quarta-feira, 31 de janeiro de 2001

[ 22:47 ]

O torneio Corus de xadrez, em Wijk aan Zee (Holanda), foi considerado por muitos especialistas como um dos mais difíceis da história. Terminou neste domingo, e o Garry Kasparov foi o vencedor, batendo os dois campeões mundiais oficiais, Vishy Anand (FIDE World Champion) e Vladimir Kramnik (BGN World Champion). Também no domingo, num dos intervalos do Super Bowl, ele apareceu num comercial da Pepsi. #

[ 11:50 ]

Seguindo indicação do Stimpy, assisti ontem, em vídeo, Pequenos Soldados (Small Soldiers, EUA, 1998), dirigido pelo Joe Dante. Divertido e descartável. Lembra muito o grande sucesso do mesmo diretor, Gremlins (pequena comunidade, casalzinho de pré-adolescentes, animaizinhos/bonequinhos bons contra maus, até mesmo o ator Dick Miller num papel parecido em ambos filmes). A grande sacada de Pequenos Soldados, além da animação dos bonecos, foi a escolha das vozes para eles: Tommy Lee Jones e Frank Langella para os dois líderes antagônicos, o elenco de The Dirty Dozen para os soldados, a turma do This Is Spinal Tap para os monstrinhos, e Sarah Michelle Gellar e Christina Ricci para as bonecas assassinas. Mais um motivo para evitar a versão dublada. #

[ 11:21 ]

Túnel do tempo: Vovó Erótica, com fotos e ilustrações do passado, "uma época em que não existia silicone, lipo-aspiração, operação plástica, muito menos revista Playboy". #

[ 05:49 ]

E o francês José Bové se transformou no herói do Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Será que esse pessoal não percebe que sua cruzada é obscurantista e retrógrada? Atacar um campo de testes de alimentos transgênicos equivale a dizer que a ciência não deve estudar certas áreas de conhecimento, mesmo que isto possa se traduzir futuramente em bons resultados no combate à fome. Sim, eu sei que o interesse das empresas em questão é econônomico e não humanitário. Mas não sou ingênuo o suficiente para achar que ataques ao McDonald's, outra especialidade do Bové, irão resolver qualquer coisa. Não admira que um momento "emocionante" do fórum tenha sido os milhares de fundamentalistas ali reunidos cantando o clássico cubano Guantanamera. Ninguém contou para eles que Cuba não passa de uma ditadura que não deu certo? #

terça-feira, 30 de janeiro de 2001

[ 18:51 ]

Parece que este ano a Electronic Arts quer revolucionar o mundo do entretenimento com Majestic, um jogo que desafia classificações. Ao se cadastrar, o jogador entrará numa trama de mistério e suspense full time, uma gigantesca teoria (e prática) da conspiração que o poderá envolver através do seu email, do seu fax ou até mesmo do seu telefone. Que tal receber uma chamada ameaçadora e não saber se faz parte do jogo ou da vida real? #

[ 13:49 ]

É muito aborrecido ficar ouvindo telefones celulares tocando a todo momento em todos os lugares. Principalmente aqueles que querem ser mais engraçadinhos e tocam pedaços de música. Felizmente, já existe tecnologia para manter certas áreas (restaurantes, salas de espetáculos, etc.) livres desse ruído irritante, anuncia um artigo do jornal espanhol El País: "Guerra a los maleducados. Unos sistemas de comunicación ayudan a crear zonas silenciosas. Estos equipos emisores eliminan en las salas deseadas la señal de recepción o reducen el volumen del pitido de los terminales." Quando chegará por aqui este equipamento? #

[ 08:29 ]

O Zamorim, que tem um weblog famoso e candidato a prêmio internacional, achou uma professora de português, a Lilian Garcia, que apóia meu protesto contra o uso exagerado do gerúndio: "É uma falsa maneira de se expresssar erudição e cultura, sendo que também põe a perder a objetividade: por que não dizer de uma vez 'farei'? Quem vai fazer algo, que o faça logo. Não é preciso ameaçar com um 'estaremos fazendo'." #

segunda-feira, 29 de janeiro de 2001

[ 13:50 ]

Se misturássemos a distopia 1984 (de George Orwell) com o dia eternamente repetido de O Feitiço do Tempo (Groundhog Day, de Harold Ramis) poderíamos chegar a um resultado não muito diferente da história de Bad Boy, quadrinhos com roteiro de Frank Miller (de Batman: O Cavaleiro das Trevas, Sin City, e tantos outros sucessos) e arte de Simon Bisley (de Slaine e Lobo), lançados no Brasil pela Pandora Books. Interessante e divertido. Frase lapidar: "É estranho como 'livre' sempre quer dizer que não podemos fazer algo." #

[ 09:48 ]

Muita gente achava que o Super Bowl deste ano, com duas equipes especializadas em defesa e sem quarterbacks carismáticos, seria um espetáculo pobre. Grande engano. Os Baltimore Ravens e os New York Giants fizeram ontem uma bela partida. Claro que o ponto forte foi a defesa, de ambos lados, mas algumas surpresas esquentaram o jogo. No segundo tempo, por exemplo, foram marcados três touchdows em apenas 36 segundos! Dois deles foram em kick returns, com disparadas de 97 e 84 jardas. O placar final de 34 a 7 mostrou bem a superioridade dos Ravens, os novos campeões. E o ponto alto da transmissão foi o EyeVision, sistema computadorizado que permite girar a câmara (na verdade, várias câmaras interligadas) durante um replay e rever as jogadas de qualquer ângulo. #

[ 06:56 ]

A Folha de S. Paulo de hoje, no caderno FolhaTeen, volta a falar de weblogs. A matéria é assinada pelo mesmo Alexandre Versignassi, que já havia tocado no assunto na semana passada. Novamente ele cita a Lia Caldas, e desta vez acrescenta os endereços da Fernanda Guimarães e do Jean Boechat. #

domingo, 28 de janeiro de 2001

[ 14:32 ]

A língua portuguesa está sob constante ataque. Há quem a maltrate com simplificações, eliminando conjugações ("tu vai"), plurais ("dois pastel") ou concordâncias ("meu óculos"). Talvez com o tempo estes erros se transformem em norma, porque a evolução natural dos idiomas quase sempre vai adotando a simplificação. Mas tem gente que insiste em complicar a língua com floreios desnecessários e inúteis. A nova e irritante moda entre secretárias e recepcionistas de São Paulo é o gerúndio. Coisas como "peço a gentileza de estar me fornecendo" ou "vou estar comunicando" me deixam de cabelos em pé! De onde saíram essas excrescências verbais? #

[ 11:44 ]

Quadrinhos novos nas bancas: a Abril lançou Batman, Coringa & o Máskara (Joker/Mask nos EUA, onde foi publicado em quatro episódios), crossover com personagens da Dark Horse e da DC. A história (roteiro de Henry Gilroy) foge um pouco do clima dark das aventuras do homem-morcego e explora mais o humor do maskarado verde. Mas o que vale mesmo na revista são os desenhos espetaculares do espanhol Ramon F. Bachs. Um traço bonito, bem definido, com enquadramentos criativos, na medida certa para este tipo de história. #

sábado, 27 de janeiro de 2001

[ 16:48 ]

Hoje fui, com a minha mãe, à Pinacoteca do Estado de São Paulo ver a exposição do Rubem Valentim. Eu já conhecia algumas esculturas dele, uns totens de simetrias abstratas, mas a obra gráfica é ainda mais bacana. Basicamente, ele montou uma coleção de ícones que podem ser recombinados de múltiplas maneiras e em diversas cores, formando emblemas, mandalas, totens, um paraíso de opções para qualquer designer. É uma pena que o site da Pinacoteca ainda não tenha incluído esta exposição. No site da XXIII Bienal de São Paulo tem algumas obras dele, mas somente da fase branca, que apesar de muito boa não empolga tanto. #

[ 09:18 ]

Ontem fui assistir Corpo Fechado (Unbreakable, EUA, 2000), do Manoj Nelliyattu Shyamalan. Que coisa ruim! Eu já tinha antipatizado profundamente com o filme anterior dele, The Sixth Sense, onde quase nada acontece e a história toda só serve de preparação para uma pretensa surpresa final, mas resolvi dar uma nova oportunidade ao diretor. Infelizmente, este Unbreakable é bem pior. Menos ainda acontece aqui, a narrativa é arrastada e sem ritmo, e o final que deveria ser uma surpresa é óbvio e sem graça. Além disto, fica claro que o Shyamalan não deve saber coisa alguma sobre histórias em quadrinhos, o tema central do filme. O resultado é desastroso. #

[ 08:22 ]

Som do dia: Should I Stay Or Should I Go, do Clash. Já andava atrás desta música há bastante tempo, e ontem finalmente achei o cd. "Darling you gotta let me know / Should I stay or should I go? / If you say that you are mine / I'll be here 'til the end of time / So you got to let know / Should I stay or should I go?" #

sexta-feira, 26 de janeiro de 2001

[ 15:46 ]

Num passeio pela avenida Paulista, eu e a minha mãe visitamos quatro exposições. Começamos na Galeria SESC Paulista, onde a baiana (radicada na Alemanha) Isabelle Borges mostra uma pequena série em óleo sobre tela, uns belos panejamentos tom sobre tom. Foi só o aperitivo para as 715 gravuras que vimos do outro lado da rua, no Itaú Cultural, na mostra Investigações: A Gravura Brasileira. Muito abrangente, com artistas de várias épocas e várias técnicas. Destaque para as aves de Nori Figueiredo, os peixes de Sérgio de Moraes (algumas politipias com 17 impressões!), o surrealismo de Octávio Araújo, a op art de Arthur Luiz Piza, e, é claro, o grande mestre da gravura brasileira Rubem Grilo. Como complemento, fomos ao Centro Cultural FIESP visitar a exposição O Papel da Arte, do Museu de Arte Contemporânea da USP. Mais gravuras, desenhos, guaches e outras técnicas sobre papel. Menos obras que no Itaú, mas com nomes de peso como Miró, Arp, Picasso, e outros. Gostei de ver os trabalhos do Cláudio Tozzi (a la Lichtenstein) e do Léon Ferrari (com fino humor). E me surpreendi com o Robert Rauschenberg, porque nunca gostei das pinturas dele e agora achei bem interessantes as suas imagens sobre papel. Ainda na FIESP, também fomos ver as fotos premiadas pela World Press Photo. Tem material muito bom por lá. E assim terminou uma tarde artística, divertida e cansativa. #

[ 14:34 ]

Frase do dia: "A gente deve atravessar a vida como quem está gazeando a aula, e não como quem vai para a escola." (Mário Quintana) #

[ 08:44 ]

Minha mãe veio passar uns dias aqui em São Paulo, e ontem fomos assistir Náufrago (Cast Away, EUA, 2000), do Robert Zemeckis, mais uma indicação certa para Oscar de melhor ator para o Tom Hanks. O filme acaba por seduzir mais pela própria situação do protagonista que por seus méritos cinematográficos (ainda que tenha algumas soluções inteligentes de roteiro, como por exemplo o "personagem" Wilson). O Zemeckis já tinha falado em caixas no Forrest Gump ("Mama always said life was like a box of chocolates, never know what you're gonna get."), e aqui também as caixas têm um papel importante. Duas delas, porém, nunca são abertas. O conteúdo da primeira, pequena, é óbvio. A segunda, que tem um papel importante na trama, ficamos sem saber o que continha. O palpite da minha mãe: um canivete, um isqueiro, uma lanterna e pilhas. #

quinta-feira, 25 de janeiro de 2001

[ 13:19 ]

Som do dia: Belle & Sebastian. Baladinhas retrô para uma tarde cinzenta. "I don't care whether you hear this / I don't care if I'm alone here singing songs to myself" (de Women's Realm). #

[ 07:44 ]

São Paulo comemora 447 anos de existência, e é feriado na cidade. Mas aqui no BOL o pessoal trabalha hoje para poder folgar amanhã. Longe vão os tempos em que as empresas davam o feriado de quinta-feira normalmente e depois permitiam que os funcionários folgassem também na sexta. Eu continuo achando muito estranho trocar os feriados de dia por ser mais conveniente. Por que então não juntar todos os feriados do ano em uma ou duas semanas de férias? #

quarta-feira, 24 de janeiro de 2001

[ 20:02 ]

Há cerca trinta anos, durante a nossa ditadura militar, cartunista que aporrinhasse algum político de peso corria o risco de ir para a cadeia. No Panamá, parece que as coisas ainda são assim. O desenhista Julio Briceño fez uma caricatura do ex-vice-presidente Arias Calderón de mãos dadas com o general golpista Manuel Antonio Noriega, e tomou uma multinha simbólica de um milhão de dólares. Corre o risco de passar dois anos em cana. A notícia completa está no Diário de Pernambuco. #

[ 16:03 ]

Comprei o cd novo do Karnak, Estamos Adorando Tokio, vendido em bancas de jornal. Gostei, quase tão bom como o primeiro. Achei particularmente divertida a décima-quinta música, Maria Inês, uma historinha de cordel cantada em estilo de embolada."...quando o Tonhão passou ela pulô no seu pescoço tirô a faca da cintura e furô aquele moço que era irmão do seu marido que acabara de matar..." E por aí vai, com mais sangue que filme do Tarantino. #

[ 10:02 ]

Flash ou GIF? Esta é um dúvida comum na hora de fazer uma animação para a web. A XPLANE fez um infográfico bonitinho mostrando as diferenças básicas entre os formatos e quando um é mais adequado que o outro. Um alerta importante e que muita gente não leva em consideração: "Flash allows one to do all kinds of dazzling things - but it can also allow one to create an eye-candy monstrosity with little substance or functionality. Beware of overloading your user." #

[ 05:58 ]

A Folha de S. Paulo de hoje, no caderno de informática, traz uma pequena matéria sobre weblogs. Fala do Blogger e do Manila, mas cita somente dois weblogs, o da Lia Caldas e o da Flávia Durante. Faltou uma listinha mais abrangente, como o controle remoto do Concatenum. É curioso (e agradável) ver como em todos estes sites aparece um link para o meu modesto weblog, mesmo sem eu ter feito uma grande divulgação. Acho que a Lia tem razão ao dizer que "quem faz um weblog, gosta de ler weblogs", e aos poucos vai se formando uma simpática coletividade. Algo bem mais natural e interessante do que muitos grandes portais nos tentam impingir como modelo de comunidade virtual. #

terça-feira, 23 de janeiro de 2001

[ 18:44 ]

Parece que o grande assunto do momento na web é o Ginger, também conhecido como IT. Quase ninguém sabe do que se trata, mas deve ser o próprio mistério que transforma a invenção secreta do dr. Dean Kamen numa sensação. As palavras "Kamen" e "Ginger" estiveram entre as dez mais procuradas da semana em mecanismos de busca, graças a figurões como Steve Jobs (da Apple) e Jeff Bezos (da Amazon) terem dito maravilhas sobre o Ginger, anunciado como algo que "vai varrer o mundo e mudar vidas, cidades e formas de pensamento" (nas palavras do jornalista Steve Kemper, que está escrevendo um livro sobre o assunto e já embolsou US$250.000 no contrato com a Harvard Business School Press). Mas afinal, o que pode ser essa engenhoca? A maior parte dos palpites aponta para um novo meio de transporte, barato e não poluidor. Independentemente do que possa ser, esse Ginger já mostrou como é fácil transformar algo em notícia nestes nossos tempos de fome absoluta de manchetes. #

[ 12:31 ]

Hoje o BOL passou a ser provedor de acesso à internet, além de continuar com os serviços gratuitos que já oferecia. Como ninguém mais acredita que um grande site possa viver somente da venda de banners, esta nova abertura parece natural. Obviamente, tudo isso gerou um bocado de trabalho extra por aqui. Eu quase não fui afetado, só tive que chegar um pouco mais cedo, mas teve gente que passou a madrugada trabalhando. Agora temos várias olheiras circulando pelos corredores. #

[ 09:18 ]

Ontem resolvi assistir novamente, em vídeo, A Casa dos Espíritos (The House of the Spirits, 1993), dirigido pelo Bille August e baseado no livro da Isabel Allende. Eu estava em Portugal quando foi filmado por lá, e é fácil reconhecer as ruas de Lisboa que foram usadas para simular as de Santiago do Chile. Para quem não conhece o lugar, até que a ilusão poderia ser eficiente, não fossem as roupas de inverno que o pessoal usa na época do natal. Frio em dezembro no hemisfério sul? Independentemente desses deslizes de produção, é um bom filme, com elenco sólido (Jeremy Irons, Glenn Close, Meryl Streep), mas que não precisava daquelas bobagens de espíritos e premonições. A história da família Trueba, com suas tramas de amor e política, é interessante o suficiente para se manter sozinha, e as fantasmadas só atrapalham. #

[ 07:10 ]

Antes do início desta temporada na NBA, o Portland Trail Blazers era considerado como um dos mais fortes candidatos ao título. O Cleveland Cavaliers, por outro lado, não tinha muito a oferecer. Ontem, porém, as duas equipes se enfrentaram e o resultado foi surpreendente. Os Cavs humilharam os Blazers com um placar de 84 a 58, o pior na história do time de Portland. Um ataque desastrado contra uma defesa forte segurou a pontuação de tal forma que nos doze minutos do segundo quarto os Blazers só fizeram 9 pontos, contra 22 dos Cavs. A posição dos times na tabela continua na mesma (Blazers em segundo lugar na conferência do Pacífico, Cavs em quinto na conferência central), mas esta partida vai ficar na história. #

segunda-feira, 22 de janeiro de 2001

[ 20:23 ]

Hoje, em vez de mergulhar na grande pilha de emails que tenho aqui para responder, resolvi relaxar e reinstalei o jogo-brinquedo-simulador The Sims, juntamente com o pacote de expansão Livin' Large. Continuo achando interessantíssimo e divertidíssimo, e não me canso de ver aquelas pessoinhas andando de um lado para o outro, faltando ao trabalho ou correndo para o banheiro. Já experimentei centenas (milhares?) de jogos, e este continua a ser um dos meus preferidos. #

domingo, 21 de janeiro de 2001

[ 20:31 ]

Como na casa dos meus pais também tem uma anteninha da DirecTV, pude assistir mais alguns shows do Rock in Rio. O Kid Abelha fez uma apresentação soft, como de costume, mas agradou o público. Destaque para o shortinho dourado da Paula Toller. Depois veio a Dave Matthews Band, com um som muito rico e bem trabalhado. Uma bela mistura de pop, rock, folk e até jazz, com percussão de primeira e um negão (Boyd Tinsley) arrasando no violino elétrico. Já a Sheryl Crow não me entusiasmou. Aquelas canções me pareceram um bocado anacrônicas, tipo "liberdade é uma calça velha azul e desbotada", sem qualquer esforço para se encaixar nos tempos de hoje. Para conseguir alguma resposta do público, a moça precisou cantar uma música do Guns'n'Roses. Já o vovô Neil Young encerrou a noite com um grande show, sem frescuras, sem pirotecnias, só com um rock'n'roll cru, sincero, honesto e sem rodeios. Ele e os outros velhotes da banda Crazy Horse tocaram para mais de duzentas mil pessoas como se estivessem tocando sozinhos no quintal da casa deles, se divertindo e fazendo um dos melhores espetáculos deste Rock in Rio. #

[ 19:43 ]

Meu pai completou hoje setenta anos de idade, e fui até Águas de Lindóia comemorar com ele. É uma alegria ver que ele está cheio de saúde e disposição, com cara de quem vai agüentar mais uns setenta anos por aí. Viajei para lá ontem, com a Rosinha Monkees e o Flávio P.C. dos Santos. Comemos muito (minha mãe cozinha muito bem), conversamos muito, e agora já estou de volta para amanhã enfrentar mais um dia de trabalho. #

sábado, 20 de janeiro de 2001

[ 07:17 ]

Primeiro a Cássia Eller mostrou os seios. Depois o Ultraje a Rigor mostrou a bunda. O baixista Nick Oliveri, do Queens of the Stone Age, radicalizou e entrou peladão no palco do Rock in Rio. Tentaram prender o rapaz em flagrante, por "ato obsceno", mas o episódio terminou só com uma repreensão. O melhor foi a frase do Oliveri: "Todo mundo aparece nu na tv aqui no carnaval." Eu fiquei sabendo de tudo isso depois, porque cheguei tarde em casa e não consegui assistir o QOTSA nem o Sepultura. Vi o carecão Rob Halford, que já foi do Judas Priest e continua no mesmo estilo couro e tachinhas. O seu som também continua o mesmo, e só não empolgou mais porque o povão ainda não conhecia bem as músicas novas. Terminou com Breaking the Law, sucesso do Judas Priest, e aí sim a galera vibrou e cantou junto. E o Iron Maiden fez o show que todos queriam ver. Eu não me entusiasmo muito com o gênero, mas reconheço que eles são uma grande banda. #

sexta-feira, 19 de janeiro de 2001

[ 05:28 ]

Enquanto isso, a filha da cineasta Tizuka Yamazaki conseguiu repetir a façanha da semana passada e se perdeu de novo no Rock in Rio, provando que a mãe estava errada ao acusar a organização do festival. Dá uma bússola pra essa criança, Tizuka! #

[ 05:22 ]

Movido por uma mórbida curiosidade, acabei assistindo ontem o show da Britney Spears no Rock in Rio. Que coisa ruim! As bailarinas de apoio dançam melhor que ela. As gordas do back vocal cantam melhor que ela. A voz da moça é quase inexistente, e nem o playback descarado a salvou. As músicas são de uma pobreza assustadora. Como uma menina assim pode se transformar em fenômeno de vendas? #

quinta-feira, 18 de janeiro de 2001

[ 11:42 ]

O Aleksandar Mandic, em sua coluna no iG, resolveu fazer uma espécie de defesa do spam. Claro que não convence. Seu argumento principal é que o spam já não incomoda tanto porque agora temos conexões mais rápidas. Lixo sempre vai incomodar, independentemente da velocidade com que o recebemos. E ele faz uma comparação automobilística, tentando mostrar que o iG não deveria ser punido pelo que fazem seus usuários: "Penalizar um provedor grande por causa de um único usuário é como fechar a avenida Paulista porque alguém decidiu cruzá-la a 150 Km/h à noite." Acontece que o iG está sendo penalizado (incluído na na lista negra mundial do spam) porque não oferece qualquer forma de controle para os abusos. A avenida Paulista é policiada e andar por lá em alta velocidade pode causar multas e cassação da carteira de motorista. Quem manda spam pelo iG não corre qualquer risco parecido. #

[ 06:47 ]

Bonitinho o site Auto Show 2001, da Volkswagen, todo em Flash e pixelart. #

quarta-feira, 17 de janeiro de 2001

[ 13:25 ]

Na Folha de S. Paulo de hoje, o Sérgio Dávila, que escreve de New York para a coluna Net Cetera (aliás, por que precisa morar nos EUA para escrever sobre internet? e por que a Folha tem tantos colunistas morando no exterior?) fala sobre Tolkien e O Senhor dos Anéis. Ele se centra mais no culto à obra que na própria trilogia, e termina com uma frase muito estranha: "Quando você lê um de seus livros, depurado todo o fantástico, resta a obra de um linguista religioso de enorme imaginação." Depurar? Como assim? Se você lê Dostoevsky depurado de todas as reflexões morais ele é só um escritor de histórias policiais? Se você lê Joyce depurado de todas as experiências de narração ele é só um escritor de folhetins? De onde saiu essa idéia de tirar o traço principal de uma obra para diminuir o valor do autor? #

[ 12:00 ]

Na saída do cinema, uma cena inusitada. Um daqueles rapazinhos que fica nos semáforos com um paninho imundo e uma garrafinha d'água resolveu atacar o nosso carro não só para limpar o pára-brisa em troca de uma moedinha mas também para passar uma cantada no Adriano. São Paulo é sempre surpreendente. #

[ 11:55 ]

O 6º Dia (The 6th Day, EUA, 2000), que fomos assistir depois, é um filme que tenta ser o que não é. Tem as inescapáveis seqüências de tiros, explosões e perseguições de carros, mas procura escapar do rótulo de "filme de ação" (apesar de protagonizado pelo Arnold Schwarzenegger e dirigido pelo Roger Spottiswoode, o mesmo de Tomorrow Never Dies), introduzindo uma reflexão ou denúncia sobre os perigos da clonagem humana. E falha completamente, porque a clonagem apresentada na história não só é terrivelmente exagerada (como seria de esperar) mas depende também de uma tecnologia da qual não estamos nem perto: gravação e transmissão de memória, personalidade, sentimentos, enfim, o que nos faz quem somos além dos nossos corpos. Decepcionante. #

[ 11:50 ]

Depois de muito tempo longe das mesas verdes, ontem fui jogar snooker no Shala com o Adriano e a Tatiana. Triste ver que a falta de prática me fez regredir quase à condição de principiante. Preciso treinar muito se quiser voltar a fazer as jogadas de cinco anos atrás. #

terça-feira, 16 de janeiro de 2001

[ 13:40 ]

O que acontece se juntarmos vários editores para selecionar conteúdo sugerido pelos leitores e abrirmos os resultados para discussão, num loop permanente entre quem lê e quem escreve? É o que o pessoal do site Plastic está tentando descobrir. Os assuntos listados vão de cinema e música a sexo e política, e envolvidos na brincadeira estão os sites Spin, Movieline.com, The New Republic, Wired News, TeeVee, Nerve, NetSlaves, Modern Humorist, Gamers.com e Inside. Difícil prever o futuro do projeto, mas a idéia é muito estimulante. #

[ 08:25 ]

Som do dia: Musashi, do Delfeayo Marsalis, irmão mais novo e menos conhecido do Wynton e do Branford Marsalis. Um álbum muito interessante, tanto nas reinterpretações de clássicos como Summertime quanto nos temas originais inspirados no espadachim japonês Miyamoto Musashi. #

segunda-feira, 15 de janeiro de 2001

[ 20:18 ]

Para quem gosta de fotojornalismo: Capture the Moment, todas as fotos que receberam o Pulitzer Prize, de 1945 a 1999. #

[ 11:56 ]

Ah, teve também o show do Papa Roach, depois do Ultraje a Rigor e antes do Oasis. Foi tão inexpressivo que acabei esquecendo. O Coby Dick, que parece um dos irmãos Baldwin, até que se esforçou para agradar. Mas a mistura de heavy metal com hip hop não funcionou aqui, muita distorção pro meu gosto. E aquelas letras de autocomiseração são uma pobreza. #

[ 10:08 ]

Depois veio o Oasis, com um som muito bem trabalhado (ainda que repetitivo) e uma postura de semi-deuses. Eu nunca tinha visto uma banda tão propositalmente distante do público, como se estivessem fazendo um favor em deixar que ouvissem as suas músicas. O resultado, obviamente, foi um show frio, apesar da inegável qualidade do trabalho do Oasis. Difícil aturar o ar entediado dos irmãozinhos Gallagher. Ô, duplinha enjoada. Ainda teve a nova versão do Guns N' Roses, mas eu não vi o show inteiro porque tinha que acordar cedo para trabalhar hoje. Lá pelas duas e meia da manhã, enquanto o Axl Rose falava mal de seus ex-colegas de banda, me decidi pelo toque de recolher. #

[ 08:28 ]

Mais Rock in Rio. O primeiro show que assisti ontem foi o do Ira!, onde quem brilhou foi o guitarrista Edgard Scandurra (que já tinha acompanhado o Arnaldo Antunes em sua apresentação de sexta-feira). Depois veio o Ultraje a Rigor, agitados e bem-humorados como de costume. O povão que estava ali principalmente para ver o Oasis e o novo Guns N' Roses (e que já tinha vaiado e atirado coisas no Carlinhos Brown) pareceu se divertir pela primeira vez naquele dia, dançando e cantando junto com o Ultraje, que encerrou o seu show mostrando aquelas quatro bundas brancas para a platéia. "Eu quero me esbaldar, quero lavar a alma / Quem sabe, sabe e quem não sabe bate palma / E pra celebrar a nossa falta de assunto / Vamos todo mundo cantar junto" (de Nada a Declarar). #

domingo, 14 de janeiro de 2001

[ 20:07 ]

Ontem assisti, ainda em Santos, Entrando Numa Fria (Meet the Parents, EUA, 2000), dirigido pelo Jay Roach, com o Robert De Niro e o Ben Stiller. Divertido, apesar do previsível final feliz. Algumas cenas são hilariantes, principalmente as que envolvem um certo vaso. Quem não passou por aquele momento em que quer agradar algém que acabou de conhecer (principalmente quando são os pais da namorada) e tudo parece dar errado? O toque surreal da noite esteve por conta da publicidade ao vivo que antecedeu o filme. Um teatrinho de três atores tomou conta do palco do cinema para anunciar o serviço de entregas a domicílio da Drogaria Iporanga. Tão kitsch quanto inesperado. #

[ 19:04 ]

De volta a São Paulo, depois de passar por aquele fenômeno tipicamente brasileiro que é a buzinação nos túneis da estrada entre Santos e São Paulo. E por que todo mundo buzina? Simplesmente porque é proibido buzinar, claro. #

sábado, 13 de janeiro de 2001

[ 17:53 ]

Muito calor em Santos. E aqui estou eu, na casa do meu primo Flávio P.C. dos Santos, postando neste weblog pela primeira vez fora de São Paulo. Vim com a minha amiga Rosinha Monkees, para visitar minha avó e passar o weekend no litoral. Ontem ainda assisti na DirecTV o show do Arnaldo Antunes, a única coisa boa no Rock in Rio até agora, e hoje acordei perto do meio-dia. É bom relaxar de vez em quando. #

sexta-feira, 12 de janeiro de 2001

[ 19:50 ]

A DirecTV está transmitindo o Rock in Rio ao vivo. Até agora já vi uns trechos dos shows do Gilberto Gil, do Luiz Melodia e do James Taylor. Sinto-me obrigado a citar os Raimundos, em seu primeiro disco: "Ô, mininu, quiéisso, vocês beberam, foi? O que foi que aconteceu? Eu quero é rock, isso não é rock, não!" #

[ 06:47 ]

O Rock in Rio começa hoje. Mas peraí, não era pra ser um festival de rock? Então o que está fazendo lá, por exemplo, o Gilberto Gil? E a Daniela Mercury? E o Milton Nascimento? Este último saiu-se com uma péróla: "Eu acho horrível participar de festivais, mas o Roberto Medina me convenceu com sua proposta de fazer três minutos pela paz no mundo." E três minutinhos de silêncio vão resolver alguma coisa? Ainda se o Milton ficasse em silêncio na hora do seu show... #

[ 06:12 ]

Ontem fui com uns amigos ao Lone Star, para saciar meu apetite por comida mexicana. Comi duas deliciosas chimichangas, que são tortilhas de farinha recheadas com feijão, carne e queijo. Acompanhado por aquela cerveja mexicana Sol, para a qual os experts franzem o nariz. Mas eu gosto, levezinha, com um gominho de limão encaixado no gargalo. Delícia. #

quinta-feira, 11 de janeiro de 2001

[ 15:34 ]

Terminei de Ler Pure Drivel, do Steve Martin. Tem sacadas ótimas, mas muitas vezes peca por não saber a hora de terminar a piada (problema comum, aliás, em comédias norte-americanas). Em Bad Dog, por exemplo, temos o ponto de vista de um cãozinho que não entende por que não pode latir para o carteiro. Tem graça na primeira página, até mesmo na segunda, mas o texto tem quatro páginas e meia. Mesmo assim, algumas histórias são muito boas, como o diálogo dos personagens da sitcom I Love Lucy sobre se sexo oral é mesmo sexo ou não (alusão óbia ao caso Clinton-Lewinsky), ou o discurso de uma palavra ("First, let me say how much I enjoy being one of the words in this book and how grateful I am for this opportunity to speak for the whole group."). Não é um grande livro, mas é divertido. #

quarta-feira, 10 de janeiro de 2001

[ 13:20 ]

Publicada mais uma edição da Esfera. Tem vezes que fica difícil encontrar tempo para escrever e editar as matérias, mas mesmo assim continuamos rumo ao terceiro aniversário, com uma coleção de quase quinhentos textos sobre cultura. #

terça-feira, 09 de janeiro de 2001

[ 16:29 ]

Eu ia falar mal da prefeitura de São Paulo, onde o secretário da Assistência Social, Evilásio Farias, em vez de trabalhar para resolver o problema dos sem-teto, optou por um paliativo ridículo: vai mandar instalar banheiros para os moradores dos vãos dos viadutos da cidade (notícia da Folha de S. Paulo). Mas os políticos cariocas mais uma vez saem ganhando neste eterno febeapá. A secretária extraordinária da Defesa dos Animais do Rio de Janeiro, Maria Lúcia Frota, nomeou um cachorro pastor alemão como oficial de gabinete! O au-au vai "trabalhar" seis horas por dia e vai ter um coleguinha canino para o caso de ser necessária uma horinha extra. Essa brincadeira bem ao gosto de Calígula vai custar em torno de mil e quinhentos reais por mês (notícia do Globo, passada pra mim pelo Rafael Spoladore). #

segunda-feira, 08 de janeiro de 2001

[ 05:47 ]

É comum ler bobagens na coluna sobre música Escuta Aqui, assinada por Álvaro Pereira Júnior na Folha de S. Paulo. Mas hoje ele se superou, fazendo um texto sobre os emails que recebe. "Leio umas três, quatro linhas (o suficiente para saber qual tipo de mensagem será) e apago o e-mail." Então para que publicar o endereço do infeliz no final da coluna (ao lado de suas impressionantes credenciais: "é jornalista e mora em San Francisco")? Entende-se que ele não tenha tempo de responder a todas as mensagens, mas ignorá-las dessa forma mostra bem a preocupação do colunista com seu público. "Falando em ódio, é impressionante como a relação com os leitores mudou desde que meu e-mail começou a ser publicado." Não foi a relação que mudou, mr. Álvaro, foi você que começou a ser informado do que os leitores pensam sobre a sua coluna. #

domingo, 07 de janeiro de 2001

[ 19:28 ]

Todos os dias pedalo dez quilômetros na minha fiel bicicleta ergométrica. São trezentos quilômetros por mês, sem sair do lugar. Para evitar o tédio durante as sessões de exercícios, tenho um televisor de 29 polegadas, tela plana, estereofônico, ligado a um videocassete multi-sistema e a uma antena da DirecTV. Assim posso ir vendo alguns filminhos ou acompanhar o campeonato da NBA. E hoje temos uma partida interessante, entre os atuais campeões Los Angeles Lakers (com os feras Shaquille O'Neal e Kobe Bryant) e os promissores Los Angeles Clippers (com novatos de talento como Lamar Odom e Michael Olowokandi). E eu pedalando. #

sábado, 06 de janeiro de 2001

[ 18:19 ]

Estava eu aqui folheando uma revista Wizard antiga, e encontrei um texto sobre o Alan Moore e o seu League of Extraordinary Gentlemen. Resolvi dar uma nova olhada (nunca é demais) na obra máxima desse mestre dos quadrinhos, Watchmen. E lá, vendo o super-herói Ozymandias, me lembrei do poema do Shelley onde ele se inspirou. Uma corridinha à estante e já estava lendo o original. E ainda há quem pense que os links são uma coisa exclusiva da web. Ozymandias (Percy Bysshe Shelley) I met a traveller from an antique land Who said: Two vast and trunkless legs of stone Stand in the desert. Near them, on the sand, Half sunk, a shattered visage lies, whose frown, And wrinkled lip, and sneer of cold command, Tell that its sculptor well those passions read Which yet survive, stamped on these lifeless things, The hand that mocked them and the heart that fed. And on the pedestal these words appear: "My name is Ozymandias, king of kings: Look on my works, ye Mighty, and despair!" Nothing beside remains. Round the decay Of that colossal wreck, boundless and bare The lone and level sands stretch far away. #

[ 09:20 ]

Engraçadinho o site Fowlerism, do Pete Fowler, o sujeito que criou os monstrinhos para a banda Super Furry Animals. Várias criaturas perambulando pela tela, e ainda a possibilidade de criar o seu próprio monstro pré-fabricado. #

sexta-feira, 05 de janeiro de 2001

[ 19:12 ]

E eis que chega ao fim a primeira semana de trabalho do ano. Começou de mansinho, mas acabou repleta de tarefinhas. Vida de webmaster é um pouco como a de dona-de-casa: o serviço nunca termina. #

[ 11:41 ]

Ontem fui assistir Contos Proibidos do Marquês de Sade (título brasileiro sensacionalista para Quills, USA, 2000), o mais recente filme do Philip Kaufman (aquele do Henry & June). Sem grandes preocupações com fidelidade histórica (Sade era muito mais velho e muito mais gordo naquela época, o abade Coulmier era um anão, e a camareira Madeleine nada tinha de virginal, só para ficar nos três personagens principais), Quills é quase uma fábula sobre a censura e as formas encontradas pelo artista para continuar se expressando. Tiram-lhe a tinta e ele escreve com vinho, tiram-lhe o vinho e ele escreve com sangue, tiram-lhe tudo e ele passa a ditar as histórias, tiram-lhe a língua e nem assim calam o autor de A Filosofia da Alcova. Geoffrey Rush interpreta Sade de forma marcante, com memoráveis alfinetadas na moral e na religião, e deve ser indicado novamente ao Oscar (ele já recebeu um por Shine). Quem achar, porém, que vai ver grandes orgias na tela terá que se contentar com os seios da Kate Winslet (já vistos em Titanic) e a bundinha murcha do marquês. #

quinta-feira, 04 de janeiro de 2001

[ 13:19 ]

Comecei a ler Pure Drivel (Hyperion Press, 1998), livro de crônicas do ator Steve Martin (que este ano vai ser o apresentador da cerimônia de entrega dos Oscars). São textos curtos, quase todos publicados originalmente na revista The New Yorker. Ele já esteve em filmes divertidos (Roxanne, Dirty Rotten Scoundrels) e em filmes sérios (Grand Canyon, The Spanish Prisoner), mas agora anda se concentrando na carreira literária e lançou a novela Shopgirl. Este Pure Drivel começa bem, com textos cheios de erudição e nonsense, como as paródias ao paradoxo do gato de Schrödinger ou o diálogo entre Sócrates e o paparazzo Tabloidus. #

quarta-feira, 03 de janeiro de 2001

[ 19:13 ]

Assisti, em vídeo, Seis Graus de Separação (Six Degrees of Separation, USA, 1993), dirigido pelo Fred Schepisi. O filme é baseado numa peça teatral de sucesso, o roteirista é o mesmo (John Guare), e nem dá para esconder que aquilo é coisa de palco, porque o forte são os diálogos e a ação é quase inexistente. O diretor ainda tentou amenizar isso fazendo com que uma mesma conversa continuasse por cenários diferentes, para dar alguma idéia de movimento, mas não mudou muito. Felizmente, os diálogos são muito bons, e a primeira parte do filme é extremamente interessante (principalmente a tese sobre The Catcher in the Rye). Stockard Channing, Will Smith e Donald Sutherland estão bem nos papéis principais, e também aparece como coadjuvante a encantadora Heather Graham. #

[ 11:47 ]

Interesante o joguinho da Folha de S.Paulo, Folhainvest em Ação. É um simulador de mercado de ações, onde o jogador pode comprar e vender ações virtuais cujo valor oscila conforme a bolsa de valores real. Eu tenho conseguido nem ganhar muito nem perder muito nos meus investimentos, mas já percebi que o único que realmente se dá bem nessa história é o corretor, que cobra o dinheirinho dele em cada operação efetuada, independente de seu cliente estar ficando milionário ou indo à falência. #

terça-feira, 02 de janeiro de 2001

[ 15:55 ]

Som do dia: Offspring. Numa época em que é moda uma banda fazer músicas de melancolia e lamentação, quando não de tédio, o vigor e o humor do Offspring são refrescantes. "Our subject isn't cool / But he fakes it anyway / He may not have a clue / And he may not have style / But everything he lacks / Well he makes up in denial" (de Pretty Fly For A White Guy). #

[ 07:29 ]

Depois de alguns dias de descanso, volto ao trabalho no BOL, onde sou webmaster. Por enquanto, parece tudo tranqüilo e um pouco deserto, já que muita gente está em férias. #

segunda-feira, 01 de janeiro de 2001

[ 21:09 ]

Fui assistir O Implacável (Get Carter, USA, 2000), com o Sylvester Stallone, dirigido por Stephen Kay. Não chega nem perto do filme original, Carter, o Vingador (Get Carter, UK, 1971), dirigido pelo Mike Hodges. Tentaram fazer um Carter menos canalha, com sentimentos além da sede de vingança, mas é só mais um filme com alguns socos, alguns tiros, algumas perseguições de automóvel, e muitos efeitinhos de edição. Os papéis secundários trazem algumas curiosidades, como Michael Caine (o Carter do filme original), Mickey Rourke (que depois da operação plástica parece uma estátua meio derretida de museu de cera) e Rhona Mitra (a modelo que se fazia de Lara Croft para promover o jogo Tomb Raider). Fraquinho, bem fraquinho. #

[ 13:19 ]

Som do dia: Penguin Café Orchestra, criação do genial Simon Jeffes. Ele morreu em 1997 vítima de um tumor no cérebro. Seria a sua genialidade causa ou conseqüência do tumor? Ou foi só uma infeliz coincidência? Eu descobri o cd Still Life at the Penguin Café em Lisboa há uns dez anos, e desde então nunca me canso de ouvir a música do Simon Jeffes. #

[ 07:24 ]

Bela data para começar qualquer coisa: 01/01/2001. E eu aproveito para dar início a este meu modesto weblog. Mas a verdade é que se trata de apenas mais uma segunda-feira nublada, que só se escapa da segundafeirice por ser feriado. Início de semana, de mês, de ano, de década, de século e de milênio. Dá um prazerzinho perverso deixar passar este dia sem fazer qualquer coisa importante. #