quarta-feira, 28 de fevereiro de 2001

[ 19:16 ]

Minha mãe veio passar uns dias aqui em Sampa e hoje fomos jantar no Almanara do Shopping Paulista, porque eu estava com saudade daquele quibe cru com tabule. Delícia! Aproveitei a visita ao shopping center e comprei um cd do Dick Dale, fera do surf rock dos anos sessenta. Sonzinho divertido! #

[ 08:05 ]

Saiu o número sete de Grandes Heróis Marvel, e continua a venda casada da Abril: para ler as 22 páginas do Punisher, tenho que comprar também 138 páginas de Vingadores, Thor, Quarteto Fantástico, Thunderbolts, Homem de Ferro e Hulk. Começo a achar que sai mais barato comprar a versão importada das revistas, assim ao menos posso escolher só os personagens que me interessam. #

[ 07:01 ]

E acabou o feriado de carnaval. Resultado positivo: dormi bastante, assisti uma dúzia de filmes, quase consegui colocar todo meu email em dia, passei as minhas pedaladas para quinze quilômetros diários, li um pouco, dei andamento a alguns projetos. Mas agora terminou a moleza, já tenho um monte de trabalho me esperando no BOL. #

terça-feira, 27 de fevereiro de 2001

[ 20:02 ]

Assisti esta tarde, em vídeo, O Cavaleiro Vingador (Le Bossu, França, 1997), dirigido pelo Philippe de Broca. A tradução correta do título seria O Corcunda, mas parece que não foi só no Brasil que tomaram liberdades. Nos EUA, o filme se chamou On Guard (Em Guarda), na Itália Il Cavaliere di Lagardére (O Cavaleiro de Lagardére), e na Alemanha Duell der Degen (Duelo de Espadas). E qualquer dos títulos se encaixa bem no filme, que é um folhetim multifacetado, na tradição da capa e espada, com reviravoltas na trama dignas de Alexandre Dumas. O autor da história é na verdade o Paul Féval, e ela já foi filmada inúmeras vezes. Esta versão é bem divertida, ótima para uma sessão da tarde com pipocas. Tem muita esgrima, vilões terríveis, um herói hábil e esperto (Daniel Auteuil), uma heroína bonita (Marie Gillain), um número razoável de mentiras, e um toque de complexo de Electra para completar o quadro. Quem quiser ler a história original pode encontrar Le Bossu em formato PDF na web. #

[ 19:48 ]

Para brincar de cirurgia plástica no rosto alheio: "Facegenerator is a face transformation tool (works only in IE4+), which enables realistic looking manipulation of facial features. All facial features are coded into parameters, which can be sent as a link to your friends and foes." #

[ 09:50 ]

Assisti ontem, na DirecTV, Um Sinal de Esperança (Jakob the Liar, EUA, 1999), dirigido por Peter Kassovitz. A comparação óbvia é com A Vida é Bela, e fica difícil acreditar que o filme de Roberto Benigni tenha sido tão celebrado enquanto este ficou quase esquecido. Ambos são comédias sobre judeus durante a guerra, um no ghetto e outro no campo de concentração, mas Jakob the Liar tem dignidade e respeito pela tragédia enquanto A Vida é Bela escorrega para a palhaçada. Robin Williams está ótimo como o pobre Jacob do título, numa espécie de Good Morning Vietnam às avessas. Claro que Jakob the Liar não chega a ser um grande filme, mas perto do espalhafato em torno de A Vida é Bela não merecia tanto descaso. #

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2001

[ 21:21 ]

Há uns tempos perguntei aqui como se chamava aquela sujeirinha que tiramos de dentro do mouse. O Mario AV disse que, segundo o Jargon Watch da Wired, é "hand salsa". Já o Stimpy, direto como sempre, disse que é "cocô de mouse". Eu não fiquei muito satisfeito, continuo procurando um nome mais apropriado. Algo como "gobinhos" ou "blarrecas". #

[ 17:58 ]

Fui assistir Hannibal (Hannibal, EUA, 2001), do Ridley Scott. Grande decepção! Toda a sutileza de Silence of the Lambs desapareceu, aqui é tudo de uma obviedade desastrada, em alguns momentos chegando ao ridículo (particularmente na cena final com Ray Liotta, um canastrão durante todo o filme). Anthony Hopkins e Julianne Moore portam-se com correção, mas definitivamente falta algo que nos faça ter algum interesse por Lecter e Clarice. Tanto que uma história com personagens desse quilate não deveria precisar de mais um vilão desfigurado por efeitos especiais (ninguém menos que Gary Oldman). É um filme que não vai além do susto e da provocação, que nada acrescenta e nada tem a dizer. #

[ 11:06 ]

Por que os vizinhos que ouvem o som mais alto são sempre os que tem pior gosto musical? #

domingo, 25 de fevereiro de 2001

[ 20:51 ]

Hoje assisti O Tigre e o Dragão (Wo hu zang long, China, 2000), do Ang Lee. É um híbrido curioso, mistura de filmes de artes marciais com épicos românticos, algo tão estranho como James Ivory (de A Room with a View e Howards End) dirigindo o próximo Máquina Mortífera. Eu gostei, mas achei também que poderia ser um pouco mais curto e com menos exageros. Pulos absurdos já fazem parte do ideário dos filmes de artes marciais, mas gente literalmente voando, sem qualquer explicação científica, fantástica ou poética, acabou desequilibrando o filme. Mesmo assim, é um belo espetáculo visual e sonoro. #

[ 19:17 ]

O Blogger simplesmente se recusou a publicar qualquer coisa hoje, só agora tive algum sucesso. E fui obrigado a recorrer a um truque para dar às mensagens anteriores o horário aproximadamente correto. Parece que funcionou. Há um par de semanas, conversando com a Cláudia Gurfinkel sobre weblogs, me dei conta que já tive um em 1998. Hoje, depois de conversar com a Ana Beskow sobre o mesmo assunto, resolvi resgatar o site. Chamava-se Diário da Megalópole, e teve uma vida curta, porque o ritmo de trabalho que encarei ao vir para São Paulo simplesmente impedia atividades paralelas. Na época, eu não sabia que aquilo se chamava weblog, e descrevi a coisa assim: "Diário da Megalópole é uma narrativa episódica e fragmentada das aventuras de Nemo Nox pela capital paulista, o gigantesco aglomerado urbano chamado São Paulo. De periodicidade incerta e flutuante, os assuntos abordados variam com o o rumo do acaso e os caprichos do autor." Estava hospedado no Xoom, que depois se fundiu com a NBCi, e agora eu o trouxe para cá, como peça de museu. Às vezes um jornalista não resiste e distorce a realidade para poder escrever uma frase de efeito. Na Folha de S. Paulo de hoje, o Cristiano Cipriano Pombo deu uma deslizada dessas: "Xeque-mate. Para dois dos maiores enxadristas do mundo, os russos Anatoli Karpov, 49, e Garry Kasparov, 37, atuar no Torneio de Linares (Espanha), que segue até o dia 7 de março, vale especialmente pela chance de pronunciar a palavra ao arqui-rival." Se ele não sabe, deveria saber. Nesse nível de competição, ninguém diz "xeque-mate". O adversário vê que a derrota é inevitável muito antes de acontecer o mate, e desiste da partida. O vídeo de ontem foi Deuses e Monstros (Gods and Monsters, EUA, 1998), dirigido por Bill Condon. Conta os últimos dias de vida do diretor James Whale, aquele dos clássicos Frankenstein e The Invisible Man, mas certamente com grande licença poética para tornar as coisas mais interessantes. O Ian McKellen dá um espetáculo no papel principal, criando um Mr. Jimmy ao mesmo tempo nobre e patético. É curioso ver o diretor rindo de seu próprio filme de terror, já que para um homossexual assumido como ele nos anos 50 o terror verdadeiro devia ser o próprio dia-a-dia. #

sábado, 24 de fevereiro de 2001

[ 15:34 ]

Há cerca de uma hora, grande tempestade e chuva de granizo por aqui. Agora, uma bela tarde ensolarada. Ninguém se entedia com um clima destes. #

[ 15:31 ]

Os spammers são mesmo incansáveis em querer justificar o injustificável. Agora fizeram um site chamado No Spam, fingindo ser contra o "mau spam" e a favor do "bom spam". O que é uma bobagem gigantesca, já que não existe "bom spam" - toda mensagem em massa não solicitada é uma praga que gasta tempo de conexão, banda passante e a paciência de quem a recebe. Estou cansado de receber emails de gente que não tem a menor idéia de quem eu sou ou de onde estou, de anúncios de serviços de hipotecas nos EUA a programas de emagrecimento milagrosos. Quer anunciar seu produto por email? Faça uma mensagem personalizada para quem tem alguma chance de se interessar por ela. Mas se você optar por mensagens em massa, apostando no poder do percentual, estará certamente queimando a sua imagem. E não há justificativa para um marketing burro desses. #

[ 11:06 ]

Fazia tempo que eu não dormia quase até o meio-dia! Ontem assisti, além do jogo dos LA Lakers (113 a 106 em cima dos Hawks), dois filmes razoáveis. Primeiro, um policial feito para televisão, 24 Horas Para Morrer (Oxygen, EUA, 1999), escrito e dirigido por Richard Shepard. Uma policial masoquista e ex-alcoólatra (Maura Tierney) contra um seqüestrador que é fã de Harry Houdini (Adrien Brody), naquele tipo de duelo psicológico onde vemos que bandido e mocinha na verdade têm muito em comum. Depois, algo mais leve, a comédia Meus Queridos Presidentes (My Fellow Americans, EUA, 1996), dirigida por Peter Segal. Jack Lemmon e James Garner são dois ex-presidentes dos EUA, um republicano, outro democrata, inimigos viscerais, obrigados a se unir para desvendar uma trama de corrupção na qual são os principais suspeitos. Por vezes um pouco meloso e um pouco ufanista, mas é sempre divertido ver os veteranos Lemmon e Garner de rédeas soltas para mostrar o talento. #

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2001

[ 13:01 ]

Quem começou com essa bobagem de "acústico" na indústria fonográfica? É Lulu Acústico, é Paralamas do Sucesso Acústico, é Titãs Acústico... E tem música que não seja acústica? Música táctil, talvez? Ou música visual? Se não sabe traduzir direito, melhor deixar em inglês: unplugged. #

[ 10:58 ]

O USA Today traz hoje uma entrevista com o George Lucas, que parece determinado a não fazer mesmo os nove filmes da série Star Wars, como inicialmente planejado: "No way. I guarantee that. After the next one (Episode III), I'll move on." Será que ele se deu conta que não consegue manter o nível de interesse das primeiras histórias? #

[ 08:34 ]

Assisti, em vídeo, Contrato de Risco (2 Days in the Valley, EUA, 1996), escrito e dirigido por John Herzfeld. Muito interessante. Com uma trama policial de fundo, o filme vai juntando personagens aparentemente díspares, gerando pequenos e grandes conflitos entre eles, até chegar a um clímax no qual a interação criada pelo acaso é determinante para a vida (ou a morte) de cada um. O elenco é uma coleção de nomes conhecidos: Danny Aiello, James Spader, Eric Stoltz, Jeff Daniels, Teri Hatcher, Marsha Mason, Paul Mazursky, e a encantadora Charlize Theron em seu primeiro filme, como a sueca sensual Helga Svelgen. #

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2001

[ 13:13 ]

Assisti, em vídeo, Akira (Akira, Japão, 1988). Eu já conhecia os quadrinhos mas ainda não tinha visto a versão animada, que é muito bem feita. A história é um pouco confusa. Não a narrativa, bem estruturada, mas os próprios conceitos da história, que deveria ser de ficção-científica mas não segue uma lógica muito clara. O Tetsuo se transforma num ser poderosíssimo e é incapaz de dar umas traulitadas no Kaneda, que quer acabar com ele. Depois ele incha o suficiente para encher um estádio, mas ninguém explica de onde surge tanta matéria. O filme acaba escorregando para o terreno da fantasia, e temos que aceitar sem questionar muito. Mas as corridas de moto são bacanas. #

[ 09:47 ]

Som do dia: Robert Johnson, bluesman das antigas, visceral. #

[ 08:38 ]

Você está navegando pela web enquanto ouve aquele cdzinho supimpa. Aí clica inocentemente num link e ao entrar no site é brindado com uma música alta e ruim. Não adianta procurar um botãozinho para desligar aquela agressão sonora, os palermas que fazem sites assim não só possuem um gosto musical tenebroso mas acham também que ninguém vai querer ouvir outra coisa enquanto navega. Só nos resta nunca mais voltar ali. O triste é que a web está cheia disso. #

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2001

[ 12:48 ]

O Museum of London botou em exposição uma taça em forma de pênis feita há aproximadamente trezentos anos, noticiou a Salon. Para quem gosta de antiguidades eróticas, também a sexshop Good Vibrations tem um interessante museu de vibradores, com modelos de 1869 a 1970: Antique Vibrator Museum. #

[ 09:56 ]

Som do dia: o country divertido do Alan Jackson. Às vezes parece que ele trabalha na internet: "Well I'm gonna raise a fuss, I'm gonna raise a holler / About workin' all summer just to try to earn a dollar / Everytime I call my baby, to try to get a date / My boss says, 'No dice, son, you gotta work late'" (de Summertime Blues). #

[ 08:11 ]

Assisti, em vídeo, Anahy de las Misiones (Brasil, 1996), dirigido pelo Sérgio Silva. A história é interessante e a produção é muito boa, mas achei uma pena terem optado pelo uso do dialeto misturado de português e castelhano, que não soa natural na boca dos atores e por vezes prejudica a compreensão dos diálogos. Já trabalhei com o Sérgio Silva, fui assistente de direção no seu curta-metragem A Divina Pelotense, com a mesma Araci Esteves que interpreta a Anahy, e me alegrei ao ver que ele fez um filme digno sobre um tema tão pouco explorado no cinema brasileiro. #

terça-feira, 20 de fevereiro de 2001

[ 20:13 ]

Li de uma sentada aquele livro sobre sobrevivência que eu tinha mencionado, Perigo - como sobreviver a situações limite, de Piven e Borgenicht. Aprendi coisas úteis como arrombar uma porta ou fazer ligação direta num carro. E o livro é cheio de boas intenções: "Naturalmente, estamos partindo da premissa de que o carro em que você quer entrar é seu." Mais adiante, no capítulo de defesa contra animais, vi que a minha reação natural em relação aos ursos é plenamente apoiada por especialistas. "Não há distância mínima segura de um urso: quanto mais longe, melhor." Apoiado. #

[ 19:04 ]

Um site com fotomontagens digitais bacanas: imagine. #

[ 12:38 ]

Aqui no meu edifício tem um adesivo em cada porta de elevador: "Aviso aos passageiros: antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar - lei nº 9.502 de 11/03/1997". Eu fico me perguntando se alguém bobo o suficiente para não se certificar se o elevador está mesmo ali será esperto o suficiente para ler o aviso. E o que diz a lei, obriga a colar o aviso ou proíbe as pessoas de entrarem no elevador sem verificar se ele está ali? E se o sujeito não olhar e cair pelo buraco, ainda leva uma multa? E por que avisar, não seria melhor deixar os palermas caírem, incentivando a seleção natural? #

[ 10:53 ]

Som do dia: para uma manhã alegre, a Sinfonia Italiana de Mendelssohn. #

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2001

[ 09:45 ]

[Vou subir no meu caixotinho e fazer um rápido discurso.] Houve época em que era moda ser (ou dizer que era) fotógrafo. Depois, a profissão que trazia status de descolado passou a ser videomaker. Agora a onda é ser webdesigner. Qualquer rapazinho imberbe que aprendeu umas tags de html ou arranjou uma cópia pirata do DreamWeaver já se intitula profissional do ramo, mesmo que não tenha qualquer noção de arquitetura da informação ou história da arte (para ficar só em duas áreas básicas). As palavras de ordem são inspiração e intuição, ou então um cursinho relâmpago que ensina "tudo sobre a web" em uma semana ou duas. O resultado? Uma coleção infindável de sites quase iguais, sem conteúdo, de usabilidade claudicante, que só funcionam em um browser. Uma reação equivocada a isto tem sido o desejo de regulamentar a profissão de webdesigner, exigindo um diploma universitário para que se possa trabalhar. Mas está muito enganado quem acha que isso poderia melhorar a situação. Na verdade, deixaria de valer só a regra da capacidade profissional e entraria em cena o protecionismo. Só ganham com isso os profissionais medíocres, temerosos de uma concorrência baseada somente na capacidade profissional. Uma das belezas da web é ser um espaço aberto a qualquer um, sem leis dizendo quem pode e quem não pode desempenhar qual profissão. Regulamentar isso é matar a espontaneidade da web. Deixemos que o mercado determine o valor de um profissional, não o protecionismo baseado em leis. Deixemos que os clientes escolham com quem querem trabalhar, selecionando os profissionais com base em trabalho mostrado e remuneração pedida. Deixemos que cada um possa desempenhar a profissão que quiser, buscando ou não os recursos (faculdade, auto-ensino, etc) que achar necessários. Paremos de definir quem é designer ou não, quem é webwriter ou não, quem é profissional ou não, com base na formação acadêmica do indivíduo, e comecemos a prestar mais atenção ao trabalho que ele faz. [Pronto, já posso descer do caixotinho.] #

domingo, 18 de fevereiro de 2001

[ 21:28 ]

Depois dos últimos filmes que vi envolvendo o planeta Marte (Mars Attacks! e Mission to Mars), foi com algum ceticismo que resolvi encarar Planeta Vermelho (Red Planet, EUA, 2000), dirigido por Anthony Hoffman. Mas até que foi uma experiência agradável. Apesar de alguns diálogos pseudo-filosóficos colocando fé contra ciência, o filme apresenta idéias interessantes, como os bichinhos comedores de algas (quem se lembra do Ian Malcolm de Jurassic Park dizendo "life finds a way"?) ou o robô mistura de puma com ninja. E traz uma discreta homenagem a Kubrick e Clarke, dando à comandante interpretada por Carrie-Anne Moss o mesmo sobrenome do protagonista de 2001: Bowman. #

[ 15:08 ]

Som do dia: a trilha sonora de Tarzan, Oscar mais que merecido de melhor canção original para o Phil Collins. No site oficial tem um vídeo onde ele canta Strangers Like Me em cinco idiomas. #

[ 10:30 ]

"Há o caso dos neoluditas no Rio Grande do Sul destruindo plantações de soja transgênica, na mesma época em que o mundo comemora o sequenciamento [sic] do genoma humano. E atacando lanchonetes da cadeia McDonald's." Na Folha de S. Paulo de hoje, o Ricardo Bonalume Neto está certeiro como habitual, apesar da ausência do trema, ridiculamente imposta pelo Manual de Redação da Folha. "É por isso que um francês vagabundo e espertalhão que teve sua glória detonando um McDonald's pôde vir ao Brasil destruir uma plantação e influenciar as bestas locais a depredarem as lanchonetes daqui. Nada mais globalizado que importar um francês para protestar." Na mosca. #

[ 09:41 ]

Mudaram a hora novamente. Eu não entendo essa palhaçada de horário de verão. Dizem que é para poupar energia, mas não vejo poupança alguma. Minha conta de luz continua a mesma, com ou sem horário de verão. Os impostos que eu pago que vão para iluminação pública tampouco ganham um descontinho. Onde está a economia de energia? Para as indústrias? Então eles que façam horário de verão e deixem o meu reloginho em paz. #

sábado, 17 de fevereiro de 2001

[ 20:36 ]

Limite Vertical (Vertical Limit, EUA, 2000), dirigido pelo Martin Campbell, foi melhor que eu esperava. Consegue escapar daquelas situações típicas de filmes do gênero, em que o espectador fica achando os personagens imbecis por fazerem coisas idiotas (ou vice-versa). Tirando a idiotice maior que é escalar montanhas cheias de neve (frio, ar rarefeito, penhascos, avalanches, precisa dizer mais?), o resto das atitudes é até verossímil. Para quem acompanha séries de ficção-científica, alguns rostos familiares: Alexander Siddig (o Bashir de Star Trek: Deep Space Nine) e Nicholas Lea (o Krycek de X-Files). E, dominando a montanha e o filme, o durão Scott Glenn, que já foi soldado (Apocalypse Now), astronauta (The Right Stuff), cowboy (Silverado), agente do FBI (The Silence of the Lambs), bombeiro (Backdraft), enfim, um ator especializado em testosterona e adrenalina. #

[ 16:50 ]

Som do dia: Vaya Con Dios. A voz da Dani Klein é uma maravilha, gostosa de ouvir e muito expressiva. "Love is a shining dollar / Bright as a churchbell's chime / Gambled and spent, and wasted / And lost in a dust of time" (de One Silver Dollar). #

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2001

[ 21:31 ]

Assisti agora, em vídeo, A Odisséia (The Odyssey, 1997), dirigido pelo Andrei Konchalovsky para a televisão. É uma adaptação razoavelmente fiel do clássico homônimo de Homero (também com pedaços da Ilíada, para explicar como começa a história). Faltam alguns trechos do original, como por exemplo a passagem famosa do canto das sereias, mas o essencial está ali, sem decepcionar. Armand Assante convence como um Odysseus um pouco introspectivo, e Greta Scacchi como Penelope também vai muito bem. Mas algumas participações especiais quase roubam a cena, como o Christopher Lee fazendo de Tiresias (que lugar melhor para o velho intérprete de Drácula aparecer se não no inferno?) ou a Vanessa Williams na pele de Calypso (que olhos!). Diversão garantida. É incrível como uma história escrita há quase três mil anos continue interessando gerações atrás de gerações. #

[ 15:51 ]

Site interessante: Bam-b. Não sei bem sobre o que é, não entendo o que está escrito ali, mas é interessante. #

[ 08:10 ]

Comecei a ler Azazel (Editora Record, 1991), do Isaac Asimov, livro de contos bem-humorados tendo com personagem central um pequeno demônio de dois centímetros de altura. A introdução é bem interessante, com o autor explicando como sem qualquer pudor ia mudando seus textos para que melhor se encaixassem nas diversas revistas que os compravam. "Odeio desperdícios, e não suporto a idéia de deixar algo que escrevi sem ser publicado." #

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2001

[ 18:06 ]

Já teve gente se espantando com as três coisas que na terça-feira eu disse não gostar. Mas água eu não bebo mesmo, não tem gosto, não tem cheiro, qual é a graça? Bebo muito suco de fruta e muito chá. De vez em quando, também um Jack Daniel's ou uma José Cuervo. Sobre os assobios matutinos, gosto tão pouco que acabei escrevendo um conto inspirado nisso, Adalberto. Quanto às cores, essas duas eu sempre achei horríveis: cor de rosa e cor de abóbora. Uma vez escrevi que o rosa é "basicamente um branco que queria ser vermelho". O abóbora também me irrita, é uma cor que parece gritar "óia eu aqui!". E agora percebi que são duas cores tão sem personalidade que nem nome próprio elas têm, precisam tomar emprestado de uma flor ou de uma fruta. #

[ 05:08 ]

Ontem assisti, em vídeo, Enigma do Espaço (The Astronaut's Wife, EUA, 1999), de Rand Ravich. É como se o Bebê de Rosemary não fosse filho do demônio mas sim do computador louco de 2001, o HAL. Teríamos o Bebê de HALsemary. O trocadilho pode ser ruim, mas a comparação continua valendo. Até o cabelinho da Charlize Theron parece o da Mia Farrow naquele filme. The Astronaut's Wife não chega a ser empolgante, mas prende a atenção e tem um final coerente, coisa que começa a ser rara num gênero geralmente apoiado somente em efeitos especiais e sustos fáceis. #

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2001

[ 19:51 ]

Terminei de ler os 40 Escritos do Arnaldo Antunes. Alguns dos textos são demasiadamente específicos em relação a determinado livro ou exposição, e portanto menos interessantes. Mas de maneira geral é uma leitura estimulante, particularmente nas defesas veementes à poesia concreta. "Acontece que a poesia é justamente o espaço de linguagem onde a forma significa; onde significante e significado se amalgamam um ao outro, indissociáveis. Onde a linguagem se desfaz de sua arbitrariedade na nomeação do mundo, para se conjugar às coisas numa relação motivada." #

[ 15:37 ]

Hoje tive que vir trabalhar no escritório do BOL, já que algumas coisas só podem ser feitas com a presença física do webmaster. Neste caso específico, estou fazendo novos editores passo-a-passo (formulários que permitem a quem não sabe html fazer suas páginas apenas respondendo a algumas perguntas) para a VilaBOL, e para usar a máquina de testes preciso estar aqui conectado à rede. É uma trabalheira fazer uma coisa destas, e ainda vou levar um par de dias nisto. #

terça-feira, 13 de fevereiro de 2001

[ 13:33 ]

A Maria Christina, da Massmedia, me mandou um livro no mínimo curioso: Perigo - como sobreviver a situações limite (Frente Editora, 2001), de Joshua Piven e David Borgenicht. É coisa pra MacGyver nenhum botar defeito. Página 17: como escapar de areia movediça. Página 56: como escapar de abelhas assassinas. Página 131: como sobreviver se seu pára-quedas não abrir. Com certeza vai ser uma leitura divertida, e espero nunca precisar pôr em prática o que aprender no livro. #

[ 12:19 ]

Três coisas que eu não gosto:

  • beber água
  • gente assobiando de manhã cedo
  • cor de rosa e cor de laranja #

    [ 06:32 ]

    Para quem gosta de ilustração erótica, a Salon publicou uma entrevista com o Toshio Saeki, acompanhada de uma mini-galeria do artista. "I see it as a form of entertainment. It can't be boring; it must be entertaining. The more I produce the work, the more I want to top myself each time, to shock people even more." #

    segunda-feira, 12 de fevereiro de 2001

    [ 15:32 ]

    Som do dia: Prince. Um dos poucos artistas que sabe usar a web para ganhar dinheiro, agora está lançando seu próprio fã-clube online, onde por uma módica quantia (US$ 7,77 mensais) os internautas terão acesso a músicas e vídeos. Quem quiser desembolsar mais (US$ 100 anuais) terá direito a ingressos VIP para os shows. A notícia está no WebWorld. #

    [ 13:00 ]

    É cada vez mais comum alguém leiloar um produto pela web, pegar o dinheiro e não entregar a mercadoria. O Rafael Spoladore me mandou agora a notícia de um caso curioso: americano vende a alma na internet. "Um estudante norte-americano de 20 anos do estado de Washington vendeu a alma por 400 dólares na internet através do site de leilões eBay, segundo informações do Jornal Seattle Times, nesta sexta-feira." O mais engraçado é que o sujeito não sabe como entregar a alma à mulher que a comprou, e o pessoal do eBay não parece ter gostado da brincadeira: "deve se oferecer um artigo que um vendedor possa entregar a um comprador". Nenhum dos envolvidos questiona se almas realmente existem, e a matéria termina informando que "a companhia já havia suspendido outros leilões de almas anteriormente, mas que este caso havia escapado de seus controles". #

    [ 08:32 ]

    A Bibliothèque Historique de la Ville de Paris está oferecendo uma exposição antológica do quadrinista que virou cineasta Enki Bilal, mostrando vinte anos de carreira. Chama-se Enkibilalandeuxmilleun. Para que o público possa ver bem o seu trabalho, Bilal está mostrando os desenhos sem vidro de proteção: "J'ai toujours trouvé que le verre figeait un peu mes dessins. Ici, on peut examiner mon travail à 10 cm de la rétine, remarquer le grain, la texture ou les traces de gouache." Bela iniciativa! A notícia está no Le Figaro. #

    domingo, 11 de fevereiro de 2001

    [ 21:25 ]

    Para começar a semana pensando: "Ah, good taste! What a dreadful thing! Taste is the enemy of creativeness." (Pablo Picasso) #

    [ 21:18 ]

    Domingo foi dia do NBA All Star Game, um ótimo jogo que começou com grande superioridade da equipe do oeste mas teve uma virada histórica no último quarto, dando a vitória por 111 a 110 ao time do leste. Tivemos jogadas espetaculares, como os alley oops mútuos entre Kobe Bryant e Kevin Garnett ou os três pontos de Jason Kidd arremessados do outro lado da quadra. Mas quem brilhou mesmo e liderou a vitória foi Allen Iverson, que fez 25 pontos, 5 assistências, 2 rebotes, 4 roubos de bola e até um passe para ele mesmo, e acabou levando o prêmio de MVP (Most Valuable Player) do jogo, muito merecidamente. #

    sábado, 10 de fevereiro de 2001

    [ 21:10 ]

    Grande show do Jethro Tull que acabo de assistir na DirecTV! Os caras envelheceram (o clássico Aqualung foi lançado há trinta anos!) mas o som deles mantém um frescor delicioso. E o Ian Anderson continua parecendo um fauno saltitando pelo palco e sacudindo a perninha enquanto toca sua flauta celta-cigana-medieval-roqueira. #

    [ 19:03 ]

    Comecei a ler 40 Escritos (Editora Iluminuras, 2000), o livro que reúne textos do Arnaldo Antunes publicados em diversos jornais e zines nos últimos anos. Logo no início achei um trecho muito interessante sobre música, mas que também se encaixa perfeitamente ao que se faz hoje na web. "Riqueza de recursos e domínio técnico não representam, por si, positividade criativa. Esse limite tem sido enganador. Os índios só precisam de um tambor. A novidade pode habitar tanto seqüências harmônicas dissonantes quanto a repetição insistente do mesmo acorde. Nem tudo que se tem se usa." #

    [ 12:18 ]

    Matéria de capa no jornal Público de hoje: Um Ratinho Fluorescente. "A engenharia genética fez com que se tornasse fluorescente através da introdução de genes de medusa: passou a produzir uma proteína fluorescente e a emitir, no escuro, a mesma luminosidade esverdeada". Imagino as possibilidades de uma coisa dessas aplicada ao ser humano: lóbulos de orelha fluorescentes para a turma das boates, calcanhares fluorescentes para ciclistas, dedos fluorescentes para achar objetos no escuro... Acho melhor parar de imaginar por aqui. #

    [ 12:00 ]

    Som do dia: Rob Tognoni, blues australiano de primeira. #

    [ 09:59 ]

    Ontem a Rosinha Monkees me convidou para assistir a peça Aí Vem o Dilúvio (de David Forest, dirigida por Billy Bond, no Teatro Ópera), e eu, sem saber do que se tratava, aceitei. Grande erro. Os atores até são esforçados, a produção competente, o Marcos Tumura tem uma bela voz, mas a coisa toda beira o desastre. As músicas não entusiasmam, a coreografia é fraquinha, e a história é uma grande bobagem. O pior é que a platéia aplaudia calorosamente aquelas platitudes, acho que só eu não gostei. O que salvou a noite foi o jantar no C Que Sabe, uma cantina que, apesar do nome infeliz, oferece uns pratos muito bons. A minha massa com tomates e alcaparras estava uma delícia. #

    sexta-feira, 09 de fevereiro de 2001

    [ 15:56 ]

    Ontem assisti, em vídeo, Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (Lock, Stock and Two Smoking Barrels, Inglaterra, 1998), do Guy Ritchie. Muito bom! A comparação óbvia é com Tarantino, por causa da violência e do ambiente de submundo, mas Ritchie vai direto ao que interessa. Nada daqueles diálogos tarantinescos sobre cultura pop ("And you know what they call a Quarter Pounder with Cheese in Paris?"), este filme vai direto ao assunto. São várias tramas que se misturam, vários planos que não dão certo, muito tiro e muita porrada. E um cinismo que lembra o velho John Huston (The Maltese Falcon, The Treasure of Sierra Madre, The Man Who Would Be King), aquela coisa do tesouro que está ali pertinho mas você não consegue pegar. Porque normalmente, fora das telas, ninguém consegue mesmo. #

    [ 14:36 ]

    Hoje fui até o BOL tratar de assuntos burocráticos e pegar meu novo crachá. Aproveitei para almoçar com o pessoal e comemorar que não saí com cara de monstro inimigo do Ultraman na foto do crachá. Ficou horrível, é claro, deixa na dúvida se eu estava cheio de sono ou completamente bêbado, mas é uma maravilha perto das outras que vi. Tem até gente colando personagens de histórias em quadrinhos por cima das fotos, com vergonha de mostrar o resultado da impiedosa câmara digital. #

    [ 06:53 ]

    Frase do dia (fechando a minha primeira semana trabalhando em casa): "I love to be alone. I never found a companion so companionable as solitude." (Henry David Thoreau) #

    quinta-feira, 08 de fevereiro de 2001

    [ 14:16 ]

    Recebi por email, da InfoBeat: At age 4, success is...not peeing in your pants. At age 12, success is...having friends. At age 16, success is...having a driver's license. At age 20, success is...having sex. At age 35, success is...having money. At age 50, success is...having money. At age 60, success is...having sex. At age 70, success is...having a driver's license. At age 75, success is...having friends. At age 90, success is...not peeing in your pants. #

    [ 12:30 ]

    Som do dia: ontem e hoje foi só Johann Sebastian Bach. Dos Concertos Brandeburgueses às Variações Goldberg (tocadas pelo Keith Jarrett), ouvi com prazer a minha meia dúzia de cds do geniozinho alemão. #

    [ 06:13 ]

    Ando numa fase dumasiana. Assisti, em vídeo, O Homem da Máscara de Ferro e gostei tão pouco que coloquei um artigo na Esfera dando umas chibatadas no filme. Depois vi A Filha de d'Artagnan (La Fille de d'Artagnan, França, 1994), do Bertrand Tavernier. Talvez por ser francês, tem um ar muito mais autêntico, bem próximo ao tom de folhetim de aventuras do Alexandre Dumas. Não é um grande filme, mas oferece boas interpretações (Philippe Noiret, principalmente), um humor fino e duas oportunidades completamente gratuitas de vermos os belos seios da Sophie Marceau. #

    quarta-feira, 07 de fevereiro de 2001

    [ 20:43 ]

    Publicado o número vinte e cinco da Esfera, revista de cultura online. Entre os colaboradores desta edição está a Fernanda Guimarães Rosa, que eu conheci nas divertidas trocas de idéias entre weblogs. E tem mais gente, claro: Rafael Spoladore, Floriano Martins, Gian Danton, Flávio P.C. dos Santos, Paula Valéria e eu. #

    [ 14:54 ]

    Quem disse que filosofia não pode ser divertida? The Philosophers' Magazine tenta mudar a imagem sisuda dos filósofos e oferece alguns jogos bem interessantes. O meu preferido é Staying Alive, um exercício ficcional sobre o que faz a nossa identidade. #

    [ 06:59 ]

    Novas tecnologias trazem novos produtos e subprodutos, mas muitas vezes eles não têm nome. Por exemplo, como se chama aquela sujeirinha que tiramos de dentro do mouse, composta de poeira, gordura e pelos de origem duvidosa? Se alguém conhece um nome para isso, por favor me informe. #

    terça-feira, 06 de fevereiro de 2001

    [ 07:54 ]

    Ontem assisti, em vídeo, o que poderia ser o cult movie de uma nova classe profissional: Webmaster (Skyggen, Dinamarca, 1998), escrito e dirigido por Thomas Borch Nielsen. No limite entre o cyberpunk e o kitsch, temos um webmaster zen forçado a bancar o detetive. Bem feitinho, um pouco comprido, vale mais pela curiosidade. E pelo slogan: "Ninguém está a salvo na internet". #

    segunda-feira, 05 de fevereiro de 2001

    [ 17:41 ]

    O Jacob Nielsen volta ao ataque. Seu novo texto, Are Users Stupid?, dá continuidade à discussão dos defensores da usabilidade acima de tudo contra os defensores do design acima de tudo. O Nielsen é contundente ("When people have problems using a design, it's not because they are stupid. It's because the design is too difficult.") e até tem senso de humor ("Some people are smarter than others. Most readers of this column probably belong to the top 10% of the population in terms of intelligence."). Mas qualquer pessoa com uma modesta coleção de neurônios ativos verá logo que a razão não está com nenhum desses grupos radicais, mas em algum lugar entre as duas posições antagônicas. Há lições interessantes a aprender de ambos os lados. O truque do bom webdesign é encontrar o meio-termo ideal para o seu caso específico. #

    [ 13:51 ]

    Da série vantagens e desvantagens de trabalhar em casa:

  • bad - aqui não tem ar condicionado como no BOL
  • good - se eu ficar com calor posso tirar a camisa
  • bad - não posso ir almoçar no Shopping Eldorado
  • good - posso ir almoçar no Shopping Paulista
  • bad - aqui não tem aquela maquineta de café do BOL
  • good - aqui tem chá Earl Grey
  • bad - tenho que ouvir uma criancinha do vizinho gritando
  • good - não tenho que ouvir uma colega estressada gritando #

    [ 13:45 ]

    O iG solta a franga e recomenda: "Na segunda-feira, 5 de fevereiro, vista vermelho e GRITE, porque é o Dia de Sair do Armário (ou de assumir sua sexualidade) pelo calendário iG". #

    [ 08:30 ]

    E, por coincidência, saiu na Folha de S. Paulo de hoje a notícia que o novo álbum do Asterix será lançado em março. Chama-se Asterix e Latraviata. #

    [ 08:16 ]

    Assisti, em vídeo, Asterix e Obelix contra César (Astérix et Obélix contre César, França/Alemanha/Itália, 1999), dirigido pelo Claude Zidi. Confesso que tinha deixado passar na época da estréia no cinema por desacreditar completamente que aqueles gauleses pudessem ter uma versão em carne e osso que não fosse um desastre. Pois eu estava errado. O filme não é genial (a trama é uma espécie de colagem de várias histórias já vistas em quadrinhos, como O Adivinho, A Foice de Ouro, etc), mas é bem convincente na caracterização dos personagens, com absoluto destaque para Gérard Depardieu como Obelix. O único que deixou um pouco a desejar foi o druida Abracurcix, sério demais, sem o humor sutil de sua versão em quadrinhos. Até o irritante Roberto Benigni está bem como o romano Lucius Detritus. #

    [ 07:49 ]

    E começou hoje minha rotina de telecommuting. Para evitar a síndrome do webmaster de pijama, resolvi adotar uma certa disciplina. Acordei cedo, me barbeei, tomei banho, me vesti, tudo como se fosse sair para trabalhar. A grande diferença é que em vez de ter que enfrentar de meia hora a quarenta e cinco minutos no trânsito, em um minuto e meio já estava no meu posto de trabalho, à disposição do BOL. #

    domingo, 04 de fevereiro de 2001

    [ 14:55 ]

    Vai ser a tragédia da semana na mídia: Herbert Vianna sofre acidente de ultraleve e sua mulher morre. Eu nunca confiei muito nessas máquinas voadoras, ainda menos nas mãos de um piloto amador. E o UOL dá uma escorregada feia, de péssimo gosto: ao clicar no link da notícia para saber mais detalhes fui brindado com uma janela da Rádio UOL, que já abriu tocando Lanterna dos Afogados, do Paralamas do Sucesso. A esposa do Herbert morreu afogada. PS - Vi agora (22:00) que o UOL já corrigiu a gafe e não abre mais a janela com a música. O link aqui em cima continua como estava antes. #

    [ 12:56 ]

    Som do dia: Fairground Attraction, que combina bem com a chuvinha lá fora. Eles foram uma espécie de Belle & Sebastian dos anos 80, mas com uma carreira curtíssima. Depois de chegarem ao topo das paradas inglesas logo no primeiro cd (The First of a Million Kisses, 1988), o grupo se desmantelou. Ainda saiu um segundo disco (Ay Fond Kiss, 1990) com músicas que já estavam gravadas. "You're not to blame / It's just that the wind knows my name / And it's calling me / Calling me again" (de The Wind Knows My Name). #

    [ 10:39 ]

    Amanhã começo uma nova fase profissional: o meu acordo com o BOL foi renegociado, e passo agora a trabalhar em casa. Mesma função (webmaster), mesmo horário (das 10h00 às 19h00), mesmas responsabilidades. Trabalhar em casa tem muitas vantagens óbvias e algumas desvantagens menos evidentes, mas no geral me parece que será uma mudança muito positiva para mim. É o maravilhoso mundo do telecommuting entrando na minha vida. #

    [ 08:44 ]

    Ontem à noite assisti na TVE a entrega dos Premios Goya para os melhores do cinema espanhol. A cerimônia ficou a meio caminho entre a pompa dos Oscars norte-americanos e a indigência dos Kikitos gaúchos. La Comunidad, do grande Álex de la Iglesia, levou três prêmios, e You're the one, do consagrado José Luis Garci, ficou com cinco, mas a estrela da noite foi El Bola, dirigido por Achero Mañas, com quatro Goyas, incluindo o de melhor filme. Resta saber quando las películas chegam ao Brasil. #

    sábado, 03 de fevereiro de 2001

    [ 15:33 ]

    Caramba, como aparece conta pra pagar! Aluguel, condomínio, IPTU, luz, telefone, Speedy, DirecTV, VISA, Mastercard, seguro, prestação disso, prestação daquilo... Argh! "Só mesmo um grande esnobismo espiritual faz com que as pessoas acreditem que podem ser felizes sem dinheiro." (Albert Camus) #

    [ 12:25 ]

    Som do dia: Meat Loaf & Bonnie Tyler, juntos no cd Heaven & Hell, em rockaços e baladas românticas (algumas perigosamente próximas à fronteira do brega). Mas tem músicas antológicas neste disco, como Have You Ever Seen the Rain ou Bat Out of Hell. #

    sexta-feira, 02 de fevereiro de 2001

    [ 20:45 ]

    Aproveitei o tempo passado na maldita sala de espera do Ministério da Fazenda para ler o sexto número da Grandes Heróis Marvel. A maior atração é a volta do Justiceiro (que eu continuo chamando de Punisher), agora com roteiro do Garth Ennis e arte do Steve Dillon, a mesma dupla do ótimo Preacher. O que me atrai no Punisher é a ausência de superpoderes, que torna a história muito mais realista que a média dos heróis da Marvel. Eu até engulo um carinha que por acaso adquiriu algumas características sobre-humanas (como o Demolidor, por exemplo, que ficou cego num acidente e teve os outros sentidos extraordinariamente aguçados). Mas tem quadrinhos que já são um abuso e me desmotivam a continuar a leitura. Na história do Quarteto Fantástico, nesta mesma edição, tem a frase "seu poder é reduzir as pessoas a arquivos digitais e transmiti-las através de linhas de telefone". Foi por coisas dessas que parei de ler os X-Men (apesar de achar o Wolverine um personagem interessante). Acho que também é por isso que o Batman continua sendo o meu super-herói preferido. #

    [ 19:00 ]

    Enquanto alguns desavisados aqui no Brasil andam dizendo que o spam já não causa tanto estrago, na Europa um estudo mostra exatamente o oposto, segundo notícia no Yahoo! News: "The daily flood of unsolicited electronic messages which regularly clog Internet users' mail boxes is costing web users 10 billion euros ($9.36 billion) a year worldwide, a European Commission study showed on Friday." #

    [ 17:17 ]

    Hoje tive que fazer uma visita ao Ministério da Fazenda, no centrão de São Paulo, e foi quase como uma viagem ao inferno. Primeiro, fila para pegar um formulário. Depois, fila para receber uma senha. Não adiantou chegar cedo, as senhas só foram distribuídas a partir das 11h30. Então foi a vez da sala de espera, uma enorme câmara de tortura sem ar condicionado ou ventiladores, e com cadeiras muito desconfortáveis. A espera é quase cega, já que existem vários códigos diferentes (ISE, AG, SIT, etc) sendo chamados ao mesmo tempo, e a numeração não é seguida. Consegui ser atendido às 13h30, duas horas e meia depois de ter chegado lá. Em cinco minutos a mocinha verificou algumas informações no computador e me mandou de volta para a primeira fila, agora com um contravale para retirar o CD-ROM que eu preciso para resolver o meu problema. Por que não botam essa bagaça para download na web? Por que nos obrigam a perder horas com filas e funcionários de má vontade e má educação? Como um país pode funcionar desse jeito? #

    quinta-feira, 01 de fevereiro de 2001

    [ 18:51 ]

    Foi só eu falar sobre a edição de janeiro da Ponto-com e apareceu aqui em casa a revista de fevereiro. Ainda não li, mas me chamou atenção o encarte me convidando para uma conferência do Gary Hamel. O espantoso é o preço: R$1200. Sim, mil e duzentos reais! O que esse sujeito poderia dizer que valesse tanto dinheiro? Está bem, o homem é professor na London Business School e já publicou uns livros de sucesso, mas a mil e duzentos reais eu não pagaria nem para assistir um concerto único do Elvis Presley ressuscitado. #

    [ 13:07 ]

    Na revista Ponto-com do mês passado tem uma entrevista com o Kaleil Isaza, fundador da moribunda govWorks. Ele simplesmente fez tudo errado, como tantos outros pseudo-empresários da "nova economia". A diferença é que o rapaz admite os erros, e suas declarações deveriam servir de alerta para muita gente. "Achei que era certo montar uma empresa de 233 pessoas sem ter receitas substanciais, sem ter um plano concreto e sem ter a experiência de gerenciamento necessária. Achei que estava certo gastar milhões de dólares com marketing, sem saber exatamente qual era a meta desse marketing." E ainda tem gente que estranha quando uma empresa "pontocom" fecha as portas. #