sábado, 31 de março de 2001

[ 20:29 ]

Assisti novamente, em vídeo, o clássico da ficção-científica Viagem Fantástica (Fantastic Voyage, EUA, 1966), dirigido pelo Richard Fleischer. É curioso como o que na época era o que havia de melhor em efeitos especiais e direção de arte (tanto que ganhou Oscars nas duas categorias) hoje parece tão ultrapassado que beira o trash. Mesmo assim, o filme mantém muito do encanto original, graças principalmente a um roteiro bem construído. Eu me lembro de ter assistido Viagem Fantástica pela primeira vez no auditório do Colégio São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, como parte de uma aula de ciências. Claro que o assunto era o funcionamento do corpo humano, e não a possibilidade de miniaturizar uma equipe de cientistas e um submarino nuclear para extirpar um coágulo no cérebro do paciente, mas mesmo assim foi muito divertido. #

[ 15:25 ]

Fiz umas mudancinhas no layout do Por um Punhado de Pixels. Além de algumas alterações estéticas, acrescentei um mecanismo de busca (powered by Atomz), e mais alguns links para sites meus. #

[ 08:52 ]

Ontem eu e a Rosinha Monkees fomos assistir um filme absurdamente ruim: O Casamento dos Meus Sonhos (The Wedding Planner, EUA, 2001), dirigido por Adam Shankman. A história é de uma imbecilidade gritante, com personagens e situações de uma ingenuidade gigantesca, e parece criada especialmente para irritar o espectador. Piorando a situação, a trama é tão previsível que após cinco minutos de filme já sabemos tudo que vai acontecer. E a distribuidora teve a petulância de anunciar o lançamento como "uma comédia romântica imprevisível". #

sexta-feira, 30 de março de 2001

[ 12:17 ]

Bacana a matéria sobre capas de discos que a Folha de S. Paulo publicou hoje. Teve uma votação para a melhor capa, e também algumas comparações muito interessantes (homenagem, plágio ou inspiração?). #

[ 12:15 ]

Assisti agora pouco o clip da Britney Spears para a Pepsi. Que pobreza. Tanto visual como musicalmente, é de uma indigência assustadora. Saudades dos tempos em que o garoto-propaganda da Pepsi era o Michael Jackson. #

[ 12:11 ]

Meu festival Kurosawa deu um salto no tempo e reassisti ontem, em vídeo, Ran (Ran, Japão, 1985). O filme é uma aula de enquadramento, que aproveita brilhantemente os excelentes cenários e figurinos (estes últimos foram premiados com um merecido Oscar). São inesquecíveis tanto as cavalgadas e batalhas dos exércitos coloridos como as cenas lentas, de diálogos ou silêncios. A história é muito boa, adaptando o King Lear de Shakespeare ao Japão medieval. Pena que Tatsuya Nakadai interprete o velho líder do clã de forma tão forçada, parecendo um ator do teatro nô. Não chega a comprometer o filme, mas incomoda no meio de tantos acertos. O cego à beira do abismo é um belíssimo final. "O homem nasce chorando. Quando já chorou o suficiente, morre." #

[ 12:04 ]

Enquanto fazia meus exercícios abdominais ontem, ouvi o Tom Zé falando uma coisa divertida no canal Music Country: "Eu tenho um quarto onde faço as minhas músicas. Um dia eu entro lá e está cheio de fogo, aí eu sou uma salamandra. Outro dia eu entro lá e está cheio de água, aí eu sou um peixe. Se não eu morro." #

quinta-feira, 29 de março de 2001

[ 16:17 ]

O Rafael Spoladore me mandou este link: The End of the Internet. #

[ 16:12 ]

No domingo eu mandei um email para a DirecTV reclamando, "mais de 150 canais e nenhum transmite a entrega dos Oscars, evento de importância mundial". Hoje recebi a resposta do serviço de atendimento ao cliente: "A transmissão do Oscar foi de concessão de outra emissora e por isso não foi transmitido pelos canais que formam a programação da DirecTV. Em anos anteriores a HBO chegou a transmitir assim como o Telecine." Explica mas não justifica. #

[ 12:18 ]

Exposição de arte digital no Whitney Museum of American Art, em New York: BitStreams. O site, com uma interface canhestra, oferece bios dos artistas, algumas obras, e dois ensaios (Art in the Digital Age e The Resonance of Digital Technologies in Experimental Sound). #

[ 12:12 ]

Por vezes a ânsia de fazer um site dinâmico acaba só provocando incômodos para os leitores. Agora pouco eu estava lendo uma caixinha de destaque na capa do New York Times quando a página resolveu fazer um reload automático, trazendo um novo texto para substituir exatamente o que eu estava lendo. Não só perdi a notícia como também o ânimo de continuar no site. #

[ 09:41 ]

Ontem conheci duas blogueiras, a Zel e a Renata. Fomos, com um casal de amigos da Zel, a um barzinho chamado Mercearia São Pedro (aspecto deplorável, sanduíches recomendáveis). É sempre uma surpresa encontrar gente com quem você fala pela internet mas ainda não conhece pessoalmente. A Renata, por exemplo, é muito mais quietinha que eu imaginava e não tem os cabelos tão vermelhos como anunciado. A Zel também é bem diferente do esperado, ela fica dizendo que precisa perder alguns vários quilos, mas não é tanto assim. E, não sei por que, achei que ela teria o cabelo curtinho, o que não é o caso. Foi uma noite interessante, e eu me diverti falando mal do Marcel Proust e do Abbas Kiarostami, para contrariedade geral. #

[ 08:47 ]

Assisti, em vídeo, Amor e Restos Humanos (Love & Human Remains, Canadá, 1993), do Denys Arcand, o mesmo diretor do interessantíssimo O Declínio do Império Americano. Aqui aparecem as mesmas inquietações sobre amor e sexo do outro filme, mas diluídas numa trama um pouco mais convencional, com um serial killer à solta na cidade. Os diálogos são muito bons, com pérolas como: - Deep down you want someone to be special for you. - I'm quite capable of being special for myself. Outra muito boa: - Just be yourself. - Which one? #

[ 08:18 ]

Deu na Folha de S. Paulo de hoje: "Aprovado projeto que proíbe estrangeirismo". Os patetas da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, que aparentemente não têm coisa melhor para fazer, resolveram que a língua deve ser controlada pela lei. A proposta ainda tem que passar pela Comissão de Educação do Senado, pela de Constituição e Justiça da Casa, e depois pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, mas só o fato de ter sido aprovada no primeiro passo já é alarmante. Segundo o projeto, "toda palavra em língua estrangeira posta no território nacional a partir da data da publicação da lei, salvo as exceções previstas, terá de ser substituída por expressão equivalente em língua portuguesa em 90 dias". Quero ver substituírem futebol por balípodo ou ludopédio. Ou, como "será admitido o aportuguesamento da palavra estrangeira ou o neologismo", vamos ver gente escrevendo niusleter e uebisaite. O que eu tenho a dizer ao deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), autor da proposta, e aos atoleimados que aprovaram essa parvoíce? Fâquiú! #

quarta-feira, 28 de março de 2001

[ 13:57 ]

Fazer cinema é complicado, envolve muitos fatores, e o resultado é que não existe filme sem falhas. Tem gente que se diverte mais achando os erros que apreciando o espetáculo, e um tal de Jon Sandys parece ser o mais forte candidato a pentelho cinematográfico da década. Ele mantém o site Movie Mistakes, que lista os deslizes de centenas de filmes, incluindo produções recentes e ganhadores de Oscars. #

[ 10:13 ]

Continuando aquela lista de palavras que atraem visitantes dos mecanismos de busca para o Por um Punhado de Pixels, aqui vão algumas das mais recentes: pixel, pixelart, Watchmen, grandes orgias, Quills, clonagem, The Catcher in the Rye, sexo e carnaval, Belle and Sebastian, atores brasileiro peladão (sic), Tomorrow Never Dies, primeiro western produzido, Super Furry Animals, blog, Latraviata, avenida Paulista, Por um Punhado de Dólares... #

[ 09:54 ]

Ontem continuei meu ciclo Kurosawa e reassisti em vídeo o clássico Os Sete Samurais (Shichinin no samurai, Japão, 1954). O filme é realmente muito bom, merece todos os elogios que sempre recebe. As seqüências de ação, particularmente, são muito bem construídas, claramente influenciadas pelo cinema ocidental. Mesmo assim, o filme mantém a tradição oriental de uma narrativa mais lenta, e tem mais de três horas de duração. A famosa adaptação Sete Homens e um Destino, do John Sturges, conta basicamente a mesma história em duas horas. E curiosamente, apesar da duração menor, consegue delinear melhor cada um dos sete protagonistas. Já no original do Kurosawa o foco parece ficar mais em quatro deles, e também nos camponeses como um todo. #

terça-feira, 27 de março de 2001

[ 21:09 ]

Muita gente chega aqui através de pesquisas em mecanismos de busca, e é divertido ficar apreciando que palavras estão atraindo visitantes. Nomes próprios são os mais populares, como Dean Kamen, Axl Rose, Christina Ricci, Bonnie Tyler, Rhona Mitra, Toshio Saeki, Isabel Allende, Rubem Grilo, Álvaro Pereira Junior, gente que eu citei uma vez ou outra. Mas teve uma que me fez rir, alguém veio parar aqui enquanto procurava o Carlinhos Brown nu! Realmente tem gosto pra tudo. #

[ 14:06 ]

O pessoal simpático da Disney me mandou uma fita com Bater ou Correr (Shangai Noon, EUA, 2000), dirigido por Tom Dey, um dos melhores filmes com o Jackie Chan, desta vez levando suas incríveis lutas e piruetas para o velho oeste. Veio também uma fita com trailers dos próximos lançamentos em vídeo da Buena Vista: Alta Fidelidade, Filha da Luz, 102 Dálmatas, Dinossauro, A Dama e o Vagabundo II - As Aventura de Banzé, e o próprio Bater ou Correr. #

[ 13:47 ]

Hoje me chamaram de Nono Nox num email. Já perdi a conta das vezes que alguém falou ou escreveu errado o nome. As versões mais comuns são Nemo Vox, Neno Nox, Memo Nox e Nomo Nox. Teve até uma recepcionista que me chamou de Lemos Lopes. Para quem não sabe, em latim, nemo quer dizer ninguém e nox quer dizer noite. Quem diria? Um reles escriba como eu com um nome tão clássico. #

[ 10:22 ]

Som do dia: Penguin Cafe Orchestra. Ontem fui comer sushi com a minha amiga Rosinha Monkees, que voltou das férias nos EUA e trouxe vários cds para mim (além dos que já tinha mandado pelo correio), entre eles os cinco primeiros da Penguin Cafe Orchestra. Muito bom o som destes caras. #

[ 08:26 ]

O site CountingDown oferece alguns divertidos filmezinhos de animação envolvendo figuras conhecidas do cinema. Tem dois sonhos de cineastas (um do Steven Spielberg, outro do Ron Howard), um conto nonsense do Steve Martin querendo engravidar a Gwyneth Paltrow à distância, e um filme de massinha com o Spielberg e o Lucas saindo no tapa por um Oscar, com auxílio de seus personagens. #

segunda-feira, 26 de março de 2001

[ 20:49 ]

Nada como um pouco de sarcasmo para arejar o ambiente: Web Dogma 2001. #

[ 13:50 ]

Ontem assisti, em vídeo, Freejack - Os Imortais (Freejack, EUA, 1992), dirigido por Geoff Murphy. O filme não é horrível, mas tem uma coisa ridícula: os veículos. A ação se passa num futuro onde já existe tecnologia suficiente para transportar uma pessoa do passado para aproveitar seu corpo num transplante de consciência. Mas ainda usam carros com motor de combustão e pneus de borracha, um anacronismo inexplicável. E as carrocerias que desenharam para dar um ar futurista são uma piada. Tirou toda a credibilidade do filme. #

[ 12:21 ]

Agora na minha pausa para o almoço, fui até os Correios, uma caminhada de cinco minutos pela rua Vergueiro. Contei 84 barraquinhas de camelô pelo caminho. Tem horas que desanima morar num país assim. #

[ 09:28 ]

Som do dia: Arthur Moreira Lima interpreta Ernesto Nazareth, pianinho agradável para acompanhar a esperança de uma semana idem. #

[ 08:24 ]

Eu disse ontem que o Oscar não era um prêmio sério. E o pessoal da academia fez questão de provar que eu estava certo. Gladiator é um espetáculo interessante, mas não faz sentido dar o prêmio principal para uma história com um final patético como aquele. O que fazer, porém, quando uma das principais fraquezas do filme, o canastrão Joaquin Phoenix, também estava concorrendo a uma estatueta? E escolher o responsável por Traffic como melhor diretor foi um belo exemplo da falta de visão dos votantes. Até Erin Brockovich (também concorrendo a prêmio e também não merecedor dele) foi melhor dirigido. Traffic só mostra que Steven Soderbergh não soube controlar aquele painel de personagens e deslizou no ritmo (o filme é arrastadíssimo), na trama (repleta de transformações miraculosas, como a dona-de-casa que vira rainha do tráfico, o político poderoso que abandona a carreira pela família, a drogada que se cura como por mágica) e nas soluções narrativas (aquelas mudanças de cor entre EUA e México são de um primarismo ofensivo). Eu avisei que não era um prêmio sério. #

domingo, 25 de março de 2001

[ 20:49 ]

Ridículo! Absolutamente ridículo! A DirecTV tem mais de 150 canais e nenhum transmite a entrega dos Oscars! Estava eu tranqüilamente assistindo no canal E! a entrada dos figurões para a cerimônia, quando na hora de começar o melhor da festa simplesmente passaram a exibir um documentário sobre The Hollow Man. Fiquei trocando de canal freneticamente, e nada. Tem de tudo, da liga espanhola de futebol ao mundo mágico de Beto Carrero, e não tem os malditos Oscars! #

[ 16:29 ]

O Fotopro, site do Clicio Barroso, publicou uma interessante entrevista com o J.R. Duran. Assim como suas fotos, grande parte das suas frases parecem feitas para incomodar:

  • "Equipamento pra mim tanto faz."
  • "Esta coisa de fotógrafo temperamental não existe, eu considero esta atitude de um patetismo total."
  • "Grafismo é uma forma sofisticada de amadorismo." #

    [ 15:50 ]

    Visitei hoje quatro exposições, todas na avenida Paulista. A primeira parada do circuito foi na Casa das Rosas. Eu adoro aquele lugar, uma mansão lúgubre de cumieiras misteriosas, que poderia perfeitamente ser a residência de um Poe ou de um Lovecraft. Mas nunca vi uma exposição realmente boa por lá, são sempre aquelas coisas experimentais, testando os limites do que é arte. Hoje não foi diferente, com Arco das Rosas - o Marchand como Curador, uma mostra que não ultrapassa o status de curiosidade. Mais adiante, no Espaço Cultural Citibank, vi Cores do Milênio, telas do santista Eber de Gois. O trabalho dele poderia ser chamado de derivativo, com influências claríssimas de Pollock e Miró, algumas vezes também de Mondrian, mas mesmo assim me agradou muito. Deve dar uma trabalheira infernal fazer um quadro todo de respingos coloridos. O Centro Cultural FIESP está com uma nova mostra do MAC, Auto-Retrato, Espelho de Artista. São 115 obras, nas mais diversas técnicas, de 60 artistas tentando mostrar como eles são (ou acham que são), muitas delas com a foto do dito cujo permitindo uma comparação direta. "Com pedaços de mim eu monto um ser atônito." (Manoel de Barros) Depois fui até o MASP ver a Coleção Pirelli. Boas fotos, nada breathtaking, mas uma visita interessante. E a idéia de projetar slides no chão do piso inferior do museu foi bacana. Curioso como gostei mais dos trabalhos mais antigos, acabei achando as fotos experimentais um pouco vazias. Minha tarde artística foi interrompida às quatro, quando subitamente escureceu e caiu um chuvaréu violento. Felizmente consegui me refugiar na 2001 Vídeo e escapei do pior. #

    [ 10:54 ]

    Hoje teremos a entrega dos Oscars, e é sempre bom lembrar que não se trata de uma premiação séria. Até posso entender, por exemplo, alguém achando que Ghandi merecia mais o Oscar que E.T., mas nada justifica terem premiado Como Era Verde o Meu Vale em vez de Cidadão Kane. Steve Ryfle escreveu para o IFILM a lista das doze piores gafes e trapalhadas na entrega das estatuetas, The Dozen: Oscar's Stupidest Mistakes. É bem possível que esta noite tenhamos mais algumas. #

    [ 09:49 ]

    Me diverti mas não me entusiasmei com Quase Famosos (Almost Famous, EUA 2000), do Cameron Crowe. Tem algumas boas cenas (a do avião prestes a cair, por exemplo), algumas boas tiradas ("If you think that Mick Jagger will still be doing the whole rock star thing at age fifty, you are sorely mistaken."), mas no geral é um filme morno. A banda Stillwater é basicamente uma versão ficcional dos Allman Brothers (com quem o Cameron Crowe realmente fez uma turnê quando era jovem), com toques de The Who (a cena do avião teria se passado com eles), Led Zeppelin (foi o Robert Plant que disse a famosa frase "I am a golden god") e Eagles (o gitarrista seria inspirado em Glenn Frey). Mas apesar de toda a aparência e todas as referências musicais, acaba não sendo um filme sobre rock, e sim sobre amadurecimentos e relacionamentos. #

    sábado, 24 de março de 2001

    [ 16:45 ]

    Já li o Batman deste mês, onde se prepara a reintegração de Gotham City aos EUA. Será o fim do arco de histórias Terra de Ninguém, e para reconstruir a cidade, abalada por um terremoto gigantesco, foram buscar uma fortuna ainda maior que a do milionário Bruce Wayne. Entra em cena Lex Luthor, arqui-inimigo de outro herói da DC, o Super-Homem. Espero que este crossover seja discreto como as participações do homem de aço em Gotham City, que não transformaram a história numa fantasia desvairada. #

    [ 16:16 ]

    Gostei muito de A Força de um Passado (Flesh and Bone, EUA, 1993), escrito e dirigido pelo Steven Kloves, que assisti ontem em vídeo. Um elenco de primeira (Dennis Quaid, James Caan, Meg Ryan, Gwyneth Paltrow), uma história forte, daquelas que incomodam mesmo depois de terminado o filme, com algo de tragédia grega passada no Texas. O Kloves tem a manha de fazer coisas assim, seu filme anterior foi o ótimo The Fabulous Baker Boys, de 1989. Por que será que ele não fez mais filmes além destes dois? #

    [ 14:57 ]

    Recebi alguns emails elogiando minhas fotos, e tomei ânimo para publicar mais algumas: Lisboa em Preto e Branco, coleção de fotos feitas entre 1990 e 1994 na capital portuguesa, e CaveWomen, série fotográfica finalizada em computador, inspirada na arte pré-histórica. E continuam online os velhos Stone People e Photo Portfolio. #

    [ 08:49 ]

    O Garry Trudeau tem grandes sacadas em sua tira Doonesbury, especialmente quando fala da internet. Esta do casamento online é ótima: "Do you, Zeke, take Joan to be your wife? If so, hit, control, alt, return!" #

    sexta-feira, 23 de março de 2001

    [ 20:51 ]

    Assisti, em vídeo, Uma Viúva em Trinidad (Affair in Trinidad, EUA, 1952), dirigido por Vincent Sherman, com Rita Hayworth e Glenn Ford, a mesma dupla de Gilda e Carmen. A história, que lembra em muito o hitchcockiano Notorious, mistura espionagem e romance, mas é tão cheia de buracos que chega a ser ridícula. E o pobre Glenn Ford, interpretando um herói completamente imbecil, mostra mais uma vez sua falta de recursos artísticos. Felizmente, Rita Hayworth está tão encantadora neste filme como em tantos outros. #

    [ 19:13 ]

    Desde segunda-feira estou fazendo exercícios abnominais no meu novo Power Shaper, e devo confessar que não fiquei muito impressionado. O aparelho é um pouco desajeitado e parece adicionar dificuldade à ginástica sem benefício aparente. Mas talvez ainda seja cedo para um julgamento definitivo e eu precise de mais prática com esta geringonça. #

    [ 16:10 ]

    Acabo de receber pelo correio o volume Contos que Curam (Mileto Editora, 2001), do Doc Mariz. A dedicatória diz que sou o tio do livro, já que fui o criador do pseudônimo Doc Mariz quando ele começou a publicar no Pijama Selvagem. E alguns dos contos do livro já passaram pelo site, como A Sauna ou O Rei da Mentira. #

    [ 08:48 ]

    Por vezes é bom assistir um filme achando que vai ser muito ruim. Pânico no Lago (Lake Placid, EUA, 1999), dirigido pelo Steve Miner, que eu vi ontem em vídeo, é fraco mas me surpreendeu agradavelmente exatamente porque eu estava preparado para algo muito pior. A história não é completamente previsível e os efeitos especiais são bons, duas coisas importantes neste gênero. E o filme parece não se levar a sério, muitas vezes deslizando para o lado da comédia. Gostei de ver o crocodilão abocanhando uma vaca de uma vez só. #

    [ 08:17 ]

    Esta revista parece que foi feita para mim, que gosto do Punisher e não gosto muito de outros super-heróis da Marvel. Pois o Garth Ennis escreveu e o Doug Braithwait desenhou Justiceiro Massacra o Universo Marvel, história no gênero "what if?", publicada pela Pandora Books. Imagine o que poderia ter acontecido se a família de Frank Castle fosse morta durante um confronto envolvendo os X-Men e os Vingadores, e seu alter-ego, o Justiceiro, ao invés de criminosos, caçasse todos os superseres existentes, do Homem-Aranha ao Wolverine. Muito divertido! #

    quinta-feira, 22 de março de 2001

    [ 11:55 ]

    Nesta madrugada assisti, em vídeo, um filme do Woody Allen que eu ainda não tinha visto, Interiores (Interiors, EUA, 1978). Que coisa chata! O Woody já fez filmes interessantes na vertente bergmaniana, como Setembro, mas neste aqui ele errou feio. No fundo, quase nem tem história, é só um bando de pessoas ricas e infelizes, com problemas tão graves como falta de talento ou incapacidade de expressão. Chega a ser uma ofensa para quem enfrenta coisas como ter que trabalhar a maior parte do dia para poder pagar as contas. O filme é tão fútil como qualquer comediazinha para adolescentes, simplesmente troca o foco das peripécias escolares para a depressão em apartamentos ricamente mobiliados. Ao menos os filmes teen são mais divertidos. #

    [ 09:31 ]

    Som do dia: Chris LeDoux, em mais um cd que a minha amiga Rosinha Monkees me mandou dos EUA. Eu gosto dele porque mistura country com uma boa dose de rock'n'roll. "We'll, I guess it's true then / What the wise men say / When you ride your last one / Make sure he's the best one / Jump while he's movin' / Tip your hat boys and walk away" (de Cadillac Cowboy). #

    [ 08:41 ]

    A Marta Suplicy continua com medidas incompreensíveis na prefeitura de São Paulo. Agora resolveu limitar a atuação e o número de camelôs na cidade, noticiou a Folha de S. Paulo. Limitar? Por que não proibir? Com estas novas medidas, ela está, na prática, autorizando a ocupação de espaços públicos por vendedores de quinquilharias contrabandeadas e falsificadas. E a regulamentação proposta beira o ridículo, proibindo, por exemplo, camelô trabalhando sem camisa. Então se estiver bem vestido pode atravancar o caminho e negociar artigos ilegais? #

    [ 08:02 ]

    Ontem reassisti mais um Kurosawa em vídeo: Yojimbo (Yojimbo, Japão, 1961), o filme que serviu de inspiração a Por um Punhado de Dólares. Na verdade, é simplesmente a mesma história onde os samurais foram trocados por cowboys, e o Kurosawa chegou a processar o Sergio Leone por plágio (e ganhou). Bem mais tarde, o Walter Hill refilmou tudo com gângsters da época da lei seca. E é uma trama muito boa mesmo, que na mão de gente talentosa como Kurosawa, Leone ou Hill, gera sempre filmes bem interessantes. #

    quarta-feira, 21 de março de 2001

    [ 15:27 ]

    Som do dia: zydeco! No pacote que a Rosinha Monkees me mandou dos EUA vieram três cds de zydeco, gênero difícil de achar aqui no Brasil. Um é do Buckwheat Zydeco e os outros são coletâneas trazendo Beau Jocque, Geno Delafose, Clifton Chenier, Boozoo Chavis, Queen Ida, e vários outros. #

    [ 14:15 ]

    Bem bacaninha o site brasileiro do filme Snatch, que estréia por aqui em maio com o título Snatch - Porcos e Diamantes. Com aquele elenco (Benicio Del Toro, Vinnie Jones, Brad Pitt) e escrito e dirigido pelo Guy Ritchie (o cara de Lock, Stock and Two Smoking Barrels), é um filme que promete muito. #

    [ 13:18 ]

    Acabo de receber um pacote da minha amiga Rosinha Monkees, que está em férias pelos EUA. Ela foi representar a Esfera na MegaCon 2001, em Orlando, convenção que reuniu gente dos quadrinhos, da tv e do cinema. Que alegria! Veio de tudo, folhetos, zines, catálogos, fotos, autógrafos, um monte de coisas. A maior relíquia é uma foto autografada pelo Bill Mumy e pelo Bob May, respectivamente o garotinho Will Robinson e o robô da série de tv dos anos sessenta Perdidos no Espaço (Lost in Space). Nemo Nox, don't get lost in space! #

    [ 08:07 ]

    Ontem assisti, em vídeo, No Olho da Rua (The Castle, Austrália, 1997), dirigido por Rob Sitch. Uma comédia simpática, mas é curioso notar que todo aquele otimismo não passa de falta de visão dos protagonistas. A família Kerrigan pode estar do lado certo da justiça, mas é completamente incapaz de defender seus direitos, e não haveria final feliz sem a intervenção do advogado Lawrence Hammill, claramente em outro nível social e intelectual, que funciona como a fada madrinha das fábulas: surge do nada para solucionar todos os problemas dos heróis. #

    [ 08:00 ]

    Frase lapidar enviada pelo meu colega Thompson Marzagão: "Nada é impossível, para quem não tem que fazer o trabalho." #

    terça-feira, 20 de março de 2001

    [ 20:17 ]

    Fui à Livraria Cultura assistir uma palestra de três escritores africanos: Ahmadou Kourouma (Costa do Marfim), Abasse Ndione (Senegal) e o famoso Pepetela (Angola), na verdade o único que eu já conhecia. Infelizmente, as condições da sala eram péssimas. Muito calor, cadeiras de plástico extremamente desconfortáveis e, para piorar a situação, os microfones não funcionaram. Cada escritor falou só um pouquinho, porque o tempo tinha que ser dividido por todos. Não entendo fazerem um evento destes, trazendo convidados internacionais, e aproveitarem tão pouco a presença deles. O tema da noite era "o que é a língua para um escritor", e cada um deles abordou a coisa por um lado diferente. O corpulento Kourouma, considerado por alguns críticos como o melhor escritor de língua francesa do continente africano, disse que a linguagem se adapta aos personagens, e que livros com pontos de vista de protagonistas diferentes têm necessariamente um estilo diferente. Ou seja, ele se preocupou mais com o discurso narrativo. O Ndione, autor de romances policiais, de barbinha branca e roupa típica senegalesa, falou que a linguagem se adapta com o tema dos livros, sendo mais séria ou mais coloquial ou mais brincalhona dependendo do que trata. Ou seja, centrou-se mais no tom da narrativa. O Pepetela, único branco na mesa e também o único que não falou em francês, explicou com seu sotaque angolano que o português do seu país, desde a independência, aos poucos vai se moldando numa língua própria, com grande influência de outros idiomas africanos, não só na incorporação de vocábulos mas também na maneira de contar uma história, ancorada na tradição oral. No geral, foi uma palestra interessante, mas muito aquém do que poderia ter sido com melhores condições na sala e mais tempo para cada escritor falar. #

    [ 19:55 ]

    Dei uma remexida no Pijama Selvagem. Passei o site todo para CSS (cascading style sheets), o que deu um trabalhão e nem vai ser percebido pela maior parte dos visitantes. Saíram uns colaboradores, entraram outros. Agora temos crônicas de Gian Danton, Heringer, Doc Mariz, Nemo Nox, Gabriel Perissé, Renato Rossi, Bruce Cameron e Joe Lavin, e os quadrinhos Esquelética, Nojob, Ran, Violência Gratuita, Vovó e a Interneta e Sevtrek. Com a pior parte da reforma já foi feita, pretendo ir acrescentando mais coisas aos poucos. #

    [ 13:04 ]

    Som do dia: Pedro Abrunhosa, o melhor pop lusitano que já ouvi. O primeiro cd, Viagens, é excelente. "Esta vida são dois dias, / e um é pra acordar" (de Viagens). #

    [ 12:44 ]

    Por que tem gente que manda um email perguntando alguma coisa e termina com um irritante "aguardo resposta"? Não é óbvio que quem pergunta quer uma resposta? Reforçar isso vai ajudar em algo? #

    [ 08:14 ]

    Depois de ver a mega-biblioteca pessoal do R.F. Luchetti no documentário sobre o Zé do Caixão, resolvi procurar na web algo mais sobre este autor. Não encontrei nadica. Já li muita coisa dele, em prosa e em quadrinhos, o homem é muito prolixo. E nada na web? Se alguém souber de um site sobre o Luchetti escondido por aí, por favor me avise. #

    [ 07:37 ]

    Ontem assisti, na DirecTV, O Maldito, do André Barcinski e do Ivan Finotti, documentário sobre o Zé do Caixão que ganhou o Special Jury Prize Midnight no 2001 Sundance Film Festival, onde passou com o título Coffin Joe - The Strange World of José Mojica Marins. É interessante, mas não achei coisa para prêmio em festival internacional. Parece que a premiação foi mais para o documentado que para o documentário em si. Achei falta de algum comentário sobre o conteúdo dos filmes do Zé do Caixão, de uma análise daquela ideologia pseudo-religiosa. Fiquei surpreso também ao ver que quase todas as entrevistas foram feitas em vídeo. Será que depois passaram tudo para película? Ou o festival de Sundance também aceita material em vídeo? #

    segunda-feira, 19 de março de 2001

    [ 12:02 ]

    Som do dia: passei a manhã ouvindo violão, primeiro Duofel, depois os feras Al Di Meola, John McLaughlin e Paco De Lucia, no cd ao vivo Friday Night in San Francisco. #

    [ 10:34 ]

    Ontem assisti novamente, em vídeo, Rashomon (Rashomon, Japão, 1950), do Akira Kurosawa, que eu tinha visto há muitos anos num ciclo de cineclube. Um clássico. Interessante como, depois de apresentar as várias versões do acontecido, o filme deixa a decisão sobre qual delas é a verdadeira (ou nenhuma delas) para o espectador. Recomendado para quem acha que o Tarantino inventou uma forma nova de contar uma história. #

    domingo, 18 de março de 2001

    [ 20:52 ]

    Som do dia: Keith Jarrett. Sempre que ouço os discos dele me lembro do meu amigo Goida, de Porto Alegre. A primeira vez que comprou um disco do Jarrett, ainda no tempo do vinil, voltou rapidinho para casa, botou no toca-discos da sala e foi ler no quarto, com a música ao fundo. Logo em seguida, chegou a filha do Goida e o namorado, e se instalaram no sofá da sala. O que o Goida não sabia naquela época é que o Keith Jarrett bate os pés e geme alto no meio dos seus longos improvisos ao piano. Então ele começou a ouvir aqueles gemidos vindos da sala, cada vez mais altos, e achou que a filha tinha perdido a noção do decoro e se rendido à luxúria em plena sala do pai. Engraçadíssimo ouvir o Goida contando os momentos de dúvida se ia ou não até à sala acabar com aquela pouca-vergonha e o grande alívio ao descobrir que os sons eram todos produzidos pelo Keith Jarrett. #

    [ 19:56 ]

    Um ótimo exemplo de como usar Flash da maneira mais estúpida e desnecessária: The Cyborg Manifesto. O que o site oferece é somente texto. A funcionalidade da barra de rolagem desapareceu, já que as teclas de direção e a roda de scroll do mouse não funcionam, a única forma de rolar o texto é usando o mouse para arrastar um botão à direita do texto. Para copiar um trecho do manifesto, só redigitando tudo, pois as funções normais do browser de copiar e colar não funcionam. Todo este incômodo para quê? #

    sábado, 17 de março de 2001

    [ 20:07 ]

    A minha conta no Hotmail está praticamente inutilizada graças ao spam. Só hoje, recebi 56 mensagens inúteis contra 64 legítimas. E o pior é que o spam é do mais baixo nível, criado por mentecaptos que acham que podem ficar ricos na internet enganando os outros. Não que exista spam de alto nível, mas os produtos que estes cretinos anunciam parecem saídos de um programa humorístico. Alguns exemplos:

  • "If Stock Market Volatility has you worried, join the flight to quality. Make 36% annually, paid 3% monthly through Guaranteed - Fully Secured Account Receivable Acquisitions. 10K Minimum." (quem vai confiar dez mil doletas nas mãos de pilantras que mandam spam?)
  • "Learn how to make a 5 figure monthly income from the Internet in 90 days from the comfort of your home using nothing more than your computer and telephone." (este imbecil já me mandou a mesma mensagem mais de trinta vezes)
  • "Now you can boost the reliability of ordinary Windows ME, 95 and 98 to nearly the level of Windows NT or 2000, Microsoft's professional and industrial version of Windows." (estes têm a cara de pau de dizer que eu pedi para ser informado)
  • "We are here to work with you and your creditors to help get you out of debt and on the road to credit and financial recovery." (esta maldita mensagem colorida eu já recebi de dezenas de endereços diferentes)
  • "Click here now for your free 3 day 2 night mini-vacation in your choice of over 10 destinations!" (claro, que sorte, algum bom samaritano está distribuindo férias gratuitas por aí e eu fui um dos escolhidos) #

    [ 16:55 ]

    Muito bom o texto do Eduardo Axelrud, sobre o filme mais overrated do ano, O Tigre e o Dragão, no Argumento. Vale a pena ler até o final, onde ele demonstra lindamente a lógica infantil da história. #

    [ 16:36 ]

    Assisti, em vídeo, O Fantástico Mundo do Dr. Kellogg (The Road to Wellville, EUA, 1994), do Alan Parker. Que bobagem! Um aglomerado de piadas sem graça sobre alimentação, sexo e defecação enfiadas, com a delicadeza de um enema, numa trama que não vai a lugar algum. Desperdício de talentos como os de Anthony Hopkins, John Cusack e Bridget Fonda. #

    [ 15:19 ]

    A Marvel insiste em tentar revitalizar seus personagens clássicos recriando suas origens. O Homem-Aranha teve sua história recontada em Ultimate Spider-Man, agora disponível gratuitamente na web. Por aqui a série se chama O Novo Homem-Aranha e está, cheia de banners publicitários, no site oficial brasileiro da Marvel. Nesta nova versão, Peter Parker deixou de ser fotógrafo para desempenhar o papel de webmaster do Clarim online. Até faz algum sentido o trocadilho (webmaster = mestre da teia), mas já começa a ser aborrecido ver que qualquer personagem moderninho tem que ser webdesigner ou webmaster. #

    [ 14:42 ]

    Testemunhei um diálogo triste há pouco numa livraria:
    - Mãe, compra esse livro pra mim?
    - É sobre o quê?
    - Filosofia.
    - Pra que você quer ler essa porcaria? Larga isso, vâmo embora. #

    [ 09:21 ]

    O título era interessante mas o filme era fraquinho. Assisti ontem O Favor, o Relógio e o Peixe Muito Grande (The Favour, the Watch and the Very Big Fish, Inglaterra/França, 1991), escrito e dirigido por Ben Lewin. Mesmo assim, tinha alguns diálogos muito bons. "Cast thy bread upon the waters and it shall be returned to you a thousand fold. But what can you do with a thousand loafs of wet bread?" #

    sexta-feira, 16 de março de 2001

    [ 16:06 ]

    Som do dia: hoje eu precisava me alegrar, então fui buscar duas bandas de moçoilas jeitosas dos anos oitenta, Bangles e Bananarama. "Slide your feet up the street, bend your back / Shift your arm, then you pull it back / Life is hard, you know (oh whey oh) / So strike a pose on a Cadillac" (de Walk Like An Egyptian). #

    [ 14:12 ]

    Eu já li muita coisa do H.G. Wells, tanto de ficção (A Máquina do Tempo, Guerra dos Mundos, O Homem Invisível) como de história (História Universal é um clássico), mas não sabia que ele tinha imaginado algo muito parecido com a internet. Fiquei sabendo no livrinho da Maria Ercília, A Internet, que o Wells escreveu, na década de trinta, World Brain: The Idea of a Permanent World Encyclopaedia, antevisão sobre uma nova reunião e distribuição de conhecimento. Fui garimpar na web e encontrei duas versões em PDF, uma em formato de palestra, outra de verbete de enciclopédia. Muito interessante. #

    [ 12:08 ]

    Tudo indica que o meu otimismo prematuro de ontem foi injustificado: o Por um Punhado de Pixels continua ausente da mídia impressa, ignorado por jornais e revistas. Fui todo contente comprar a revista única e fiquei boquiaberto ao ver que a matéria da versão impressa é diferente da que aparece no site. O meu pobre weblog, claro, foi um dos chutados para escanteio. #

    [ 10:40 ]

    Ontem também assisti, na TNT, um filme policial fraquinho, Atraídos Pelo Perigo (No Man's Land, EUA, 1987), dirigido por Peter Werner, sobre ladrões de automóveis. O que me chamou a atenção foi que os palavrões proferidos pelos personagens eram cortados do áudio, recheando de silêncios artificiais os diálogos repletos de shits e fucks. E fiquei desconfiado que algumas imagens também tenham sido cortadas, já que duas cenas sensuais acabaram de maneira abrupta. Ridículo! Não assisto mais filmes na TNT. #

    [ 10:09 ]

    Assisti, em vídeo, O Mistério de Lulu (Lulu on the Bridge, EUA, 1998), escrito e dirigido pelo Paul Auster. Eu estava gostando muito do filme, uma trama bem ao estilo dos livros do Paul Auster, mas aí veio aquele final pateta, que deixa um monte de coisas por explicar, possivelmente porque nem o autor sabe explicar, e eu me decepcionei tremendamente. Odeio histórias que acabam com "era tudo um sonho" ou qualquer variação disto, fico sempre com a impressão de tempo perdido acompanhando uma coisa sem importância. Neste caso, é ainda pior, porque a história é abandonada sem resolução. Ora, senhor Paul Auster, que decepção... #

    [ 09:35 ]

    A minha conexão via Speedy ficou boba hoje de manhã. Só conectava ao Terra, meu provedor, e a mais nenhum site. Telefonei para o serviço de suporte ao assinante e me surpreendi com a incompetência e incapacidade de atender os clientes. Primeiro, fui atendido por uma daquelas máquinas irritantes que me mandava teclar um número para cada opção desejada. Aí eu escolhia suporte técnico do Terra Plus (que é o serviço para usuários de Speedy) e caía num funcionário do serviço normal, que não podia me ajudar. Isto aconteceu três vezes, e entre elas longos intervalos onde me brindavam sempre com a mesma gravação ("obrigado por ter ligado, dentro de instantes você será atendido"). Depois de uma hora e quinze minutos ao telefone, consegui que alguém me explicasse o que estava acontecendo: caiu a rede do Terra e todos os usuários ficaram sem conexão, sendo o prazo para retorno das atividades normais completamente desconhecido. A melhor coisa que eles tinham para me oferecer era um "tente mais tarde". Fiasco total! #

    quinta-feira, 15 de março de 2001

    [ 20:57 ]

    Parece que a mídia finalmente achou o Por um Punhado de Pixels! A revista única traz um texto sobre weblogs e cita vários, quase nenhum deles mencionado por outros veículos. Achei bacana, divulgou quem ainda não tinha sido divulgado e mostrou que a revista se preocupou em pesquisar antes de escrever. E o Notepad publicou uma coluna nova da Ana Beskow, sobre o meu proto-weblog, o Diário da Megalópole, e o Por um Punhado de Pixels também é citado. Obrigado, Ana! #

    [ 19:57 ]

    Uma das peças de Shakespeare que eu mais gosto é Tempest. Assisti, em vídeo, mais uma adaptação dela, desta vez passada durante a guerra civil norte-americana e com muitas modificações à história original. Fúria da Tempestade (The Tempest, EUA, 1998), dirigido para a televisão por Jack Bender, é interessante pela proposta (a mágica de Prospero agora é voodoo, Ariel é um negro, etc) mas não chega a entusiasmar. E Peter Fonda faz um protagonista sem carisma, o que mata um pouco do encanto. #

    [ 16:44 ]

    Chegou o meu Power Shaper. Na caixa diz que é Power Shapper (com dois pês), na folha com instruções de montagem diz que é Ab Shapper. Devo ter perdido mais calorias montando este treco que vou perder fazendo abdominais nele. Quem disse que era fácil? As pecinhas não encaixam direito onde deveriam, umas precisaram de marteladas, outras de cirurgia plástica. As instruções são tão bem feitas que pulam do passo cinco para o passo sete. E no ShopTime dizia que é "leve, compacto e fácil de guardar: pode ser dobrado e guardado dentro do armário". No meu armário certamente não cabe, é um trambolhão. Na próxima segunda-feira começo a usar, espero não ter comprado uma porcaria. Ao menos, se não servir para fazer abdominais, posso usar para passar roupa. #

    [ 15:50 ]

    Por vezes, é bom voltar ao básico. Comecei a ler A Internet (Publifolha, 2000), escrito pela minha adorável chefa, a Maria Ercília, diretora de produtos do BOL. O livro fala, de maneira sucinta, sobre a história, as opções e a filosofia da internet. E a minha cópia está autografada, é claro. #

    [ 13:00 ]

    O pessoal da Network Solutions me mandou, por correio, uma "free t-shirt with your personalized web address" só porque renovei um domínio por dois anos. É branca, na frente tem uns óculos escuros pequenos ao lado do logotipo deles, atrás está escrito esfera.net (que foi o domínio renovado). Gostei da camiseta e da simpatia. #

    [ 10:02 ]

    A Telesp Celular está lançando um produto tenebroso, o Peg & Fale Gol!, um telefone celular com as cores e o símbolo dos grandes clubes de futebol paulistas (no anúncio de jornal aparecem Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Guarani, Ponte Preta e Portuguesa). Além das funções básicas, permite também que o torcedor receba na telinha as principais notícias do seu time. Se tocar o hino cada vez que alguém telefonar vai ser uma festa. Como se já não bastasse a legião de portadores da síndrome de "alô-querida-estou-no-ônibus-e-todo-mundo- está-ouvindo-nossa-conversa-que-alegria!". #

    [ 09:47 ]

    Assisti, em vídeo, Lifepod (Lifepod, EUA, 1993), que o Ron Silver protagonizou e dirigiu para a televisão. É uma curiosa adaptação do filme Lifeboat, do Hitchcock, com o barco substituído por uma nave espacial. A fórmula é conhecida: um grupo de personagens contrastantes, muitas vezes antagônicos, colocado num lugar fechado e numa situação de perigo. Como cada um reage e interage é o que faz a história. Neste caso ainda existe um mistério, a possibilidade que um deles seja o terrorista que explodiu o navio espacial e os colocou naquela navezinha salva-vidas. Interessante, mas não entusiasmante. #

    quarta-feira, 14 de março de 2001

    [ 16:09 ]

    Eu tenho uma lata onde guardo todas as moedas que me dão de troco, porque não gosto de andar com elas no bolso. Só quando não cabe nem mais um níquel na lata é que eu troco tudo por dinheiro de papel. Hoje achei um pessoal que junta mais moedinhas que eu, ao menos virtualmente: The MegaPenny Project. #

    [ 13:58 ]

    Terminei de ler o Azazel (Editora Record, 1991), do Isaac Asimov. É um pouco repetitivo, porque todas as histórias seguem uma mesma fórmula (alguém tem um problema, o demoniozinho faz algo para ajudar, o resultado é desastroso). Mas tem passagens bem divertidas. "Assim que cheguei à cidade, tratei de procurar Artaxerxes. Mal tive tempo de jantar num restaurante de primeira, beber um excelente conhaque, dormir até as dez da manhã e tomar café antes de visitá-lo no seu quarto." Não é um Asimov típico, como ele mesmo alerta na introdução: "Se acharem o estilo exagerado e 'anti-asimoviano', essa foi a minha intenção ao escrevê-los." #

    [ 09:25 ]

    Na semana passada escrevi aqui sobre o Dogma 95 (para filmes) e o Dogma 2001 (para games). O Paulo Torres me mandou o link para mais um manifesto da mesma família, o Dogma 1,99, do Allan Sieber e do Fábio Zimbres, com regras para fazer um desenho animado "a go-go". Para quem não sabe, eles são os autores do engraçadíssimo curta Deus é Pai. #

    [ 08:42 ]

    Antes do jogo, assisti, em vídeo, Moby Dick (Moby Dick, EUA, 1998), dirigido para a televisão pelo Franc Roddam, com o Henry Thomas (o garotinho de E.T.) como Ishmael e Patrick Stewart (o capitão Jean-Luc Picard de Star Trek) como Ahab. Em participação especial, no papel do pastor, aparece Gregory Peck, o Ahab da versão anterior (onde o pastor era o Orson Welles). Este novo Moby Dick perde um pouco em vigor (o do John Huston ia mais direto ao ponto) mas ganha em detalhes (não só de produção, mas a duração maior permite acrescentar mais elementos do livro) e obviamente nos efeitos especiais. Nunca o baleião branco esteve tão poderoso nas telas. #

    [ 08:06 ]

    O "baixinho" Moochie Norris, armador do Houston Rockets, estava endiabrado ontem contra o Indiana Pacers. Faltando três segundos para terminar o jogo, ele acertou uma cesta de três pontos, conseguindo o empate e garantindo uma prorrogação. A coisa estava tão equilibrada que foram necessárias mais duas prorrogações para chegar ao resultado final de 127x118 para o Houston, conseguido com a ajuda de Norris, que, apesar de só ter pouco mais de um metro e oitenta no meio daqueles gigantes, bateu seu recorde pessoal fazendo 28 pontos, 11 deles na última prorrogação. São coisas destas que fazem da NBA um grande espetáculo. #

    terça-feira, 13 de março de 2001

    [ 20:15 ]

    Assisti, em vídeo, A Vida em Preto e Branco (Pleasantville, EUA, 1998), dirigido por Gary Ross. Bem interessante a idéia, espécie de Rosa Púrpura do Cairo ao contrário (e também com o Jeff Daniels no elenco). É um festival de simbologia, as cores, o fogo, a maçã, está tudo lá, juntamente com uma reconstrução perfeita das cidadezinhas paradisíacas da televisão norte-americana do passado. Só a Reese Witherspoon não convence no papel, ela é muito sem graça para passar por bad girl. #

    [ 19:45 ]

    Para acompanhar a minha bicicleta ergométrica, comprei no ShopTime um Power Shaper, geringonça para exercícios abdominais. Mas quase desisti da compra. Primeiro, o formulário do site não funcionou, acho que era erro de CGI. Então tentei comprar por telefone e o vendedor inconveniente insistia em me empurrar mais coisas. Halteres, joelheira, cotoveleira, até uma bolsa de gelo ele me ofereceu, mesmo depois de eu ter dito que só queria o Power Shaper. Só quando eu já ia bater o telefone na cara dele que resolveu concluir a venda. Na próxima semana minha sessão de ginástica ganha um brinquedo novo. #

    [ 14:46 ]

    Ontem fui assistir Do Que as Mulheres Gostam (What Women Want, EUA, 2000), dirigido por Nancy Meyers. Divertido, tem tudo que se pode esperar de uma comédia romântica (leve, positiva, agradável, descartável), e o casal Mel Gibson e Helen Hunt é muito melhor no gênero que aquela dobradinha manjada do Tom Hanks com a Meg Ryan (You've Got Mail, Sleepless in Seattle, Joe Versus the Volcano). Ainda tem a maravilhosa Marisa Tomei de brinde. Eu gostaria de saber quanto custou aquele mechandising gigantesco no filme: faz parte da história nada menos que a criação de uma campanha publicitária para a Nike. #

    [ 10:55 ]

    Terminei de ler a Revista MTV. Simpática e promissora. Senti falta do João Gordo, figura curiosa da MTV que escreve coisas interessantes no no.. Será que ele vai aparecer nos próximos números da revista? #

    [ 08:31 ]

    Para complementar as listinhas de filmes de ontem e completar o Top 50, aqui vão seis brasileiros:

  • O Cangaceiro (Lima Barreto, 1953)
  • Assalto ao Trem Pagador (Roberto Farias, 1962)
  • O Pagador de Promessas (Anselmo Duarte, 1962)
  • Noite Vazia (Walter Hugo Khoury, 1964)
  • Eles Não Usam Black-Tie (Leon Hirszman, 1981)
  • Memórias do Cárcere (Nelson Pereira dos Santos, 1984) #

    segunda-feira, 12 de março de 2001

    [ 16:57 ]

    Mais uma listinha de filmes que eu acho muito bons, agora cobrindo a década de noventa. De 1990 a 2000:

  • Rosencrantz and Guildenstern Are Dead (Tom Stoppard, 1990)
  • Misery (Rob Reiner, 1990)
  • Silence of the Lambs (Jonathan Demme, 1991)
  • Delicatessen (Marc Caro & Jean-Pierre Jeunet, 1991)
  • Reservoir Dogs (Quentin Tarantino, 1992)
  • The Usual Suspects (Bryan Singer, 1995)
  • Twelve Monkeys (Terry Gilliam, 1995)
  • Fargo (Joel Coen, 1996)
  • Shakespeare in Love (John Madden, 1998)
  • American Beauty (Sam Mendes, 1999)
  • The Matrix (Andy Wachowski & Larry Wachowski, 1999)
  • Being John Malkovich (Spike Jonze, 1999) #

    [ 16:25 ]

    Uma agradável surpresa: o site ViraWeb publicou uma análise extremamente positiva do Pijama Selvagem. "O Pijama é um primor tanto pelo conteúdo quanto pelo design." Quem diz isso é o Wallace Vianna, designer, consultor e professor na área de web design, que assina a matéria. "O site cumpre o que se propõe, que é entreter de maneira muito elegante e por isso mesmo levemente irreverente." Como é bom quando gostam do que fazemos! #

    [ 15:40 ]

    Outra listinha de filmes que eu gosto muito, desta vez com coisas da década de oitenta. Eu tenho colocado sempre os títulos originais porque muitas vezes não sei ou não lembro como se chamou o filme no Brasil (não estive por aqui entre 88 e 95). De 1980 a 1990:

  • Raiders of the Lost Ark (Steven Spielberg, 1981)
  • Body Heat (Lawrence Kasdan, 1981)
  • S.O.B. (Blake Edwards, 1981)
  • Blade Runner (Ridley Scott, 1982)
  • Storia di Ordinaria Follia (Marco Ferreri, 1982)
  • Conan the Barbarian (John Milius, 1982)
  • The Terminator (James Cameron, 1984)
  • Body Double (Brian De Palma, 1984)
  • After Hours (Martin Scorsese, 1985)
  • Back to the Future (Robert Zemeckis, 1985)
  • House of Games (David Mamet, 1987)
  • Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios (Pedro Almodóvar, 1988) #

    [ 14:50 ]

    Som do dia: Black Crowes. "Baby here I am / I'm the man on the scene / I can give you what you want / But you gotta' come home with me / I have got some good old lovin' / And I got some more in store / When I get through throwin' it on you / You gotta' come back for more" (de Hard To Handle). #

    [ 14:16 ]

    Mais uma listinha de filmes que eu gosto muito. Na minha seleção, só incluí títulos que assisti mais de uma vez e não deixei entrar mais de um filme de cada diretor. De 1960 a 1980:

  • Rosemary's Baby (Roman Polanski, 1968)
  • Z (Costa-Gavras, 1969)
  • The Godfather (Francis Ford Coppola, 1972)
  • Le Magnifique (Philippe de Broca, 1973)
  • Young Frankenstein (Mel Brooks, 1974)
  • The Man Who Would Be King (John Huston, 1975)
  • One Flew Over the Cuckoo's Nest (Milos Forman, 1975)
  • Star Wars (George Lucas, 1977)
  • All That Jazz (Bob Fosse, 1979)
  • Life of Brian (Terry Jones, 1979) #

    [ 13:36 ]

    Comprei Os Caçadores de Sonhos (Conrad Livros, 2001), história do Sandman com textos do Neil Gaiman e ilustrações do Yoshitaka Amano. Não são quadrinhos, é prosa mesmo, baseada num velho conto japonês, com belíssimas ilustrações que muitas vezes lembram Gustav Klimt. Começo a ler esta noite, perto da hora de dormir. Talvez o Sandman venha me visitar em sonhos. #

    [ 09:58 ]

    Já teve gente dizendo que eu sou um chato e falo mal de quase todos os filmes. Mas o que eu posso fazer se maior parte do que se produz é realmente muito ruim? Mesmo assim, gosto de muitos filmes. Resolvi fazer umas listinhas de alguns que considero muito bons. Começando pelos mais antigos... De 1935 a 1960:

  • La regle du Jeu (Jean Renoir, 1939)
  • Citizen Kane (Orson Welles, 1941)
  • Casablanca (Michael Curtiz, 1942)
  • Les Enfants du Paradis (Marcel Carné, 1945)
  • All About Eve (Joseph L. Mankiewicz, 1950)
  • Sunset Boulevard (Billy Wilder, 1950)
  • Rear Window (Alfred Hitchcock, 1954)
  • On the Waterfront (Elia Kazan, 1954)
  • Anatomy of a Murder (Otto Preminger, 1959)
  • La Dolce Vita (Federico Fellini, 1960) #

    domingo, 11 de março de 2001

    [ 17:40 ]

    Nada como um videozinho inconseqüente para preencher a preguiçosa tarde de domingo. Mas não precisava ser tão fraquinho. Assisti A Reconquista (Battlefield Earth, EUA, 2000), dirigido por Roger Christian. O ápice do ridículo são os homens das cavernas aprendendo a pilotar jatos sofisticados em sete dias, sem instrutor, usando somente um simulador de vôo (que, incrivelmente, ainda funciona depois de mil anos de abandono). Como já disse a Jade Boneff em seu artigo na Esfera, "dificílimo de levar a sério". #

    [ 12:30 ]

    Som do dia: The Story of the Clash, clássico do rock. "Darling you gotta let me know / Should I stay or should I go? / If you say that you are mine / I'll be here 'til the end of time / So you got to let me know / Should I stay or should I go?" (de Should I stay or should I go). #

    [ 11:38 ]

    Ontem fui assistir, com o meu primo Flávio P.C. dos Santos, Traffic (Traffic, EUA/Alemanha, 2000), do Steven Soderbergh. Não gostei. A idéia de fazer um mosaico de personagens envolvidos de formas diferentes com o mundo das drogas (consumidora, traficante, policiais, drug lords, políticos) é interessante, mas a narrativa é lenta, dispersa, e cheia de momentos mortos. A tentativa de dar toques "artísticos" (câmara na mão, mudança de cores, etc) parece desnecessária e ultrapassada. Pior ainda são as conclusões óbvias, que devemos dar atenção ao problema das drogas não só do ponto de vista do combate policial mas também do apoio familiar aos consumidores e a criação de ocupação para os jovens. Precisa de 147 minutos para dizer isso? Não entendo como Traffic foi indicado ao Oscar de melhor filme e melhor direção. Acho que confundiram a importância do tema com a qualidade do filme. #

    sábado, 10 de março de 2001

    [ 13:03 ]

    A Abril relançou, em edição encadernada, a série de histórias do Wolverine conhecida como A Saga de Madripoor. O preço é pouco amigável (R$ 23,90), mas são 370 páginas com roteiro do Chris Claremont e desenhos do John Buscema, além de outras participações. Eu gosto de ver o Wolverine sozinho porque é uma chance de fugir dos super-poderes exagerados dos outros X-Men, só que aqui aparece de tudo, inimigos indestrutíveis, vampiros, polvos gigantes, demônios... e o que é pior, o Hulk de terno e gravata. Não merece o título As Melhores Histórias de Wolverine de Todos os Tempos. Saudades de Arma X, esta sim uma história clássica. #

    [ 10:27 ]

    Ontem assisti, em vídeo, um filme policial bem fraquinho, Sedução (Cat Chaser, EUA, 1989), dirigido pelo Abel Ferrara. A mistura de triângulo amoroso mortal com história política da República Dominicana é muito forçada, e deixa a maior parte dos personagens flutuando pela trama sem motivações precisas. Duvido que tenha sido intencional. A grande curiosidade é Kelly McGillis, que em Witness era aquela Amish de beleza suave e aqui no Cat Chaser é uma perua brega. Mas continua ostentando seios generosíssimos. #

    sexta-feira, 09 de março de 2001

    [ 15:45 ]

    A Mônica Cazo me mandou o primeiro número da Revista MTV, que só vai pras bancas no dia treze. Bacaninha, bem diagramada, iconizada, color coded. E cada matéria traz uma sugestão de música para acompanhar a leitura. Dá para ver o cuidado com o visual até na formação da equipe, com cinco diretores de arte. #

    [ 08:29 ]

    Ontem assisti, em vídeo, Código de Ataque (Fail Safe, EUA, 2000), dirigido pelo Stephen Frears para a CBS Television. Além de ser rodado em preto e branco, o que combina com a época de guerra fria em que a história se passa, foi transmitido ao vivo, coisa que não se fazia há dezenas de anos na televisão norte-americana. O elenco é de primeira: George Clooney (que também é produtor), Harvey Keitel, Richard Dreyfuss, Brian Dennehy, e vários outros rostos conhecidos. Muito boa a história em estilo "what if?", apresentando os absurdos perigos da corrida nuclear. O pior é que, se já ultrapassamos o impasse EUA x URSS, ainda temos que nos preocupar com todo o arsenal que anda por aí, incluindo países politicamente instáveis como Índia, Paquistão e Coréia do Norte. #

    quinta-feira, 08 de março de 2001

    [ 13:51 ]

    A edição dezenove do fanzine 700km traz um texto sobre weblogs e, como já não é mais surpresa, o Por um Punhado de Pixels foi novamente ignorado. Talvez eu deva explorar este nicho de mercado e assumir o perfil de weblog maldito, aquele que muitos lêem mas a mídia não menciona. #

    [ 09:19 ]

    Eu sempre achei uma bobagem o Dogma 95, aquele manifesto do Lars von Trier e do Thomas Vinterberg ditando novas regras para um "cinema alternativo", e para o meu gosto ele só gerou filmes muito ruins. Agora, numa área diferente e com um pouco mais de senso de humor, o Ernest Adams criou algo muito mais interessante, o Dogma 2001, um desafio para os os desenvolvedores de jogos para computador. Como hoje a maior parte dos games parece não passar de uma cópia mais elaborada de algo que já se fez antes, ele propõe uma série de regras que poderiam provocar o surgimento de jogos realmente criativos e até mesmo de novos gêneros. Uma leitura muito interessante. #

    [ 07:43 ]

    Hoje é o dia internacional da mulher. Quando é o dia internacional do homem? (Não venham me dizer que são todos os outros dias do ano que eu já não caio nessa.) #

    quarta-feira, 07 de março de 2001

    [ 07:57 ]

    Assisti ontem, em vídeo, Ligadas pelo Desejo (Bound, EUA, 1996), o primeiro filme dos irmãos Wachowski (aqueles que fizeram The Matrix). Bela trama de cobiça, luxúria e violência, com um elenco sem estrelas (Gina Gershon, Jennifer Tilly, Joe Pantoliano) mas extremamente competente. Eu gosto muito dessas histórias envolvendo personagens sem muito a perder, amores proibidos (neste caso, um affair lésbico) e um montão de dinheiro. Claro que algo sempre dá errado, e a graça está em ver como cada um reage frente ao inesperado. Talvez as boas histórias do gênero digam muito mais sobre a natureza humana que todos aqueles livros e filmes com dramas existenciais e nenhuma ação. #

    terça-feira, 06 de março de 2001

    [ 20:16 ]

    A convite da Companhia das Letras, fui ao SESC Vila Mariana assistir a palestra do Michael Ondaatje, autor do famoso O Paciente Inglês. Devo confessar que nunca li um livro dele e que achei o filme O Paciente Inglês um interminável aborrecimento. Mas sempre me interesso em ouvir escritores, e está sendo lançado no Brasil outro livro dele, Buddy Bolden's Blues, que me atrai pelo tema, a vida de um obscuro músico de jazz na New Orleans da virada do século. O Ondaatje falou sobre como cria seus livros, que os começa a escrever sem saber como continua a história e vai inventando o resto no decorrer do processo. Mas o que mais me espantou foi o tempo que ele leva: três ou quatro anos escrevendo e mais dois ou três anos editando! A conclusão é que ele escreve muito devagar e ganha muito dinheiro em cada livro. #

    [ 12:47 ]

    Acabo de receber uma cópia da monografia de jornalismo comparativo da Thais Alckmin, A apropriação da internet por parte das grandes empresas de comunicação e a resposta da imprensa exlusivamente digital. Foi uma surpresa! Eu sabia que ela mencionaria a Esfera, já tínhamos trocado algumas idéias sobre o assunto, mas não imaginava que o trabalho fosse uma comparação direta entre a Esfera e a versão online da revista Bravo!, com análise de forma e conteúdo. Ainda não li tudo (são 140 páginas), mas ao folhear o calhamaço já encontrei trechos elogiosos à minha modesta revista de cultura online. "Quanto ao design, a Esfera esquiva-se das condições ruins de leitura numa tela de computador, utilizando um estilo leve, limpo e de páginas curtas enquanto a Bravo! abusa das páginas longas, repletas de links e imagens, distraindo a atenção do leitor." Também reparei em alguns números que me surpreenderam: "No mês de março, por exemplo, enquanto a Esfera levou ao ar 71.151 caracteres de texto, a Bravo! disponibilizou apenas 27.717." Eu não imaginava que o meu modesto trabalho fosse virar assunto de trabalhos universitários, muito menos sendo comparado com uma mega-revista como a Bravo!. #

    [ 09:20 ]

    Uma proposta interessante, espécie de weblog fotográfico: photonon. #

    [ 07:10 ]

    Nos últimos tempos não tenho visto filmes que me entusiasmem. Ontem fui assistir, com a Paula Valéria, Psicopata Americano (American Psycho, EUA/Canadá, 2000), dirigido por Mary Harron em cima do livro do Bret Easton Ellis. A Paula achou muito violento, mas eu na verdade achei graça na violência exagerada. Tão exagerada que acaba revelando o final. Mas o maior problema é que American Psycho é muito óbvio, com caracterizações óbvias (quem já não viu um yuppie fascinado por si mesmo?) e pistas óbvias (aquele rastro de sangue que desaparece é uma agressão maior que qualquer dos assassinatos mostrados). E não há sátira (alguém ainda duvida que a intenção do filme seja satírica, uma sátira feminista apontada contra um determinado modelo de macho dominador?) que sobreviva convivendo com o óbvio. #

    segunda-feira, 05 de março de 2001

    [ 18:18 ]

    Assisti novamente, em vídeo, Solaris (Solyaris, URSS, 1972), do Andrei Tarkovsky. A primeira vez tinha sido na década de setenta, quando eu ainda era um adolescente imberbe, no Cine Jóia do Rio de Janeiro (será que ainda existe este cinema?). Me lembro que na época achei o filme interessante, e voltei a achá-lo interessante agora, mas muito, muito, muito lento. São 165 minutos para uma história que poderia ser facilmente contada em 90. A questão principal do enredo só é apresentada depois de mais de uma hora! Pode ser um clássico, a resposta russa para o 2001 norte-americano, mas não me convence como narrativa cinematográfica. Um filme de ficção-científica como este merecia um tratamento mais ágil. #

    [ 13:45 ]

    Som do dia: muito zydeco para animar uma tarde nublada e de muito trabalho repetitivo. Vou fazendo Ctrl-C e Ctrl-V no ritmo. #

    [ 08:39 ]

    Apesar de discordar deles em várias coisas, comprei para referência o novo Manual de Redação da Folha de S. Paulo. Fui direto ao ponto contra o qual mais implico e achei na página 103: "trema - A Folha não usa esse sinal, exceto na grafia de nomes próprios e de palavras estrangeiras (como naïf)." Como um jornal pode querer mudar o idioma dessa forma? O que virá a seguir? Vão abolir o til ou a crase? #

    domingo, 04 de março de 2001

    [ 18:38 ]

    Eu já tinha visto na MTV, mas agora aluguei a série em vídeo: The Maxx é muito bom! #

    [ 16:02 ]

    Ficou pronta hoje mais uma edição da Esfera, a de número vinte e seis. Tem Woody Allen, Maybees, Vânia Abreu, Leonard Cohen, livros eletrônicos, Haroldo de Campos, Garota DPI, Cool Pool, MacGyver, The Maxx e Marcelo Várzea, além de mais uns quinhentos artigos e entrevistas no arquivo. #

    sábado, 03 de março de 2001

    [ 20:42 ]

    Mais uma sugestão de nome para aquela sujeirinha que tiramos de dentro do mouse: o Hiro chama de "badalhoca-de-mouse". #

    [ 09:57 ]

    Já está na web o trailer do novo Planet of the Apes, dirigido pelo Tim Burton. Ele diz que não é um remake, mas uma "reimaginação" daquela mitologia. Estréia no verão norte-americano. #

    sexta-feira, 02 de março de 2001

    [ 21:27 ]

    Alguns filmes me desagradam porque durante a história fico imaginando finais melhores e depois me decepciono com o que me apresentam. O que eu assisti hoje com a minha mãe, Uma História a Três (Invisible Circus, EUA, 2001), escrito e dirigido por Adam Brooks, é um bom exemplo disto. O filme custa a engrenar, os personagens começam a se tornar interessantes muito tardiamente, mas eu ao menos esperava um final de mais impacto. Imaginei que a suicida afinal não estivesse morta ou que tivesse na verdade sido assassinada pelo namorado, duas possibilidades que justificariam a espera. Mas não, veio aquela coisa amorfa, estilo "descoberta pessoal", anacronicamente freudiana. Desperdício de tempo. #

    [ 11:26 ]

    Teoria da conspiração: começo a achar que existe um complô na mídia impressa contra o meu weblog. Hoje saiu mais uma matéria sobre o assunto, que parece estar na moda, agora na Revista da Web, e mais uma vez o Por um Punhado de Pixels foi solenemente ignorado. Citados foram os mesmos de sempre, alguns de muito valor, mas por que insistir somente em meia dúzia quando existem centenas à espera de divulgação? #

    [ 09:38 ]

    Som do dia: Duke Ellington e sua New Orleans Suite, armando um clima cool para o fim de semana. #

    quinta-feira, 01 de março de 2001

    [ 15:52 ]

    Três coisas que eu não gosto na Avenida Paulista:

  • camelôs atrapalhando a passagem
  • enfermeiras querendo ver a minha pressão
  • sujeitos querendo me dar folhetos #

    [ 15:51 ]

    Três coisas que eu gosto na Avenida Paulista:

  • MASP
  • Itaú Cultural
  • Centro Cultural FIESP #

    [ 07:38 ]

    É sempre bom ver criatividade em lugares inesperados. O Thompson Marzagão me mandou esta divertida página de erro. #