segunda-feira, 30 de setembro de 2002

[ 13:54 ]

Qual a verdadeira razão para uma guerra dos EUA contra o Iraque?

  • "This is the guy who tried to kill my dad." (George W. Bush)
  • "Our forces will be strong enough to dissuade potential adversaries from pursuing a military build-up in hopes of surpassing, or equaling, the power of the United States." (The National Security Strategy of the United States of America)
  • A U.S. led ouster of Hussein could open up a free-for-all for American oil companies and their allies, bringing huge contracts and deals into the coffers of Bush and his side-kick, vice president Richard Cheney, both of whom are oil men. (Barbara A. Reynolds) #

    [ 12:23 ]

    Dan Gillmor manda bem: Studios' copyright goal is total control. "The major media/entertainment companies believe that control of information -- absolute control over how it can be used -- belongs to the owner of the copyright. They insist, moreover, that copyrights should be able to last indefinitely. This is not a compromise, no matter what Valenti calls it. This is a radical agenda, one that overturns tradition and would ultimately wipe out the public domain, without which our culture would be vastly poorer." O texto merece ser lido na íntegra. "To protect a business model and thwart even the possibility of infringement, the cartel wants technology companies to ask permission before they can innovate. The media giants want to keep information flow centralized, to control the new medium as if it's nothing but a jazzed-up television." #

    [ 11:38 ]

    Joguinho da vez: "Fracas is a strategy game of tactical combat and world conquest". Viciante. #

    [ 11:17 ]

    Sexta-feira parece ser a noite mais divertida em termos de séries de televisão. Começando na Fox com Firefly e John Doe, continuando no USA com Monk. Mas é no domingo que a HBO apresenta a melhor de todas, The Sopranos. O episódio de ontem foi exemplar, com intrigas internas (Paulie Walnuts, apesar de estar na prisão, conspirando contra Ralph Cifaretto), discussões étnicas e históricas (Cristóvão Colombo foi herói ou genocida? Quem sofreu mais, os negros, os índios ou os judeus? Que diferença tudo isso faz hoje?), e uma cena de sexo que ainda vai gerar muitos comentários (Janice Soprano, armada com um vibrador, invertendo papéis com Ralph Cifaretto). #

    [ 10:48 ]

    Um detalhe curioso na narrativa de Magician: Apprentice, do Raymond E. Feist: todos os capítulos começam com um parágrafo de somente uma frase curta (como "The storm had broken." ou "The forest was quiet."). #

    [ 10:26 ]

    Dois filmes na televisão neste weekend. Switchback (EUA, 1997), dirigido pelo Jeb Stuart (roteirista de Die Hard e The Fugitive), mistura de forma interessante road movies com caça a serial killers. Pena que a identidade do assassino seja um pouco óbvia desde cedo, apesar (ou talvez por causa) dos truques usados para desviar a atenção. Dennis Quaid e Danny Glover no elenco. Zero Effect (EUA, 1998), dirigido pelo Jake Kasdan (filho do Lawrence Kasdan), tenta fazer uma releitura do paradigma sherlockholmesiano, não consegue criar um personagem muito coerente, e acaba recorrendo a deduções que mais parecem poderes sobrenaturais que exercícios de lógica. Bill Pullman e Ben Stiller no elenco. #

    domingo, 29 de setembro de 2002

    [ 13:04 ]

    O Burburinho esta semana fala de cinema (Edward Scissorhands) e literatura (Manuscritos Perdidos), e traz uma enquete biográfica. Burburinhe-se! #

    [ 11:25 ]

    Ontem assisti no History Channel um documentário sobre ficção-científica, Fantastic Voyage: Evolution Of Science Fiction. Uma abordagem não muito profunda mas razoavelmente variada, em panorâmica passando por Verne, Wells, Burroughs, Flash Gordon, Asimov, Heinlein, The Twilight Zone, Star Trek, Kubrick, Clarke, Star Wars, Spielberg, Gibson, e outros marcos importantes. #

    sábado, 28 de setembro de 2002

    [ 19:33 ]

    Assisti em dvd Murder by Numbers (EUA, 2002), do Barbet Schroeder. Uma boa história, mal contada. Gostei do assassinato meticulosamente planejado para enganar a polícia, gostei também da detetive com um passado de vítima, mas o filme resvala para a inverossímilhança em vários momentos. O relacionamento da investigadora com o investigado passa por cenas de completa inversão de valores (uma detetive experiente que se intimida com um rapazinho de colégio, por exemplo) sem preparação adequada para isso. A Sandra Bullock merecia coisa melhor. #

    [ 16:27 ]

    No Brasil, a capital de um estado é geralmente a maior ou a mais importante cidade. Aqui nos EUA é um pouco diferente e fica fácil se enganar. A capital da Florida, por exemplo, não é Miami ou Orlando, mas Tallahassee. A capítal de New York não é New York, mas Albany. A capital da California não é Los Angeles ou San Francisco, mas Sacramento. A capital de Illinois não é Chicago, mas Springfield. A capital de Nevada não é Las Vegas ou Reno, mas Carson City. A capital da Louisiana não é New Orleans, mas Baton Rouge. A capital de Washington não é Seattle, mas Olympia. A capital de Maryland não é Baltimore, mas Annapolis. Os pobres estudantes devem sofrer para decorar as cinqüenta capitais. #

    [ 15:16 ]

    Se julgássemos os filmes de ficção-científica pelos critérios de coerência, plausibilidade e diversão, quais seriam os melhores? Josh Calder dá a sua versão em Projections: a futurist at the movies. No topo da lista aparecem Blade Runner, Gattaca e Contact. #

    sexta-feira, 27 de setembro de 2002

    [ 23:00 ]

    Com a chegada do outono vêm também as chuvas e as novas temporadas das séries de televisão. Ontem assisti o primeiro episódio do ano nove de Friends, o primeiro episódio do ano cinco de Will & Grace (ambas continuam divertidas mas começam a se tornar repetitivas), o primeiro episódio do ano dois de Scrubs (uma coisa horrível, comédia sem graça que não pretendo ver novamente) e o primeiro episódio do ano um de Without a Trace (razoável série policial sobre uma brigada do FBI especializada em encontrar pessoas desaparecidas). Nada que causasse grande entusiasmo. #

    [ 11:12 ]

    Comecei a ler Magician: Apprentice (Bantam Spectra, 1994), do Raymond E. Feist. Minha única referência era o jogo Betrayal at Krondor, que se passava no universo fictício criado pelo autor. Quando achei o livro na estante do David resolvi experimentar, já que gosto de fantasias épicas. Ainda vou bem no comecinho mas já estou gostando da forma como ele conta a história, com boas descrições mas sem descuidar da ação. #

    quinta-feira, 26 de setembro de 2002

    [ 12:12 ]

    Ontem fiz mais uma pequena maratona The Sopranos e assisti em dvd os três últimos epiódios da terceira temporada e em vhs os dois primeiros da temporada atual. Agora é só acompanhar todos os domingos na HBO. Continuo achando uma das melhores séries dramáticas feitas para televisão, mistura bem dosada de intriga criminal com drama familiar. Um dos episódios mais divertidos foi Pine Barrens, onde Paulie e Christopher se perdem na floresta cheia de neve onde foram assassinar um russo alucinado. Curiosamente, a direção foi do Steve Buscemi, ator que se encaixaria perfeitamente no elenco de mafiosos e desajustados da série. #

    [ 11:10 ]

    Open Source Web Design is a community of designers and site owners freely sharing designs as well as design information. #

    quarta-feira, 25 de setembro de 2002

    [ 10:01 ]

    O novo weblog do Raphael Perret, Tema: BLOG, é uma compilação de links para textos, artigos e sites em geral que tratam especificamente de weblogs. #

    [ 09:48 ]

    Eu ainda morava em Portugal quando assisti a estréia de NYPD Blue. Acompanhei com interesse as aventuras do Andy Sipowicz (Dennis Franz), a saída do John Kelly (David Caruso, de quem eu não gostava), a chegada do Bobby Simone (Jimmy Smits, de quem eu gostava desde os tempos de L.A. Law). Na época o impacto da violência, do vocabulário, da nudez, foi talvez tão grande como o de The Sopranos anos mais tarde. Mas quando voltei ao Brasil deixei de acompanhar a série. Ontem retomei o contato com Sipowicz e seus companheiros na estréia da nova temporada, a décima. O pique continua o mesmo que gerou uma coleção de quase vinte Emmys (só o Dennis Franz levou meia dúzia de estatuetas). Gostei. #

    [ 09:17 ]

    Comecei a ler The Weblog Handbook (Perseus Publishing, 2002), da Rebecca Blood. Logo no início ela propõe a classificação dos weblogs em três categorias: blogs (foco nos acontecimentos da vida do autor, posts curtos), notebooks (foco nas idéias do autor, quase mini-ensaios) e filtros (foco nos links externos e em comentários sobre os links externos). Claro que a maior parte dos weblogs mistura em doses variadas essas três vertentes, como a própria autora admite, mas é interessante essa distinção por foco, ao menos para uma avaliação do tipo de conteúdo que um weblog oferece. #

    [ 08:25 ]

    J.J. Abrams, responsável pelos sucessos Felicity e Alias, escreveu um roteiro para o próximo filme do Super-Homem. Motivo para entusiasmo? Talvez não. O pessoal do Ain't It Cool News leu a história e conta tudo. Super-Homem usa artes marciais para lutar em pleno vôo. Seu uniforme tem vida própria, como a máscara de The Mask. O planeta Krypton não explode. Jimmy Olsen é gay. Lex Luthor trabalha para a CIA investigando OVNIs. Super-Homem morre e seu pai se suicida para poder encontrá-lo e convencê-lo a voltar à vida para cumprir uma profecia. No final, Lex Luthor revela que também é um alienígena com super-poderes. Se isso chegar a ser produzido, promete ser uma catástrofe histórica. #

    terça-feira, 24 de setembro de 2002

    [ 19:13 ]

    Assisti em dvd The Long Kiss Goodnight (EUA, 1996), do Renny Harlin. Mais uma vez, depois de Cutthroat Island, ele coloca a esposa Geena Davis como heroína num filme de ação, e o resultado aqui é bem mais interessante. Na mesma linha de The Bourne Identity (sim, a versão com o Matt Damon é recente, mas o livro e o telefilme são anteriores), temos uma agente secreta que perdeu a memória e tem que enfrentar seu passado perigoso e desconhecido. Muitos tiros, algumas explosões, e o Samuel Jackson com frases de efeito: "I never did one thing right in my life, you know that? Not one. That takes skill." A trama de fundo sugere que a CIA teria sido responsável pela primeira explosão no World Trade Center em 1993, com o objetivo de convencer o governo e a opinião pública da necessidade de mais fundos para projetos de defesa interna. Será que ainda veremos algum filme com sugestão semelhante sobre o ataque de 2001? #

    [ 12:35 ]

    Apesar de não ter gostado do livro, ainda tive ânimo de ler o posfácio de The Guslinger, que foi muito esclarecedor. Stephen King fala sobre o processo de criação da história e revela a razão de tantas lacunas na trama: falta de planejamento. "But what of the gusnlinger's murky past? God, I know so little. The revolution that topples the gunslinger's 'world of light'? I don't know. Roland's final confrontation with Marten, who seduces his mother and kills his father? Don't know. The deaths of Roland's compatriots, Cuthbert and Jamie, or his adventures during the years between his coming of age and his first appearence to us in the desert? I don't know that, either. And there's this girl, Susan. Who is she? Don't know." Não fico admirado ao ver que o resultado de não saber coisas fundamentais sobre seu protagonista e sobre sua própria história seja uma narrativa esburacada e sem rumo. #

    [ 11:29 ]

    The Skeptic's Annotated Bible aponta contradições, injustiças, crueldades e outras amenidades na Bíblia. #

    segunda-feira, 23 de setembro de 2002

    [ 23:37 ]

    Finalmente terminei de ler The Gunslinger (Signet, 1989), do Stephen King. Não gostei, nem da história, nem da forma como é contada. Num futuro aparentemente pós-apocalíptico (mas não ficamos sabendo o que aconteceu com o planeta), um pistoleiro persegue um homem de vestido preto (mas não ficamos sabendo quem eles são ou a razão da perseguição). Aos poucos, uma migalha aqui e outra acolá, vai sendo revelado o passado do pistoleiro (mas mesmo assim nunca fica claro o que aconteceu para motivar os personagens no que estão fazendo). A identidade do homem de preto é um mistério até as últimas páginas, o que deixa a suspeita de que se trata de alguma figura do passado do pistoleiro, talvez seu professor, talvez um dos seus colegas, talvez o cozinheiro traidor, talvez até mesmo seu pai. Chegada a hora da revelação, porém, descobrimos que é realmente um velho conhecido mas um que ainda não havia sido mencionado no livro. É mais ou menos como ler um mistério da Agatha Christie e ser informado no final que o assassino não é um dos inúmeros suspeitos conhecidos e sim um personagem que ainda não havia aparecido na trama. Como se isso não bastasse, quase tudo em relação à história fica por explicar. A Jade e o David insistem que se trata de uma excelente série e que nos próximos volumes de The Dark Tower tudo se esclarece, mas se eu achei o primeiro livro tão ruim por que ler mais cinco (três já publicados e dois por publicar)? #

    [ 18:11 ]

    Ontem assisti na televisão a entrega dos Emmys. Gostei de ver os atores da série Everybody Loves Raymond (Ray Romano, Brad Garrett, Doris Roberts) levando vários prêmios, achei exageradíssima a homengem à Oprah Winfrey, gostei de ver a série Friends ganhando a estatueta de melhor comédia (depois de ter sido indicada tantas vezes sem sucesso), não gostei muito do Conan O'Brien como apresentador (melhor que no seu programa mas ainda sem graça), gostei de ver diversos decotes generosos na platéia (Jennifer Aniston, Kim Cattrall, Kristin Davis, entre outras). #

    [ 10:44 ]

    Instrumentos estranhos, música nem tanto: Oddmusic. #

    domingo, 22 de setembro de 2002

    [ 11:50 ]

    Esta semana o Burburinho traz uma conversa com o Roger Rocha (da banda Ultraje a Rigor), um texto sobre modelos de beleza (dos pintores Da Vinci, Botticelli, Goya e Rubens) e uma enquete sobre gênios. Burburinhe-se! #

    [ 10:58 ]

    Som do dia: ZZ Top. "I been up, I been down. / Take my word, my way around. / I ain't askin' for much. / I said, Lord, take me downtown, / I'm just lookin' for some tush." (de Tush) #

    sábado, 21 de setembro de 2002

    [ 23:34 ]

    Depois de muitas horas de diversão, completei hoje a última missão de Might and Magic VIII. O jogo é imenso, cada vez que parece estar perto do final aparece mais uma missão a ser completada, começando com simples entregas de cartas e culminando em batalhas épicas contra esquadras de piratas e exércitos de criaturas do além. Joguinho bacana. #

    [ 17:53 ]

    Hoje tivemos um brunch aqui em casa para celebrar o fim do verão e o início do outono (e, por coincidência, três meses que deixei Miami Beach). Uma dúzia de pessoas e um montão de comida: presunto assado, basil strata, quiche lorraine, omeletes, bacon, caçarolada de batatas, waffles, biscuits, pão caseiro, salada de frutas, brownies. O problema foi acordar cedo depois de ter ficado assistindo televisão até de madrugada (Blood Crime, thriller razoável com James Caan). Para compensar, dediquei o início da tarde à deliciosa arte da soneca diurna. #

    sexta-feira, 20 de setembro de 2002

    [ 23:31 ]

    Esta semana as estréias da Fox foram mais auspiciosas que as da ABC. A sessão dupla de hoje começou com Firefly, série de ficção-científica do mesmo autor de Buffy the Vampire Slayer. Num cenário pós-bélico que lembra vagamente a guerra civil dos EUA, uma série de planetas foi unificada sob a bandeira da Aliança. Malcolm, capitão da nave Serenity, é um dos rebeldes derrotados e agora ganha a vida como contrabandista e mercenário, liderando um grupo heterogêneo que inclui um piloto casado com uma oficial negra boa de briga, uma prostituta interplanetária e um pastor, um médico e sua irmã fugitiva, entre outros. O protagonista tem traços de Rick Blaine e de Han Solo. Em seguida assisti John Doe, história de um amnésico que sabe tudo sobre tudo menos sobre ele próprio. Além disso, só enxerga em preto e branco, com exceção de alguns elementos coloridos (que podem ou não ter conexão com seu passado). Enquanto tenta desvendar seu mistério (será um alienígena? um experimento secreto do governo? qual o significado da marca que tem no peito?), vai ajudando a polícia a investigar alguns casos. O primeiro episódio foi dirigido pela Mimi Leder (a mesma de The Peacemaker, Deep Impact e Pay It Forward). As duas séries me deixaram curioso pelos próximos capítulos. #

    [ 16:11 ]

    Matéria no New York Times sobre os filmes lançados no ano em que eu nasci: 1962: When the Silver Screen Never Looked So Golden. A lista impressiona: Lawrence of Arabia (David Lean), La Notte (Michelangelo Antonioni), Viridiana (Luis Buñuel), Yojimbo (Akira Kurosawa), L'Année Dernière à Marienbad (Alain Resnais), The Manchurian Candidate (John Frankenheimer), Long Day's Journey Into Night (Sidney Lumet), Lolita (Stanley Kubrick), The Man Who Shot Liberty Valance (John Ford), Whatever Happened to Baby Jane? (Robert Aldrich), entre vários outros. Dica do Julio Daio Borges. #

    [ 12:34 ]

    Ao contrário do que pode parecer fora dos EUA, nem todos os estadunidenses concordam com uma guerra contra o Iraque ou com o clima de repressão criado em nome da luta contra o terrorismo. Como exemplo de discordância, vários nomes conhecidos (de Laurie Anderson, Terry Gilliam e Susan Sarandon a Gore Vidal, Kurt Vonnegut e Alice Walker, sem deixar de lado o protestador oficial Noam Chomsky) se juntaram assinando um documento de repúdio à política de George W. Bush, Not In Our Name. #

    quinta-feira, 19 de setembro de 2002

    [ 22:25 ]

    Hoje assisti o segundo episódio de Push, Nevada, e acho que já não vou assistir mais. O que começou como um mistério cercado de algumas estranhezas se transformou rapidamente numa estranheza cercada de alguns mistérios. A graça de Twin Peaks era o ar de normalidade da cidadezinha encobrindo segredos e peculiaridades dos habitantes. Em Push, Nevada exageraram e fizeram com que todos os personagens se comportassem de forma excêntrica, tornando o enredo inverossímil e sem graça. Nem as curvas da Scarlett Chorvat salvam a série. #

    [ 19:04 ]

    Assisti em dvd a mini-série The Mists of Avalon (EUA, 2001), dirigida pelo Uli Edel e baseada no livro da Marion Zimmer Bradley. Confesso que estava preparado para gostar, principalmente por causa do tema, mas fiquei profundamente decepcionado. A idéia de uma releitura do mito da távola redonda através de uma visão feminina é interessante, pena que a história se transforme, ao menos na versão televisiva, num pastiche new age, com lições de vida em estilo Paulo Coelho e adereços que parecem saído de uma lojinha AlémdaLenda. E se a intenção era dar uma papel mais digno às mulheres, o roteiro falha completamente: elas são tão inflexíveis, manipuladoras e sedentas de poder que o título bem poderia ser Druid Bitches from Hell. Há também um certo clima de sexualidade mística (ou misticismo sexual), responsável por seqüências quase cômicas como a do ménage à trois de Arthur, Guinevere e Lancelot. Outra curiosidade é a escolha de atrizes famosas para os papéis principais (Anjelica Huston, Julianna Margulies, Joan Allen) enquanto os protagonistas masculinos ficaram nas mãos de desconhecidos (Edward Atterton, Michael Vartan, Michael Byrne). Fiquei desestimulado a ler o livro. #

    [ 17:39 ]

    Estava lendo na Wired deste mês o texto do Steven Levy e me dei conta que ele tem sido uma referência importantante para mim nos último anos, como outros já foram antes. Durante muito tempo acompanhei o trabalho de três jornalistas, um em cada década, nem sempre concordando com eles mas freqüentemente fascinado pelos assuntos que abordavam. Na década de setenta, foi Paulo Francis. Eu ainda era muito novinho para apreender tudo que ele escrevia, mas as indicações de leituras eram fundamententais, com cada citação me levando à biblioteca para procurar desde obras de Platão até romances de Françoise Sagan. Na década de oitenta, Pepe Escobar. Dos discos de David Bowie e Talking Heads aos livros de Jack Kerouac e William Burroughs, nossos gostos musicais e literários se cruzavam muitas vezes. Na década de noventa, Steven Levy. Nos meus mergulhos no mundo da tecnologia, era inevitável encontrar pelo caminho suas reportagens sobre vida artificial, hackers ou criptografia. Quem será o próximo? #

    quarta-feira, 18 de setembro de 2002

    [ 17:28 ]

    Bill Plympton, autor de Mutant Aliens, está produzindo mais um filme de animação, Hair High. O site oficial, numa iniciativa inédita e muito interessante, traz uma câmara mostrando ao vivo o trabalho dos animadores. No Burburinho tem uma entrevista com o Bill Plympton. #

    [ 11:52 ]

    O primeiro episódio de 8 Simple Rules for Dating My Daughter me decepcionou. O humor do Bruce Cameron foi diluído numa comédia familiar bem fraquinha, quase sem referência às suas crônicas originais. Bem pior foi a estréia seguinte, Life with Bonnie, desastrada sitcom estrelada pela Bonnie Hunt (coadjuvante em filmes como Jerry Maguire e The Green Mile). Para salvar a noite da ABC (mas não muito), logo depois veio o episódio piloto de Push, Nevada, criação do Ben Affleck e do Sean Bailey, com direção do John McNaughton (de Wild Things). A trama e o clima são obviamente inspirados em Twin Peaks. Em vez do inverno montanhoso temos o calor do deserto, em vez da investigação do FBI sobre um serial killer temos a investigação do INS sobre operações ilegais num cassino, e lá estão os habitantes estranhos da cidadezinha estranha, os ambientes com luzes e veludos vermelhos, as mulheres sedutoras e os tipos suspeitos. Ainda é cedo para dizer se vai ser uma boa série, mas enquanto isso existe a novidade do jogo que acompanha o programa, onde os espectadores podem acumular pistas para resolver o mistério e concorrer ao prêmio de um milhão de dólares. Para ajudar os concorrentes, foram criados websites para o The Push Times, a Câmara de Comércio, e o dancing bar Sloman's. #

    [ 11:24 ]

    Quadrinhos futuristas em scroll horizontal com arte em 3d e narrativa parafraseando weblogs: Delta Thrives. #

    terça-feira, 17 de setembro de 2002

    [ 14:42 ]

    Meu avô não acreditava que um homem tivesse andado na lua. Ele aceitava coisas bem mais fantásticas que viagens espaciais, mas dizia que a famosa missão Apolo não passava de ficção. E não era o único. Na semana passada, o astronauta Buzz Aldrin esmurrou o sujeito que pediu que ele jurasse sobre a Bíblia que havia realmente pousado na lua. O Guardian Unlimited fez um artigo sobre isso, Were the lunar landings faked?, mencionando livros e filmes sobre o tema. A Funny Thing Happened On The Way To The Moon é um documentário do próprio Bart Winfield Sibrel, a vítima recente dos punhos do Aldrin. NASA Mooned America é um livro publicado por Ralph Rene, que também duvida da história oficial. Did We Go? é mais um documentário questionando o pouso lunar, dirigido por Aron Ranen. E existem muitos outros proponentes de teorias conspiratórias que envolvem do Stanley Kubrick ao OJ Simpson. Nenhum deles, porém, é tão convincente como a versão oficial, como pode ser visto em sites como NASA's Moon Hoax ou The Great Moon Hoax. #

    [ 12:50 ]

    Hoje estréia uma nova sitcom, 8 Simple Rules for Dating My Daughter, com John Ritter (de Three's Company) no papel principal. A série é inspirada no livro homônimo do Bruce Cameron, que antes de ser famoso já foi publicado com exclusividade em português no velho Pijama Selvagem. A versão traduzida do tal texto ainda está lá: Oito Regras Pra Sair Com a Minha Filha. #

    [ 11:57 ]

    Penélope Charmosa, da velha Corrida Maluca, agora tem uma nova versão: Penelope Pitstop GT. #

    segunda-feira, 16 de setembro de 2002

    [ 12:36 ]

    Assisti na televisão o clássico White Heat (EUA, 1949), do Raoul Walsh, com James Cagney interpretando o mau, cruel e perverso Cody Jarrett. Interessante o paralelo entre este personagem e o protagonista de The Sopranos. Os dois sofrem males psicossomáticos que os derrubam (dores de cabeça para Jarrett, ataques de ansiedade para Soprano), e em ambas histórias a mãe do gangster tem um papel importante (a mãe Jarret ajuda o filho na retaguarda dos assaltos, a mãe Soprano conspira contra o próprio filho). #

    [ 11:32 ]

    Ontem passei grande parte do dia vendo jogos da NFL. Primeiro Dallas Cowboys 21 x 13 Tennessee Titans, depois Denver Broncos 24 x 14 San Francisco 49ers, e para terminar Oakland Raiders 30 x 17 Pittsburgh Steelers. Como é um esporte de inúmeras pausas, acompanhar uma partida permite também fazer lanches, responder email, ir ao banheiro, ler uma revista, e outras atividades recreativas. #

    domingo, 15 de setembro de 2002

    [ 15:42 ]

    Esta semana no Burburinho: um texto meu sobre Um Bonde Chamado Desejo, um texto do Gian Danton sobre Lemony Snicket e uma enquete sobre Monteiro Lobato. Burburinhe-se! #

    [ 14:32 ]

    Texto interessante na Wired deste mês: Caught in the Kid Porn Crusade. Pouca gente discorda da necessidade de combater a pornografia infantil (desde que o termo "infantil" se refira realmente a crianças e não a mocinhas de dezessete anos que sabem muito bem o que fazem). O que preocupa são as formas de combate usadas pelo FBI. O primeiro problema é a abrangência do crime. Não é preciso produzir ou divulgar o material, basta possuir uma foto em seu computador para ser candidato a cinco anos de prisão. Mesmo que a pessoa tenha entrado num website por engano ou que tenha recebido a foto numa janela popup (aquelas que abrem sem a permissão do usuário), fica uma cópia no cache do browser e isso é o suficiente para atribuição de culpa aos olhos da justiça estadunidense. O segundo problema é o FBI promovendo operações undercover para localizar suspeitos, mantendo websites e newsletters de pedofilia como ferramenta para contatar incautos. Ou seja, não fosse a oferta dos próprios investigadores, talvez nem houvesse o crime. Pior que isso, agentes se fazem passar por menores de idade em salas de chat e marcam encontros com adultos. Quando o sujeito vai a caminho e cruza uma fronteira estadual, é preso. Ou seja, não houve crime e a detenção ocorre somente pela intenção de cometer um crime, que contou com o incentivo do próprio FBI. Quem é a vítima nessa história? #

    sábado, 14 de setembro de 2002

    [ 23:15 ]

    Hoje assisti no canal USA o telefilme The Langoliers (EUA, 1995), dirigido pelo Tom Holland e baseado numa história do Stephen King. A premissa é muito boa: durante um vôo de Los Angeles a Boston, toda a tripulação e grande parte dos passageiros desaparece misteriosamente. Os poucos sobreviventes têm que controlar o avião (um deles é piloto comercial) e descobrir o que aconteceu (um deles é escritor e parece ter todas as respostas). Aterrisar no aeroporto mais próximo, em vez de solucionar o mistério, só traz mais complicações. O problema com o Stephen King é que ele não se satisfaz com um bom tema em cada história e salpica a trama com elementos demais. Aqui, por exemplo, não bastando a fenda espaço-temporal que engole a fatídica aeronave, aparecem ainda em evidência uma garotinha cega e paranormal, um sujeito fora de controle por causa de traumas de infância e os monstrinhos que dão título ao filme. Enquanto cada um desses elementos poderia gerar um enredo interessante, todos juntos acabam tendo um efeito negativo. O resultado final é decepcionante. #

    [ 13:00 ]

    Teve gente estranhando meus comentários sobre o clima daqui, como se um brasileiro não pudesse sentir calor nos EUA. Agora o National Climatic Data Center anunciou que tivemos o verão mais quente desde a década de trinta. #

    [ 12:33 ]

    Google + Lovecraft = Cthuugle
    (Para quem não conhece a obra de Howard Phillips Lovecraft, recomendo a leitura de The Original Lovecraft Library.) #

    sexta-feira, 13 de setembro de 2002

    [ 22:34 ]

    Recebi pelo correio o cd Os Invisíveis, do Ultraje a Rigor, gentilmente autografado e enviado pelo Roger. A formação da banda mudou muito desde os tempos de Inútil e de Nós Vamos Invadir Sua Praia, mas a animação do som e a irreverência das letras continuam as mesmas. Tem canções para vários gostos e com influências diversas, como I'm Sorry em estilo The Police, Me Dá um Olá num revival das baladas dos anos sessenta, o instrumental O Velho Surfista relembrando um pouco o Dick Dale, ou o minimalismo a la Ramones de Me Dá. Bacana. #

    [ 21:23 ]

    Hoje à tarde fomos até Alexandria para lanchar com os pais do David (hamburgers e hotdogs na grelha), e aproveitei para dar um passeio pela Barnes & Noble. Tantos livros interessantes para ler, tão pouco tempo disponível... No meio de tantas opções, acabei comprando somente um volume que estava em promoção por US$3.98, The Vintage Book of Amnesia (Vintage Books, 2000), coletânea de contos sobre perda de memória com autores como Philip K. Dick, Julio Cortazar, Martin Amis, Vladimir Nabokov, Jorge Luis Borges, e outros. Leitura promissora. #

    [ 13:13 ]

    Você sofre de paraskevidekatriaphobia? #

    quinta-feira, 12 de setembro de 2002

    [ 16:01 ]

    Joss Whedon, autor da série Buffy the Vampire Slayer, agora se aventura na ficção-científica com a série Firefly, com estréia agendada para a próxima semana. O site oficial é fraquinho mas tem como curiosidade um weblog sobre os bastidores da produção. #

    [ 15:53 ]

    Ontem tive uma sessão dupla de Guillermo del Toro em dvd. À tarde, assistimos novamente Blade II (EUA, 2002), que já comentei aqui no final de março. À noite, foi a vez de El Espinazo del Diablo (Espanha, 2001). Um orfanato mal-assombrado na época da guerra civil espanhola, com personagens desiludidos e subtramas de cobiça, crueldade e amores secretos. Belo filme de horror, simples e com efeitos especiais discretos e criativos (o fantasma do menino que levou uma tijolada na testa e foi jogado no poço anda pela casa com o sangue flutuando para cima da ferida como se estivesse submerso). Uma curiosidade: a produção é assinada pelo Pedro Almodóvar e por seu irmão Agustín Almodóvar. "What is a ghost? A tragedy condemned to repeat itself time and again? An instant of pain, perhaps. Something dead which still seems to be alive. An emotion suspended in time. Like a blurred photograph. Like an insect trapped in amber." #

    [ 15:25 ]

    No L.A. Times de hoje, o texto Crashing the Blog Party insiste em questionar se os weblogs são uma nova forma de jornalismo. "So do bloggers have to contribute original stories, rather than simply commenting on links, to be considered journalists?" A minha pergunta é outra: que necessidade tem um blogueiro de ser considerado jornalista? #

    quarta-feira, 11 de setembro de 2002

    [ 18:16 ]

    Pamela Anderson + Stan Lee = Stripperella #

    [ 11:25 ]

    Ontem assisti na televisão Very Bad Things (EUA, 1998), filme muito estranho escrito e dirigido pelo Peter Berg. Numa despedida de solteiro, um acidente provoca a morte da prostituta contratada para entreter os cinco amigos. Eles resolvem se livrar do corpo, acabam matando o segurança do hotel para não serem descobertos, e a partir daí tudo da errado, numa torrente de culpas, erros, lamúrias, acidentes e crueldades. O tom não é de comédia, mas as situações são tão extremas que beiram sempre o humor negro, principalmente no final moralista. Cameron Diaz interpreta uma das noivas mais irritantes da história do cinema e Christian Slater é o mau caráter pragmático da turma. "Allow me to be the first to say that what we have done here is not a good thing. It's definitely not a good thing. But it was, given the circumstances, the smart play." #

    [ 10:40 ]

    Na capa do Digestivo Cultural, meu texto sobre Os Impossíveis. #

    [ 10:16 ]

    Terminamos de assistir em dvd a segunda temporada de The Sopranos. Tão boa como a primeira, com os dois últimos episódios ainda melhores. Trama interessante, narrativa criativa, interpretações impecáveis. Uma das melhores séries de televisão que já vi. A terceira temporada deve chegar em breve pelo correio. #

    terça-feira, 10 de setembro de 2002

    [ 13:24 ]

    Ted Rall manda bem: If you have dignity, the terrorists have already won. "Don't get the rest of us wrong. We love America too. But we are understandably tense as we approach what is likely to be the greatest orgy of cheesy sentimentality, naked political opportunism and rank corporate necrophilia in this country's history." Além da reflexão interessante, lá pelo meio do texto ele apresenta um ótimo título para o presidente dos EUA: Generalissimo El Busho. #

    [ 13:11 ]

    Panfletagem online: Public Space Initiative. "Public space is the act of debating what is legitimate and what is illegitimate in a democratic society. It is a space we create when we negotiate our rights in society by challenging limits imposed on these rights. This challenge takes place in and constitutes public space." #

    [ 10:36 ]

    Na Tribuna de Santos de hoje, no artigo Blogs, os diários virtuais, viram mania na rede, uma listinha de weblogs de santistas, entre eles este modesto Por um Punhado de Pixels. Thanks! #

    segunda-feira, 09 de setembro de 2002

    [ 15:58 ]

    Durante o US Open, a Serena Williams usou umas roupinhas inusitadas. O Robin Givhan fez comentários ferinos sobre isso no Washington Post, como convém a um crítico de moda. Os leitores do jornal comentaram os comentários. O ombudsman comentou os comentários e os comentários sobre os comentários. O Jim Romenesko, em seu weblog MediaNews, comentou os comentários do Givhan, dos leitores e do ombudsman. E eu, para apontar esses quatro níveis de iteração, acabei acrescentando um quinto nível ao fazer agora o comentário do comentário do comentário do comentário do comentário. Santa recursividade! #

    [ 10:26 ]

    E o Pete Sampras venceu o Andre Agassi na grande final dos carecas do US Open. Os dois acima dos trinta anos, os dois com problemas de calvície, os dois jogando um tênis impressionante. Pena que o Agassi não tenha repetido a performance da semi-final contra o Hewitt, deixando as coisas mais fáceis para o Sampras. Mesmo assim, um belo espetáculo. #

    [ 09:08 ]

    Ontem assisti o telefilme Lathe of Heaven (EUA, 2002), dirigido pelo Philip Haas e protagonizado pelo Lukas Haas (serão parentes?). A história, baseada no livro homônimo da Ursula Le Guin, é muito interessante. Um rapaz (Haas, o menininho de Witness) acha que o mundo se transforma enquanto ele dorme, moldando-se aos seus sonhos. Quando acorda, só ele percebe as diferenças, já que tudo mudou, inclusive o passado das pessoas. Ao ser tratado por um psiquiatra (James Caan, de Misery), a situação se complica, com o médico aparentemente aproveitando a oportunidade para subir na vida e resolver os problemas do mundo, sem se preocupar muito com os efeitos colaterais. Como interesse romântico, aparece a bonitinha Lisa Bonet (de Angel Heart e High Fidelity). Fiquei curioso para ler o livro. #

    [ 08:30 ]

    Na capa do Nova-e, meu texto sobre o Capitão América. #

    domingo, 08 de setembro de 2002

    [ 18:52 ]

    No Burburinho: cinema (O Sacrifício) e música (McCoy Tyner), e também uma enquete com tangos. Burburinhe-se! #

    [ 11:43 ]

    E ainda outra da dupla Bogart e Bacall, em The Big Sleep:
    Philip Marlowe - What's wrong with you?
    Vivian Sternwood - Nothing you can't fix. #

    [ 11:39 ]

    Mais uma da dupla Bogart e Bacall, em The Big Sleep:
    Vivian Sternwood - Why did you have to go on?
    Philip Marlowe - Too many people told me to stop. #

    [ 11:35 ]

    Ontem assisti no canal Turner Classic Movies a primeira versão, que nunca chegou aos cinemas, de The Big Sleep (EUA, 1946), do Howard Hawks. Numa tentativa de melhorar o filme e salvar a carreira da Lauren Bacall, que havia seguido o sucesso de To Have and Have Not com o fiasco Confidential Agent, várias cenas foram eliminadas e outras refilmadas, dando maior destaque à atriz e à sua personalidade insolente. Interessantíssimo ver o antes e o depois, as alterações na trama e suas conseqüências na remontagem da narrativa. E o roteiro, com a participação do William Faulkner, tem ótimos diálogos, como o clássico "she tried to sit in my lap while I was standing up". #

    sábado, 07 de setembro de 2002

    [ 17:18 ]

    Agassi versus Hewitt foi uma das melhores partidas de tênis que já assisti. E amanhã teremos um duelo de veteranos na final do US Open, com Andre Agassi (32 anos, venceu o US Open duas vezes) versus Pete Sampras (31 anos, venceu o US Open quatro vezes), ambos tendo ultrapassado adversários fortes e bem mais jovens como Hewitt (21 anos, primeiro no ranking da ATP) e Roddick (20 anos, oitavo no ranking da ATP). A experiência superando a vitalidade. #

    [ 15:44 ]

    Jimmy Carter manda bem: The Troubling New Face of America. "We have thrown down counterproductive gauntlets to the rest of the world, disavowing U.S. commitments to laboriously negotiated international accords. Peremptory rejections of nuclear arms agreements, the biological weapons convention, environmental protection, anti-torture proposals, and punishment of war criminals have sometimes been combined with economic threats against those who might disagree with us. These unilateral acts and assertions increasingly isolate the United States from the very nations needed to join in combating terrorism." #

    [ 15:08 ]

    Assisti mais uma vez na madrugada televisiva de ontem o clássico Strangers on a Train (EUA, 1951), do Alfred Hitchcock. A história é muito boa (baseada num livro da Patricia Highsmith e com a mãozinha do Raymond Chandler no roteiro), perfeita para a criação de seqüências tipicamente hitchcockianas (a do cachorro na escada ou a do isqueiro no bueiro, por exemplo). A minha preferida é a cena do carrossel fora do controle, que tem detalhes engraçados como o molequinho que se entusiasma com a situação e entra na briga ou o velhote que vai desligar a máquina e pára no meio do caminho para limpar o rosto com o lenço. Um filme divertido e uma aula de cinema. #

    [ 14:05 ]

    Belo álbum: Street Pictures, de David Snider. #

    [ 13:31 ]

    Ontem os pais do David nos levaram para jantar num restaurante italiano, o Romano's Macaroni Grill, onde comi um delicioso Fettuccine Alfredo. E descobri os vinhos da Virginia. Eu pensava que somente na California se produzia vinho estadunidense, mas aparentemente a produção vinícola daqui é significativa e diversificada, com cabernets, merlots, sauvignons, rieslings, e outros. #

    sexta-feira, 06 de setembro de 2002

    [ 18:28 ]

    Tenho assistido na televisão ótimas partidas tênis do US Open. Hoje fui jogar e, apesar de ter saído vencedor contra o David, não pude evitar uma sensação de ridículo. Com a minha falta de jeito com a raquete, nem parece o mesmo esporte. #

    [ 14:55 ]

    Quando assisti Forrest Gump (EUA, 1994) na época da estréia, não gostei muito. Ontem voltei ao filme, em vhs, e não mudei de opinião. Os oscars para ator (Tom Hanks) e diretor (Robert Zemeckis) foram merecidos, mas os de filme e roteiro me parecem deslocados. A história do mocinho simpático e abobado é boa, o problema para mim está na insistência em dar um tom de parábola alinhavando a vida do protagonista a eventos importantes da história dos EUA. Fazer com que o retardado Forrest Gump se transforme em campeão de futebol americano, herói de guerra, campeão de ping-pong e empresário milionário, entre outras coisas, é uma piada de mau gosto. Honestidade e boas intenções, ao contrário do que o filme mostra, não bastam para avançar pela vida. "And that's all I have to say about that." #

    [ 13:53 ]

    Experiência em inteligência artificial: Gnod. Testei a seção de livros, dando como autores preferidos Machado de Assis, Italo Calvino e Patricia Highsmith. A primeira sugestão do site foi Ivan Turgenev (uma conexão interessante, sem ligação de gênero ou nacionalidade com os escritores que indiquei), a segunda Carolyn Keene (autora de mistérios infanto-juvenis, muito longe de qualquer coisa escrita pela Patricia Highsmith) e a terceira Jô Soares (o único ponto em comum é escrever no mesmo idioma que Machado de Assis). Em seguida fui para a seção de música e apontei como preferidos Penguin Cafe Orchestra, Talking Heads e Eric Satie. O site sugeriu Meinrad Jungblut (que desconheço completamente), Oliver Nelson (jazz agradável) e Oingo Boingo (pop divertido). A idéia é boa, mas acho que o mecanismo ainda precisa de alguns ajustes. #

    quinta-feira, 05 de setembro de 2002

    [ 22:13 ]

    The Enemy Within, quinto episódio de Star Trek, tem um tema interessante. O teletransportador sofre uma avaria e duplica o capitão Kirk, criando uma espécie de evil twin. Fiquei pensando no princípio teórico do teletransporte, que na verdade não é transporte mas sim a eliminação do original no ponto de partida e a criação de uma réplica idêntica no ponto de chegada. Não há deslocamento de partículas, somente de informação. Se isso fosse possível, com a preservação não só da vida do indivíduo mas também das suas memórias e dos seus traços de personalidade, o que nos impediria de criar quantas cópias desejássemos de cada pessoa teletransportada? Se cada viagem ficasse arquivada no computador, poderíamos gerar não somente uma cópia idêntica da pessoa que acabou de se teletransportar mas também uma cópia da mesma pessoa quando se teletransportou há cinco ou dez anos. Alguém que morreu poderia ser trazido de volta ao mundo dos vivos simplesmente produzindo uma cópia da última vez que foi teletransportado, como o save and load de qualquer jogo de computador. Outra curiosidade deste episódio: a história foi escrita por Richard Matheson, autor de clássicos da ficção-científica como I Am Legend e The Shrinking Man. #

    [ 13:21 ]

    Recebi pelo correio meu exemplar de Blogs! Seja um editor na era digital (Editora Érica, 2002), do Marcos José Pinto. É um manual prático para principiantes, ensinando como criar um weblog usando o Blogger. Dá também algumas dicas de html e css, e aponta para ferramentas úteis como o w.bloggar e o blogChalking (ambas criadas por brasileiros). No primeiro capítulo, são citados com destaque alguns weblogs, entre eles este modesto Por um Punhado de Pixels. Thanks! #

    quarta-feira, 04 de setembro de 2002

    [ 17:40 ]

    Para quem gosta de tipografia: Fun With Fonts. #

    [ 15:09 ]

    Chegou mais um dvd da série Star Trek e assisti o quarto episódio, Mudd's Women. Foi o mais fraquinho até agora, graças ao final inverossímil e moralista. Curiosamente, o roteiro resvala para a comédia com o personagem Harry Mudd. Mas os pontos realmente engraçados são as caracterizações do trio de mulheres sedutoras (com modelitos brilhantes em estilo anos sessenta) e das instalações dos mineiros interplanetários (com móveis e utensílios tão toscos como os da corrida do ouro no século dezenove). #

    [ 14:08 ]

    Jogo da vez: Might and Magic VIII. Eu já havia jogado esse crpg quando foi lançado, mas perto do final tive um problema no computador e não pude prosseguir. Agora recomeço a aventura, que deve garantir muitas horas de diversão. #

    [ 12:56 ]

    Ontem assisti em vhs mais um filme de vampiros, Lost Boys (EUA, 1987), do Joel Schumacher. Aventura infanto-juvenil com a dupla Corey Haim (que já tinha enfrentado lobisomens em Silver Bullet) e Corey Feldman (que já tinha enfrentado monstrinhos em Gremlins). Também aparecem Jason Patric (que depois seria Byron em Frankenstein Unbound), Kiefer Sutherland (que encarnaria cientistas malucos em Flatliners e Dark City) e Jami Gertz (que já tinha escapado do diabo em Crossroads). O elenco é curioso mas a história peca pela indecisão entre thriller de horror e comédia adolescente. #

    [ 11:26 ]

    Som do dia: Piebald. "I'm sending out a note or two that says we're all going to the same place, / so it doesn't matter where you are in line. / I'm holding one hand or two depending if we're walking or dancing. / Either way I'm feeling fine." (de It's Going To Get Worse Before It Gets Better) #

    terça-feira, 03 de setembro de 2002

    [ 15:50 ]

    Primeiro o presidente Bush anunciou que seu plano para combater incêndios florestais era basicamente derrubar mais árvores: Bush unveils 'Healthy Forests' plan. "Bush wants to make it easier for loggers to thin out backcountry forests by easing regulatory restrictions and making it harder for environmentalists to stop or delay that work." Agora escolheu para chefiar o programa de prevenção a incêndios florestais um sujeito que considera ecosistemas um conceito fictício: New wildfire plan watchdog has unorthodox views. "Fitzsimmons says ecosystems exist only in the human imagination and cannot be delineated. Federal policies, therefore, should not be used to try to manage or restore them, he wrote." Estranho. Muito estranho. #

    [ 12:16 ]

    Ontem assisti novamente na televisão True Lies (1994), do James Cameron. O roteiro é engenhoso, começando com uma paródia à série 007, passando para uma comédia familiar e juntando os dois temas no final. É interessante lembrar dos protestos na época do lançamento do filme pelo uso de terroristas árabes. Hoje o estereótipo se transformou em realidade. As seqüências de ação são muito boas, mas a cena do striptease atrapalhado da Jamie Lee Curtis supera qualquer dos tiroteios, perseguições e explosões do Arnold Schwarzenegger. #

    [ 11:14 ]

    Depois de muitos anos sem jogar o tradicional rpg de mesa, com papel, lápis e dados, o David me convenceu a criar um personagem para o sistema Shadowrun (que só há pouco tempo conheci). O pano de fundo é bem interessante e mistura elementos de ficção-científica com fantasia épica. As possibilidades para os personagens são imensas, e coexistem nas metrópoles do futuro tipos tão diferentes como um feiticeiro elfo ou um hacker samurai. A mecânica de combate dá espaço a muita variação tática e faz com que o jogo não seja decidido somente pela sorte nos dados. Divertido. #

    segunda-feira, 02 de setembro de 2002

    [ 18:34 ]

    Frase do dia: "I'm not lazy. I'm just... Liza, finish my sentence for me." (Bart Simpson) #

    [ 14:02 ]

    Eu, que sempre me recusei a ter um telefone celular, me diverti lendo o artigo Why do cell phones make us stupid?, da Lisa Napoli. #

    [ 11:49 ]

    Na capa do Digestivo Cultural, meu texto Paganini Diabólico. #

    [ 11:43 ]

    Ontem assisti em vhs mais um filme do John Carpenter, Ghosts of Mars (EUA, 2001). O começo é promissor, com uma narrativa quase experimental, recheada de fusões de imagem e trocas de ponto de vista. Mas depois isso fica de lado, e a história em si é fraca. Seres alienígenas tomam posse dos corpos dos humanos, se o hospedeiro morre eles saltam imediatamente para a pessoa mais próxima. Mesmo sabendo disso os protagonistas patetas insistem em matar os possuídos, quando seria muito mais simples e menos arriscado usar força não letal para conter o que não passa de um bando de selvagens com armas primitivas. Natasha Henstridge (a semi-alienígena de Species) vai bem, ao contrário do inexpressivo Ice Cube (o negão de Anaconda). Aparecem também, em papéis menores, Jason Statham (bad guy em Snatch), Clea DuVall (uma das louquinhas de Girl, Interrupted) e Pam Grier (a Jackie Brown de Tarantino). #

    [ 11:31 ]

    No Jornal do Brasil de hoje o Cid Andrade comenta o caso da Globo mudando seus termos de uso para o Blogger brasileiro graças à pressão de vários blogueiros: Escreveu, não leu, o Blogger comeu. Gentilmente, ele cita o Por um Punhado de Pixels. Thanks! #

    [ 11:16 ]

    Hoje é feriado aqui nos EUA: labor day (dia do trabalho). #

    domingo, 01 de setembro de 2002

    [ 17:20 ]

    Com este novo texto no Burburinho, fecho uma trilogia sobre weblogs:

  • os escribas estão soltos
  • da crônica ao metajornalismo
  • colônias temáticas e comportamento emergente #

    [ 17:14 ]

    Esta semana no Burburinho: entrevista com o autor de ficção-científica Clifford Pickover, o texto sobre weblogs Colônias Temáticas e Comportamento Emergente, e uma enquete tarantinesca. Burburinhe-se! #

    [ 12:23 ]

    Texto interessante do Alexandre Soares Silva: Onze pontos sobre literatura. "Durante milênios sempre se achou que a literatura devia ser sobre coisas interessantes: uma espada mágica, uma guerra, uma viagem, um monstro. Por algum motivo isso nunca chegou ao Brasil; nossos escritores recuariam horrorizados se vissem uma coisa interessante; preferem a banalidade interessantemente contada." #

    [ 12:00 ]

    Mais um filme de vampiros ontem, em vhs: Vampires (EUA, 1998), do John Carpenter. Eu já tinha gostado no cinema, desta vez gostei mais ainda, principalmente da forma pragmática e sem frescuras religiosas com que os sugadores de sangue são combatidos e da sugestão de como teria surgido o primeiro vampiro. James Woods está muito bem no papel do caçador de vampiros Jack Crow, e Sheryl Lee (a Laura Palmer de Twin Peaks) aparece como uma prostivampira. O ponto negativo é a maquiagem do vampirão Valek, com um exagero de veias espalhadas pelo rosto. Agora fiquei curioso para ler o livro do John Steakley no qual foi baseado o filme. #