direção tem alguns momentos bem engendrados. Em West of Shanghai (EUA, 1937), do John Farrow, Karloff mais uma vez interpreta um vilão oriental, como já tinha feito em The Mask of Fu Manchu. Seu General Wu Yen Fang, porém, é bem mais complexo e mais realista que o personagem do Sax Rohmer. Apesar da premissa um pouco racista ("heróis brancos civilizados" ameaçados por "bandidos amarelos selvagens"), o filme tem seus melhores momentos nas dicotomias do general rebelde chinês interpretado pelo Karloff, que em vários momentos consegue ser mais simpático com seu pragmatismo impiedoso que os protagonistas com seu sentimento de superioridade colonialista. #

domingo, 12 de dezembro de 2010

[ 17:53 ]

George III morreu louco e foi sucedido pelo seu filho mais velho, George IV. George IV morreu sem filhos e foi sucedido pelo seu irmão, William IV. William IV morreu sem filhos e foi sucedido por sua sobrinha Victoria, filha do quarto filho do George III. Victoria se tornou uma das rainhas mais famosas da história, reinando durante 64 anos numa época de grandes mudanças, e me surpreende não existirem mais filmes sobre sua vida. Comecei com a mini-série em duas partes Victoria & Albert (GB, 2001), do John Erman, que a acompanha dos eventos que antecederam sua subida ao trono em 1837 até a morte do marido em 1861. Quem está acostumado com a clássica imagem da rainha velha, gorda e sisuda vai se surpreender com a protagonista jovem, agitada e insegura que é esta Victoria (interpretada pela homônima Victoria Hamilton). De certa forma, a história espelha a experiência de outra rainha famosa, a Elizabeth I, herdando o reino ainda jovem, navegando pelos corredores do poder predominantemente masculinos, e se firmando como uma autoridade respeitada pela maioria. A grande diferença é que Elizabeth insistiu em se manter solteira e Victoria se casou três anos depois da coroação, e aparentemente foi muito influenciada pelo marido (e também primo) Albert, príncipe consorte (interpretado pelo Jonathan Firth, irmão do Colin). Curiosidade histórica: Victoria e Albert ficaram famosos com esses nomes que não eram seus primeiros nomes, ela era Alexandrina Victoria, ele era Francis Albert Augustus Charles Emmanuel. Curiosidade cinematográfica: aparecem no filme dois atores famosos por interpretar o detetive Hercule Poirot, Peter Ustinov como William IV e David Suchet como Baron Stockmar. #

sábado, 11 de dezembro de 2010

[ 16:12 ]

Mais monarquia inglesa em dvd, agora com The Madness of King George (GB, 1994), do Nicholas Hytner. A história acompanha o rei George III (Nigel Hawthorne, indicado ao Oscar por este papel) durante o primeiro período em que manifestou sintomas de loucura. Nunca chegaram a um diagnóstico definitivo para o monarca, as principais suspeitas caindo sobre uma ataque de porfiria (por causa da urina azulada) ou envenenamento por arsênico (elemento comum em remédios e cosméticos da época). Curiosamente, o filme termina com a recuperação do rei e sua volta ao trono, sem mencionar que ele mais tarde voltaria a ser acometido por demência e também por problemas de visão, morrendo louco e cego enquanto o país era regido pelo seu filho George IV. Mesmo incompleto (outro detalhe não mencionado, por exemplo, é que o primeiro William Pitt era alcoólatra), The Madness of King George é um retrato muito interessante das maquinações políticas na corte e no parlamento, com bom elenco (Nigel Hawthorne, Helen Mirren, Ian Holm, Rupert Graves, Amanda Donohoe, Rupert Everett) e ótima produção (e levou o Oscar de melhor direção de arte). #

[ 13:13 ]

Já comprou seu exemplar de Contos Perversos? Já comprou um também para dar de presente para a sua namorada, para a sua mãe, para a sua tia, para aquela colega bonitinha do escritório? Não perca tempo, o livro está à venda no site Lulu. #

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

[ 11:07 ]

Boris Karloff contracenou várias vezes com Bela Lugosi (em The Black Cat e The Body Snatcher, por exemplo) e com Peter Lorre (em The Boogie Man Will Get You e The Raven, por exemplo), mas acho que os três apareceram juntos em somente um filme, You'll Find Out (EUA, 1940), do David Butler, que eu assisti ontem em dvr. É uma comédia bobinha cheia de números musicais melosos, e o trio calafrio Karloff-Lugosi-Lorre funciona como ameaça assustadora numa trama em estilo Scooby-Doo (gente fantasiada de fantasma para roubar a herança da mocinha bonitinha). O "herói" do filme é o atrapalhado Kay Kyser, personalidade da era do rádio, e sua orquestra toca várias músicas, incluindo uma que foi indicada ao Oscar de melhor canção. You'll Find Out é bem fraquinho e vale somente pela curiosidade de ver Karloff, Lugosi e Lorre juntos. #

quinta-feira, 09 de dezembro de 2010

[ 22:26 ]

Joguinho viciante: The Enchanted Cave. Só consegui parar quando cheguei ao centésimo nível do calabouço e derrotei o grande vilão e seus asseclas. #

[ 10:24 ]

Assisti em dvr Flaxy Martin (EUA, 1949), do Richard L. Bare. Possivelmente o pior film noir que eu já vi. O protagonista, interpretado pelo Zachary Scott (de The Southerner), é tão estúpido e antipático que ficamos torcendo para que que seja apanhado pelos bandidos. O roteiro é totalmente inverossímil, incluindo uma cena em que um sujeito algemado a uma mulher vence uma luta contra um brutamontes segurando uma pá e um baixinho armado com um revólver. O filme tem nomes conhecidos no gênero, como Virginia Mayo (de White Heat), Dorothy Malone (de The Big Sleep) e Elisha Cook Jr. (de The Maltese Falcon), mas nunca chega a convencer. #

quarta-feira, 08 de dezembro de 2010

[ 21:02 ]

Vinho da noite: The Full Fifteen 2009. Australiano. O rótulo não indica as uvas usadas, mas imagino que seja uma mistura de cabernet, merlot e talvez um pouco de shiraz. O nome refere-se ao teor alcoólico do vinho, 15%. Uma boa escolha para espantar o frio (a temperatura lá fora está abaixo de zero). #

[ 11:14 ]

Sessão dupla em dvr com Boris Karloff. Em The Mask of Fu Manchu (EUA, 1932), do Charles Brabin, Karloff é o vilão oriental do título, empenhado em recuperar a máscara e a espada do Ghengis Khan. Infelizmente, o filme ficou tão datado que hoje só funciona como comédia. Vários detalhes provocam riso, especialmente a forma como os "arqueólogos" tratam suas descobertas ("me dá aqui essa faca que eu vou destruir o selo histórico na porta e botar minhas mãos sem luvas em todos aqueles artefatos delicados"). Lewis Stone aparece como Nayland Smith, o tradicional inimigo do Fu Manchu, e Myrna Loy interpreta a sedutora e malévola filha do vilão, Fah lo Suee. Em The Lost Patrol (EUA, 1934), do John Ford, Karloff é o fanático religioso palerma numa patrulha inglesa perdida no deserto durante a primeira grande guerra. Isolados num oásis, os soldados vão sucumbindo um a um, vítimas dos árabes que os cercam ou cedendo à pressão psicológica da situação. A trilha sonora do Max Steiner, indicada para um Oscar, anos depois foi parcialmente reaproveitada por ele mesmo em Casablanca, sendo novamente indicada ao prêmio. #

terça-feira, 07 de dezembro de 2010

[ 10:52 ]

Assisti em dvr The Big Clock (EUA, 1948), do John Farrow. Ray Milland é o editor de uma revista sobre crimes e se vê envolvido num assassinato no qual é ao mesmo tempo suspeito e investigador. Charles Laughton é seu patrão crápula e milionário, Maureen O'Sullivan é sua esposa impaciente, e Elsa Lanchester é uma pintora maluquinha. Gostei do roteiro (baseado num livro do Kenneth Fearing) cheio de reviravoltas, mantendo o protagonista sempre a um passo de ser apanhado por um crime que não cometeu. Nos anos oitenta fizeram uma nova versão desta história com Kevin Costner, Sean Young e Gene Hackman, mas com a trama bem modificada. #

segunda-feira, 06 de dezembro de 2010

[ 15:32 ]

Hoje é o lançamento oficial do meu livro Contos Perversos. São 150 páginas com 23 contos, brochura em formato A5, à venda no site Lulu. #

[ 10:42 ]

A primeira temporada de The Walking Dead terminou ontem com um ótimo episódio. O ponto forte desta série é uma história centrada nos dramas dos sobreviventes e não em cenas fáceis de mortos-vivos nojentos e ameaçadores. A ameaça está lá, mas como MacGuffin, poderia ser uma invasão alienígena ou uma epidemia de peste negra, o que importa é como os protagonistas lidam com a nova realidade pós-apocalíptica, os planos desesperados de sobrevivência, as pressões psicológicas, as novas dinâmicas interpessoais que se formam. Bacana. #

domingo, 05 de dezembro de 2010

[ 11:26 ]

Assisti em dvr Seconds (EUA, 1966), do John Frankenheimer. A premissa é interessante (uma empresa especializada em simular a morte de seus clientes e criar uma nova identidade para eles) mas o roteiro é um bocado inverossímil (como a operação inteira é mantida em sigilo? como a empresa obtém lucro se suas atividades obviamente custam mais que o que seus clientes pagam?) e a narrativa é muito artificial (com ângulos de câmara e distorções de imagem que só servem para distrair o espectador). O Frankenheimer aparentemente andava numa fase dedicada a conspirações, e este filme se encaixa no mesmo tema paranóico de The Manchurian Candidate (1962) e Seven Days in May (1964). #

sábado, 04 de dezembro de 2010

[ 10:49 ]

Sessão dupla em dvr com gangsters famosos dos anos trinta. Em Little Caesar (EUA, 1931), do Mervyn LeRoy, Edward G. Robinson interpreta o baixinho truculento Caesar Enrico Bandello, mais conhecido como Rico, sociopata em rápida ascensão na hierarquia do crime organizado. Seu método é simples, atirar primeiro e conversar depois, e seu objetivo é controle absoluto sem qualquer oposição. Como contraponto, Douglas Fairbanks Jr. interpreta Joe Massara, bandido que tenta se regenerar e seguir carreira de dançarino. A história me pareceu sugerir que o Rico nutria uma paixão homossexual secreta pelo Joe, incluindo tratamento especial, crise de ciúme, e finalmente uma queda suicida depois de não ser capaz de punir o amigo pelo que considerava uma traição fatal. Em The Public Enemy (EUA, 1931), do William A. Wellman, James Cagney interpreta o baixinho inescrupuloso Tom Powers, que evolui de uma infância de pequenos crimes para uma vida adulta no crime organizado (e extremamente lucrativo graças à proibição de bebidas alcoólicas). O retrato do protagonista é bem construído, apresentando-o como oportunista, vingativo, e tratando mulheres como objeto (a cena em que ele atira uma toranja no rosto da namorada Mae Clarke é famosa, mas para mim é mais significativa a sua repugnância ao constatar que ele próprio foi tratado como objeto por outra mulher). #

sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

[ 11:19 ]

Quando eu tinha uns doze anos de idade, descobri o personagem Arsène Lupin. O livro era Ladrão de Casaca, do Maurice Leblanc, numa edição da Editora Nova Fronteira com capa em vermelho e ocre. Gostei e em seguida li outros volumes da coleção que foram sendo publicados, como As 8 Pancadas do Relógio e A Agulha Oca. Mas nunca tinha visto um filme com o personagem, e ontem preenchi a lacuna assistindo em dvr Arsène Lupin (EUA, 1932), do Jack Conway. John Barrymore (de Grand Hotel e The Invisible Woman) interpreta o ladrão cavalheiro do título e seu irmão mais velho Lionel Barrymore (de The Devil-Doll e Treasure Island) interpreta o detetive determinado a capturar o mal disfarçado bandido. Achei tudo muito caricatural e inverossímil e fiquei me perguntando se os livros também eram assim e eu não percebia por ainda ser criança ou se o problema é da adaptação fraca para o cinema. Uma cena que me fez rir foi o Lupin roubando a Mona Lisa e escondendo a tela enrolada em torno do seu guarda-chuvas. Aparentemente o roteirista não sabia que o famoso quadro do Leonardo da Vinci foi pintado sobre uma placa de madeira. #

quinta-feira, 02 de dezembro de 2010

[ 10:44 ]

Assisti em dvr The Messenger (EUA, 2009), do Oren Moverman. É a história de dois soldados, interpretados pelo Ben Foster e pelo Woody Harrelson, com a missão de comunicar aos familiares de soldados mortos em combate a notícia das suas mortes. O tema é pesado e o roteiro não se esquiva de cenas desconfortáveis, mas a trama centra-se mais no drama pessoal dos envolvidos que na questão da moralidade ou da legitimidade de enviar jovens para combater em guerras questionáveis. Aparecem também a magrinha Jena Malone e a gordinha Samantha Morton. #

quarta-feira, 01 de dezembro de 2010

[ 14:19 ]

Hoje recebi uma convocação oficial da Superior Court of the District of Columbia para ser membro do júri numa corte civil ou criminal em janeiro. Ao me registrar online, porém, fui dispensado por não ser cidadão dos EUA. Perdi a oportunidade de participar numa daquelas cenas de tribunal em estilo 12 Angry Men ou Runaway Jury. Ou talvez não, já que a realidade em geral é bem mais medíocre e burocrática que as histórias do cinema. #