terça-feira, 30 de abril de 2002

[ 22:37 ]

Na web, história em quadrinhos não precisa ser linear: Bramble Town. #

[ 15:24 ]

Não corto o cabelo desde dezembro. Olhei agora para o espelho e vi um penteado que mistura Castro Alves com Wolverine. Preciso encontrar uma tesoura hábil urgentemente para não ficar com esta cara de poeta mutante. #

[ 11:29 ]

Literatura servindo de inspiração para webart: project | dante. #

segunda-feira, 29 de abril de 2002

[ 20:57 ]

Fui assistir Life or Something Like It (EUA, 2002), do Stephen Herek. Uma bobagem. Angelina Jolie loira, um profeta cheio de metáforas, personagens completamente estereotipados, muito merchandising, e lições de moral deslocadas. Uma grande bobagem. #

[ 15:07 ]

Quantos super-heróis negros você conhece? Spawn, Blade, Pantera Negra... Não lembra de mais nenhum? Hora de visitar o Museum of Black Superheroes. #

[ 11:55 ]

A lista de weblogs brasileiros que eu visito diariamente diminuiu muito nos últimos tempos. Se alguém quiser indicar seus preferidos, por favor me mande um email. O que eu gosto num weblog? Bons links, opiniões interessantes, bom humor. O que eu não gosto? Links já vistos em uma dúzia de outros sites, círculos viciosos de "eu-te-elogio-você-me-elogia", cópias infindáveis de poemas alheios, overdose de fotos de gatinhos. #

domingo, 28 de abril de 2002

[ 22:58 ]

Esta semana no Burburinho: um milionário dos quadrinhos, os rapidinhos da literatura, e uma nova enquete. Cadastre-se para receber o boletim, inscreva-se para participar da discussão. #

[ 13:37 ]

Inspirado pelo post de ontem, peguei na minha modesta videoteca Sindicato de Ladrões (On the Waterfront, EUA, 1954) para assistir de novo. Realmente é uma história muito bem construída. A seqüência final é ligeiramente forçada para possibilitar aquela caminhada cambaleante do Marlon Brando, mas mesmo assim consegue montar o desejado clima de vitória moral. O curioso é a idéia um tanto paternalista que as massas precisam de um empurrão externo para se conscientizarem, neste caso o padre interpretado por Karl Malden. Talvez o maior trunfo do filme seja mostrar um protagonista nada heróico e com poucos neurônios ativos, que custa a perceber a situação e necessita uma isca feminina, a bonitinha Eva Marie Saint, para para assumir seu papel. #

[ 13:03 ]

The Little Mermaid, a fábula de Hans Christian Andersen, em versão dark. #

sábado, 27 de abril de 2002

[ 20:57 ]

On the Waterfront levou oito Oscars em 1955 (filme, direção, roteiro, ator principal, atriz coadjujvante, fotografia, montagem, direção de arte). Difícil achar na Hollywood de hoje algo que se compare, seja em forma ou em conteúdo. Alguns cineastas mais humildes olham para trás e percebem como as coisas mudaram. O Barry Levinson (que também tem um Oscar, por Rain Man) é um deles, e em entrevista ao New York Times diz: "You've got Terry Malloy, this ex-fighter who is basically a bum, who works for this crooked union boss. Malloy's brother, Charley, is another crooked big shot in the organization, and they have this very complex relationship. Then you've got Karl Malden as this priest who decides to come down from the pulpit and go out into the streets to help clean things up, and Eva Marie Saint as this girl from the convent who has to deal with her brother's murder by the gangsters. Look at how many characters there are at work in this story, and they're all so rich. I may be wrong, but I just think this is much, much fuller than the way stories are told today for the most part." A história inteira está no artigo Telling Complex Stories Simply. "I think movies in general have gotten more and more simplistic. I don't know if it's the audience or what's being delivered to them. Actually, I think this simplification came about because, these days, movies are all about television. Everything is about selling the movie, and the way movies are sold is in 30-second television spots. And this is what we end up with." #

[ 15:54 ]

Animação espetacular: Rustboy. #

sexta-feira, 26 de abril de 2002

[ 16:12 ]

Quando eu ainda estava no Brasil, tinha a impressão, graças ao que via na mídia, que o apoio ao George W. Bush era enorme e monolítico. Vivendo aqui nos EUA, a impressão é bem outra. Felizmente, existe muita oposição à política de favorecimento das grandes corporações que ele vem fazendo. Mesmo na questão da guerra contra o terrorismo, onde inicialmente havia quase unanimidade, a equipe governamental conseguiu se atrapalhar. Da ineficiência da campanha militar (onde está Osama Bin Laden? por que não atacar Saddam Hussein? como desativar Al Qaeda?) ao impasse diplomático na guerra entre Israel e Palestina (como justificar ataques contra o terrorismo sem apoiar Israel? como intermediar uma negociação onde nenhuma das partes tem razão? por que mandar o Colin Powell com um plano e nos bastidores negociar outro plano?), vai ficando cada vez mais claro que o ponto central não é político ou moral, mas econômico: petróleo. E é também o óleo negro que está por trás dos ataques absurdos da gestão Bush à legislação do meio ambiente. Não é segredo que o dinheiro que elegeu Bush pai e Bush filho veio das indústrias petrolíferas, e chega a ser ofensiva a desfaçatez com que estão derrubando barreiras legais para expandir o negócio à custa da natureza. Da emblemática retirada da negociação de Kyoto para limitar emissões tóxicas às manobras manhosas para construir um oleoduto no Alaska apesar de todos os peritos apontarem para um resultado ambiental desastroso, os objetivos são óbvios. Outra frente de batalha onde o governo vem apoiando as grandes corporações contra os cidadãos é a do copyright, onde gente como Jack Valenti (MPAA) e Michael Eisner (Disney) ainda não sofreram qualquer derrota significativa na campanha para controlar completamente todo o consumo cultural nos moldes e preços por eles determinados. Enquanto isso, a Microsoft, que tinha sido colocada contra a parede pelo departamento de justiça do governo anterior, agora vê cada vez mais portas sendo abertas ao seu monopólio. Muita gente anda anotando tudo isso em seus livrinhos, e as próximas eleições devem vir com gostinho de payback. #

[ 15:24 ]

Apesar de ainda estar com as pernas doloridas, hoje enfrentei mais dezesseis quarteirões na praia (oito correndo, oito andando) e já foi menos dramático que na primeira vez. Preciso me acostumar para poder aumentar logo esta distância ridícula. #

quinta-feira, 25 de abril de 2002

[ 18:54 ]

Fui assistir Big Trouble (EUA, 2002), mais um filme estranho do Barry Sonnenfeld. O humor dele é muito peculiar, algumas vezes funciona bem (como em The Addams Family e Men in Black), outras vezes deixa a desejar (como em Get Shorty e Wild Wild West). Nesta comédia sobre contrabando de armas (que acabou tendo o lançamento adiado na época dos ataques terroristas por envolver uma bomba atômica num avião seqüestrado), os bons e maus momentos se alternam. O elenco é cheio de curiosidades: Janeane Garofalo (bronzeada) como policial durona, Jason Lee (cabeludo) como mendigo despreocupado, Tom Sizemore (imundo) como bandido burro, e outras caras conhecidas. No geral, fica mais a sensação de estranheza que de diversão. #

[ 12:33 ]

Noticiamos o falecimento da tecla F5 do meu computador. Sua falta será especialmente sentida pelos programas Calypso (onde F5 acionava o download de email) e Baldur's Gate (onde F5 mandava o personagem arrombar uma fechadura). Felizmente as mesmas tarefas podem ser feitas usando o mouse, o que me permite ser preguiçoso e não me preocupar em substituir o teclado imediatamente. #

[ 12:14 ]

Cansado de receber spam? Não agüenta mais o telemarketing? Quer se livrar do lixo na sua caixa de correio? Who you gonna call? Junkbusters! #

quarta-feira, 24 de abril de 2002

[ 13:47 ]

Desde que saí de Sampa não fazia exercício físico (a bicicleta e o ab shaper ficaram de herança para o meu tio). Hoje resolvi voltar à atividade e fui correr na praia. Não tão dramático como eu esperava, mas estou bem enferrujado. Oito quarteirões correndo (ida), oito quateirões andando e resfolegando (volta). #

[ 11:53 ]

Pequenas animações de mosaicos escherianos: Tessellating Animation. Dica do Jerry Kindall. #

[ 11:34 ]

Jack Valenti, eterno presidente da Motion Picture Association of America, continua navegando na contra-corrente da história. Depois de ter ficado famoso por sua cruzada contra as fitas de vídeo, que segundo ele acabariam com a viabilidade comercial do cinema, mostra que nada aprendeu e agora aponta sua falta de compreensão para a internet. Num press release distribuído esta semana, soltou a pérola: "Keep in mind that movie producers and distributors are filled with optimism over the prospect of the Internet as another new delivery system to dispatch their movies to consumers." Mister Valenti, a internet não é só um novo sistema para despachar filmes aos consumidores. Primeiro, a característica mais marcante da grande rede é não ser um canal de comunicação de mão única, o que subverte a dicotomia clássica de produtores e consumidores. Segundo, uma das grandes vantagens da internet é poder prescindir de distribuidores e outros intermediários. Terceiro, estar otimista não é o suficiente. Enquanto os grandes estúdios planejam transformar o ciberespaço num cinemão onde eles definem quem assiste um filme, como assiste, quando assiste e por quanto assiste, as comunidades interativas da rede já estão assistindo o que querem, nos moldes por elas definidos. Se a MPAA quiser acompanhar o ritmo, vai ter que deixar os lobbies governamentais de lado e partir para iniciativas condizentes com a nova realidade, oferecendo experiências audiovisuais e não produtos caça-níqueis. #

[ 10:36 ]

Dois novos discos do Tom Waits a caminho, Blood Money e Alice. No site, uma canção de cada álbum está disponível em formato mp3. #

terça-feira, 23 de abril de 2002

[ 21:54 ]

Perguntar para um nativo de Miami Beach qualquer coisa referente à história dos EUA parece ser perda de tempo. Até hoje nenhum soube elucidar qualquer das minhas dúvidas, geralmente sobre quem foi a figura que deu nome a uma rua ou a que determinada data histórica se refere. Resolvi então comprar um livro básico, daqueles que dão uma visão geral sem entrar em muitos detalhes, e achei The Complete Idiot's Guide to American History, do Alan Axelrod, que agora é a minha leitura de cabeceira. #

[ 11:46 ]

Ontem assisti The Scorpion King (EUA, 2002), do Chuck Russell, que segundo a Newsweek é uma "prequel of a sequel of a remake". Em ritmo Conan the Barbarian, o musculoso Mathayus (interpretado pelo lutador The Rock) vai matando gente (com estilo) até se tornar o rei do título. Ótimas seqüências de ação, cenas de luta muito bem coreografadas e uma história completamente previsível. Diversão descompromissada. #

segunda-feira, 22 de abril de 2002

[ 17:32 ]

Na sexta-feira comentei sobre páginas de erro criativas, hoje achei um site inteiro dedicado a elas: Great 404s of the Web. #

[ 11:26 ]

Depois de uns tempos um tanto desinspirados, Lola volta à boa forma falando mal d'A Máquina do Tempo, num estilo que lembra a célebre colunista da revista Premiere, Libby Gelman-Waxner (que na verdade é o roteirista Paul Rudnick, autor de Addams Family Values e In & Out). #

domingo, 21 de abril de 2002

[ 22:30 ]

O Burburinho chega à edição número quarenta ladeado de mulheres: Jodie Foster em Panic Room e na enquete, e um perfil da Mulher Maravilha. Quer receber o boletim? Cadastre-se. Quer participar da discussão? Inscreva-se. #

[ 21:15 ]

Memética e cristianismo: Memes are ideas that spread. "The faith meme is a classic. This meme helps reinforce any other meme it is associated with. It acts just like the AIDS virus, attacking the immune system. By neutralizing logic and reason the faith meme will allow the other memes it is associated with to take a firm hold on the minds of its host. Christianity is a very advanced form of adaptive multi-stranded meme complex. Like many biological viruses it has smaller units within it that soften up the target, spread the 'payload' rapidly and at the same time react with ruthless efficiency against any of the brain's immune responses." #

sábado, 20 de abril de 2002

[ 23:01 ]

Al Gore, vice-presidente dos EUA de 1993 a 2001, manda bem no New York Times: The Selling of an Energy Policy. "Under the presidency of George W. Bush, the environmental and energy policies of our government are completely dominated by a group of current and former oil and chemical company executives who are trying to dismantle America's ability to force them to reduce the extremely dangerous levels of pollution in the earth's atmosphere." #

[ 17:32 ]

Jogo da vez: Baldur's Gate II. Pude importar meu personagem principal do jogo anterior, mas ele veio sem o equipamento e sem os companheiros. Felizmente, manteve os atributos e as habilidades. Apesar de ainda estar no início, já pude perceber que a interação entre personagens é muito mais elaborada, com missões e romances associados ao passado de cada um. O que mais gostei até agora foi ter acabado com uma infestação de trolls num castelo e como resultado ter sido agraciado com o título de lorde. Agora posso administrar a propriedade e receber uma renda semanal enquanto sigo minhas aventuras. Bacana. #

sexta-feira, 19 de abril de 2002

[ 22:30 ]

Hoje a Rosinha foi embora. Antes de vir para cá, ela tinha passado por New York para assistir shows do Micky Dolenz e do Peter Tork. Agora foi para Orlando ver o Davy Jones. Só ficou faltando mesmo o Michael Nesmith para completar o elenco dos Monkees, mas este já abandonou os palcos. #

[ 13:57 ]

Criatividade nas mensagens de erro no Concatenum e no Khephren. #

[ 12:36 ]

O John C. Dvorak continua sua cruzada contra os weblogs, mas em vez de trazer argumentos para a discussão limita-se a disparar sarcasmo inconseqüente. Ainda não descobri se ele faz isso para atrair links para a sua coluna ou se está realmente com medo da concorrência de centenas de blogueiros que escrevem melhor e apresentam idéias mais interessantes. #

quinta-feira, 18 de abril de 2002

[ 23:46 ]

Hoje eu e a Rosinha fomos jantar no Café Tu Tu Tango e aproveitei para comer pela primeira vez cauda de jacaré (alligator tail), em pedacinhos marinados, empanados e fritos. Estava tão temperado que ficou difícil identificar um gosto característico para o jacaré, mas foi um petisco interessante. #

[ 17:37 ]

Reparei agora na quantidade de pássaros em título de chorinhos: Tico-Tico no Fubá, Os Pintinhos no Terreiro, Urubu-Rei, Canarinho Teimoso... #

[ 15:08 ]

Diálogo do dia:
- What is the victory of a cat on a hot tin roof?
- Just staying on it, I guess. As long as she can.
(do filme Cat on a Hot Tin Roof) #

quarta-feira, 17 de abril de 2002

[ 22:32 ]

O passeio turístico de hoje foi ao Miami Seaquarium. O website deles é ridículo mas passamos uma tarde divertida por lá. Muitos golfinhos, uma orca enorme, leões marinhos, peixes-boi, crocodilos, tubarões, aquários de peixes tropicais, araras, flamingos e tartarugas. E na gift shop estavam vendendo um doce que eu nunca tinha comido, o famoso fudge, que parece uma mistura de chocolate (gosto) com marshmallow (consistência). Yummy! #

[ 10:39 ]

Ontem assisti Frailty (EUA, 2001), do Bill Paxton. Eu estava gostando muito do filme, uma história forte sobre um fanático religioso que se torna serial killer e obriga seus dois filhos pequenos a participar na matança. Mas nos últimos minutos, talvez levado pelo desejo de surpreender o espectador, o diretor resolve subverter a trama e o que era um ótimo relato criminal se transforma subitamente numa baboseira sobrenatural injustificável. Desperdício. #

[ 10:10 ]

Banheiro para Macmaníacos: iToilet. #

terça-feira, 16 de abril de 2002

[ 23:02 ]

Hoje passamos o dia no Miami Metrozoo. Minha atração preferida continua sendo o white bengal tiger, mas adorei ver os filhotes de chimpanzé que nasceram desde a última vez que estive lá, umas criaturas assustadoramente parecidas com humanos. A Rosinha gostou do passeio, apesar de em várias oportunidades ter sido obrigada a enfrentar seu medo dos patos que andam soltos por lá. E eu ouvi muitos comentários de estranhos sobre a minha espalhafatosa camisa do Spider-Man, de estudantes elogiando o modelito a mães perguntando onde comprar uma igual para os filhos. Foi divertido. #

[ 11:07 ]

Aproveitando que a Rosinha alugou um carro, ontem foi dia de compras: BestBuy, Target, Publix, Borders... #

segunda-feira, 15 de abril de 2002

[ 12:28 ]

Ontem fui assistir The Sweetest Thing (EUA, 2002), do Roger Kumble, e me surpreendi agradavelmente. Achava que seria somente mais uma comediazinha romântica, mas dei muitas gargalhadas com o humor desrespeitoso do filme. Cameron Diaz, Christina Applegate e Selma Blair fazem piada com todos os assuntos que muitos outros filmes evitam até mencionar: blowjobs, lesbianismo, seios de silicone, glory holes, manchas de esperma na roupa, num estilo que muitas vezes lembra os irmãos Farrelly (There's Something About Mary, também com a Cameron Diaz). O roteiro é da Nancy Pimental, staff writer da série politicamente incorreta South Park. #

[ 10:40 ]

E a revista Época dá um chute na canela da concordância verbal: "Casal de lésbicas surdas optam por ter filho com a deficiência." Os revisores estão de férias? #

[ 10:24 ]

A Scientific American de maio traz a prometida réplica do Bjorn Lomborg, mas a revista provou mais uma vez a sua mão pesada. Em vez da resposta detalhada que havia sido publicada no site do Lomborg (e depois retirada graças a uma ameaça judicial da revista) o que apareceu agora foi somente uma página de texto imediatamente seguida pela tréplica do editor, aproximadamente do mesmo tamanho. Até a sessão de cartas sobre o assunto teve mais espaço que o autor. A questão aqui não é quem tem razão na argumentação, mas as táticas desleais da revista para controlar a discussão, incluindo pressão de advogados, utilização espúrea de copyright, e controle de espaço impresso. Decepcionante ver uma revista que eu considerava séria agindo dessa forma. #

domingo, 14 de abril de 2002

[ 20:48 ]

O Burburinho esta semana vai do herói incestuoso Édipo ao herói ligeirinho Flash, e também traz uma enquete para super-heróis. Cadastre-se para receber o boletim e para entrar na lista de discussão! #

[ 14:13 ]

Como a Rosinha ainda não tinha assistido The Big Chill (EUA, 1983), foi a sessão de vídeo de ontem. Eu o considero dos melhores filmes do Lawrence Kasdan, mas ela implicou com a cena em que a Sarah Cooper (Glenn Close) oferece o marido (Kevin Kline) para a amiga (Mary Kay Place) que quer fazer um filho. Não me parece inverossímil naquele contexto de amigos dos anos sessenta, a famosa época do amor livre, e também faz sentido se considerarmos que ela teve um affair com outro do grupo e com esse gesto de desprendimento coloca uma certa simetria na situação. E o filme tem muitas dessas simetrias, especialmente a do Nick Williams (William Hurt) tomando de certa forma o lugar do falecido Alex. "Wise up, folks. We're all alone out there and tomorrow we're going out there again." #

[ 14:00 ]

Domingo de limpeza: varrer, espanar, aspirar, lavar, esfregar, secar. Felizmente a Rosinha está por aqui para me ajudar nestas tarefas inglórias. #

sábado, 13 de abril de 2002

[ 20:36 ]

O filme de ontem foi Changing Lanes (EUA, 2002), do Roger Michell. Muito interessante, com tons de Kafka num mundo pragmaticamente corporativo. Os EUA parecem viver esse conflito entre ideais éticos herdados da filosofia federalista e a realidade impiedosa de um país controlado por advogados e investidores, e o filme usa isso como pano de fundo para colocar dois indivíduos bem diferentes em rota de colisão quando as coisas não vão bem. Além do Ben Affleck e do Samuel L. Jackson nos papéis principais, aparecem também William Hurt, Sydney Pollack, e a bonitinha Amanda Peet que também estava antes de ontem em The Rookie. #

[ 20:29 ]

Finalmente terminei de arrumar a casa. Tudo desencaixotado e guardado, livros e cds organizados, quadros pendurados. Ainda falta uma limpeza geral, mas ficou jeitosinho. #

sexta-feira, 12 de abril de 2002

[ 23:32 ]

O David Weinberger escreveu Small Pieces Loosely Joined e também uma versão para crianças chamada What the Web Is For, que o Hernani Dimantas traduziu para o português como Para que serve a Web. #

[ 14:09 ]

Ontem fui assistir The Rookie (EUA, 2002), do John Lee Hancock, e me decepcionei. Muito arrastado, muito choradinho, muito sessão-da-tarde, muito delicodoce. Eu pensei que fossem fazer uma biografia honesta do Jim Morris (interpretado pelo Dennis Quaid), o professor de ciências que só depois de quarentão foi contratado para jogar baseball profissional. Mas o filme foi construído em estilo de fábula disneyana, terminando onde eu esperava que começasse, se alongando em dramas familiares desnecessários e deixando o esporte em segundo plano. Para piorar um pouco, ainda colocaram um intróito e um epílogo com duas freirinhas e uma santa das causas impossíveis, transferindo o mérito individual do Morris para um milagre religioso. Não gostei. #

[ 12:13 ]

Mais um texto meu no Wilbur Beats: A sombra sonora do disco voador. #

quinta-feira, 11 de abril de 2002

[ 18:30 ]

Depois de desempacotar e guardar os jogos de computador e as cassetes de vídeo, passei para o andar de baixo. Copos, pratos, talheres, eletrodomésticos, bem menos divertido que arrumar livros e cds. Mas hoje já tive o prazer de almoçar um sandubão confeccionado na minha velha sanduicheira elétrica. Aos poucos, a casa vai tomando jeito. #

[ 16:44 ]

O uso de fontes anônimas tira toda a credibilidade de um texto jornalístico. Um bom exemplo é o artigo Prejuízos consecutivos deixam UOL vulnerável publicado n'O Globo On Line. Comentando sobre o prejuízo contínuo do UOL (que, vale lembrar, é concorrente d'O Globo), logo no primeiro parágrafo lançam um "dizem fontes do setor". Que fontes? É muito fácil dizer qualquer coisa e não aceitar a responsabilidade pelo que foi dito. O texto segue com um "segundo fontes do setor" aqui, um "diz o ex-executivo de uma empresa pontocom sediada em São Paulo" ali, um "diz o diretor de uma empresa do setor" acolá. Mais adiante, continuam as afirmações sem autor declarado: "há quem preveja", "diz um analista do mercado financeiro", "ainda segundo analistas", "os analistas, entretanto, ressaltam que"... Quem garante que o redator (que tampouco assinou o texto) não inventou todas essas fontes? Mesmo que o artigo inteiro seja verídico, todo esse anonimato cria um clima de boataria que mata a credibilidade do texto e do veículo. #

[ 11:33 ]

Ontem fui assistir High Crimes (EUA, 2002), do Carl Franklin. Boa trama para um filme de tribunal, misturando elementos de A Few Good Men e Jagged Edge. Pena que, como uma criança que não consegue manter um segredo, o diretor espalhe muito cedo pistas claras sobre o final do filme. Ashley Judd e Morgan Freeman muito bem nos papéis principais. #

quarta-feira, 10 de abril de 2002

[ 15:27 ]

A picaretagem na internet não tem fim. Agora estão tentando empurrar downloads e instalações quando visitamos inadvertidamente certas páginas, como relatado no texto Web surfers brace for pop-up downloads. Eu já me deparei com isso duas ou três vezes e evidentemente recusei o presente de grego, mas milhares de usuários desavisados devem estar aceitando o brinde sem perceber. O mais curioso é que um dos principais produtos empurrados dessa forma é o Gator, software de administração de passwords. Como confiar nomes e senhas a alguém que usa essas técnicas de gangster? #

[ 15:03 ]

Agora tenho uma hóspede aqui em casa, a Rosinha Monkees em turnê de férias pelos EUA. Depois de assistir os shows dos Monkees em New York, ela veio passar uns dias na praia enquanto espera pelos shows em Orlando. Não sei como não cansa de ver tantas vezes as mesmas pessoas tocando as mesmas músicas. #

terça-feira, 09 de abril de 2002

[ 22:54 ]

Pronto, quinhentos cds guardados e organizados por ordem alfabética, de Ahmad Jamal a Zequinha de Abreu. E por hoje chega de arrumações, já tenho vários músculos doloridos, um dedo cortado, outro amassado, e as costas precisando de descanso. #

[ 19:47 ]

Em 1995, conheci um sujeito com uma política radical em relação a livros: só guardava dez volumes em casa, o resto ele distribuía depois de ler. Se gostasse muito de um livro e quisesse ficar com ele, se livrava de um dos dez anteriores. Eu, compulsivo bibliômano, fiquei intrigado com a idéia (e, claro, aproveitei a oportunidade de ser um dos contemplados numa das distribuições). Sempre que tenho que carregar meus milhares de livros me lembro disso. E hoje estava reparando que eu tenho livros realmente inúteis comigo, obras de referência pré-internet (agora encontro a mesma informação muito mais rapidamente online) ou romances que já li e não gostei (e que dificilmente vou ter vontade de ler novamente). Talvez seja hora de começar a fazer uma triagem sutil na minha biblioteca, não para chegar aos dez volumes mas para evitar chegar aos dez mil volumes. #

[ 16:44 ]

Terminei agora de arrumar um bom milhar de livros no quarto, de Adams, Douglas (The Hitchhicker's Guide to the Galaxy) a Zola, Émile (Germinal). Mas ainda tenho livros espalhados por toda a casa e várias caixas por abrir. Fico sonhando com uma Jeannie que dê uma piscada de olhos e coloque tudo no lugar. #

segunda-feira, 08 de abril de 2002

[ 22:23 ]

Começo a perceber que acabo achando mais graça nos personagens secundários das sitcoms que nos protagonistas. No Seinfeld, meu preferido é o Cosmo Kramer. No Drew Carey Show, o Lewis Kiniski. No Everybody Loves Raymond, o Frank Barone. Esses coadjuvantes em geral soltam as melhores gags dos episódios, atiradas da privilegiada posição de quem não tem a obrigação de fazer a trama avançar. #

[ 21:35 ]

Estou exausto. Passei o dia montando estantes e arrumando livros. Abaixa, levanta, carrega, estica, alcança, muda de lugar, cabe mais um aqui, este outro fica melhor daquele lado. O escritório já está quase todo terminado, amanhã começo a ajeitar o quarto, onde vão ficar os livros de ficção. #

[ 14:43 ]

Descobri um texto meu, Da Crônica ao Metajornalismo, citado no SobreSites, na seção sobre weblogs editada por J. P. Sartori Filho. #

[ 12:46 ]

Estou cercado de caixas por todos os lados. Hoje às nove da manhã chegou o caminhão com a minha mudança, e os três carregadores (um argentino, um uruguaio, um nicaragüense) ficaram até agora descarregando. São quase cem caixas, nem sei bem por onde começar a desempacotar. #

[ 01:16 ]

O Burburinho esta semana vai das selvas africanas (Tarzan) ao espaço sideral (O Mochileiro das Galáxias). Cadastre-se para receber o boletim, dê a sua opinião na enquete e junte-se à discussão com os burbunautas. #

domingo, 07 de abril de 2002

[ 13:57 ]

Existem várias internets sobrepostas. Uma delas vem tentando tomar conta de tudo e obliterar o resto, com spam, incontáveis janelas popup e popunder, cookies invasivos, spyware, robozinhos que coletam endereços de email, e mais uma enorme coleção de truques sujos. Não é mais possível viver tranqüilamente no ciberespaço sem tomar providências contra essa escória. Hoje instalei dois programinhas de proteção, um para controlar a invasão de cookies (Cookie Pal, US$15), outro para matar janelas que se abrem sem a minha autorização (Pop-Up Stopper, freeware). Também acrescentei um script aos meus sites para proteger os endereços de email dos spambots. "Let us fight for a new world, a decent world!" (Charlie Chaplin, em The Great Dictator) #

[ 13:22 ]

Star Wars animado em glorioso ASCII: Star ASCIImation Wars. #

sábado, 06 de abril de 2002

[ 21:01 ]

Esta tarde fui assistir Showtime (EUA, 2001), do Tom Dey. Muito fraquinho, um desperdício de elenco a serviço de um roteiro péssimo. A trama policial é completamente implausível e as cenas de humor não têm qualquer graça. O filme anterior do diretor, Shanghai Noon, era uma comediazinha despretensiosa mas razoável, bom veículo para as acrobacias do Jackie Chan. Mas desta vez ele se perdeu completamente e Robert De Niro, Eddie Murphy e Rene Russo devem estar se lamentando até agora por terem aceitado entrar no projeto. #

[ 12:42 ]

Letras fotografadas fora do seu ambiente natural: A found alphabet. #

[ 12:36 ]

Mais uma vez me entrevistaram sobre weblogs, numa conversa que se esticou por seis emails, e não apareci no texto final. É frustrante devotar tempo, oferecer idéias, partilhar informações, e depois ser ignorado. #

sexta-feira, 05 de abril de 2002

[ 14:31 ]

Finalmente chegou a minha mudança. Fui avisado agora que devem entregar tudo aqui na segunda-feira. Longos dias organizando livros e cds me esperam. #

[ 13:30 ]

Publicidade japonesa: Panasonic Hi-Ho. #

[ 13:16 ]

O Wilbur Beats publicou mais um texto meu: Obsessão pela Ferramenta. #

quinta-feira, 04 de abril de 2002

[ 21:28 ]

Weblog contra o spam: Museu do Spam. #

[ 15:59 ]

Lumasol mistura LightPainting (pintura com luz em fotografia), EyeVision (várias câmaras estáticas simulando uma câmara em movimento) e ShockWave (sistema de animação para a web). A música é irritante mas o resultado visual é interessante. #

quarta-feira, 03 de abril de 2002

[ 21:12 ]

Ontem assisti o segundo episódio de The Court, e não me entusiasmei para continuar acompanhando a série. Apesar da história de fundo parecer interessante, os capítulos individuais não cativam. A fórmula básica de séries como L.A. Law ou NYPD Blue é uma trama de longo prazo para a evolução dos personagens e seus relacionamentos mas também subtramas de curto prazo que se resolvem em cada capítulo. Essa segunda parte não existe em The Court. Para piorar as coisas, a Sally Field continua não me convencendo, apesar dos seus dois Oscars, com aquela cara de "tenho-razão-e-estou-indignada-porque-estão-todos-contra-mim", que ela faz desde Norma Rae e Absence of Malice até Forrest Gump e Eye for an Eye. #

[ 13:32 ]

Pixelart e arte vetorial: QuickHoney. #

[ 11:52 ]

Vez por outra leio o weblog do Dave Winer. Ontem me surpreendi ao vê-lo atacando ferozmente o John Hiler pelo artigo Borg Journalism, que eu elogiei aqui na segunda-feira. Chamava o texto de "same old shit" e o autor de "schmuck". Registrei a empáfia dos comentários mas não me preocupei muito com a questão, não é a primeira vez que discordo de um blogstar. Hoje a surpresa foi maior, porque o Winer simplesmente apagou o post sobre o Hiler, sem qualquer explicação ou pedido de desculpas. Isso, sim, me deixou pensando sobre o assunto. Em vez de admitir um erro, apagá-lo do banco de dados como se nunca tivesse acontecido? Atacar alguém publicamente e depois fingir que não aconteceu? Até que ponto é eticamente aceitável esse tipo de revisionismo? #

terça-feira, 02 de abril de 2002

[ 16:56 ]

Som do dia: Bela Fleck and the Flecktones. Estou ouvindo o cd Outbound, que ganhou o Grammy de best contemporary jazz album em 2000. Interessante. #

[ 14:14 ]

Estão prendendo gente por crimes ainda não cometidos: Man Busted In Internet Sex Sting. "Police say that Thomas Leon Little, 54, exchanged computer messages with someone he thought to be a 14-year-old girl. (...) The person who received the messages and explicit photos from Little was actually an undercover Broward Sheriff Officer detective." Essas armações são indefensáveis, por várias razões. O crime nunca chegou a ser cometido e a intenção de o cometer foi induzida e/ou reforçada pela própria polícia. #

segunda-feira, 01 de abril de 2002

[ 19:03 ]

E o Yahoo! está cada vez mais invasivo. Descobri outra mutreta, ainda pior que a anterior. Quem não tomar providências vai ter um mecanismo de vigilância (web beacon) em toda sua atividade na web e a informação coletada será repassada para terceiros. "Yahoo! uses web beacons to conduct research on behalf of certain partners on their web sites and also for auditing purposes." Para desativar a geringonça, é preciso ir até o Yahoo! Privacy Center (o nome não deixa de ser irônico) e clicar no "click here" que está no meio do texto. Isso só desativa o web beacon no browser que está sendo usado, assim quem usa mais de um tem que repetir o procedimento para cada browser. Imagino que se os cookies do computador forem apagados, volta tudo ao zero obrigando o usuário a fazer tudo novamente. Uma política absurdamente invasiva e truculenta, colocando nas costas do usuário o peso do opt-out (e sem aviso) em vez de adotar o simpático opt-in. Indefensável. #

[ 18:47 ]

Tive que passar a tarde fora para desinsetizarem a casa. Aproveitei e fui assistir Panic Room (EUA, 2002), do David Fincher. Não tem o impacto de filmes anteriores como Se7en ou Fight Club, mas é uma história muito bem contada. Direção discretamente brilhante, com direito a movimentos de câmara impressionantes e seqüências de suspense eficientíssimas. Jodie Foster e Forest Whitaker em perfis que já vimos antes, violência física e psicológica, e um final a la John Huston. Uma receita bem preparada que deve encher os bolsos do Fincher e, esperamos, prepará-lo para mais uma aventura autoral. #

[ 11:48 ]

Weblogs, jornalismo e Star Trek no excelente artigo do John Hiler, Borg Journalism. #

[ 00:40 ]

No sábado fui assistir Death to Smoochy e os comentários já estão no Burburinho, juntamente com um texto sobre o Aquaman e uma enquete submarina. Burburinhe-se! #