quinta-feira, 31 de maio de 2001

[ 18:52 ]

Frase do dia: "All stories, if continued far enough, end in death, and he is no true-story teller who would keep that from you." (Ernest Hemingway) #

[ 15:10 ]

Fico impressionado com o tempo perdido diariamente com coisas que deveriam funcionar e não funcionam. É o jornal que esquecem de entregar, é a conexão à internet que claudica, é a cobrança que vem errada, é o "por-favor-ligue-daqui-a-trinta-minutos-porque-o-nosso- sistema-está-fora-do-ar"... Agora mesmo pararam de funcionar simultaneamente o meu telefone e o meu Speedy. Tive que ir até a rua telefonar e pedir que verificassem o que se passava. Quando voltei, estava tudo funcionando. Mas o tempo perdido já tinha escoado para algum limbo nojento e pegajoso. #

[ 14:13 ]

Som do dia: Rui Veloso, bluesman português. "Roendo uma laranja na falésia, / Olhando o mundo azul à minha frente. / Ouvindo um rouxinol nas redondezas, / No calmo improviso do poente. / Em baixo fogos trémulos nas tendas. / Ao largo as águas brilham como prata. / E a brisa vai contando velhas lendas, / De portos e baías de piratas" (de Porto Côvo). #

[ 10:30 ]

Ontem assisti novamente, em vídeo, O Planeta Proibido (Forbidden Planet, EUA, 1956), do Fred M. Wilcox, ficção-científica datadíssima mas divertida. O herói da história é um Leslie Nielsen novinho, de cabelos ainda escuros, mas quem domina a cena é o Dr. Morbius vivido por Walter Pidgeon e, é claro, o robô Robby. Muita gente não percebe, mas o filme é uma engenhosa adaptação da peça Tempest, de Shakespeare. Achei um trechinho de O Planeta Proibido na internet. "My evil self is at the door, and I have no power to stop it." #

quarta-feira, 30 de maio de 2001

[ 20:35 ]

Descobri hoje que o Pijama Selvagem está na lista de Sites Legais do Yahoo! Brasil. Também vi que me incluiram lá como fotógrafo. #

[ 16:35 ]

Ontem no Shopping Eldorado os efeitos da escassez de energia elétrica estavam à vista: as escadas rolantes só funcionavam para subir e grande parte da iluminação estava desligada. O pior foi o ar condicionado do cinema, também desligado. Para criar alguma circulação de ar no ambiente, deixaram abertas as cortinas da sala, o que provocava uma desagradável incidência de luz na tela. Parece que os cinemas também vão ficar inóspitos graças ao nosso querido governo. #

[ 16:04 ]

Antonio Carlos Magalhães discursou hoje como se fosse o dono da verdade e o injustiçado numa trama cruel. Renunciou para escapar à punição de vários delitos, e ameaçou voltar como senador ou até presidente da república. Espero que todos o vejam agora como o que ele realmente é, um velho hipócrita e prepotente, retrato do que temos que evitar na administração pública. #

[ 10:55 ]

Preciso de uma mecenas. As candidatas podem enviar suas ofertas criativas para a minha caixa postal. #

[ 10:44 ]

Uma forma quase segura de estragar um filme é colocar um anjo na história. Lendas da Vida (The Legend of Bagger Vance, EUA, 2000), do Robert Redford, que assisti ontem com a Rosinha Monkees, cai nesse erro. Poderia ser um filme no estilo Zen e a Arte de Dar Cacetadas em Bolinhas, com aquelas máximas pseudo-filosóficas sobre como "ser um com o taco de golfe", mas não contentes com isso resolveram acrescentar um anjo na história. O começo é muito lento, o miolo é bom, mas o final é estúpido. Não adianta ter bom elenco (Will Smith, Matt Damon, Charlize Theron) e bela fotografia quando o roteiro não ajuda. #

terça-feira, 29 de maio de 2001

[ 17:33 ]

Som do dia: Raimundos. "Foi no pipoco do trovão / que se armou a confusão" (de Nêga Jurema). #

[ 17:25 ]

Hoje disseram que sou potável. Acho que foi um elogio. Thanks, Nuit! #

[ 10:39 ]

Comecei a ler Webwriting (Editora Berkeley, 2000), do Bruno Rodrigues, apesar do subtítulo "aprenda a agregar valor ao conteúdo do seu site". A expressão "agregar valor ao conteúdo" é de dar engulhos. #

[ 09:08 ]

Ontem fui assistir O Corpo (The Body, EUA, 2001), dirigido por Jonas McCord. A idéia central é interessante: se fosse encontrado um corpo inequivocamente identificado como o de Jesus Cristo, toda a história da ressurreição e ascenção estaria provada como ficção (como se fosse preciso de provas para saber que pessoas não voltam do mundo dos mortos nem levitam aos céus, mas a igreja coloca tudo isso como verdade absoluta). Entram em cena os interesses políticos, os católicos querendo dar um sumiço no corpo, os judeus e os palestinos querendo usá-lo para negociar uma posição, ninguém preocupado com verdades históricas ou dogmas religiosos. No meio da confusão, um padre jesuíta (Antonio Banderas e seu sotaque) servindo de marionete e uma arqueóloga israelense (Olivia Williams, a viuvinha de The Sixth Sense) de contraponto romântico (sim, em Hollywood os padres precisam de um beijinho na boca de vez em quando). O filme tem algum interesse pela discussão em si, mas fica sempre em cima do muro, tentando não ofender a fé de ninguém. E as imagens finais são ao mesmo tempo um toque de ironia ("viram como era inútil toda a celeuma?") e uma saída pela tangente ("viram, afinal não estávamos duvidando de nenhuma religião"). Faltou coragem. #

segunda-feira, 28 de maio de 2001

[ 15:06 ]

Site pessoal bacana: Lost Art. Tem weblog, tem fotos, tem cinema, tem bom humor. #

[ 13:29 ]

O almoço de hoje estava particularmente saboroso: arroz bem branquinho, folhas de alface bem verdes, tomate bem vermelho, batatas fritas douradas, e um filé mignon quase carbonizado por fora e quase sangrando por dentro. Simples e delicioso. #

[ 13:11 ]

Frase do dia: "Tout homme peut bafoeur la cruauté et la stupidité de l'univers en faisant de sa vie propre un poème d'incohérence et d'absurdité." (Gabriel Brunet) #

[ 09:45 ]

Ontem assisti, em vídeo, Madame X (Madame X, EUA, 1966), do David Lowell Rich, um filme tão ruim que chega a ser engraçado. Holly Parker (Lana Turner) casa com um milionário (John Forsythe) e tem um affair com um latino (Ricardo Montalban). Só isso já é cômico, porque o tal romance clandestino, preso ao moralismo da época, se resume a umas bebidas e umas danças. Quando o rapaz resolve ousar um beijo ela se apavora e empurra o loverboy escada abaixo, para uma morte cruel. A sogrona, que tinha um detetive na cola dela, faz chantagem e a obriga a abandonar o marido e o filhinho, fingindo uma morte no mar e se refugiando na Europa. Aí começa a decadência, como que dizendo "rastejarás na sarjeta se traíres teu marido". La Turner se vicia em absinto, passa a freqüentar antros de perdição, e acaba nas mãos de um escroque (ninguém menos que Burgess Meredith, o Pingüim da série Batman) que descobre sua verdadeira identidade. Para salvar o marido e o filho da vergonha, ela mata o vigarista com três tiros e acaba na prisão, com o codinome de Madame X, já que ninguém sabe quem ela é (ainda não tinham descoberto as impressões digitais?). Julgada por homicídio, acaba tendo como advogado de defesa, oh!, o próprio filho, agora crescidinho (Keir Dullea, que mais tarde seria o astronauta de 2001). O filme é todo baseado em idéias em sentimentos ridículos, e os personagens se comportam quase todos como imbecis. Dramalhão lacrimoso no nível de telenovelas mexicanas de terceira categoria. "The road between me and respectability is strung with broken bottles." #

domingo, 27 de maio de 2001

[ 20:17 ]

Mais uma vitória fácil para os Lakers, 111 x 82 contra os Spurs, que vão para casa engolindo um amargo 4 x 0 na final de conferência depois de terem feito a melhor campanha da temporada regular. Já são onze vitórias seguidas para os Lakers nos playoffs, um espetáculo na NBA. Minha jogada preferida de hoje: Shaq no contra-ataque no papel de armador (uma posição em que um pivozão como ele, maior, mais pesado e menos hábil, supostamente não se sentiria à vontade), passando a bola para Kobe sem olhar e recebendo-a de volta para enterrar. #

[ 16:36 ]

[Parece que vou ter que subir no meu caixotinho novamente.] O Argumento vai caindo no meu conceito. Primeiro publicaram um artigo defendendo a censura, autoria do Nuno de Lima Netto Jr. Eu reclamei, é claro. O autor respondeu me ofendendo. Os editores tiraram o corpo fora dizendo que não se responsabilizam pelas opiniões dos colaboradores. Ao menos publicaram meu email, que era assim: "Que feio, hein? O Argumento defendendo descaradamente a censura! O sr. Nuno de Lima Netto Jr parece muito incomodado 'que esse pessoal continue desafiando os nossos costumes e valores'. Nossos? Quem ainda acha que sexo é feio e deve ser banido, escondido, jogado pra escanteio? Violência, pobreza, corrupção, essas agressões diárias ao ser humano, isso pode? Mas sexo, uma coisa saudável e bonita, não pode? Sugerir que 'vamos ter que adotar algum tipo de censura' é uma ofensa ao leitor. Não gosta? É só não assistir. Não quer que as crianças vejam? Oriente, supervisione, proíba, tome alguma providência local. Mas querer impor o seu gosto e preferência aos outros em nome dos 'nossos costumes e valores' é inaceitável." Esta semana, o Argumento publica novo artigo do Nuno, a proverbial emenda pior que o soneto. Estende-se sobre o assunto, tergiversa sobre os tais "nossos valores", solta a pérola "não tive, não tenho e jamais terei a intenção de apoiar a censura" e logo em seguida sugere "criarmos mecanismos de defesa", "numa autocensura saudável, ou por leis que obriguem a todos". Não adianta mudar o nome, mr. Nuno, censura é censura. Não existe liberdade de expressão parcial. Ou é permitido falar sobre qualquer coisa, sob qualquer ponto de vista, ou não há liberdade de expressão. Pode-se até argumentar que para vivermos numa sociedade saudável é necessário algum tipo de censura, mas é preciso então admitir que é censura. Hoje a maioria aceita que se censure apologias ao nazismo ou à pedofilia. Houve tempos em que as pessoas aceitavam que se censurasse, por exemplo, qualquer manifestação de apoio ao sexo livre ou ao comunismo. O que é aceito ou não varia com a época e a cultura. O problema é onde estabelecer o limite. Vamos proibir sexo e violência na televisão? Vamos vetar livros que não se ajustem à versão oficial da história? É um problema de princípios. Se aceitarmos que alguém possa ser censurado, aceitamos implicitamente a censura em si, abrindo as portas para outras manifestações censoras. Se os nazistas merecem ser calados, aparece sempre alguém achando que outros também se prestam ao mesmo tratamento, e estamos a um passo de calar também ateus, anarquistas, e qualquer um com uma ideologia diferente. Quem decide? Quem tem capacidade ou valor moral para definir o que deve ser censurado? E quem censura os censores? Who watches the watchmen? Tudo isso é muito perigoso, porque é subjetivo. Eu prefiro a liberdade de expressão e a possibilidade de fazer meu próprio juízo sobre cada coisa. [Pronto, já posso descer do caixotinho.] #

[ 16:22 ]

Som do dia: Jacob do Bandolim, encontrado hoje por R$6,90 na balaiada de ofertas da Virtual Music. #

[ 10:36 ]

Com o Flávio e a Rosinha, ontem fui assistir Deu a Louca nos Astros (título infeliz para State and Main, EUA, 2000), do David Mamet. Gostei. É uma comédia impiedosa, com um produtor de cinema que se acha o dono do mundo, um diretor preocupado em fazer o filme a qualquer custo (mesmo que fugindo completamente da idéia original), um ator tarado por menininhas, uma atriz temperamental sem critérios, enfim, uma coleção de divertidos estereótipos de tudo que existe de errado numa equipe de filmagem. Do outro lado, na cidade pequena, onde poderiam estar os "símbolos de pureza", Mamet ataca com a mesma fúria, apresentando um político oportunista, uma esposa de prefeito deslumbrada, um médico senil, e até uma heroína maquiavélica. "It's not a lie. It's a gift for fiction." #

sábado, 26 de maio de 2001

[ 10:10 ]

Ontem assisti novamente, em vídeo, O Terceiro Homem (The Third Man, EUA, 1949), do Carol Reed. Eu gosto do filme, mas acho aquela musiquinha insuportável e completamente fora de contexto. Uma coisa que nunca tinha percebido e me chamou a atenção desta vez: o assistente de direção foi ninguém menos que o Guy Hamilton, que bem mais tarde dirigiria vários filmes da série 007. The Third Man tem uma bela fotografia em preto e branco (levou um Oscar) e é cheio de dutch angles (aqueles planos com a câmara inclinada, típicos da época, para passar uma idéia de instabilidade). A Alida Valli era realmente muito bonita e o Orson Welles tinha uma cara perfeita para ser vilão. "In Italy for 30 years under the Borgias they had warfare, terror, murder, and bloodshed, but they produced Michelangelo, Leonardo da Vinci, and the Renaissance. In Switzerland they had brotherly love - they had 500 years of democracy and peace, and what did that produce? The cuckoo clock." #

[ 10:00 ]

Na Folha de S. Paulo: Fernando Henrique Cardoso admite que as medidas que jogaram no lixo a lei de defesa do consumidor "talvez não sejam razoáveis". Ué! Então por que assinou aquilo, senhor presidente? #

[ 09:12 ]

O massacre continua: Lakers 111 x 72 Spurs. Como a equipe com o melhor aproveitamento na temporada regular se deixa bater por quase quarenta pontos na disputa pelo título? A verdade é que os Lakers estão em sua melhor fase, e venceram suas últimas dezoito partidas, dez delas nos playoffs, e parecem imbatíveis. Shaquille O'Neal e Kobe Bryant somaram sozinhos 71 pontos neste jogo, somente um a menos que todo o time dos Spurs! #

sexta-feira, 25 de maio de 2001

[ 13:59 ]

Som do dia: o jazz genial de Dave Brubeck. #

[ 13:00 ]

Descobri hoje que a Esfera está no topo da lista de sites mais visitados na categoria Entretenimento > Notícias e Mídia > Revistas do Yahoo! Brasil, um pouco acima de publicações de peso como Herói, Caras e IstoÉ Gente. #

[ 12:19 ]

O que o Brasil precisa é botar os motoristas de táxi no poder. Impressionante ver como eles sempre têm solução para todos os problemas do país, da escalação da seleção de futebol ao racionamento de energia elétrica, do trânsito engarrafado ao mercado cambial, do tráfico de drogas à corrupção no governo. Nesta nova ordem política, o PMT (Partido dos Motoristas de Táxi) só teria um rival de peso, o PCC (Partido dos Cortadores de Cabelo). #

[ 10:44 ]

A Noite Tem Mil Olhos (Night Has a Thousand Eyes, EUA, 1948), do John Farrow, foi o que assisti novamente ontem, em vídeo. Edward G. Robinson interpreta John Triton, um homem que pode prever o futuro. Mas suas premonições são quase só de desgraças, chega quase a ser cômico. O roteiro é até bem engendrado, mas a história tem paulocoelhices demais para o meu gosto. Já escrevi uma vez sobre candidatos a profetas: O Futuro, Fantasma de Mãos Vazias. #

quinta-feira, 24 de maio de 2001

[ 09:48 ]

Ontem assisti novamente, em vídeo, M, o Vampiro de Düsseldorf (péssimo título brasileiro para M, Alemanha, 1931), do Fritz Lang. Muito interessante, com soluções inovadoras para a época, como o assassino identificado pelo assobio (um trechinho de Peer Gynt, do Grieg) ou as reuniões paralelas de autoridades policiais e líderes do crime organizado. O julgamento armado pela comunidade criminal é um momento clássico do cinema. #

[ 09:31 ]

"Governo acaba com direitos do consumidor" é o que diz a Folha de S. Paulo de hoje. "Os consumidores não poderão recorrer ao Código de Defesa do Consumidor para reclamar de problemas causados pelas medidas de racionamento impostas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, como o corte de energia e suas consequências, de acordo com a reedição da medida provisória que criou o 'ministério do apagão'. Na prática o governo revoga a lei de defesa do consumidor nas questões que dizem respeito à crise de energia e às decisões do 'ministério do apagão'." Se eles acham que vão me obrigar a economizar energia elétrica e ao mesmo tempo pagar mais por ela, graças à incompetência prolongada do governo, estão bem enganados. A resposta à arbitrariedade é a desobediência. #

quarta-feira, 23 de maio de 2001

[ 18:27 ]

Som do dia: Lobão. O clima hoje é de Decadence Avec Elegance. #

[ 15:39 ]

Enquanto esperava pelo médico, terminei de ler o BR 163 (Cia. das Letras, 2001), do Tony Bellotto. Gostei. Um pouco diferente dos livros anteriores dele, mais pelo cenário que pela escrita. A manha de ter duas linhas narrativas se alternando funciona bem aqui. Daria um belo road movie dirigido pelo Lynch ou pelo Cohen. "Um homem saudável precisa de um pouco de solidão." #

[ 15:25 ]

Eu tinha uma consulta marcada no médico hoje. Fui lá, comportado, cheguei na hora certa, sentei e esperei. E esperei. E esperei. Passou uma hora e ainda não tinha sido atendido. Desisti e fui embora. Uma hora de atraso não é aceitável. #

[ 13:29 ]

Numa lista de discussão sobre jornalismo, me perguntaram por que eu não gostava da revista Bundas. Minha resposta: "Bundas era uma nova versão do Pasquim, da equipe à linha editorial. E o Pasquim funcionava muito bem como arma contra a ditadura. O discurso era de oposição, o objetivo era derrubar a ditadura e a proposta era instaurar uma democracia. Hoje, com um cenário político bem diferente, Bundas continuava fazendo um discurso de oposição, mas já não havia ditadura a derrubar. Não se tratava mais de trocar um sistema por outro, mas de trocar quem está no poder. A postura política deslocada se expressava em propostas anacrônicas, baseadas em ideais marxistas e modelos estatizantes. Tudo isso num discurso que convenientemente fingia ignorar o óbvio, o fato de que os políticos escolhidos como alvo das críticas foram eleitos pelo povo, na democracia que todos queriam. Nesse sentido, a turma da Bundas se comportou como o cachorro que persegue latindo o pneu do automóvel que passa: quando o carro pára e o pneu fica ao seu alcance, já não sabe o que fazer com ele além de dar mais alguns latidos, agora sem razão de ser." #

[ 11:17 ]

Ontem fui assistir O Retorno da Múmia (The Mummy Returns, EUA, 2001), do Stephen Sommers. Tão divertido quanto o primeiro, traz os mesmos personagens (e felizmente os mesmos atores) numa situação do mesmo gênero (salvar o mundo dos vilões do passado) mas com algumas pequenas porém importantes diferenças. Enquanto em The Mummy todos eram motivados basicamente por interesses pessoais (cobiça material e cobiça intelectual, no caso dos protagonistas), nesta seqüência entram em cena valores familiares (salvar o filho). Aliás, em certas partes do filme testemunhamos uma competição em estilo casal contra casal, já que o vilão agora tem uma companheira muita mais ativa (a sedutora Patricia Velazquez interpretando novamente a impronunciável Anck-su-namun). Poderia ser um pouco mais curto, o roteiro poderia ser um pouco limado, mas é uma boa diversão. #

[ 10:29 ]

Como vão calcular o consumo médio de energia elétrica de quem, como eu, não morava no mesmo lugar há um ano? Com base em qualquer período dos últimos doze meses. Esse pessoalzinho do governo deve se achar esperto. Então vão calcular a média num período de verão, em que gasto menos, e exigir que em pleno inverno eu economize 20% em cima disso? Minha resposta ao racionamento é "não, obrigado". #

terça-feira, 22 de maio de 2001

[ 17:30 ]

Como passo muitas horas em frente ao computador conectado à internet, vez por outra alguém me consulta por email ou ICQ sobre um filme, um site, um cd, alguma coisa assim. Hoje a Marina me mandou esta: "me sinto o Major Nelson, eu falo Jeannie e você sai da garrafinha e resolve". Foi exagerado, mas foi simpático. #

[ 15:48 ]

Som do dia: Wynton Marsalis, para comemorar com estilo a volta do meu cd player. É muito bom ter música em casa novamente, apesar dos cento e vinte reais que custou o conserto. #

[ 11:35 ]

Três expressões que me irritam:

  • show acústico (qual música não é acústica?)
  • tempo real (existe tempo irreal?)
  • jogador consciente (por não estar desmaiado?) #

    [ 10:38 ]

    Email recebido do pessoal do MeioDia.Net: "Seu site http://www.esfera.net/ é excelente! Parabéns! Receba o Selo Melhores do Mundo 2001, que também é encontrado na primeira página do Café com Bobagem, Fábio Jr, Rubinho Barrichello, Fundação Viva Cazuza; entre outros grandes nomes brasileiros." #

    [ 09:54 ]

    Os Spurs jogaram bem ontem, Tim Duncan fez 40 pontos, mas nem assim conseguiram segurar os Lakers, que ganharam por 88 x 81. A série está em 2 x 0 e os jogos passam a ser em Los Angeles. Nem os mais céticos duvidam agora do bicampeonato. #

    segunda-feira, 21 de maio de 2001

    [ 14:56 ]

    Mais quadrinhos brasileiros nas bancas: Angus. É uma história de mouros e cruzados, com roteiro de Orlando Paes Filho e arte de Rodrigo Pereira (a mesma dupla da série inacabada Spirit of Amazon). Uma pena que tenham optado por uma textura ocre no fundo de todas as páginas, que tira completamente a força do traço a lápis. Por que não deixar o preto e branco puro? Mas o pior vem no encarte, um texto não assinado sobre a Idade das Trevas. "Estima-se que meio bilhão de cristãos morreram nas mãos de povos bárbaros. Este foi o preço que a cristandade pagou para chegar até nossos dias. E esse alto custo muitas vezes é vergonhosamente vilipendiado pelos cristãos de hoje, cristãos de igrejas mais novas e também católicos sem convicção, que compactuam com coisas baratas e vis, num verdadeiro escândalo para a cristandade." Escândalo é essa ridícula defesa do cristianismo, colocando a igreja no papel de vítima quando na verdade quase sempre foi o algoz. As próprias cruzadas, retratadas na revista, foram um ato de guerra dos cristãos contra os muçulmanos. E ainda tem a participação da igreja na queima de hereges, na subjugação de povos indígenas, no ataque nazista contra os judeus, na campanha contra o uso do preservativo, e tantos outros episódios negros da história. Dificilmente encontraremos alguma organização com mais sangue nas mãos que a igreja católica. #

    [ 14:44 ]

    Encontrei na web o texto integral de várias obras de Machado de Assis, em RTF: Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Esaú e Jacó, Memorial de Aires, O Alienista. #

    [ 09:29 ]

    Assisti novamente ontem, na HBO, O Troco (Payback, EUA, 1999), do Brian Helgeland. Muito bom, lembra as histórias do Jim Thompson, aquela coisa sórdida de intercâmbio de violência entre criminosos, com um toque de indivíduo contra a corporação. "You tell me where he is, and I'll kill you quick. You can die without ever finding out what your left ball tastes like." Mel Gibson perfeito como o teimoso mocinho que é bandido. #

    domingo, 20 de maio de 2001

    [ 19:48 ]

    As Aventuras da Liga Extraordinária (League of Extraordinary Gentlemen), publicado pela Pandora Books, como quase tudo escrito pelo Alan Moore é de uma enorme riqueza de detalhes e referências. A arte de Kevin O'Neil acompanha lindamente a trama passada num século XIX fictício em estilo steampunk. Na primeira revista, que já está nas bancas, aparece uma série de personagens da literatura: Mina Harker (Stoker), Allan Quatermain (Haggard), Capitão Nemo (Verne), Auguste Dupin (Poe), Edward Hyde (Stevenson), Doutor Griffin (Wells), Pollyanna (Porter), Lemuel Gulliver (Swift), Pimpinela Escarlate (Orczy), a lista parece não acabar. São mencionados também, entre outros, Nana Coupeau (Zola), Robur (Verne), Fu Manchu (Rohmer), Sherlock Holmes e seu irmão Mycroft Holmes (Doyle). Este último é o big boss do serviço secreto inglês e atende pelo nome de M, o mesmo do chefe do famoso espião 007. Não por coincidência, o único personagem da história que não saiu da literatura e é criação do próprio Moore se chama Bond. Campion Bond. #

    [ 17:03 ]

    Afinal, por que a galinha atravessou a rua? Hoje achei um site só sobre isso: http://www.whydidthechickencrosstheroad.com/ #

    [ 15:14 ]

    Meu chuveiro elétrico resolveu economizar energia por conta própria. As três temperaturas disponíveis deixaram de ser morno, quente e super quente, sendo substituídas por gélido, frio e quase morno. Preciso urgentemente de um novo chuveiro. #

    [ 10:24 ]

    Ontem assisti novamente, na HBO, Blade (Blade, EUA, 1998), do Stephen Norrington. É uma das poucas adaptações cinematográficas que conseguem captar o espírito dos quadrinhos originais. A história é razoável, e o Wesley Snipes encarna o vampiro-que-caça-vampiros de forma exemplar, até parece que o personagem foi criado especialmente para ele. "The world you live in is just a sugar-coated topping. There is another world beneath it. The real world." #

    sábado, 19 de maio de 2001

    [ 22:31 ]

    O primeiro jogo contra os Spurs na série final da conferência oeste da NBA foi uma vitória tranqüila para os Lakers: 104 x 90. Shaq fez 28 pontos, Kobe fez 45, e o jogo foi na casa dos Spurs. Dá gosto ver como eles estão à vontade. Se continuar assim, os Lakers vão conquistar o bicampeonato com facilidade. #

    [ 11:07 ]

    Começou ontem o Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada 2001. #

    [ 10:41 ]

    Ainda sobre fiasco do racionamento. É fácil cortar a energia elétrica de uma região da cidade, basta desligar uma chave qualquer lá na central. Mas para cortar a energia de um apartamento específico imagino que seja necessário enviar um funcionário até o local para fazer a operação. Se nos revoltarmos em massa e resolvermos ignorar o limite imposto pelo governo, vai haver mão-de-obra e tempo suficiente para cortar a energia de todo mundo? Duvido. #

    [ 09:56 ]

    Nunca devemos subestimar a incompetência de um governo. Para lidar com a escassez de energia elétrica, os palermas conseguiram criar uma "solução" ainda pior do que o esperado. Ao mesmo tempo é aplicado o aumento de tarifação (abuso) e a ameaça de corte (violência). A forma de aplicação do novo plano é caótica, já que não sabem se é possível efetuar realmente os cortes (o diretor da ANEE diz que existem limitações logísticas e que o corte pode não passar da ameaça). Também não sabem como calcular a média de consumo de quem ocupa um apartamento há pouco tempo (meu caso). Um corte de energia por três dias (seis no caso de reincidência) para quem não se encaixar num padrão de consumo artificialmente estabelecido é uma violência inaceitável. E mesmo que eu consiga poupar os tais 20% que me estão impingindo, ainda levo com 50% de acréscimo na minha conta. Que palhaçada é essa? E aquela conversa da constituição que ficam asseguradas as condições básicas de vida para a população? Sem energia elétrica? #

    [ 08:48 ]

    Todo Mundo em Pânico (Scary Movie, EUA, 2000), dirigido por Keenen Ivory Wayans, que assisti ontem na DirecTV, é uma comédia que não faz rir, daqueles filmes feitos para pré-adolescentes pouco brilhantes mas que parece ter sido criado pelos próprios. A idéia é satirizar a onda de filmes de terror como Scream e I Know What You Did Last Summer (com farpas também para The Blair Witch Project e The Usual Suspects, entre outros), mas é tudo feito de maneira tão óbvia e desajeitada que fica difícil encontrar algum humor ali. Bobo e sem graça. #

    sexta-feira, 18 de maio de 2001

    [ 20:59 ]

    Frase do dia: "A good fort needs a gap. The enemy must be lured in. So we can attack them. If we only defend, we lose the war." (Kambei Shimada, personagem do filme Os Sete Samurais) #

    [ 13:13 ]

    Surpresa agradável: recebi uma cartinha da Telefonica informando que a mensalidade do Speedy baixou de R$ 64,80 para R$ 49,80. A justificativa é que o serviço se tornou a solução de banda larga mais utilizada no país, permitindo reverter o sucesso em redução de custos para os clientes. Palmas para a Telefonica! #

    [ 10:25 ]

    Assisti ontem na HBO Destinos Cruzados (Random Hearts, EUA, 1999), do Sydney Pollack. A idéia é interessante, mas sustenta com dificuldade um filme de mais de duas horas. A melhor parte é a investigação sobre o love affair dos falecidos, e o posterior love affair dos sobreviventes parece não se encaixar bem no clima inicial da história. A trama paralela com o policial corrupto bem poderia ser eliminada, acrescenta pouquíssimo ao todo e acaba na seqüência mais inverossímil do filme, a tentativa de assassinato em plena luz do dia, na rua, com testemunhas, atirando de dentro de um automóvel. Kristin Scott Thomas está charmosa, Harrison Ford está velho. #

    quinta-feira, 17 de maio de 2001

    [ 20:23 ]

    Apoio científico para a preguiça! No terceiro número da Revista MTV, falam do estudo de um médico alemão chamado Peter Axt, revelando que:

  • levantar cedo é uma das principais causas do stress
  • pelo menos 12 horas do dia devem ser dedicadas ao divertimento
  • tirar uma soneca no meio do dia ajuda a prolongar a vida #

    [ 13:05 ]

    Recebi agora um email do pessoal do Top Cadê?: "Parabéns! Seu site foi escolhido para entrar na lista do Top Cadê?, uma seleção do maior catálogo de busca do país que tem como objetivo destacar os melhores sites da Internet Brasil. O site http://www.esfera.net foi avaliado por nossa equipe editorial, segundo critérios de conteúdo, design e funcionalidades e figura agora como um dos mais completos na categoria Notícias." Bacana ver a modesta Esfera em tão boa companhia, já que entre os selecionados estão publicações renomadas como JB Online e Caros Amigos. A Esfera aparece resenhada assim: "Revista cultural online. Traz entrevistas com personalidades do meio cultural, colunas sobre música, cinema, literatura, quadrinhos, games, TV, fotografia, artes plásticas, teatro e muito mais. Veja através de um inteligente mapa todos os artigos e entrevistas publicadas na revista e transmita sua opinião aos responsáveis pelo site." #

    [ 10:23 ]

    Ontem minha mãe esteve por aqui, de passagem entre Santos e Águas de Lindóia, e fomos ao Shopping Paulista para um programa triplo: jantar, compras e cinema. Comemos uma bela picanha, compramos umas botas West Coast (meu presente de aniversário adiantado) e assistimos Porcos e Diamantes (Snatch, EUA, 2000), do Guy Ritchie. O filme é bem divertido, no mesmo ritmo de violência exagerada e planos fracassados de Lock, Stock and Two Smoking Barrels. A seqüência dos acidentes de carro, onde várias subtramas se cruzam, é particularmente engraçada. "You should never underestimate the predictability of stupidity." #

    quarta-feira, 16 de maio de 2001

    [ 18:48 ]

    Continua muito frio. Fico pensando em coisas para esquentar. Vinte deusas do cinema:

  • Angelina Jolie em Gone in Sixty Seconds
  • Beatrice Dalle em Betty Blue
  • Catherine Zeta-Jones em The Mask of Zorro
  • Denise Richards em Wild Things
  • Heather Graham em Boogie Nights
  • Isabelle Adjani em La Reine Margot
  • Jamie Lee Curtis em Trading Places
  • Jane Russell em Gentlemen Prefer Blondes
  • Kathleen Turner em Body Heat
  • Kim Basinger em Nine 1/2 Weeks
  • Lauren Bacall em To Have and Have Not
  • Linda Fiorentino em The Last Seduction
  • Marylin Monroe em Some Like It Hot
  • Melanie Griffith em Body Double
  • Michelle Pfeiffer em The Fabulous Baker Boys
  • Milla Jovovich em Jeanne d'Arc
  • Nastassja Kinski em Tess
  • Rebecca De Mornay em Risky Business
  • Rosanna Arquette em Desperately Seeking Susan
  • Sharon Stone em Basic Instinct #

    [ 09:31 ]

    Ontem assisti novamente, em vídeo, A Guerra dos Roses (The War of the Roses, EUA, 1989), do Danny DeVito. Eu acho o filme ótimo, com situações e diálogos perfeitos para contar uma bela história. "Oliver, my father used to say that a man can never outdo a woman when it comes to love and revenge." Eu sempre imaginei uma conexão que não fica clara na tela. Gavin (Danny DeVito), que é o narrador e também participante da história, fala por telefone com a esposa (ele diz que é recém-casado) mas nunca a vemos. Fiquei com a impressão que ela poderia ser outro personagem do filme, Susan (Marianne Sägebrecht), a empregada do casal Rose. No final, eles aparecem juntos tentando salvar os protagonistas (Michael Douglas e Kathleen Turner), e numa cena estão mesmo de mãos dadas. E pensei que seria divertido ver o DeVito se casando com a alemã gorda e se comportando como marido apaixonado depois de passar por namoradas estilo Barbie, como vemos no decorrer da história. Subtexto? Delírio? #

    [ 08:47 ]

    Com a palavra, o senhor Raymond Chandler: "The most durable thing in writing is style, and style is the most valuable investment a writer can make with his time. It pays off slowly, your agent will sneer at it, your publisher will misunderstand it, and it will take people you have never heard of to convince them by slow degrees that the writer who puts his individual mark on the way he writes will always pay off." #

    terça-feira, 15 de maio de 2001

    [ 22:39 ]

    Mais uma Esfera está online, agora a de número vinte e sete. #

    [ 15:18 ]

    Não gosto de sentir frio. Qualquer temperatura abaixo de vinte graus Celsius me incomoda. Acho bacana um inverno bem frio, até com neve, mas em lugares preparados para isso. Este friozinho absurdo que tomou conta de São Paulo nos últimos dias é uma aporrinhação. E se houver mesmo o corte de energia elétrica ameaçado pelo governo, não vou poder ligar meu aquecimento. Prevejo longas horas embaixo das cobertas. #

    [ 15:04 ]

    Do BR 163, do Tony Bellotto: "Garota de programa é uma puta que não tem coragem de dizer que é puta. Acho brega. Prefiro ser uma rampeirinha mesmo." #

    [ 13:57 ]

    Caramba! "Douglas Adams died suddenly following a heart attack on the 11th May, 2001." Para quem não sabe, ele foi o autor do Hitchhiker's Guide to the Galaxy, e de vários outros livros de humor e ficção-científica. A notícia está no site oficial. #

    [ 09:06 ]

    Mais um filme em preto e branco com gângsters de chapéu: Os Corruptos (The Big Heat, EUA, 1953), do Fritz Lang. O herói é interpretado pelo pouco talentoso Glenn Ford, e um Lee Marvin bem novinho é um dos bandidos. Parece que naquela época para ser um homem de bem você não podia ser calmo e ponderado, os mocinhos desses filmes sempre são esquentados, inconseqüentes e partem pra pancada à primeira provocação. Dá vontade de torcer pelos vilões. Infelizmente, o bem sempre triunfava no final das fitas e os neandertalóides eram recompensados não por sua capacidade mas simplesmente por estarem do lado certo da cerca maniqueísta. #

    segunda-feira, 14 de maio de 2001

    [ 16:34 ]

    Som do dia: nenhum, porque o cd player continua sem funcionar. Mas se estivesse funcionando o som do dia seria Dueling Banjos, de Eric Weissberg e Steve Mandell, trilha sonora do Deliverance, que assisti mais uma vez ontem. #

    [ 16:07 ]

    Parece que o Blogger voltou a funcionar. Mas ontem não foi o único serviço online a me decepcionar. Tentei criar uma rádio na premiada Usina do Som. Não funcionou. Cada vez que eu escolhia um estilo musical a ser adicionado, aparecia a tenebrosa mensagem "the page cannot be displayed". Aí aconteceu o mais ridículo. Resolvi experimentar com outro browser, fechei o Explorer e abri o Netscape. E descobri que o login do site simplesmente não funciona no Netscape, o botão "ok" fica inoperante. E essa incompetência toda foi premiada diversas vezes? Inacreditável. #

    [ 10:37 ]

    Na madrugada insone, peguei uma reprise do Amargo Pesadelo (Deliverance, EUA, 1972), do John Boorman, no CineMax. Inquietante deve ser o melhor adjetivo para este filme. Há sempre uma sensação de estranheza, e fica a dúvida sobre o verdadeiro tema da história. É sobre instinto de sobrevivência? Sobre companheirismo? Sobre o fim de um tipo de homens e o surgimento de outro? "Machines are going to fail, and the systems are going to fail. And then survival. Who has the ability to survive? That's the game, survival." #

    [ 10:24 ]

    Ontem assisti novamente, em vídeo, A Chave de Vidro (The Glass Key, EUA, 1942), classicão baseado em Dashiell Hammett, dirigido pelo Stuart Heisler, e estrelado pelo par fatal Alan Ladd e Veronica Lake. É território onde se dá bem quem fala rápido, quem pensa rápido e quem esmurra rápido. Preciso comprar um chapéu daqueles, grande estilo. E o filme tem um personagem secundário, um capanga do bandido (interpretado pelo grandalhão William Bendix), que dá um pequeno espetáculo particular, numa divertida relação de amor e ódio com o inimigo. #

    domingo, 13 de maio de 2001

    [ 18:10 ]

    Não teve jeito, o Blogger não funcionou mesmo hoje. Quem não postou manualmente como eu ficou sem poder atualizar o weblog. Recebo um tal de "Error 104", que segundo o manual é "an internal code error occurred during processing, and the problem may be caused a variety of factors". Não explica coisa alguma. A solução sugerida, "sign out and sign back in, try editing and publishing an old post", tampouco funciona. Espero que amanhã eles tomem vergonha e consertem a coisa. Se continuar assim, esse serviço não dura muito. #

    [ 10:29 ]

    Deixei a Rosinha Monkees escolher o filme de ontem e acabei assistindo a mais um estrupício. Mais que o Acaso (Bounce, EUA, 2000), dirigido pelo Don Roos, é miseravelmente desinteressante. A idéia inicial pode até ter algum mérito (um sujeito deixa outro viajar em seu lugar, o avião cai, e meses mais tarde ele se apaixona pela viúva do infeliz), mas o desenvolvimento da história é patético. Gwyneth Paltrow aparece como uma corretora imobiliária mal vestida, gaguejante, incompetente, atrapalhada, que só fala no falecido marido. Como alguém, mesmo o publicitário canalha ex-alcólatra interpretado pelo Ben Affleck, poderia se apaixonar por uma mulher daquelas? #

    sábado, 12 de maio de 2001

    [ 14:31 ]

    Comecei a ler BR 163 (Cia. das Letras, 2001), do Tony Bellotto. Eu gostei dos dois primeiros livros dele, Bellini e a Esfinge e Bellini e o Demônio, e este parece seguir a mesma linha de história policial brasileira, só que desta vez sem o detetive Remo Bellini. A narrativa continua coloquial, mas já não é urbana, a ação principal se passando, como sugere o título, na estrada. #

    [ 12:46 ]

    Outro trecho do Amadeus que me encanta, e que já usei mais de uma vez como comparação na questão do tamanho que um texto deve ter na web: Joseph - Exactly. Very well put. Too many notes. Mozart - I don't understand. There are just as many notes, Majesty, as are required. Neither more nor less. #

    [ 12:27 ]

    Assisti novamente, em vídeo, Amadeus (Amadeus, EUA, 1984), do Milos Forman. Sempre um bom espetáculo, com passagens memoráveis, seja em imagens, diálogos ou, é claro, música. A seqüência da criação do Réquiem, com Mozart ditando para Salieri e a música em off refletindo a composição, é (apesar de exagerada) uma das minhas preferidas. A revolta de Salieri com deus também é divertida: "From now on we are enemies, you and I. Because you choose for your instrument a boastful, lustful, smutty, infantile boy and give me only the ability to recognize the incarnation. Because you are unjust, unfair, unkind I will block you, I swear it. I will hinder and harm your creature on Earth as far as I am able. I will ruin your incarnation." #

    sexta-feira, 11 de maio de 2001

    [ 15:02 ]

    Muitos filmes em cartaz em São Paulo. Alguns títulos formam duplas curiosas: Amores Possíveis e Beijos Proibidos, Mentiras e Diga que Não é Verdade, A Hora Marcada e Mais que o Acaso, 15 Minutos e Quase Famosos, Antes do Anoitecer e Dançando no Escuro, Amores Brutos e A Essência da Paixão. #

    [ 13:51 ]

    Muita gente me escreveu esta semana, por causa da matéria da Época. Os comentários variaram, mas foram sempre elogiosos. Já respondi a cada um por email, e quero agradecer novamente aqui a todos. Vieram elogios sérios ("Estou escrevendo pois sou um apaixonado pelas diversas manifestações culturais de nossa sociedade e por isso me senti na obrigação de parabenizá-lo pelo excelente enfoque que você tem dado a elas em seu site."), elogios descontraídos ("louco louco louco seu blog esta simplesmente muito louco"), e teve até gente elogiando a foto (não me atrevo a reproduzir os comentários, mas sugiro que as autoras consultem um bom oculista). E a matéria já provocou ao menos um novo blog, do Thiago ("Olha, rpz, gostei tanto do seu blógui q resolvi fazer um... A culpa é sua!!!"), que diz que sou "um cara q é o maior porralouca, mas q saca pra caramba de filmes, literatura e música..." Acho que foi um elogio. Obrigado a todos! #

    [ 13:37 ]

    É impressionante a quantidade de vezes que o Blogger apresenta problemas que impedem o seu uso. O de hoje foi "Microsoft VBScript runtime error 800a01a8". Depois voltou mas não publicava. Mais uma tentativa e então a mensagem era "Sorry, Blogger is experiencing technical difficulties. We are working on the problem. Please check back later." Vai mal. #

    [ 11:49 ]

    A Via Lettera lançou um álbum de quadrinhos brasileiros, O Gralha. São várias histórias de vários autores, com o super-herói do título, inspirado num personagem paranaense da década de quarenta. Eu nunca tinha ouvido falar no tal Capitão Gralha ou em seu "desconhecido (quase lendário)" criador Francisco Iwerten. A introdução diz que só teve duas edições e que hoje não existe qualquer exemplar da revista. Então como sabem que existiu? Anyway, neste novo álbum, as aventuras narradas são as do neto do Capitão Gralha, que defende uma Curitiba futurista de uma corja de super-vilões. O Gralha me pareceu um retrato perfeito da produção nacional de quadrinhos: arte muito boa e roteiros muito fracos. #

    [ 10:58 ]

    Assisti ontem no CineMax Bala na Agulha (Black & White, EUA, 1998), dirigido por Yuri Zeltser. Mais uma vez fui atraído pelo elenco (Gina Gershon, Ron Silver) e acabei vendo um policial fraquinho. Aquelas comparações entre o papel da polícia e o papel da igreja já foram muito repetidas. Junte-se a isso uma trama óbvia e um final improvável, e o resultado é desanimador. #

    quinta-feira, 10 de maio de 2001

    [ 11:58 ]

    Como o cd player pifou na terça-feira, me lembrei de desenterrar umas velhas cassetes para ouvir. Coloquei a fita no aparelho, fechei a tampa e liguei. Não tocou e ficou entalada lá dentro. Agora não funciona o cd player e não funciona o tape player. It's a Sony! #

    [ 11:51 ]

    Vez por outra, em listas de discussão, aparece alguém defendendo a exigência de diploma universitário para o exercício de alguma nova profissão na web. Já aconteceu em listas de jornalismo online e de webdesign das quais participo aqui no Brasil, e sempre me expresso contra a exigência. Algumas vezes até subo no caixotinho para um discurso mais inflamado, mas aparentemente represento uma minoria, já que o grosso das manifestações é sempre a favor dos diplomas (não por coincidência, são os próprios diplomados fazendo a campanha). Foi com alegria, portanto, que vi o oposto acontecer numa lista de discussão sobre arquitetura da informação, sediada nos EUA e freqüentada por profissionais de peso na área. Um dos participantes sugeriu a exigência de diploma para exercício da profissão e foi imediatamente soterrado por argumentações variadas contra a idéia. O John Zapolski foi direto ao ponto com "There are simply too many examples in my mind of people who have supposedly attained certification in their fields but who nonetheless have no clue about what they are doing." Se os brasileiros parecem gostar tanto de importar exemplos norte-americanos, por que não adotar também este saudável respeito pela capacidade e não pelo diploma? #

    [ 11:46 ]

    O Stimpy mandando bem sobre bandas que se denominam independentes: "Indie pra mim é nome de cachorro". #

    quarta-feira, 09 de maio de 2001

    [ 19:52 ]

    Ler um livro do Veríssimo escrito na forma de uma carta para o Borges me fez lembrar de quando eu mesmo escrevi uma carta para o Veríssimo, lá pelo meio da década de oitenta. Era a época do relançamento de alguns filmes do Hitchcock e tive a ousadia de enviar um comentário sobre a coluna que ele escrevia no jornal Zero Hora. Para minha surpresa, na coluna seguinte o ilustre escritor se dedicou a responder a este modesto leitor. O texto se chamava Tiros. #

    [ 19:12 ]

    Terminei de ler Borges e os Orangotangos Eternos (Cia. das Letras, 2000), do Luis Fernando Veríssimo. Apesar de ter intuído a identidade (mas não os motivos) do assassino desde o início (a familiaridade com o tema ajudou), me diverti muito. Para quem gosta de Borges, Poe, Lovecraft, o livro é um quitute literário. O último capítulo, onde todos os detalhes finalmente se encaixam, é particularmente delicioso. Recomendo. #

    [ 17:39 ]

    Um estudo do pessoal da Statistical Research diz que anúncios em janelas popup (aquelas que se abrem sem pedir autorização ao internauta) têm 50% mais chances de chamarem atenção que banners comuns, mas ao mesmo tempo têm 100% mais chances de serem considerados intrusivos. "Respondents also were less likely to view companies that use pop-ups as being industry leaders." Por curiosidade, visitei rapidamente meia dúzia de portais brasileiros (AOL, BOL, iG, Terra, UOL, Zip). O único que não abriu a maldita janelinha foi o BOL. #

    [ 09:34 ]

    Ontem assisti novamente, em vídeo, Pacto de Sangue (Double Indemnity, EUA, 1944), do Billy Wilder. A primeira coisa que aparece na tela é uma trinca de nomes de respeito: roteiro de Billy Wilder e Raymond Chandler, baseado num livro de James M. Cain. E o filme não decepciona, é um clássico do cinema noir, com outro trio de peso no elenco (Fred MacMurray, Barbara Stanwyck, Edward G. Robinson) e uma ótima trama de crime e traição. Double Indemnity só não entrou na minha lista de filmes preferidos porque uma das regras foi só incluir um trabalho de cada diretor e o Billy Wilder marcou presença com o ainda melhor Sunset Boulevard. #

    [ 09:21 ]

    Do Borges e os Orangotangos Eternos: "Sempre achei que uma experiência do mar era essencial para um grande escritor, e que por isso Conrad e Melville, e de certa forma Stevenson, que acabou seus dias nos mares do Sul, eram melhores do que todos nós, Volgenstein. No mar um escritor foge dos demônios menores, só enfrenta os demônios definitivos." #

    [ 09:09 ]

    No primeiro jogo dos Lakers contra os Kings, Shaquille O'Neal fez 44 pontos e pegou 21 rebotes. Ontem, no segundo jogo, ele quase repetiu a façanha e ficou nos 43 pontos e 20 rebotes. Vai ser muito interessante ver o combate entre o Shaq e as torres gêmeas de San Antonio, Duncan e Robinson, no que deve ser a próxima rodada dos playoffs, Lakers x Spurs. #

    terça-feira, 08 de maio de 2001

    [ 16:57 ]

    Diário do desastre. Sábado: teclado pifado. Domingo e segunda: gripe forte. Terça: cd player pifado. #

    [ 13:35 ]

    Comecei a ler Borges e os Orangotangos Eternos (Cia. das Letras, 2000), do Luis Fernando Veríssimo. Ainda estou bem no início, mas já deu pra ver que é uma história interessante, misturando Borges, Poe, Lovecraft e um assassinato no estilo quarto fechado. Uma frase que me chamou a atenção: "Não vi que estava sendo metido na trama de ponta-cabeça, como uma pena no tinteiro." #

    [ 12:05 ]

    Últimas palavras, epitáfios e despedidas de gente famosa: Last Words. #

    [ 09:41 ]

    Aproveitando que tinha que ficar na cama, embaixo de um edredon, ontem assisti novamente, em vídeo, Rain Man (Rain Man, EUA, 1988), do Barry Levinson. É um belo filme, bom para noites com gripe (ou sem gripe), bem merecedor dos quatro Oscars que ganhou (filme, diretor, roteiro e ator). Sob o efeito do remédio, acabei cochilando em alguns pedaços, o que me deixou com a música (muito boa) presa ao subconsciente. Acho que vou comprar o cd. #

    [ 09:37 ]

    Relatório médico: acho que estou um pouco melhor. Continuo com dores no corpo, mas já não tenho aquela sensação de que o cérebro encolheu e está solto dentro da caixa craniana. Vou experimentar passar o dia sem remédios para ver o que acontece. De volta ao trabalho. #

    segunda-feira, 07 de maio de 2001

    [ 19:51 ]

    Fiquei o dia inteiro fora de combate, por causa da maldita gripe. Nada a fazer, somente descansar e esperar. Estou numa dieta forçada de suco de laranja e Coristina R, o que me deixa com muito sono e relaxa a musculatura dolorida. Espero estar minimamente recuperado amanhã. #

    [ 09:59 ]

    Ontem assisti na DirecTV Neve Sobre os Cedros (Snow Falling on Cedars, EUA, 1999), do Scott Hicks. Boa história, bonita fotografia, mas o filme se perde em rebuscamentos desnecessários. A edição é toda retalhada, com exagero de flashbacks, o som é cheio de sobreposições, tudo tão forçado que chega a deixar a trama em segundo plano. E neve. Muita neve. Acho que fiquei gripado por ver tanta neve. #

    [ 09:26 ]

    Gripe forte, daquelas que deixam o corpo todo dolorido. Estou completamente impróprio para consumo. #

    domingo, 06 de maio de 2001

    [ 17:59 ]

    Som do dia: Laurie Anderson. "Well I dreamed there was an island / That rose up from the sea. / And everybody on the island / Was somebody from TV. / And there was a beautiful view / But nobody could see. / Cause everybody on the island / Was saying: Look at me! Look at me! / Look at me! Look at me!" (de Language is a Virus) #

    [ 10:51 ]

    A Fuga (The Getaway, EUA, 1994), do Roger Donaldson, foi o filme que assisti ontem, enrolado nas cobertas. A história é muito boa, como geralmente são as histórias do Jim Thompson. Para um toque a mais de violência, o roteiro é do Walter Hill (discípulo do Sam Peckinpah, diretor da primeira versão cinematográfica, com Steve McQueen e Ali MacGraw). O elenco desta refilmagem é de primeira: o casal Alec Baldwin e Kim Basinger (ela em sua melhor forma), Michael Madsen, James Woods, David Morse, Jennifer Tilly, e até o Philip Seymour Hoffman em início de carreira. E a trama é como eu gosto, com camadas temáticas. Por cima, a história do roubo e da fuga. Por baixo, a questão dos relacionamentos entre os casais quando um terceiro entra em cena. Pelo meio, um molho de confiança e traição entre criminosos. #

    [ 10:44 ]

    Ontem duas teclas pararam de funcionar aqui, o b e o n. Imaginei que se tratasse de algum problema de contato e resolvi abrir o teclado para uma limpeza. Vinte parafusos depois, o bichinho estava com as entranhas à mostra. Limpei tudo, fechei, parafusei e voltei a conectá-lo ao computador. O efeito foi surpreendente: nenhuma tecla funcionava mais. Não teve jeito, a única solução foi comprar um teclado novo hoje, no supermercado Extra. Aprendi uma lição, a de não esviscerar teclados. #

    sábado, 05 de maio de 2001

    [ 18:39 ]

    Esfriou muito de ontem para hoje. Aqui em casa, o chão está estalando por causa da mudança de temperatura, como se fantasminhas brincalhões pulassem de um lado para outro. Este frio é bom para assistir um filmezinho debaixo das cobertas, bem acompanhado, bebendo um cabernet. #

    [ 18:35 ]

    Assisti em vídeo O Médico e o Monstro (Dr. Jekyll and Mr. Hyde, EUA, 1941), do Victor Fleming. Spencer Tracy é o cientista genial e sem escrúpulos (que se dá mal), Lana Turner é a noiva bobinha e chorona (que se dá mal), Ingrid Bergman é a amante pobre e liberada (que se dá mal). O filme perde um pouco o lado aventuresco do original do Robert Louis Stevenson, e exagera no romance e no moralismo. Em alguns momentos, a história me fez lembrar de O Retrato de Doran Gray. Em outros, do incrível Hulk. #

    [ 16:53 ]

    Novo Cataploft! online: O Umbigo da Princesa. #

    [ 13:32 ]

    O senador Saturnino Braga, relator do processo sobre a violação do painel do senado, pediu mais prazo para apresentar seu relatório. Quanto tempo ele precisa para escrever "os senadores Arruda e Magalhães violaram a votação secreta e mentiram para o senado, portanto devem ser imediatamente cassados e processados"? #

    [ 12:52 ]

    Ontem o aniversário do Gui foi comemorado na casa da Zel. Teve bolo de tangerina, vinho português, danças variadas, coral alemão... O toque dadaísta da noite ficou por conta do pessoal do Undertraxxx, que distribuiu frases como "Chapolin é muito melhor que Seinfeld" ou "o bolo é uma hipocrisia capitalista". #

    [ 11:33 ]

    Matéria sobre weblogs na edição desta semana revista Época. Com o título Meu querido blog, o texto fala deste modesto Por um Punhado de Pixels e do Weblug da Lu Terceiro, trazendo até fotos nossas. Achei engraçado darem destaque para o post em que falei das sandálias havaianas albinas. E ainda mandaram uns elogios: "Conhecedor de cinema e de literatura, Nox aproveita o blog para discorrer sobre cultura." Na próxima vez vou tentar não fazer cara de sono na foto. #

    sexta-feira, 04 de maio de 2001

    [ 20:01 ]

    Som do dia: Sinfonia Fantástica, do Berlioz, para combinar com a chuva e os trovões. #

    [ 11:15 ]

    Terminei de ler o Guia de Estilo da Web (Editora SENAC, 2000), da Luciana Moherdaui. O título engana, porque das setenta e oito páginas somente sete são efetivamente de guia de estilo, as outras abordando a história do jornalismo online, uma pesquisa e algumas entrevistas. Mas o pior é que a pesquisa serve de base para o guia, ignorando a sua extrema limitação. "Vale dizer que se trata de uma pesquisa restrita a alunos da área, portanto, ela não se refere ao leitor comum." Porém, mais adiante ela diz: "O resultado da pesquisa de comportamento apresentado anteriormente revela o perfil do leitor on-line e orienta o planejamento jornalístico no espaço virtual". Como a opinião de 301 estudantes de Comunicação Social pode revelar o perfil do leitor online? As regrinhas oferecidas como guia de estilo não trazem, portanto, um peso maior que o da subjetividade. Algumas são óbvias: "Gramática - seguir a regra geral. Evitar sentenças fragmentadas nas quais faltem sujeito ou verbo, a não ser nos títulos ou legendas." Algumas se aplicam a qualquer tipo de jornalismo, não exclusivamente ao online: "Ordem lógica - apresentar o texto em ordem lógica (partir de uma afirmação para se chegar a uma conclusão) e direta (sujeito, verbo e complementos)." Algumas são imprecisas: "Evitar texto maior que o espaço da tela do monitor". Em que resolução de imagem e em que tamanho de letra? Algumas são importadas do inglês, sem tanta importância em português: "Usar voz ativa - reduz o número de palavras e atrai leitores que tendem a passar os olhos pelo texto." Enfim, o livro apresenta um conjunto de regras subjetivas e acaba ficando bem longe de ser um guia de estilo, como propõe o título. #

    [ 10:24 ]

    Ontem assisti, no CineMax, Brincando com a Morte (Playing God, EUA, 1997), dirigido por Andy Wilson. O que me atraiu foi o elenco (David Duchovny, Timothy Hutton, Angelina Jolie), mas a história era um pouco dejà vu. Mais um para o panteão do esquecimento. #

    quinta-feira, 03 de maio de 2001

    [ 20:25 ]

    Lembrete: nunca sentar perto do senador Pedro Simon se houver risco de ele falar - o homem lança perdigotos volumosos e repetidos em todas as direções. #

    [ 12:10 ]

    Ontem assisti na DirecTV Tenha Fé (Keeping the Faith, EUA, 2000), do Edward Norton. Um padre e um rabino apaixonados pela mesma mulher. Confesso que não acreditava que pudessem fazer uma boa comédia hollywoodiana com este tema. Mas o resultado foi bem interessante. O filme é engraçado, verossímil, e ainda consegue levantar algumas questões para pensar mais tarde. O Edward Norton e o Ben Stiller formam a dupla central, e a Jenna Elfman aparece como uma charmosíssima executiva ("I have a relationship with my phone. It's set to vibrate."). Quase roubando a cena, um estranho barman indiano, que manda a frase mais curiosa do filme: "May those who love us, love us. And those who don't love us, may God turn their hearts. And if He cannot turn their hearts, may he turn their ankles, so that we may know them by their limping." #

    quarta-feira, 02 de maio de 2001

    [ 16:28 ]

    O Rafael Spoladore me mandou o link de um desenho animado muito engraçado: White Bread Blues. #

    [ 13:09 ]

    Assisti novamente, em vídeo, o clássico da Hammer A Górgona (The Gorgon, Inglaterra, 1964), do Terence Fisher. A dupla central é formada por Christopher Lee e Peter Cushing, os mesmos de The Curse of Frankenstein e Dracula, também dirigidos pelo Fisher. A produção é bem cuidada, com castelos em ruínas e trajes de época (século passado, Europa central). O monstro da vez é uma das górgonas, aquelas mulheres com cobras na cabeça e cujo olhar petrificava qualquer um que as ousasse encarar. Aqui ela não aparece exatamente em pessoa, mas tomando o corpo de uma mortal e transformando-o nas noites de lua cheia. Como o filme só tem um personagem feminino que fale mais de duas palavras e não morra nos primeiros cinco minutos, fica fácil saber quem é a górgona. #

    [ 10:21 ]

    Electra Assassina, com arte do Bill Sienkiewicz, em exposição no Words & Pictures Museum. #

    [ 08:36 ]

    Noite morna ontem. Na NBA, planejei assistir Mavericks x Jazz (massacre, com os Mavs derrotando o Jazz por 107 x 77 e levando a série para o quinto jogo) mas a ESPN só transmitiu Bucks x Magic (vitória dos Bucks, eliminando o Magic). Comecei a ler Guia de Estilo da Web (Editora SENAC, 2000), da Luciana Moherdaui. Vi um filmezinho razoável de tramas criminais, Rede de Mentiras (Web of Lies, EUA, 1999), do Byron W. Thompson. Dormi antes das duas da manhã, coisa rara nos últimos tempos. #

    terça-feira, 01 de maio de 2001

    [ 18:03 ]

    Mais um cronista vestiu o Pijama Selvagem: agora temos também conosco o Paulo Rebêlo. #

    [ 14:27 ]

    O pessoal simpático da Disney me mandou a cassete do Alta Fidelidade (High Fidelity, EUA, 2000), do Stephen Frears, que foi lançado agora em vídeo. Assisti novamente ontem, e gostei ainda mais do que quando vi no cinema. Não tanto pela história, que no fundo é só um romancezinho bem-me-quer-mal-me-quer, mas pelos diálogos muito bem escritos. Fiquei curioso para ler o livro do Nick Hornby. A trilha sonora também é boa, com Joan Jett, Belle & Sebastian, Velvet Underground, e mais um monte de bandas. E, claro, ainda tem a Lisa Bonet e a Catherine Zeta-Jones em grande forma. #

    [ 12:02 ]

    Batman nº 9 nas bancas. Chega ao final o isolamento de Gotham City após o terremoto, e a cidade do homem-morcego começa a ser reconstruída. Ele também prepara uma nova, maior e melhor equipada batcaverna. Mas faltou explicar uma coisa. Para (re)construir o esconderijo secreto do Batman seriam necessárias algumas centenas de trabalhadores. Como fazer a obra e ao mesmo tempo manter o segredo sobre sua localização (e, por extensão, da identidade secreta do herói, já que a caverna fica embaixo da mansão de Bruce Wayne)? #

    [ 11:12 ]

    Dia do trabalho. Feriado. E eu aqui trabalhando... #

    [ 09:19 ]

    Ontem eu perguntei qual seria o nome em português para glabella, aquele espaço entre as sobrancelhas, e a Ana Beskow e a Flávia Cintra descobriram rapidamente a resposta. A Ana informou que o termo vem do latim (glabellus significa sem pêlos) e que por aqui ficou glabela mesmo. A Flávia foi mais longe e apareceu com três sinônimos: glabela, intercílio e mesófrio. Obrigado, meninas! #

    [ 08:57 ]

    É bom saber quem é da turma do senador mentiroso Antonio Carlos Magalhães. Na capa da Folha de S. Paulo de hoje, aparecem abraçadas com ele a Zélia Gattai e a Gal Costa. O jornal informa que o Émerson Fittipaldi e o time do Bahia também compareceram. A Zélia avisou que seu marido, o escritor Jorge Amado, também está solidário com ACM. Só não entendi quando disseram que "os artistas e intelectuais baianos começaram a chegar ao palácio às 11h". Quem eram os intelectuais? Talvez os jogadores do Bahia? #