terça-feira, 31 de julho de 2001

[ 20:05 ]

E The Tale of the Body Thief voltou para a estante, porque comecei a ler agora o recém-chegado Roubando Vidas (Taking Lives, Nova Alexandria, 2001), do Michael Pye. A julgar pela resenha, é algo no gênero de The Talented Mr. Ripley, e foi isso que me aguçou a curiosidade. Diz o press release que em breve a história vai estar no cinema, com Jennifer Lopez no papel principal. #

[ 15:59 ]

Li o divertido Aliens Mutantes (Conrad Livros, 2001), do Bill Plympton. É uma espécie de storyboard do filme de animação que ele fez, mas com um olho no mercado dos quadrinhos (a decupagem e a distribuição dos quadros está bem mais perto de uma graphic novel que de um storyboard tradicional). As animações do Plympton já lhe renderam indicação ao Oscar e prêmios no festival de Cannes e em vários outros. O mais bacana de Aliens Mutantes é o traço quase de rascunho, sem arte-final, mostrando as entranhas dos desenhos. Gostei. #

[ 11:50 ]

Impressionante como blogueiro gosta de falar sobre seus bichinhos de estimação. É o felino bonitinho aqui, o ferret esperto ali, o cãozinho fiel acolá. Eu não tenho animais, nem cão, nem gato, nem passarinho, nem peixinho. Também não tenho plantas, não gosto de mato dentro de casa. Mas tenho uma pedra de estimação. Veio da Europa, retirada por mim mesmo do leito de um rio seco na divisa entre Espanha e Portugal. Uma pedra de raça. #

[ 09:58 ]

A Sandra Bullock é muito bonitinha mas aparece quase sempre em filmes bem fraquinhos. Ontem assisti, em vídeo, Um Tira à Beira da Neurose (Gun Shy, EUA, 2000), dirigido por Eric Blakeney. Não é suficientemente verossímil para ser uma história policial nem suficientemente engraçado para ser uma comédia. Liam Neeson faz um detetive com cara de infeliz e a Sandrinha é a enfermeira que aplica enemas no coitado. Oliver Platt encarna um mafioso caricatural, e mesmo assim acaba sendo responsável pelos poucos momentos engraçados do filme. "Maybe you have that fucking sleepy disease... narcosleepy." #

segunda-feira, 30 de julho de 2001

[ 17:04 ]

Andei lendo o álbum Front 7 (Via Lettera, 2001). Material gráfico de alta qualidade, pena que nem todos os roteiros acompanhem o nível do traço (o que infelizmente acontece na maior parte da produção brasileira de quadrinhos). Destaque para os trabalhos do Maringoni, do Custódio e do Maxx, entre outros muito bons. #

[ 14:26 ]

No weekend estréia por aqui o novo Planet of The Apes. Para quem é novo demais para ter acompanhado a série original, a Esfera oferece um resuminho. #

[ 14:18 ]

Som do dia: Olias of Sunhillow, obscuro porém agradável álbum de 1976 do Jon Anderson, em aventura solo sem o Yes. #

[ 11:33 ]

Ontem assisti, em vídeo, Sonhos de uma Noite de Inverno (A Midwinter's Tale, GB, 1995), do Kenneth Branagh. Não gostei muito. O início é particularmente irritante, com toneladas de texto despejadas sem descanso, algo como Woody Allen em fast forward. Depois as coisas se acalmam um pouco, entram alguns comentários interessantes, mas no final a coisa degringola novamente, escorregando para um pieguismo simplório e displicente (teatro mambembe é mais nobre que cinema comercial, amigos são mais importantes que dinheiro, e outras pérolas do gênero). A surpresa é Joan Collins no elenco, aparentando metade da idade que tem. #

domingo, 29 de julho de 2001

[ 23:26 ]

O Burburinho acaba de ser atualizado. Tem um texto meu sobre O Diário de Bridget Jones, um do Gian Danton sobre As Aventuras de Luther Arkwright, uma nova enquete e um novo desafio para quem está cadastrado. Ainda não se cadastrou? Está esperando o quê? #

[ 12:37 ]

Ontem assisti, em vídeo, Sociedade Secreta (The Skulls, EUA, 2000), do Rob Cohen. Achei interessante por dois motivos. Primeiro, pela própria idéia da existência de sociedades secretas controlando os altos escalões da política e da economia dos EUA. Claro que no filme nada é muito secreto, já que a tal sociedade tem até uma sede com logotipo na porta. Mas esse conceito de que nosso destino é controlado por pequenos grupos é uma teoria recorrente, dos Illuminati à Trilateral. A segunda coisa que me chamou a atenção foi o romantismo do protagonista (o bochechudo Joshua Jackson, de Dawson's Creek), aquela coisa utópica de fazer o que ele acha certo e honrado ("if it's secret and elite, it can't be good"), a qualquer custo. Difícil saber o que é mais perigoso, uma sociedade secreta defendendo interesses próprios ou um adolescente paladino em rota de vingança. #

[ 10:53 ]

Saiu o número dois de Calvin & Cia, da Editora Opera Graphica. Além do menininho do título, traz também Get Fuzzy, Grimm, Ran, Garfield e outros. O prometido Krazy Kat aparece em só uma historinha. Numa tira do Get Fuzzy: Rob: Que bagunça. Bucky: É arte. Rob: É um bocado de lixo sobre um prato quebrado. Bucky: É técnica mista. #

sábado, 28 de julho de 2001

[ 20:19 ]

Começo a ficar muito cansado de filmes ruins. Não coisas mal feitas, sem recursos, mas produções que gastam milhões, empregam profissionais competentes e geram resultados completamente medíocres. Filmes sem qualquer impacto ou diferencial, seja na história, na direção, na interpretação, nos efeitos, simplesmente mais um título que não faria a menor falta se eu não tivesse assistido. Hoje fui com o meu pai ver Dungeons & Dragons, de um tal Courtney Solomon, um dos lançamentos menos empolgantes do ano. Além de ser tolinho, ainda tinha interpretações over-the-top, como se os atores estivessem recitando o texto numa peça infantil ruim. Nem Jeremy Irons escapou da canastrice. Ontem também fomos assistir outra pilantrice medíocre, Bridget Jones's Diary, mas este eu vou detonar no Burburinho. #

[ 13:34 ]

Muito frio por aqui. Já estou me preparando para o pior: Igloo Builders Guide. #

[ 10:42 ]

Ontem assisti, em vídeo, A Colônia (Double Team, EUA, 1997), do Hark Tsui. Pavoroso. História perneta, roteiro caolho, interpretações mambembes. Jean-Claude Van Damme apanhando muito para poder vencer no fim, Dennis Rodman exibindo modelitos absurdos e soltando piadinhas sobre basketball, Mickey Rourke fazendo uma caricatura de todos os bad guys que ele já encarnou antes. Daqueles filmes que dão vontade de pedir o dinheiro de volta. #

sexta-feira, 27 de julho de 2001

[ 17:43 ]

Para quem gosta de citações famosas, um programinha gratuito: Philosophical Quotations for Windows, cortesia do site The Philosophers' Magazine. #

[ 16:30 ]

Ganhei do meu pai um relógio de pulso bacaninha, mas fiquei intrigado com o que está escrito no mostrador: "watrer resist". Será mesmo um erro de ortografia? Ou existe a palavra watrer e eu não sabia? O relógio traz o logotipo da Seiko, e agora também fiquei em dúvida se é legítimo. Ao menos marca bem as horas. #

[ 15:46 ]

Nas últimas duas semanas, andei prestando especial atenção ao noticiário sobre internet, na vã esperança de ver algum veículo anunciar o lançamento do Burburinho. Apesar dos setenta press releases bem direcionados que enviei, até agora a mídia não dedicou uma linha ao meu pobre site. Eu entenderia a situação se houvesse um superávit de notícias interessantes na área, afinal o Burburinho é uma publicação nanica em meio a inúmeros gigantes da web brasileira, e não seria fácil abrir espaço para divulgação. Mas o que tenho visto é desconsolador. O grau de relevância de muito do que aparece nas publicações de informática varia de "Brasileiros são favoráveis à publicidade na Web" a "Sexo virtual dura menos que o esperado, diz pesquisa", sem deixar de lado profecias como "Mercado de wireless vai triplicar até 2006". Isso que é notícia? #

[ 14:19 ]

Notícia no site OLinux: "Novo livro The Linux Cookbook, de Michael Stutz, estará sob a licença DSL, que estende a noção de Open Source para livros, imagens e músicas". Em princípio, parece uma idéia excelente, já imagino como uma manual técnico possa ser enriquecido dessa forma. O problema é querer estender o conceito para outras áreas, como faz o Stutz: "O futuro não está na proteção de conteúdo, no controle de marcas e patentes ou ainda na propriedade intelectual. O futuro está na abertura e na liberdade, e em todo o direito individual para recortar, copiar, colar e modificar qualquer trabalho que se queira, por qualquer razão ou circunstância que seja." Tenho arrepios só de pensar em pegar por engano uma versão de Dom Casmurro ou de A Ilha do Tesouro que tenha sido modificada. #

[ 09:56 ]

Eu disse ontem que meu pai era uma figura, hoje ele provou que eu estava certo. Veio até São Paulo para fazer radiografia e ressonância magnética, por causa de uma dor na perna. Mas no meio dos exames desistiu, ficou nervoso por estar preso dentro do cilindro da ressonância magnética, pediu para parar e foi embora do hospital. Agora está aqui lendo sobre mitologia grega. #

[ 09:23 ]

Ontem assisti, em vídeo, Um Jogo Duplo (Circus, EUA/GB, 2000), dirigido por Rob Walker. Bela trama repleta de vigaristas, onde todos enganam todos. John Hannah (o bobinho de The Mummy), Famke Janssen (a mutante de X-Men), Peter Stormare (o maluco de Fargo e de 8mm) são os atores principais, e aparece também uma atriz que eu adorava ver na série L.A. Law, a Amanda Donohoe. Engenhoso e divertido. #

quinta-feira, 26 de julho de 2001

[ 20:03 ]

Meu pai chegou aqui hoje e fica até domingo, o que é uma raridade. Ele não gosta de sair da tranqüilidade de Águas de Lindóia, muito menos para uma cidade grande como São Paulo. Mas teve que vir fazer uns exames médicos e o convenci a ficar durante o weekend. Vai ser divertido, porque ele é uma figura. São nove da noite e ele já foi pra cama dizendo que era hora de dormir. #

[ 15:38 ]

Assisti em vídeo, um pouco ontem à noite, um pouco hoje na hora do almoço, a mini-série Dune (Dune, EUA, 2000), escrita e dirigida por John Harrison. Mais de quinze anos depois da adaptação do David Lynch, o romance de Frank Herbert finalmente ganha uma versão menos picotada. Claro, o filme tinha pouco mais de duas horas de duração, enquanto esta mini-série passa de quatro horas e meia, dando oportunidade para um desenvolvimento muito maior da trama e dos personagens. O novo Dune está longe de ser uma obra-prima, mas ao menos conta a história sem atropelos e com mais coerência. Os pontos fracos ficam por conta de cenários nem sempre convincentes (as construções em primeiro plano são boas, mas os fundos pintados beiram o vexame), péssimos figurinos (várias vezes caí na gargalhada ao ser apresentado a mais um modelito ridículo) e efeitos especiais de segunda linha (destaque negativo para os olhos azuis dos Fremen). Deixando tudo isto de lado, porém, a história é bem interessante, principalmente as intrigas políticas e os jogos econômicos. Só não é, como muita gente acha, ficção-científica. Dune é pura fantasia, misturando uma pitada de tecnologia com uma tonelada de magia, num cenário neo-medieval. No combate simbólico entre a lógica e as estatísticas dos Mentats e o misticismo e as profecias das Bene Gesserit, sai vitorioso o messianismo (Muad'Dib é o salvador) e o fatalismo (o destino é pré-determinado). #

[ 11:18 ]

Ontem perguntei sobre as versões brasileiras de Elvis, Marilyn e Dean. A Flávia Cintra manda dizer que a nossa Marylin Monroe é a Leila Diniz. O Charles Pilger sugere Raul Seixas como o nosso Elvis Presley. O posto de James Dean tupiniquim continua vago. #

quarta-feira, 25 de julho de 2001

[ 17:05 ]

Meu falecido avô não acreditava que o Neil Armstrong tivesse pisado na lua, achava que era tudo armação baseada em efeitos especiais de televisão. Agora vejo no jornal Orlando Sentinel que ele não era o único: As many as 20 percent of Americans believe that the moon landings were faked. Teoria da conspiração em alta. "The conspiracy claims go something like this: TV broadcasts of the Apollo missions were filmed at a secret military base by (take your pick) Disney or Stanley Kubrick. The lunar photos were faked. The moon rocks were faked. The astronauts are lying or brainwashed. The 1967 Apollo 1 fire that killed three astronauts was a triple murder to keep commander Gus Grissom from talking. The Soviets never blew the whistle on the U.S. moon scam because they were faking their space missions too." #

[ 15:20 ]

Retomei a leitura de The Tale of the Body Thief, congelada há muitos meses por falta de interesse. Eu li os três primeiros livros das Crônicas Vampíricas em seqüência, e quando cheguei neste, o quarto, já estava um pouco cansado. O universo criado pela Anne Rice é interessante, mas não gosto muito do jeito que ela escreve. Todas as cenas importantes de ação são narradas como se fossem um sonho, tudo muito impreciso, contrastando com a riqueza de detalhes de outros trechos. Dá a impressão que ela não sabe bem como contar aquilo. E tem também uma estranha inabilidade de dar interesse ao personagem principal. Em Interview With the Vampire, o protagonista é o chatinho Louis mas o personagem mais interessante é sem dúvida o Lestat. Em The Vampire Lestat ele passa a ser o narrador, mas agora o personagem mais interessante é o Marius. Em The Queen of the Damned nem dá para saber quem é o protagonista, temos uma salada de personagens, alguns completamente inúteis. Anyway, como me interesso pelo tema e como a obra dela é de inegável importância, continuei lendo. The Tale of the Body Thief traz uma idéia curiosa, a da troca de corpos, mas lá pelo meio a narrativa começou a se concentrar em sonhos e delírios, e foi aí que eu parei. Ontem resolvi pegar o livro novamente e ver até onde me animo a continuar. #

[ 11:45 ]

Novo mecanismo de busca, ainda em beta test: Teoma. #

[ 11:21 ]

Ontem assisti, em vídeo, Um Estranho Chamado Elvis (Finding Graceland, EUA, 1998), dirigido por David Winkler. É uma simpática homenagem a Elvis Presley, de uma forma bem messiânica e estadunidense, mostrando o "rei" como uma figura capaz de compreender e apaziguar os problemas alheios. Sim, no filme ele não morreu, já passou dos sessenta e tem a cara do Harvey Keitel, naquela velha estrutura acredite-se-quiser (possibilidade de magia / desmascaramento da magia / desmascaramento do desmascaramento). É curioso como existem tantos ídolos mortos e ainda carismáticos nos EUA. Quem seria o Elvis Presley brasileiro? E a nossa Marilyn Monroe? Algum James Dean tupiniquim? #

terça-feira, 24 de julho de 2001

[ 16:53 ]

Som do dia: Louis Armstrong na Disney, uma pequena preciosidade comprada por meros dez reais. Em 1966, o velho Satchmo gravou em estilo dixieland estas dez canções dos filmes da Disney, incluindo clássicos como When You Wish Upon A Star (de Pinóquio), Bibbidi Bobbidi Boo (de Cinderela) e The Bare Necessities (de Mogli). "Look for the bare necessities / The simple bare necessities / Forget about your worries and your strife / I mean the bare necessities / Old Mother Nature's recipes / That brings the bare necessities of life" #

[ 11:44 ]

A leitura de ontem foi Restolhada (Opera Graphica, 2000), retrospectiva de quadrinhos do Marcatti. O mais interessante nem são as histórias em si, mas a possibilidade de observar a evolução no traço e no conteúdo, desde 1978 até 1991. O Marcatti já é daquelas figuras históricas dos quadrinhos underground, vendia suas publicações nanicas na porta do Cineclube do Bixiga, fez capa de disco pros Ratos de Porão, é discípulo tupiniquim do Gilbert Shelton. Também circulando pelas bancas uma revistinha dele, Frauzio. #

[ 11:04 ]

O Nick Gomez dirigiu episódios de séries famosas, como Oz e The Sopranos, e quando foi fazer seu longa-metragem Quem Não Matou Mona? (Drowning Mona, 2000, EUA) um monte de gente queria participar. O resultado é que temos um filme muito fraquinho mas com um belo elenco: Danny DeVito, Bette Midler, Neve Campbell, Jamie Lee Curtis. Era para ser um comédia em cima de uma trama policial, mas não tem muita graça nem traz qualquer mistério em relação ao crime. Salvam-se algumas boas frases, e só. "Good luck doesn't happen to people like us. Good luck happens to Madonna." #

segunda-feira, 23 de julho de 2001

[ 20:58 ]

Som do dia: Sheryl Crow. ""All I wanna do is have a little fun before I die, / Says the man next to me out of nowhere / It's apropos of nothing" (de All I Wanna Do). #

[ 15:02 ]

Ontem assisti, em vídeo, Highlander: a Batalha Final (Highlander: Endgame, EUA, 2000), dirigido por Douglas Aarniokoski. Bem fraquinho. A história junta o Connor MacLeod do cinema (Christopher Lambert) com o Duncan MacLeod da televisão (Adrian Paul) e é uma espécie de passagem do bastão. Mas o roteiro é muito preguiçoso, com soluções óbvias, flashbacks desnecessários e diálogos didáticos. O pior fica por conta do descarado e agressivo merchandising da JVC, que coloca um luminoso vermelho ao fundo da luta mais importante do filme. "Com tantas continuações, o primeiro Highlander continua sendo indiscutivelmente o melhor, merecendo ser revisto sem interferência das seqüências." #

[ 10:31 ]

Nesta segunda-feira triste, nublada, fria e desanimada, me valho de Mário Quintana para mandar um recadinho: "Todos esses que aí vão / atravancando meu caminho / eles passarão, eu passarinho." #

domingo, 22 de julho de 2001

[ 19:35 ]

Acabo de atualizar o Burburinho e enviar os boletins. Tem matérias minhas sobre Jurassic Park III e Evolução, e um texto do Hernani Dimantas sobre O Poder dos Mercados. Quem estiver cadastrado pode concorrer a prêmios participando no desafio, e ainda tem a enquete da semana. Burburinhe-se! #

[ 13:24 ]

Comprei a segunda revista da série As Aventuras da Liga Extraordinária (League of Extraordinary Gentlemen), do Moore e do O'Neill, que continua excelente. Aventuras vitorianas com personagens famosos (Mina Harker, Allan Quatermain, Capitão Nemo, Jeckyl & Hyde, o homem invisível) e profusão de citações de clássicos (Treasure Island, War of the Worlds, Moby Dick, entre outros). E afinal o misterioso M, big boss do serviço secreto inglês, não é Mycroft Holmes (irmão do Sherlock) como eu pensava, mas outro personagem famoso do Conan Doyle. Espero que publiquem logo o terceiro e último volume. #

[ 10:16 ]

Muita gente ainda não entendeu que um weblog pode ser usado de inúmeras formas e não precisa ser aquele diário tipo "fui-pra-balada- não-gosto-de-estudar-meu-gato-é-bonitinho-ai-que-tédio". Um ótimo exemplo de criatividade são os mini-contos nonsense do Loser, do Pedro Ivo Resende. Destaque para o de ontem, sobre a internet. #

[ 10:01 ]

A primeira vez que li David Copperfield, eu tinha uns dez ou doze anos. Era um livrão pesado, que me obrigava a ir freqüentemente ao dicionário procurar palavras desconhecidas, mas não o larguei enquanto não cheguei ao fim daquela aventura folhetinesca do Charles Dickens. Ontem assisti, em vídeo, a produção televisiva da Hallmark, David Copperfield (David Copperfield, EUA, 2000), dirigido pelo Peter Medak. A história está quase toda lá, mas de forma um pouco atrapalhada. A produção é competente, pena que a direção seja fraca. O pior são as interpretações farsescas, fugindo do realismo do original. O grande exemplo é o Michael Richards, que aparece mais como Kramer (seu personagem na série Seinfeld) que como Wilkins Micawber, o memorável personagem dickensiano. O resultado final não chega a ser um desastre, mas fica longe de encantar. Prefira o livro. #

sábado, 21 de julho de 2001

[ 21:28 ]

Weblog coletivo de moçoilas faceiras: Saco de Gatas. #

[ 13:14 ]

Pra não dizer que não falei de G-8...

  • Sobre a globalização - Eu seria favorável à globalização, mas não existe globalização alguma, é tudo uma farsa, um rótulo vazio circulando na mídia. O que existe efetivamente é globalização de capital, eliminando fronteiras para o investimento e para o dinheiro especulativo. Globalização de verdade tem que incluir globalização da mão-de-obra, migração livre e permissão de trabalho em qualquer lugar do mundo.
  • Sobre as manifestações - As pessoas têm tanto direito de se manifestar pacificamente contra o G-8 quanto o G-8 tem direito de se reunir em Gênova (apesar de eu achar um absurdo interditarem a avenida Paulista e perturbarem o trânsito da cidade para uma passeata dessas). Mas quando a manifestação se torna destrutiva e, pior, contra alvos inocentes, qualquer argumentação política perde o valor. Baderneiros mascarados destruindo veículos e lojas não merecem ser chamados de ativistas ou qualquer epíteto similar. E o que pode esperar quem ataca com pedras e extintores de incêndio uma van cheia de policiais armados? Causa mortis: burrice. #

    [ 11:14 ]

    O Jean-Claude Van Damme deve gostar de contracenar com ele mesmo. Em Maximum Risk, dirigido por Ringo Lam, ele interpretava um par de gêmeos. Ontem assisti, em vídeo, Replicante (Replicant, EUA, 2001), do mesmo diretor, onde ele é ao mesmo tempo um serial killer e seu clone. O filme sofre da síndrome do clone mágico. Pegam um cabelo do sujeito, colhem DNA, e fazem um clone. O que fica por explicar é como a criatura não só tem a memória do original como também é capaz de contato telepático com ele. Além disto, se já tinham identificado o assassino, qual a utilidade de ter um clone (além da gracinha de fazer o Van Damme lutar contra ele mesmo)? O filme é muito tolinho. #

    [ 10:44 ]

    Pensamento para o weekend: "Não é o mal que arruina o mundo, mas a mediocridade. O crime de Nero não foi ter tocado enquanto Roma ardia, mas ter tocado mal." (Ned Rorem) #

    sexta-feira, 20 de julho de 2001

    [ 15:51 ]

    Hoje fui convidado para me filiar à Mensa. Há alguns dias tinha feito o teste de QI deles e agora veio o resultado me qualificando para entrar na associação. "The society welcomes people from every walk of life whose IQ is in the top 2% of the population, with the objective of enjoying each other's company and participating in a wide range of social and cultural activities." Dizem que a Geena Davis também é sócia, será que vou conhecer a moça? #

    [ 15:10 ]

    No Pijama Selvagem, textos novos do Gian Danton e do Heringer. #

    [ 12:27 ]

    O generoso Paulo Bicarato encheu seu Alfarrábio com links para meus modestos sites. Quero agradecer a ele e também a outras personalidades do mundo blogueiro que sempre me linkam em profusão: Flávia e suas adoráveis saboneteiras, Marina e seu sinuoso W, Denis e sua vida cor-de-abóbora. Muito mais gente bacana tem links para cá e sou grato a todos, mas estes são os que, segundo meus logs de acesso, mais geram visitas. Muchas gracias! #

    [ 11:49 ]

    Primeiro tínhamos as teorias sobre a ordem natural das coisas. Depois veio a teoria do caos e seus sistemas complexos. Agora parece estar na moda a teoria caordiana, que se propõe a ocupar o espaço entre a ordem e o caos. Mais detalhes no site Chaordic Commons, capitaneado por Dee W. Hock, o homem do cartão VISA. "Chaord (kay'ord) 1: any autocatalytic, self-regulating, adaptive, nonlinear, complex organism, organization, or system, whether physical, biological or social, the behavior of which harmoniously exhibits characteristics of both order and chaos. 2: an entity whose behavior exhibits patterns and probabilities not governed or explained by the behavior of its parts. 3: the fundamental organizing principle of nature and evolution." #

    [ 11:34 ]

    Som do dia: The Planets, do Gustav Holst. #

    [ 11:26 ]

    Eu reclamo muito do Yahoo! mas hoje tenho que elogiar. Mandei um email dizendo que a descrição deles para o Burburinho não correspondia à realidade, e hoje me informaram que o site foi recatalogado e agora consta na categoria Entretenimento > Notícias e Mídia com a descrição que eu havia apresentado inicialmente, "um híbrido de e-zine, weblog e newsletter, com informação e opinião sobre assuntos culturais variados". Valeu, Yahoo! #

    [ 09:24 ]

    Da série manual de estilo:

  • Escrevo online e email, junto e sem hífen. Algumas palavras nascem da combinação de duas outras que já existiam, para dar nome a algo novo (on line, electronic mail). Com o uso, vão se amalgamando, ganhando hífens, por vezes perdendo letras pelo caminho (on-line, e-mail). Mas chega um momento em que essas palavras já conquistaram sua autonomia e podem dispensar qualquer apoio externo (online, email). Um bom exemplo é a palavra pixel, que hoje ninguém sonha escrever separada ou com hífen, mas que teve um percurso parecido: picture element, pix-el, pixel. #

    quinta-feira, 19 de julho de 2001

    [ 17:01 ]

    Som do dia: continuando na onda dos musicais, Grease. "Summer loving had me a blast / Summer loving happened so fast / I met a girl crazy for me / Met a boy cute as can be / Summer days drifting away to oh oh the summer nights" (de Summer Nights). #

    [ 13:21 ]

    As mocinhas do Mar de Blog fizeram uns comentários sobre este modesto Por um Punhado de Pixels. Para quem se assustou com "um clima de sapiência que pode intimidar os leitores", fica um aviso: este weblog não morde. Obrigado pelo link! #

    [ 13:08 ]

    Almoço rápido, prático e saboroso: milho (em lata), ervilha (em lata), atum (em lata), azeitona (em lata), alcaparra (em lata). Salada ou só lata? #

    [ 10:59 ]

    A comédia romântica de ontem, em vídeo, foi muito bobinha: Mero Acaso (Martha, Meet Frank, Daniel and Laurence, Grã-Bretanha, 1998), dirigido por Nick Hamm. Ao menos o filme tem o mérito de manipular a ordem em que os fatos são contados, o que vai mudando nossa percepção da história. Mas toda a trama se baseia na tolice dos personagens. Não um personagem muito idiota ou vários personagens fazendo besteirinhas, mas todos os personagens agindo de forma completamente imbecil durante todo o filme. Nem a presença agradável da Monica Potter alivia. Desastroso. #

    [ 10:40 ]

    O Hotmail mudou o cara. O layout novo acrescentou uma página inútil ao processo de login (links e mais links para outros produtos e serviços da Microsoft) e mudou várias coisas de lugar. Isso não seria tão desagradável se o processo de carregamento de cada página com mensagens não tivesse se tornado dolorosamente lento e não travasse o browser com tanta freqüência (com mensagens de erro de uma tal Microsoft C++ Runtime Library). Parece que vou ter que trocar de serviço. #

    [ 10:28 ]

    Ontem fui à pré-estréia de Jurassic Park III (Jurassic Park III, EUA, 2001), dirigido pelo Joe Johnston. Comentários no Burburinho, que começa a circular oficialmente na próxima segunda-feira. Cadastre-se e receba o boletim totalmente produzido em glorioso ASCII e distribuído para pessoas de gosto refinado. Burburinho, pensamentos despenteados para dias de vendaval. #

    quarta-feira, 18 de julho de 2001

    [ 22:24 ]

    Eu não sou teimoso. Os outros que têm mania de discordar de mim. #

    [ 17:27 ]

    Som do dia: para acompanhar raciocínios cabeludos envolvendo html e java servlets, Hair. "Good morning starshine, the earth says hello / You twinkle above us, we twinkle below. / Good morning starshine, you lead us along, / My love and me as we sing our early morning singing song. / Gliddy glup gloopy / Nibby nabby noopy / La la la lo lo / Sabba sibby sabba / Nooby abba nabba / Le le lo lo / Tooby ooby walla / Nooby abba nabba / Early morning singing song" (de Good Morning Starshine). #

    [ 13:22 ]

    Para quem gosta de sites estranhos, o Estadão traz um cardápio cheio na matéria Mad, Mad, Mad Web. #

    [ 10:14 ]

    Não adianta, o Yahoo! não acerta uma. O Burburinho foi cadastrado em todos os sites de busca com a descrição "Burburinho é um híbrido de ezine, weblog e newsletter, com informação e opinião sobre assuntos culturais variados. Pensamentos despenteados para dias de vendaval." Mas os espertinhos do Yahoo! mudaram a deles para "Comentários e críticas do que acontece na mídia." Quem será que escreve essas coisas? #

    [ 09:56 ]

    Interessante o thriller sobre canibalismo Mortos de Fome (Ravenous, 1999), da Antonia Bird, que assisti ontem em vídeo. Infelizmente, tem duas grandes escorregadas. No filme, ingerir carne humana cura tuberculose, tiro e facada, inverdade que desmonta qualquer construção que se possa fazer sobre o canibalismo. Em cima disto, ainda tentam transformar a coisa toda numa questão moral, dos canibais mauzinhos contra os não-canibais bonzinhos. Não convence. Uma pena, porque a ambientação é toda muito boa, com bons atores (Guy Pearce, Robert Carlyle, David Arquette, John Spencer) e boa produção (nunca tinha visto tantos países juntos produzindo um filme: República Tcheca, México, Eslováquia, Grã-Bretanha, EUA). "It's lonely being a cannibal. You don't get that many friends." #

    [ 09:39 ]

    Sincronicidade. Eu aqui me preparando para começar uma modesta série chamada manual de estilo e o Zamorim faz uma pergunta exatamente sobre o meu primeiro item. Então lá vai... Da série manual de estilo:

  • Escrevo internet com letra minúscula. Não é nome próprio. Não se escreve jornal, revista, rádio ou televisão com maiúscula, por que fazer diferente com internet, que também é mídia? #

    terça-feira, 17 de julho de 2001

    [ 19:57 ]

    "Morte de fumante ajuda economia, diz Philip Morris." Parece gozação, mas está na Folha de S. Paulo de hoje. "A Philip Morris, gigante americana da indústria do tabaco, distribuiu ontem um relatório no qual ressalta os benefícios econômicos do cigarro para as finanças públicas da República Tcheca. A conclusão é que os fumantes morrem mais cedo e ajudam a reduzir os gastos em saúde no país." Agora vão querer salvar as economias nacionais matando os cidadãos. Não há uma falha qualquer nesse plano? A turma da Philip Morris diz que não está sugerindo "que haja um benefício para a sociedade a partir das doenças relacionados ao fumo". Os antitabagistas dizem que "o estudo é falho pois não considera o impacto econômico produzido se fumantes abandonassem o cigarro e utilizassem o dinheiro para consumir outros bens". Mas mesmo que não haja má intenção, a frase do economista Kenneth Warner resume bem o episódio: "Existe alguma outra empresa que encoraje o tesouro público a ganhar dinheiro através da morte de clientes?" Agora só falta começarem a fazer monumentos em homenagem ao sacrifício dos fumantes desconhecidos. #

    [ 14:43 ]

    Poucas coisas me dão tanta sensação de perda de tempo como fila de cartório. #

    [ 07:59 ]

    Ontem ainda assisti, no cinema, Evolução (Evolution, EUA, 2001), do Ivan Reitman. Mas vou deixar os comentários para o Burburinho. Ainda não foi lá? Ainda não se inscreveu para receber o boletim semanal? Está esperando o quê? A edição número um rola na próxima segunda-feira. Burburinho, pensamentos despenteados para dias de vendaval. #

    [ 07:41 ]

    Ainda intrigado com o Hana-Bi, resolvi assistir, em vídeo, mais um do Takeshi Kitano: Adrenalina Máxima (Sonatine, Japão, 1993). Muito fraco. Na verdade, a história não faz muito sentido. Uns mafiosos, uns tiros, umas férias na praia, mais tiros, e termina. Tudo muito lento e um pouco sem nexo. E o tradutor brasileiro nem deve ter assistido o filme, porque chamar aquilo de Adrenalina Máxima é mais ou menos como chamar um canário manco de ave de rapina. #

    segunda-feira, 16 de julho de 2001

    [ 22:28 ]

    Novo site de quadrinhos: prancheta.com. Tem um pouco de tudo, notícias, histórias, matérias, dicas, galeria... Bacana. #

    [ 21:00 ]

    Já me chamaram de muita coisa, mas acho que esta é inédita: clássico. Coisa do Edney. Thanks! #

    [ 13:00 ]

    Não sei bem por que, mas minha preguiça hoje é monumental. "Vê-se que o sentimento da preguiça aliava-se um pouco a certa filosofia apática, resultando deste consórcio a mais perfeita tranqüilidade de ânimo que jamais entrou num peito daquela idade." (Machado de Assis) #

    [ 10:54 ]

    Mais uma leitora que pede para eu escrever sobre um filme, desta vez é a Julia encomendando comentários sobre Assassinos por Natureza (Natural Born Killers, EUA, 1994). Vou falar mal, claro. É raro eu gostar de um filme do Oliver Stone. Salvador, lá da década de oitenta, era bom. Também me agradou o recente Any Given Sunday. Mas quase todo o resto é muito ruim, e Natural Born Killers ocupa um lugar de destaque na galeria da ruindade. Em primeiro lugar, por causa da narrativa modernesca, mais preocupada em mostrar o pseudo-virtuosismo do diretor que em contar a história. Depois vem o próprio roteiro, tão mal estruturado que acaba dizendo o oposto do que pretendia. O pobre Stone já andou explicando por aí que o filme foi planejado como denúncia do endeusamento de criminosos que a mídia promove. Mas é tão ineficiente ao fazer isso, sem dimensão crítica, que consegue o efeito contrário, e acaba transformando seus personagens exatamente em ídolos, espécie de heróis de videoclipe. Tanto é que até hoje legiões de internautas com poucos neurônios se identificam com os assassinos do filme e usam os nomes Mickey Knox e Mallory Knox como pseudônimos. Natural Born Killers é uma das mais desastradas tentativas de fazer sátira que eu já vi. #

    [ 09:53 ]

    Ontem me diverti assistindo Um Caso a Três (Three to Tango, EUA, 1999), dirigido por Damon Santostefano. Como qualquer comédia romântica, o final é previsível, mas o filme tem uma boa dose de criatividade pelo meio. Gostei muito de ver a Neve Campbell num papel em que ela não passa todo o tempo chorando e gritando (como nos três Scream). Sorridente ela até fica bem bonitinha. Do Matthew Perry eu nunca gostei mesmo, acho exagerado, mas em compensação o Oliver Platt está perfeito como best buddy. Boa comédia para domingos preguiçosos. #

    [ 09:23 ]

    Recebi um email interesante hoje: "No blog, você passa a imagem de alguém convencido, superior meio frio e de certa forma intangível. Quando você responde um e-mail a imagem é outra, completamente diferente da primeira. Muito, muito melhor. Aí sim, você assume um jeito muito simpático e carinhoso." Acho que foi um elogio, se não para a minha metade blogueira, ao menos para a que escreve emails. Thanks! #

    domingo, 15 de julho de 2001

    [ 19:46 ]

    Uma das coisas mais inúteis que já vi na web são aqueles botões de "limpar" ou "cancelar" no final de um formulário. Você vai preenchendo todos os campos e quando chega ao final, em vez de simplesmente um botão para dar continuidade a seja lá qual for a utilidade do formulário, aparece aquela segunda opção absurda, como se você fosse subitamente ter uma vontade incontrolável de preencher tudo novamente a partir do zero. #

    [ 17:38 ]

    Ontem assisti A Lenda do Pianista do Mar (La Leggenda del pianista sull'oceano, Itália, 1998), do Giuseppe Tornatore. Uma fábula envolvendo música e um navio, contada por um italiano, e não é E la nave va do Fellini. Tim Roth é o pianista que nasceu em alto mar e nunca pisou em terra, e a partir daí são construídas algumas metáforas (o grito do mar, a cidade sem fim, etc), fazendo o filme avançar em pequenos episódios. Num momento particularmente equivocado, entra em cena uma figura histórica, Jelly Roll Morton, apresentado como antagonista antipático que só serve para demonstrar os grandes dotes musicais do protagonista, com quem duela ao piano. Em primeiro lugar, a tal habilidade mágica com as teclas já havia sido estabelecida antes, e a seqüência não acrescenta muito ao fime (a não ser em tempo). Além disto, o rival não precisava ser alguém que realmente existiu e tanto acrescentou ao jazz, poderia ser um personagem de ficção, o que teria o mesmo efeito prático sem atentar contra o bom nome do pobre Morton. O pior é o final, que tenta transformar em momento poético o que é simplesmente estupidez do personagem. Assim não há fábula que resista. #

    sábado, 14 de julho de 2001

    [ 15:05 ]

    Neste sábado frio, caiu muito bem a feijoadinha com picanha que comi ao almoço. Agora estou aqui locupletado lembrando do Stanislaw Ponte Preta, que dizia que feijoada só é realmente completa quando tem uma ambulância de plantão na porta do restaurante. #

    [ 12:25 ]

    Ontem assisti na HBO Dr. Mumford - Inocência Ou Culpa? (Mumford, EUA, 1999), escrito e dirigido pelo Lawrence Kasdan. É uma comediazinha romântica, nem passa perto de grandes filmes do Kasdan como Body Heat ou The Big Chill, mas no fundo traz uma idéia interessante, a de que não é preciso formação acadêmica para exercer a profissão de psicólogo. Claro que os psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, psicoterapeutas e outros "doutores da mente" vão dar pulos de indignação, mas sempre é bom questionar se uma profissão exige realmente aquele tão incensado diploma ou se é possível fazer um bom trabalho sem ele. Não vou entrar no mérito da questão em relação ao analista de Mumford, até porque não tenho grandes afinidades com a profissão, mas várias vezes durante o filme deixei escapar sorrisos ao lembrar de recentes discussões sobre a necessidade de um diploma para ser webwriter ou webdesigner. #

    sexta-feira, 13 de julho de 2001

    [ 22:02 ]

    Começou o Burburinho! #

    [ 16:22 ]

    Finalmente a Esfera está novamente online. Os incompetentes do Yahoo! simplesmente se atrapalharam com seus próprios arquivos e por acharem que eu não tinha pago tiraram o site do ar. Já mandei uma quantidade de impropérios por email, e eles responderam com um sonso "Thank you for contacting us. Your account has been reactivated." Agora estou tratando da mudança de host. Yahoo!, never more. #

    [ 10:43 ]

    Nunca pensei que fosse gostar de um filme do Jim Jarmusch. Stranger Than Paradise tinhas umas imagens monocromáticas bonitas, mas era terrivelmente lento. Down by Law, com aquele irritante Roberto Benigni, uma bobagem. De Mystery Train, tão esquecível, só me lembro de uns japas e umas polaroids. Os que vieram depois eu deixei passar. Mas ontem, seduzido pelo tema, assisti, em vídeo, Ghost Dog - Matador Implacável (fraco título brasileiro para Ghost Dog - The Way of the Samurai, EUA, 1999), e gostei muito. O filme tem um ritmo preciso, contido, pontuado por trechos do Hagakure (espécie de manual do samurai), fino humor, cenas de ação bem construídas, interpretações competentes, música bem encaixada, parece que tudo funciona. Recomendo. "In the words of the ancients, one should make his decision within the space of seven breaths. It is a matter of being determined and having the spirit to break through to the other side." #

    [ 09:42 ]

    Graça à total incompetência do Yahoo!, desde ontem está fora do ar a Esfera, sem qualquer razão aparente. Enviei incontáveis emails ao serviço de suporte ao cliente e até agora não recebi qualquer resposta. Já estou providenciando a mudança de host, mas infelizmente isto levará um par de dias. Logo que humanamente possível, a Esfera estará de volta. Quanto ao Yahoo!, espero que sejam atacados por todas as pragas dos sete infernos. Nunca vi uma empresa tão incompetente no que diz respeito ao atendimento a clientes. E os miseráveis parecem me perseguir. Primeiro, compraram a GeoCities, onde meu primeiro site pessoal estava hospedado, e graças a uma falha no sistema me deixaram permanentemente sem controle sobre ele. Levei cerca de dois anos para conseguir que ao menos deletassem o site, já que eu não tinha permissão para o modificar. Depois compraram o eGroups, onde eu moderava algumas listas de discussão, causaram um novo caos na migração de sistemas e incluíram aquela causa leonina de cessão de direitos sobre todo o conteúdo. Logo a seguir, compraram a Simplenet, onde estavam hospedados todos os meus sites, e o suporte ao cliente simplesmente desapareceu, juntamente com a qualidade do serviço. O email vez por outra simplesmente pára de funcionar, e agora a Esfera está há quase 24 horas offline sem qualquer motivo ou explicação. Já estou providenciando a transferência de todos os meus domínios para outro host (e até isso eles dificultam) e pretendo ficar de olhos bem abertos para evitar qualquer contato onde essa empresa chamada Yahoo! possa ganhar algum centavo meu. #

    [ 09:22 ]

    A simpática Cris Aspesi me mandou um email informando ter feito modificações no TopBlogs. Agora este modesto Por um Punhado de Pixels ocupa a primeira colocação no ranking de weblogs que ela faz, seguido de perto pelo RTFM (que fez um comentário divertido e inteligente sobre o assunto). Quero agradecer a todos que me apoiaram desde que comecei a blogar, aos produtores, à família, aos amigos, aos vizinhos... (e a orquestra começa a tocar indicando que terminou o tempo para o discurso de agradecimento). #

    quinta-feira, 12 de julho de 2001

    [ 14:50 ]

    Acho ridícula a forma com que acabam os campeonatos de futebol no Brasil. Ontem o Flamengo conquistou a Copa dos Campeões. Venceu o jogo? Não, perdeu por 3 x 2 para o São Paulo. Então o São Paulo deveria ter sido campeão? Não, porque perdeu o jogo anterior por 5 x 3. Então ficou empatado, uma vitória para cada um? Não, o Flamengo ficou com saldo de gols maior, 7 x 6, e levou o título. Para mim é simples, uma equipe que perde o último jogo não pode ser campeã de coisa alguma, qualquer torneio tem que terminar com a vitória de quem vai ficar com a taça. Exemplos não faltam, dos playoffs da NBA à Super Bowl da NFL. #

    [ 12:36 ]

    Gótico, dark, gauche, contracultural, sobrenatural, marginal... Tem tudo isso no Carcasse. #

    [ 11:59 ]

    E a turminha do governo continua com suas jogadas incompreensíveis. Agora anunciaram que caso as medidas do racionamento não sejam suficientes pretendem aumentar a geração na hidrelétrica de Ilha Solteira. Por que não fizeram isso antes? E ainda ficam me ameaçando com cortes, sem ver o absurdo embutido nessa idéia. Alguém que gastava 1000 kwh, fica obrigado a economizar 20% e limitado a gastar somente 800 kwh. Eu que gastava 243 kwh, ganhei uma cota de 194 kwh. Que justificativa pode haver para dar direito a um cidadão gastar 800 kwh e a outro nada mais que 243 kwh? Se alguém deveria ser punido por gastar muito (e não acho que deva) por que o punido é o que gasta menos? #

    [ 11:50 ]

    Airsmither detona os três mandamentos do Arquivo X: Eu Quero Provar. #

    [ 10:10 ]

    Cientistas fecundaram óvulos sem usar espermatozóides: "Cientistas na Austrália afirmam terem descoberto uma maneira de fecundar óvulos utilizando material genético que pode ser extraído de qualquer célula do corpo humano." Eu acho que já tem muita gente por aí que foi fecundada com células de pentelho, daqueles encravados. #

    [ 09:55 ]

    Eu ainda não tinha visto qualquer filme do Takeshi Kitano, então ontem resolvi assistir, em vídeo, Fogos de Artifício (Hana-bi, Japão, 1997). Interessante e estranho. Não posso dizer que gostei, mas achei curiosa a mistura de trama policial com cenas de violência e aquele ritmo lento de narrativa reflexiva. Em alguns momentos ele exagera, como quando simplesmente pára o filme durante vários minutos para mostrar quadros e mais quadros. Talvez seja tudo proustianamente sobre tempo perdido, já que a mulher que tem leucemia (e portanto pouco tempo de vida) gasta suas horas em atividades apropriadamente chamadas de passatempo, como a pesca ou os puzzles. Os enquadramentos são muito bons, e funciona bem aquele truque de manter uma ação fora de quadro (soco, tiro, batida, etc) e transmitir a idéia somente através do som e da reação de quem está enquadrado. Interessante e estranho. #

    [ 09:21 ]

    Tem gente que lança site novo e avisa que "ainda falta conteúdo mas isso a gente vê em outro momento". Depois não sabem por que a web está se transformando num grande reservatório de lixo, cheio de design por cima mas ainda malcheiroso. #

    quarta-feira, 11 de julho de 2001

    [ 15:41 ]

    Duas fotos minhas na capa do nova-e hoje. Uma acompanha o texto O Povo, da Melanie Dimantas, outra acompanha Os Escribas Estão Soltos, meu mesmo. #

    [ 11:35 ]

    O pessoal do Yahoo! deve achar que somos todos imbecis. Ao ler os Termos do Serviço para utilização do Yahoo! Grupos descobri que ao distribuir através deles algum conteúdo criado por mim estaria "concedendo uma licença mundial, isenta do pagamento de royalties, não exclusiva, perpétua, irrevogável e incluindo o direito de conceder sub-licenças, para o Yahoo! utilizar, reproduzir, modificar, adaptar, publicar, traduzir, criar obras derivadas, distribuir, executar e divulgar tal Conteúdo (no todo ou em parte) e/ou incorporá-lo a outras obras, em qualquer formato, mídia ou tecnologia, seja ela conhecida atualmente ou que venha a ser desenvolvida no futuro". Ou seja, eles querem ser donos do meu trabalho sem pagar um tostão. Podem continuar querendo, vou usar os serviços de um concorrente deles. #

    [ 11:02 ]

    Pequenos prazeres gastronômicos: um bife grelhado (filet mignon, claro), temperado somente com sal e orégano, e depois completamente besuntado em mostarda de Dijon. Acompanha um cabernet sauvignon. #

    [ 09:14 ]

    O Hugh Hudson ficou famoso com Chariots of Fire, filmezinho que nunca engoli. Mas gostei muito do que ele fez em seguida, Greystoke. Ontem assisti o mais recente dele, África dos Meus Sonhos (I Dreamed of Africa, EUA, 2000). Kim Basinger, aproximando-se de meio século de idade, continua muito bonita. As paisagens africanas do filme também são de uma beleza especial. Mas a história é morna, um drama baseado na vida da Kuki Gallmann, que trocou o conforto da Itália pelas agruras do Quênia. Claro que acontecem algumas desgraças (alguém já viu filme baseado em história real onde tudo dá certo?) mas não consegui me envolver ou me sentir solidário, parece que os personagens estavam sempre buscando o desastre, flertando com o perigo. Gostei de ver a Eva Marie Saint, a mocinha de On the Waterfront e North by Northwest, agora setentona, fazendo a mãe da Kim Basinger. #

    terça-feira, 10 de julho de 2001

    [ 17:30 ]

    Os programas de auditório parecem estar dominando completamente a televisão aberta brasileira. Nem vou estranhar se em breve começarem a transmitir telejornais com auditório. "Caiu um avião na Somália..." e o público faz "ooooohhhhh...", "Flamengo derrota o São Paulo..." e a galera canta em coro "mengo! mengo! mengo!", and so on. Não falta muito. #

    [ 15:41 ]

    Vem aí The Score, um filme com uma trinca poderosa de atores, de três gerações: Marlon Brando (77 anos), Robert DeNiro (57 anos) e Edward Norton (31 anos). E parece que o diretor Frank Oz (aquele dos Muppetts) sofreu na mão do veterano Brando, que só o chamava de Miss Piggy e se recusava a receber instruções dele. E isso recebendo três milhõezinhos de dólares por três semanas de trabalho. #

    [ 14:31 ]

    Som do dia: para uma terça-feira pop, Madonna e Michael Jackson. "Darkness falls across the land / The midnite hour is close at hand / Creatures crawl in search of blood / To terrorize y'awl's neighborhood / And whosoever shall be found / Without the soul for getting down / Must stand and face the hounds of hell / And rot inside a corpse's shell / The foulest stench is in the air / The funk of forty thousand years / And grizzly ghouls from every tomb / Are closing in to seal your doom / And though you fight to stay alive / Your body starts to shiver / For no mere mortal can resist / The evil of the thriller" (monólogo do Vincent Price, no final de Thriller). #

    [ 11:04 ]

    Ontem assisti, em vídeo, um bom filme policial: O Chantagista (Johnny Skidmarks, EUA, 1998), dirigido por John Raffo. É a história de um fotógrafo que ao mesmo tempo trabalha para a polícia, documentando vítimas de acidente ou crime, e para um chantagista, flagrando homens casados em situações de adultério. Elenco competente (Peter Gallagher, Frances McDormand, John Lithgow), trama interessante, sem heróis, com vários suspeitos, sem soluções óbvias, e repleto de figuras tristes e estranhas. #

    [ 10:39 ]

    Duas mulheres que escrevem divertidamente sobre cinema: The Flick Filosopher (lá nos EUA) e Escreva Lola Escreva (aqui no Brasil). #

    segunda-feira, 09 de julho de 2001

    [ 17:03 ]

    Som do dia: Dizzy Gillespie. Começando com To Diz With Love (participação de Wynton Marsalis e Jon Faddis, entre outros), passando por To Bird With Love e Bird Songs (ambos com Paquito d'Rivera e Bobby McFerrin entre os convidados), e terminando com o clássico Dizzy Gillespie Meets Phil Woods Quintet. #

    [ 11:20 ]

    Ontem assisti, em vídeo, O Vencedor (The Winner, EUA, 1996), do Alex Cox. Belo elenco: Rebecca De Mornay com cabelão de perua, Vincent D'Onofrio com cara de bobo, Michael Madsen sempre bad boy, Billy Bob Thornton de bigode e peruca, todo mundo em clima completamente Vegas. Mas a história não ajuda muito. Acho que a mistura excessiva de metáfora e realismo é o principal problema. Pegar um elemento de fantasia (um homem que nunca perde no jogo) e montar uma trama realista em cima pode funcionar. Ou o inverso, fazer a tal trama realista desembocar num final metafórico (a aposta final, o apagar das luzes). Mas ficar no vai e vem, sem se decidir pelo realismo ou pelo simbolismo, deixa o filme sem rumo. #

    [ 09:34 ]

    O Eli Stone está de site novo. A interface em Flash com popups em html não é das melhores, mas o conteúdo é bom: ilustração, escultura, animação, música... Para quem não conhece a figura, a Esfera publicou uma entrevista com ele em 1999 (que aparece listada no site e "traduzida" pela absurda "state-of-the-art technology without the intervention of human translators"). #

    domingo, 08 de julho de 2001

    [ 20:30 ]

    Está online a Esfera de julho, trazendo Sigur Rós, Anne Rice, filosofia fácil, Fernando Alves Pinto, filmes de uma cena só, André Diniz, Tom & Jerry, José Fujocka, Luzia Simons, Rossana Cilento, e mais umas quinhentas matérias no arquivo. #

    [ 12:02 ]

    Ontem eu e a Rosinha Monkees fomos assistir Lara Croft: Tomb Raider (EUA, 2001), do Simon West. Gostei e não gostei. Gostei da produção, da forma fiel com que o personagem dos games foi adaptado para o cinema, de algumas cenas de ação. Não gostei de ver mais um filme igual a tantos outros, sem novidades, e com uma história tão paulocoelhesca. Vou escrever um texto maiorzinho sobre o Tomb Raider para o meu site novo. Sim, vem um site novo por aí... #

    sábado, 07 de julho de 2001

    [ 22:26 ]

    Frase do dia: "Eu tenho um tipo de foco peculiar. Minha tendência é ver tudo." (Robert Rauschenberg) #

    [ 15:47 ]

    Recado a todos os caixas do McDonald's: não, eu não quero uma tortinha como sobremesa, se eu quisesse uma tortinha como sobremesa, teria pedido uma tortinha como sobremesa. #

    [ 09:41 ]

    Às vezes um filme nos surpreende. Achamos que vai ser uma comédia bobinha e divertida e acaba se revelando uma asneira abissal. Foi o caso de Sabor da Paixão (Woman on Top, EUA, 1999), perpetrado por Fina Torres. A charmosa Penélope Cruz interpreta uma baiana (por que raios uma espanhola se fazendo de brasileira?), cozinheira de mão cheia, casada com o pouco fiel Murilo Benício. Aí entra em cena a magia estilizada do candomblé misturada com a culinária de televisão e temperada com o norte-americano Harold Perrineau na pele de um travesti brasileiro. A história parece um resumo da filosofia católica aplicada aos relacionamentos amorosos: se você pecar e se arrepender sinceramente, será perdoado e seu será o reino dos céus. São equívocos atrás de equívocos, baseados num romantismo de revista Capricho e culminando numa das cenas mais absurdas da história do cinema. O rapaz está apaixonado pela moça. A moça o convida para jantar. Ele vai buscá-la em casa e é imediatamente atacado com beijos e amassos. Quando eles estão deitados, agarrados, se livrando das roupas, ela por cima (woman on top), o rapaz pára e reflete. Talvez ela ainda esteja apaixonada pelo ex-marido e não seja uma boa idéia continuar. Levanta-se, dá-lhe um casto beijo na testa e vai embora. Em que planeta isso acontece? Talvez numa galáxia distante, povoada só de mulheres como a diretora Fina Torres e a roteirista Vera Blasi, que parecem acreditar em tudo que lêem em revistas femininas de terceira categoria. #

    sexta-feira, 06 de julho de 2001

    [ 19:00 ]

    Primeiros sintomas de gripe, dores musculares, um pouco de tosse, aquela estranha sensação que a força da gravidade está alterada. Acho que vou recorrer ao velho método de vitamina C e cama. #

    [ 09:53 ]

    Ontem assisti, em vídeo, Cavalgada como Diabo (Ride with the Devil, EUA, 1999), do Ang Lee. Um olhar interessante sobre a guerra civil dos EUA, centrando-se na guerrilha não uniformizada promovida pelos sulistas Bushwhackers contra os nortistas Jaywalkers. Aos poucos, o atenção vai se concentrando num descendente de alemães (Tobey Maguire) e num negro (Jeffrey Wright), que lutam mais por solidariedade aos amigos que por acreditarem em algum ideal. O filme é longo, mas a história também é longa, narrada mais em clima de mini-série que de longa-metragem. #

    [ 09:39 ]

    Por vezes a Folha de S. Paulo publica textos assustadores. O de hoje é sobre Echo and the Bunnymen, chama-se Se continuar assim, a banda chega lá, vem assinado por Marcelo Negromonte, e traz o rótulo de "crítica". O último parágrafo é uma pérola: "Não é fácil passar por mais de 20 anos de carreira e se manter incólume, mesmo brincando de Hide & Seek. Corre-se o risco de ser Buried Alive, isso é o que Everybody Knows. Depois não adianta jogar Flowers e pedir para Make me Shine. O Echo parou no tempo, mas ainda não está patético. Ainda." É isso que um dos maiores jornais do Brasil chama de "crítica"? Gracinhas com os nomes das músicas? Talvez tenham perdido a noção do que realmente é patético. #

    quinta-feira, 05 de julho de 2001

    [ 18:34 ]

    Das coisas que deveriam funcionar, metade não funciona. Da metade que funciona, metade não funciona como deveria. Da metade que funciona como deveria, metade exige um esforço nosso que não estava previsto. Da metade que não exige um esforço nosso que não estava previsto, metade não funciona satisfatoriamente. Da metade que funciona satisfatoriamente, metade não vale o que pagamos. Sobra pouco mais de três por cento. Sim, eu sei, estou sendo excessivamente otimista. #

    [ 12:48 ]

    Continuo lendo Cultura da Interface (Jorge Zahar Editor, 2001), do Steven Johnson, aos pouquinhos. O assunto é interessante, mas o livro é pouco objetivo. O autor rodeia e floreia, e a leitura acaba se tornando cansativa. "No início da década de 60, McLuhan fez a célebre observação de que viver com tecnologias elétricas e mecânicas ao mesmo tempo era 'o drama peculiar do século XX'. O grande drama das próximas décadas vai se desdobrar sob as estrelas cruzadas do analógico e do digital." #

    [ 12:00 ]

    Ontem assisti mais um filme do Andrew Law, Um Homem Chamado Herói (Zhong hua ying xiong, Hong Kong, 1999). É bem ruinzinho, sem o encanto de Os Cavaleiros da Tempestade. O tom de fábula é substituído por uma estética forçada de história em quadrinhos, com orientais voadores numa New York do século XIX onde vale até destruir a estátua da liberdade. O roteiro se perde tanto que até esquecem de explicar o que aconteceu com um dos personagens, ninguém menos que a filha do protagonista, raptada ao nascer. Mas o pior foi terem escalado um ator com cara de adolescente para fazer o papel de um homem envelhecido, de cabelos brancos. Ridículo. #

    [ 11:18 ]

    Expressões que não agüento mais ouvir/ler:

  • diumtudo
  • pretê
  • amar de paixão #

    quarta-feira, 04 de julho de 2001

    [ 21:47 ]

    Frase do dia: "Não hesito em declarar: o diploma é o inimigo mortal da cultura." (Paul Valéry) #

    [ 12:25 ]

    Saiu a lista de julho dos cem melhores enxadristas do mundo, segundo o ranking da FIDE. Kasparov continua no topo, agora com 2838 pontos, e Kramnik aparece logo a seguir com 2802 pontos, sendo a segunda pessoa na história a ultrapassar a marca de 2800. Anand, em terceiro lugar, com 2794 pontos, está perto. O velho Karpov está lá em décimo-oitavo lugar (2692 pontos), e a Judit Polgar é a única mulher na lista, em vigésimo (2686 pontos). #

    [ 12:03 ]

    Incrível! Recebi uma nova versão do contrato de mecenato, agora em seis páginas de linguagem jurídica explicitando os direitos e deveres do "artista marido". Preciso analisar cuidadosamente o documento. Ao menos a mecenas não se chama Norma Desmond. #

    [ 08:50 ]

    Ontem assisti, em vídeo, Garotos Incríveis (Wonder Boys, EUA, 2000), do Curtis Hanson. Imprevisibilidade. Eu gosto disso numa história. Não saber o que virá a seguir, mas quando acontece a coisa faz sentido, não é gratuita ou feita somente para surpreender. Imprevisibilidade e coerência. Alguns filmes, poucos, conseguem manter este ritmo durante quase toda sua duração. Outros conseguem somente em alguns momentos, mas mesmo assim garantem um lugar de honra na minha memória, porque a maior parte do que passa pelas telas é dolorosamente previsível. Foi por isto que gostei de Wonder Boys, por seus momentos de genuína surpresa, aquele sentimento de que um origami se abre para graciosamente formar outra figura, íntima com a primeira. O diretor Curtis Hanson já tinha feito outro filme bem interessante, L.A. Confidential, e o roteirista Steven Kloves dirigiu The Fabulous Baker Boys. "That's a big trunk. It fits a tuba, a suitcase, a dead dog, and a garment bag almost perfectly." #

    terça-feira, 03 de julho de 2001

    [ 18:24 ]

    A Flávia me deu esta dica de exposição virtual: Ruth Bernhard. #

    [ 15:15 ]

    Frase do dia: "Ser governado é ser cuidado, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, identificado, doutrinado, aconselhado, controlado, avaliado, pesado, censurado, e mandado por homens que não têm nem o direito, nem os conhecimentos, nem o valor para fazê-lo." (Joseph Proudhon) #

    [ 12:34 ]

    Acabo de receber a minha conta de energia elétrica. Evidentemente, não atingi a meta de economia exigida, simplesmente porque sempre gastei o mínimo possível e agora não tenho onde economizar, a não ser que corte banhos quentes ou desligue o computador ou pare de assistir televisão. Veio junto um aviso que tenho de reduzir o consumo em 46 kwh na próxima conta. Telefonei para a Eletropaulo e fui informado que existem duas coisas a fazer: mandar uma carta registrada solicitando revisão da meta (mas os pedidos estão sendo recusados, adiantou a atendente) ou esperar a energia ser cortada e recorrer à justiça. É possível levar a sério um país assim? Em breve teremos punição semelhante para resolver o problema da fome: quem não reduzir o consumo de alimentos conforme meta estabelecida pelo governo vai ficar três dias sem comer. #

    [ 11:39 ]

    Ontem assisti, em vídeo, Os Cavaleiros da Tempestade (Feng yun, Hong Kong, 1998), do Wai Keung Lau (que agora assina Andrew Lau). Uma mistura divertida de artes marciais, fantasia oriental, rpg e efeitos especiais. Vendo aqueles lutadores voando, não pude evitar a lembrança de O Tigre e o Dragão. A grande diferença é que aqui o ambiente é de fantasia e os personagens possuem poderes mágicos, enquanto no filme do Ang Lee a ambientação era realista e nenhuma explicação mágica era oferecida para os vôos, ficando tudo na "licença poética". Os Cavaleiros da Tempestade poderia se chamar A Nuvem e o Vento. Bacaninha. #

    [ 10:30 ]

    O site nova-e deu destaque na capa para o meu texto sobre weblogs, Os Escribas Estão Soltos, e ainda linkou as minhas galerias digitais de fotos. Tem até um retrato meu, não muito novo, com a câmara pendurada no pescoço. #

    segunda-feira, 02 de julho de 2001

    [ 21:16 ]

    Difícil entender como tem gente elogiando tão efusivamente o filme Bicho de Sete Cabeças (Brasil, 2000), da Laís Bodanzky. Fui assistir hoje e achei muito ruim. Até existe um argumento interessante ali, com ecos de Um Estranho no Ninho e Garota Interrompida, mas está completamente eclipsado por um roteiro sem qualquer noção de timing e uma direção mais preocupada em mostrar "estilo" que em contar a história. Por "estilo" entenda-se uma irrequieta câmara na mão e uns efeitinhos (prismas, gotas na lente, colagens) que nada acrescentam à narrativa. Só se salva mesmo a interpretação do trio central (Rodrigo Santoro, Othon Bastos e Cássia Kiss). Também me surpreendeu a desfaçatez com que se apropriaram, sem qualquer referência nos créditos, de uma letra de Lupicínio Rodrigues e a apresentaram como parte de uma carta do protagonista (que abre e fecha o filme). Piratearam descaradamente Judiaria: "agora você vai ouvir aquilo que merece / as coisas ficam muito boas quando a gente esquece / (...) / eu estou lhe mostrando a porta da rua / pra que você saia sem eu lhe bater". #

    [ 17:45 ]

    Reflexão profunda do dia: "Estou pensando de novo naquele resto de sabonete no chuveiro. Logo vou ter que tomar uma decisão. Jogar fora ou juntar com o próximo sabonete. Se você faz isso com todos os sabonetes, quanto sabonete vai ter economizado no fim de sua vida? Será que um dia você olha em volta e descobre que está centenas de sabonetes à frente de todo mundo?" (Jerry Seinfeld) #

    [ 11:16 ]

    A Gabriela Monteiro me mandou um email elogiando este modesto weblog e pedindo para eu comentar sobre o Milan Kundera. Não vou perder a oportunidade de agradar uma leitora e ao mesmo tempo falar mal de um escritor famoso. O único livro dele que li foi o A Insustentável Leveza do Ser, quando estava no auge do sucesso por aqui em 1986, num volume ganho na festa de amigo secreto da empresa em que eu trabalhava. Achei terrivelmente ruim. O que mais me incomodou foi a necessidade do autor de explicar por que os personagens agem como agem, em lamentáveis trechos pseudo-freudianos. Qualquer livro que precise se explicar (e isto vale para música, pintura, whatever) deve ser olhado com desconfiança. E é furada a conversa de que A Insustentável Leveza do Ser é politizado. Todo aquele background da Primavera de Praga é completamente irrelevante, poderia ser a revolução russa de 1917 ou o movimento estudantil brasileiro de 1968, aquilo está lá só para servir de cenário (de papelão, daqueles que balançam) para os draminhas de uma classe média que gostaria de ser pensante. Uns anos depois assisti a versão cinematográfica, The Unbearable Lightness of Being, do Philip Kaufman, e achei um pouco melhor, talvez por ter jogado fora as explicações inúteis e se concentrado na questão sexual (que é, no fundo, do que trata o livro). Mesmo assim, tem ainda um verniz adocicado, um filtro porno-chic para tornar o tema palatável ao espectador médio(cre). Acho que a mídia, sempre sequiosa de heróis, celebrou exageradamente o Milan Kundera. #

    [ 09:46 ]

    Ontem assisti, no Cinemax Prime, A Prova (Proof, Austrália, 1991), escrito e dirigido pela Jocelyn Moorhouse. A idéia central é interessante, um cego que fotografa e pede para os outros descreverem o que está nas fotos. No elenco, Hugo Weaving (o cego), Geneviève Picot (a faxineira apaixonada por ele) e Russell Crowe (novinho, magrinho e sorridente - quase irreconhecível). Incomoda um pouco ver o cego levar a câmara até o olho para fotografar (ninguém percebeu que não precisava?) mas a trama está bem recheada de idéias engenhosas que divertem e fazem pensar, sobre fotografia, sobre relacionamentos, sobre a verdade. #

    [ 09:37 ]

    Som do dia: Ira! "Mais um ano que se passa, / mais um ano sem você / Já não tenho a mesma idade, / Envelheço na cidade / Essa vida é jogo rápido / para mim ou prá você / Mais um ano que se passa / e eu não sei o que fazer! / Juventude se abraça / Se une pra esquecer / Um feliz aniversário / Pra mim ou prá você..." (de Envelheço na Cidade) #

    domingo, 01 de julho de 2001

    [ 19:20 ]

    Assisti dois filmes ruins em Águas de Lindóia. Primeiro foi Ação Sobre Rodas (Thunderbolt, Hong Kong, 1995), dirigido por Gordon Chan, uma aventurinha do Jackie Chan. Infelizmente, poucas lutas e muitas cenas de corrida. A história não faz sentido, e o pior foi a corrida principal, onde parecia que os pilotos não sabiam controlar os carros, causando acidentes a cada trinta segundos, derrapando, capotando, saindo da pista, voando uns por cima dos outros, um absurdo. E aparentemente ninguém percebeu um furo gigantesco no roteiro: o Jackie Chan não consegue se classificar para a corrida mas quando chega a hora ele aparece lá como se nada tivesse acontecido. Ridículo. Depois encarei Missão Impossível 2 (Mission: Impossible II, EUA, 2000), do John Woo. Não foi muito melhor. Um roteiro meio perdido, esticado demais e com dois clímaxes (por que não terminar o filme no grande tiroteio do laboratório e poupar o espectador de mais meia hora da mesma coisa?). O mais engraçado foi a resposta cruel do Anthony Hopkins quando o Tom Cruise diz que Thandie Newton não foi treinada para a missão: "To sleep with a man and lie to him? She's a woman. She's got all the training she needs." #

    [ 18:44 ]

    Voltei agora de Águas de Lindóia. Uma viagem curta mas divertida. No caminho, fomos ouvindo os cds que o Flávio levou: The Eagles, Destiny's Child, Blues Traveller e Dave Mathew's Band. Depois foi quase um festival gastronômico, cortesia da minha mãe, com tilápias assadas com nozes, fondue de queijo, lasagna, picanha recheada, bolo de chocolate, pavê de banana, tudo acompanhado pelo precioso vinho tinto Porca de Murça. E não fez frio. Belo weekend! #