quinta-feira, 31 de outubro de 2002

[ 19:45 ]

A programação televisiva de halloween oferece algumas preciosidades mas também desenterra muito lixo. Uma das coisas horríveis que assisti foi Revenge of the Creature (EUA, 1955), seqüência do Creature from the Black Lagoon dirigida pelo mesmo Jack Arnold. Capturam a criatura no Amazonas e a levam para a Florida, a criatura foge e rapta a mocinha, a polícia encontra e mata a criatura. Dava para contar essa história em quinze minutos, mas eles levaram quase uma hora e meia. O resto do tempo é preenchido com detalhes ridículos como uma cientista que sempre que fala em ictiologia explica que se refere a peixes, um jornalista que acha que o cérebro pára de funcionar quando a pessoa dorme, e um Clint Eastwood bem novinho com um rato de laboratório no bolso. E o monstro, que era de água doce mas é colocado num tanque de água salgada sem maiores explicações, agora solta bolhinhas de ar pelo alto da cabeça. Ridículo. #

[ 15:42 ]

Três jogos que nunca aprendi a jogar:

  • bridge
  • go
  • mah-jong #

    [ 15:08 ]

    My Way: "No banners. No pop-up ads. No pop-under ads. No flash ads. No video ads. No audio ads. No interstitials. No list rental. No email solicitation. No direct marketing. No clutter. No hassle." (dica do Denis Dias) #

    [ 11:54 ]

    Journalism.org: research, resources and ideas to improve journalism. #

    [ 11:37 ]

    Continuam os filmes de Hitchcock na televisão. Ontem gravei um par deles e assisti mais uma vez Notorious (EUA, 1946), com Cary Grant e Ingrid Bergman espionando um grupo de nazistas no Rio de Janeiro. Interessante a quantidade de sutilezas e eufemismos usados para dar a entender, sem chocar o público conservador, que a protagonista seria uma mulher de moral elástica para os padrões da época. O roteiro é um ótimo exemplo de utilização do macguffin, termo hitchcockiano para um elemento intercambiável cuja única função é servir de motivação aos personagens. O urânio contrabandeado pelos nazistas é fundamental para justificar toda a trama, mas ao mesmo tempo é tão substituível que foi realmente substituído na dublagem alemã do filme: todas as referências a nazistas e urânio foram trocadas por traficantes e drogas, sem qualquer prejuízo aos pontos centrais do enredo. #

    quarta-feira, 30 de outubro de 2002

    [ 13:43 ]

    Com a morte de Richard Harris, começou a busca por um novo ator para o papel de Dumbledore na série Harry Potter. Alguns rumores apontam Christopher Lee como o escolhido. Impressionante como ele já participou de tantas séries cultuadas: Frankenstein (como a criatura), Dracula (como o vampiro), Sherlock Holmes (além de interpretar o detetive várias vezes, também foi Henry Baskerville e Mycroft Holmes), The Mummy (a própria), Fu Manchu (o próprio), 007 (como o vilão Scaramanga em The Man with the Golden Gun), Indiana Jones (como o conde Ottokar em Adventures of Young Indiana Jones), Lord of the Rings (como Saruman), Star Wars (como Lord Darth Tyrannus), entre tantos outros papéis marcantes, de Rasputin a Ramsés (dois vilões históricos), de Tirésias a Blind Pew (dois cegos), de Odin a Lúcifer (um deus e um demônio). #

    [ 11:52 ]

    Não deixa de ser engraçado ver as mesmas pessoas que há pouco tempo defendiam ardorosamente a obrigatoriedade de diploma universitário para a profissão de jornalista agora fazendo raciocínios diametralmente opostos para justificar a falta de escolaridade do presidente eleito Lula. Corporativismo e hipocrisia caminhando de mãos dadas. #

    [ 11:41 ]

    Assisti mais uma vez na televisão o clássico hitchcockiano Spellbound (EUA, 1945). O velho Hitch fez muitos filmes com temas psiquiátricos, como Psycho ou Marnie, mas nenhum foi tão freudiano como este. Ingrid Bergman é a analista que se apaixona pelo amnésico suspeito de assassinato interpretado por Gregory Peck. Boas cenas de suspense, mistério policial, interlúdios românticos, frases mordazes ("Women make the best psychoanalysts until they fall in love. After that they make the best patients."), e o crime é desvendado graças a um sonho e à perspicácia quase sobrenatural dos psiquiatras. A seqüência onírica foi criada pelo Salvador Dali, que comparece com suas paisagens áridas e seus objetos derretidos. E volta a imagem do olho cortado: em Un Chien Andalou (que ele fez em 1929 com o Luis Buñuel) era uma navalha no olho de uma mulher, aqui é uma tesoura gigante num olho pintado na cortina. "Good night and sweet dreams... which we'll analyze in the morning." #

    [ 11:28 ]

    E começou a temporada da NBA. Bacana ver os Lakers jogando sem Shaquille O'Neal (lesionado) e sem Rick Fox (suspenso pela briga da última partida) e ainda aguentando um resultado equilibrado (perderam por 87 a 82) contra os Spurs, que têm não somente os veteranos Tim Duncan e David Robinson mas também os novatos Speedy Claxton (ótimo nome) e Emanuel Ginobili (argentino com experiência internacional). #

    terça-feira, 29 de outubro de 2002

    [ 12:36 ]

    Em termos de clima, o inverno do ano passado em Miami Beach foi dos melhores que já tive. Este ano aqui em Virginia parece que vai ser bem diferente, pois ainda estamos no outono e só vejo dias frios e cinzentos. Lá fora agora temos uma chuvinha insistente e uma temperatura de tiritantes 42°F (5°C). #

    [ 12:14 ]

    O cotidiano de um desempregado, numa tosca trilogia de animação trágica e engraçada ao mesmo tempo:

  • Laid-Off: A Day in the Life
  • Laid-Off: Help Wanted
  • Laid-Off: Annual Report #

    [ 11:33 ]

    O velho Frankenstein em sessão tripla na televisão. O primeiro foi Frankenstein (EUA, 1931), do James Whale, clássico de halloween que assisti há um ano quando estava em Miami Beach. Colin Clive como o alucinado Henry Frankenstein ("Crazy, am I? We'll see whether I'm crazy or not."), Boris Karloff como o inesquecível monstro ("Grrr..."). Em seguida veio Bride of Frankenstein (EUA, 1935), também do Whale, mais elaborado e complexo que o anterior. Começa com um prólogo onde a autora do livro original, Mary Shelley, comenta a história com Lord Byron e Percy Shelley. Depois temos, além da volta de Boris Karloff e Colin Clive, também uma criada histérica (Una O'Connor, de The Canterville Ghost), mais um cientista louco (Ernest Thesiger, que já tinha sido ator de Hitchcock em Number 13), uma coleção de homúnculos e, é claro, a noiva do título (Elsa Lanchester, com o inesquecível cabelo armado e com mechas brancas). Fechando a trilogia, veio Son of Frankenstein (EUA, 1939), dirigido por Rowland V. Lee (que deve ser especialista em filhos, porque também dirigiu The Son of Monte Cristo). O elenco é formado por um trio de peso: Boris Karloff (pela terceira e última vez no papel do monstro), Basil Rathbone (que depois protagonizaria uma longa série de filmes de Sherlock Holmes) e Bela Lugosi (o Dracula de 1931, que já tinha recusado o papel de monstro que acabou ficando com Karloff e agora entrou na série como o enforcado Ygor). Mas o maior destaque do filme acaba sendo o tom expressionista dado pelos cenários (enormes paredões e escadas tortuosas) e pelas sombras dramáticas (com projeções funcionando muitas vezes como objetos de cena), tornando o castelo Frankenstein herdeiro direto da arquitetura de Das Kabinett des Doktor Caligari. Como dizia a Mary Shelley no segundo filme (interpretada também pela Elsa Lanchester): "It's a perfect night for mystery and horror. The air itself is filled with monsters." #

    segunda-feira, 28 de outubro de 2002

    [ 21:53 ]

    Agora que terminaram as eleições e diminuiu o ruído de fundo do marketing eleitoral, podemos falar um pouco de política. Lula se elegeu com um programa de governo com o qual concordo em parte e discordo em parte. O principal ponto positivo é a aposta numa economia centrada na produção e na exportação, ao contrário da fase tucana em que foi privilegiado o capital financeiro. Infelizmente, porém, os métodos anunciados para chegar a esse objetivo são dos piores possíveis: "gigantesco esforço de desprivatização do Estado" e "a presença ativa e a ação reguladora do Estado sobre o mercado" (citações diretas do site do Partido dos Trabalhadores). Ou seja, aumentar o tamanho e a influência da já inchada e pesadona máquina estatal, obviamente uma péssima idéia. #

    [ 10:46 ]

    Na capa do Digestivo Cultural, meu texto sobre Modelos de Beleza. #

    [ 10:34 ]

    Sessão dupla em vhs: Poe-Corman-Price. O primeiro foi The Raven (EUA, 1963), do Roger Corman. É quase uma heresia fazer uma comédia vagamente inspirada no poema clássico de Edgar Allan Poe, mas o elenco extraordinário compensa a ousadia do diretor: Vincent Price (que já tinha sido Richelieu em The Three Musketeers e o diabo em The Story of Mankind, entre outros pepéis marcantes), Peter Lorre (de clássicos como M e Casablanca), Boris Karloff (que já tinha sido a múmia de Imhotep e a criatura de Frankenstein) e Jack Nicholson em início de carreira (mais tarde ele também faria filmes de terror, como The Shining e Wolf). O roteiro é assinado por ninguém menos que Richard Matheson, que além de romances de ficção-científica como The Shrinking Man e I Am Legend também escreveu episódios de The Twilight Zone e Star Trek). O segundo foi The Masque of the Red Death (Inglaterra, 1964), mais uma tênue adapatação de Poe feita por Corman. Depois do mago um tanto atrapalhado de The Raven, agora Price é um aristocrata satanista, acompanhado pela mesma morena do filme anterior, Hazel Court. O tom é de moralismo cristão, mas as reflexões cruéis do protagonista não deixam de ser interessantes. #

    domingo, 27 de outubro de 2002

    [ 23:22 ]

    Esta semana o Burburinho traz Zydeco e As 1001 Noites, além de uma enquete das arábias. Burburinhe-se! #

    [ 15:36 ]

    Ontem assisti o telefilme Saint Sinner (EUA, 2002), história do Clive Barker dirigida por Joshua Butler. Elenco desconhecido, com exceção do William B. Davis (o Cigarette-Smoking Man de The X-Files) num papel pequeno. Um monge viaja no tempo para capturar o par de súcubos que ele libertou por acidente. A caça em si tem momentos interessantes, mas a trama escorrega quando tenta teorizar sobre a natureza da santidade ou os desígnios de deus. Um detalhe interessante: o objeto que provoca toda a ação é uma esfera, assim como em outra série do Barker, Hellraiser, é um cubo. #

    [ 15:24 ]

    Bela coleção de fontes para download gratuito: eXtremefonts. #

    sábado, 26 de outubro de 2002

    [ 20:21 ]

    A diversão da tarde de hoje foi cavocar abóboras. Uma turma se reuniu aqui em casa para preparar os enfeites de halloween. A pior parte é tirar as entranhas melequentas do jerimum, deixando-o limpinho e pronto para ser esculpido. Na minha abóbora fiz uma careta tradicional e o resultado foi até razoável para uma primeira tentativa. E os bolinhos de canela que comemos durante a reunião estavam deliciosos. #

    [ 11:35 ]

    O canal USA fez um filme com Sherlock Holmes, mudando quase todos os elementos da história do Conan Doyle. Case of Evil (EUA, 2002), dirigido por Graham Theakston, mostra um Sherlock novinho e efeminado (acredito que não intencionalmente, mas o ator James D'Arcy tem trejeitos de mocinha), já combatendo o terrível Professor Moriarty (Vincent D'Onofrio e suas cartolas coloridas). O encontro com Watson, que agora é um médico legista, acontece de forma completamente diferente da descrita em A Study in Scarlet. Aparecem também outros personagens habituais do universo holmesiano, como o inspetor Lestrade, talvez o mais fiel ao perfil dos livros, e o irmão mais velho Mycroft Holmes, aqui aleijado por um ataque do vilão Moriarty. Pequenos detalhes funcionam como uma espécie de homenagem, como o personagem interpretado pela Gabrielle Anwar chamado Rebecca Doyle, mesmo sobrenome do criador. O filme não é ruim, mas a história central fica ofuscada pela incessante recriação do mito do detetive de Baker Street. Por que mudar a história original? #

    [ 10:42 ]

    Bom episódio de Firefly ontem. Duas seqüências de flashbacks entremeadas, uma contando como cada integrante da tripulação entrou na equipe, outra contando por que o capitão começa a história sozinho na nave, sem sistema de ar, com um tiro na barriga. Como Joss Whedon já gostava de fazer em Buffy, ele coloca seus personagens em situações terríveis que os obrigam a mostrar quem realmente são. Roteiro de primeira. #

    [ 10:30 ]

    A nova temporada da NBA só começa na próxima semana, mas ontem já tivemos sessão dupla no canal ESPN, com jogos amistosos. Washington Wizards 95 x 104 Boston Celtics (Michael Jordan jogou 23 minutos, fez 14 pontos e foi aplaudido de pé) e Sacramento 93 x 88 L.A. Lakers (Shaquille O'Neal não jogou mas estava presente, num macacão xadrez inacreditável, para apartar uma briga entre Doug Christie e Rick Fox que começou na quadra e só foi terminar nos bastidores). O pessoal da revista Sports Illustrated já arriscou um palpite sobre quem vai disputar a final, apontando para Sacramento Kings e New Jersey Nets, mas ainda tenho dúvidas que alguém impeça a máquina dos Los Angeles Lakers de obter o quarto título consecutivo. #

    sexta-feira, 25 de outubro de 2002

    [ 18:28 ]

    Nesta quinta-feira a sessão de terror não foi tão boa e preferi não assistir mais uma vez Audrey Rose, Poltergeist e The Exorcist. Mas deixei gravando dois filmes para ver mais tarde. Village of the Damned (Inglaterra, 1960), dirigido por Wolf Rilla, conta a história de uma aldeia onde todas as mulheres saudáveis engravidam ao mesmo tempo (mesmo as virgens) e mais tarde dão à luz um grupo de crianças extremamente inteligentes e com poderes paranormais. Claro que os pirralhos se unem e começam a criar problemas para qualquer um que se oponha a eles. Os atores mirins (um deles é o Martin Stephens, o menino do fantasmagórico The Innocents) foram bem escolhidos e têm realmente caras estranhas (as roupas parecidas, os cortes de cabelo e a ausência de sorrisos ajudam a montar a imagem arrepiante). Não chega a ser um grande filme mas é bem divertido. Children of the Damned (Inglaterra, 1963), dirigido por Anton Leader, é uma espécie de continuação porém sem o mesmo encanto do primeiro. A nova leva de crianças estranhas (humanos mutantes? prole de extraterrestres? criaturas do além?) é internacional, e o grupo multi-étnico (uma chinesa, um nigeriano, uma russa, um indiano, etc) não tem tanto impacto visual como os loirinhos anteriores. A idéia aqui é explorar o clima de guerra fria dos anos sessenta, com cada nação querendo lucrar política e militarmente com o seu prodígio infantil. O foco desvia-se do horror da situação em si para um certo tom moralista sobre a incapacidade de convivência das nações. A ameaça pré-borg do primeiro filme é bem mais interessante. #

    [ 13:52 ]

    Frase do dia: "Publication is a self-invasion of privacy." (Marshall McLuhan) #

    [ 13:15 ]

    Ontem assistimos em dvd Collateral Damage (EUA, 2002), do Andrew Davis. Arnold Schwarzenegger combatendo praticamente sozinho os terroristas colombianos que mataram sua família. Como filme de ação é razoável, apesar do final em estilo Sexta-Feira 13 (o bandido sempre levanta para um último ataque). Mas é bom não esperar qualquer tipo de reflexão profunda sobre o terrorismo. A bonitinha Francesca Neri (de Hannibal) é a principal presença feminina, enquanto John Leguizamo e John Turturro aparecem em papéis pequenos. #

    quinta-feira, 24 de outubro de 2002

    [ 16:14 ]

    A grande notícia do dia é que o caso do serial sniper pode ter sido solucionado (The End of the Sniper Nightmare?). Nesta madrugada a polícia prendeu dois sujeitos que dormiam num carro à beira da estrada e tinham com eles um rifle e um tripé para tiros de longa distância, além de outros objetos incriminadores. A investigação que levou até a prisão passou por um assalto no Alabama e por uma casa em Tacoma, do outro lado do país. A polícia ainda não fez uma declaração oficial mas a mídia já divulga que o suspeito é John Allen Muhammad, 42 anos, veterano da guerra do golfo convertido ao islamismo, e que com ele estava John Lee Malvo, 17 anos. Certamente vão surgir inúmeros perfis psicológicos do(s) assassino(s), mas o jornal The Seattle Times adiantou algumas pistas: "Several federal sources said Muhammad and Malvo may have been motivated by anti-American sentiments in the wake of the Sept. 11 terrorist attacks. Both were known to speak sympathetically about the men who attacked the United States, the sources said. But neither man was believed to be associated with the al-Qaida terrorist network, sources said." (Two from state arrested in D.C. sniper case) #

    [ 11:52 ]

    Mais um filme antigo e ruim na televisão: Voodoo Island (EUA, 1957), dirigido por Reginald Le Borg. A ilha do título mistura nativos adeptos da feitiçaria (com um cacique mais para irlandês que para caribenho) e plantas carnívoras pré-históricas (ridículos tubos de plástico cheios de ar). Foi o primeiro filme com o Adam West (que ficaria famoso como o Batman barrigudo da série de tv) e possivelmente o pior filme com o Boris Karloff (que apareceu em quase duzentas fitas). #

    [ 11:31 ]

    Numa coincidência desagradável, hoje visitei alguns websites de comportamento desprezível. Apesar de aparentemente não terem ligação entre eles, todos cometeram algum tipo de violência contra meu pobre browser. O primeiro (sobre mp3) adicionou dez endereços à minha lista de favoritos sem pedir autorização. O segundo (search engine) se configurou como minha home page sem pedir autorização. O terceiro (sobre games) ofereceu um link falso que me enviou a um lugar diferente (um cassino online) do anunciado (download de um jogo). O quarto (sobre software) abriu uma série circular de janelas popup, cada uma delas abrindo uma nova e indesejada janelinha. Lamentável. #

    quarta-feira, 23 de outubro de 2002

    [ 16:21 ]

    A presença do serial sniper nos arredores de Washington tem sido um fator desestabilizador do cotidiano muito mais forte que a ameaça de novos ataques de terroristas islâmicos. Vejo muita gente mudando de rotina, paradas de ônibus desertas, crianças faltando às aulas, pessoas dando corridinhas até seus carros nos estacionamentos abertos, motoristas abaixados atrás dos automóveis enquanto enchem o tanque de gasolina. Já são dez mortos confirmados, em ataques aleatórios à distância, e todos se sentem vulneráveis. Felizmente, trabalho em casa e não tenho que me preocupar tanto com isso, mas mesmo assim abandonei minhas caminhadas quase diárias pelas redondezas. #

    [ 11:00 ]

    O filme antigo de ontem na televisão foi The Prisoner of Zenda (EUA, 1937), dirigido pelo John Cromwell. Um clássico folhetinesco e delicioso, com trocas de identidade, lutas de espada e amores impossíveis. O elenco estelar inclui Ronald Colman (em dois papéis: o rei e seu substituto), Madeleine Carroll (princesa amorosa), David Niven (ajudante do mocinho), Douglas Fairbanks Jr. (ajudante do bandido) e Mary Astor (namorada do bandido, ajudando o mocinho). O livro original do Anthony Hope está disponível para download gratuito. #

    [ 10:39 ]

    Quando eu andava na escola (a long time ago in a galaxy far away), descobri um pouco por acaso, ao calcular frações geratrizes de dízimas periódicas, que 1 = 0,999999... Lembro que fiquei ao mesmo tempo animado com a descoberta e desanimado com a falta de precisão da matemática, e cheguei até a escrever um pequeno ensaio sobre isso. Hoje achei na web um texto falando exatamente sobre isso (evidentemente, com mais propriedade e profundidade que as minhas observações infanto-juvenis): .999999... = 1? Tudo isso me recorda o já clássico diálogo entre Calvin e Hobbes:
    Calvin - You know, I don't think math is a science, I think it's a religion.
    Hobbes - A religion?
    Calvin - Yeah. All these equations are like miracles. You take two numbers and when you add them, they magically become one new number! No one can say how it happens. You either believe it or you don't. This whole book is full of things that have to be accepted on faith! It's a religion!
    Hobbes - And in the public schools no less. Call a lawyer.
    Calvin - As a math atheist, I should be excused from this. #

    terça-feira, 22 de outubro de 2002

    [ 10:55 ]

    Dobradinha Jules Dassin em vídeo, começando com The Canterville Ghost (EUA, 1944). A história do Oscar Wilde transportada para a época da segunda guerra mundial. O filme vale pela interpretação espantosa da Margaret O'Brien, menininha de seis ou sete anos muito superior a qualquer Haley Joel Osment. E ela também see dead people. O segundo foi Brute Force (EUA, 1947), clássico sobre fuga de uma prisão. Hume Cronyn, o velhinho simpático de Cocoon, aqui é o jovem e cruel capitão da penitenciária. E os detentos, liderados pelo Burt Lancaster, parecem ser todos uns santos, mostrados em flashbacks cometendo delitos perdoáveis (um roubava para curar a amada paralítica, outro para agradar a esposa, um terceiro levou a culpa pelo crime da namorada). Com exceção desta boa vontade com os presidiários, o filme é bem interessante. #

    [ 10:43 ]

    Na capa do Digestivo Cultural, meu texto sobre Um Bonde Chamado Desejo. #

    segunda-feira, 21 de outubro de 2002

    [ 10:30 ]

    Cidades dos EUA com bons nomes para o halloween: Skull Valley (Arizona), Cape Fear (North Carolina), Death Valley (California), Tombstone (Arizona). #

    [ 09:37 ]

    Continuo assistindo velharias na televisão, e o resultado nem sempre é memorável. Ontem achei o filme que o F.W. Murnau fez imediatamente antes de Nosferatu, The Haunted Castle (Schloß Vogeloed, Alemanha, 1921). Lento, lento, lento. A (falta de) ação se passa realmente num castelo, mas a assombração só aparece no título. A trama envolve um crime do passado e uma confissão forçada, sem grandes surpresas. A atração seguinte foi Pharaoh's Curse (EUA, 1956). O diretor, Lee Sholem, que já tinha dirigido Lex Barker como Tarzan e George Reeves como Superman, se arrisca aqui num horror desastrado com múmias e espíritos. Destaque para os piores hieróglifos da história do cinema: os desenhos e inscrições nas paredes parecem ter sido feitos por alunos do jardim de infância. #

    [ 09:26 ]

    Meu texto Colônias Temáticas e Comportamento Emergente foi publicado agora na edição 80 do Spam Zine. #

    domingo, 20 de outubro de 2002

    [ 18:15 ]

    Televisão (Jonny Quest) e cinema (Um Romance Muito Perigoso) no Burburinho desta semana, além da enquete sobre animação. Burburinhe-se! #

    [ 16:14 ]

    Ontem assisti na televisão a mini-série The Lost World (Inglaterra, 2001), dirigida por Stuart Orme. Impressionante quantas vezes essa história do Conan Doyle já foi adaptada para as telas. Esta versão tem um bom roteiro (ainda que bem diferente do livro original), bons efeitos especiais (na mesma linha da série Walking With Dinosaurs) e bons atores (Bob Hoskins e James Fox, principalmente). Um novo personagem é introduzido na trama, um padreco criacionista (Peter Falk) que serve não só de vilão mas também como motivo para uma discussão sobre ciência e religião. Apesar do final quixotescamente moralista, foram quatro horas de boa diversão. #

    [ 14:27 ]

    Os filmes que deixei gravando na madrugada de quinta-feira eram fraquinhos. White Zombie (EUA, 1932), dirigido por Victor Halperin, traz um Bela Lugosi de bigodinho e cavanhaque, arregalando muito os olhos para controlar telepaticamente seu exército de zumbis. A trama pouco convincente inclui um milionário apaixonado, o rapto de uma recém-casada, um marido cambaleante e um missionário tabagista. No final, num exercício de falta de criatividade, todos os vilões caem do penhasco. The Mysterious Doctor (EUA, 1943), do Benjamin Stoloff, é ainda pior. Com truques óbvios e mal contados (um personagem secundário convenientemente mascarado para servir de identidade secreta ao doutor do título, que pretensamente morre logo no início do filme), mistura lendas de horror (um fantasma sem cabeça assassinando os incautos) com ameaça nazista (um espião alemão impedindo o funcionamento de uma mina). Esforço infeliz na propaganda de guerra. #

    [ 14:01 ]

    Illegal Art: freedom of expression in the corporate age. #

    sábado, 19 de outubro de 2002

    [ 14:33 ]

    Ontem assisti na televisão dois filmes com paraquedismo na trama. Drop Zone (EUA, 1994), dirigido pelo John Badham, mostra o policial Wesley Snipes tentando frustrar o plano do Gary Busey para penetrar nos computadores do DEA e descobrir o nome de todos os agentes secretos envolvidos na luta contro o tráfico de drogas. Quem salta com ele dos aviões é a bonitinha Yancy Butler, que mais tarde seria a Sara Pezzini de Witchblade. Cutaway (EUA, 2000), dirigido por Guy Manos, mostra o agente undercover Stephen Baldwin tentando desmascarar uma rede de tráfico de drogas. A equipe de paraquedistas inclui Tom Berenger, Dennis Rodman e a bonitinha desconhecida Maxine Bahns. Se as duas histórias têm muito em comum, não é coincidência: o roteirista da primeira é também o diretor e roteirista da segunda. Para completar a sessão de paraquedismo cinematográfico, só faltou Terminal Velocity, com o Charlie Sheen e a Nastassja Kinski. #

    [ 14:16 ]

    Depois de três anos de atividade e um ano de hibernação, a Esfera hoje recolheu-se para o limbo offline. Enquanto isso, o Burburinho, herdeiro e sucessor, continua com sua programação normal. #

    sexta-feira, 18 de outubro de 2002

    [ 12:31 ]

    Poesia e matemática em Flash: Levitated. #

    [ 11:39 ]

    Mais uma noitada de terror ontem no canal Turner Classic Movies. Começou com Freaks (1932), do Tod Browning. Já assisti esse filme umas três ou quatro vezes e ainda acho as imagens perturbadoras, obviamente pela presença de atores deformados (anões, pinheads, irmãs siamesas, um homem-tronco, entre outros). Para quem não sabe, foi daqui que saíram os versos "gabba-gabba, we accept you, we accept you, one of us" da canção Pinhead dos Ramones, corruptela do "gooble-gobble, we accept you, we accept you, one of us"" que os freaks cantam no casamento. Em seguida veio The Picture of Dorian Gray (EUA, 1945), dirigido por Albert Lewin. Apesar do conceito ser o mesmo do livro homônimo (o retrato envelhece e envilece enquanto o retratado permanece jovem e incólume), o filme parece bem diferente da história original. George Sanders é o personagem-narrador Lord Henry, infezlizmente falando rápido demais, numa metralhadora verbal que tira um pouco o encanto das frases espirituosas do Oscar Wilde. Angela Lansbury, a velhota da série Murder, She Wrote, aparece aqui bem novinha e surpreendentemente parecida com a Drew Barrymore. Alguns momentos são memoráveis, como o quadro colorido no meio do filme todo em preto-e-branco (recurso usado depois por Coppola em Rumble Fish) ou o assassinato à luz da lâmpada balançando (recurso usado depois por Hitchcock em Psycho). O terceiro da noite foi The Unknown (EUA, 1927), filme mudo do Tod Browning. Numa história de amor louco passada no circo, Lon Chaney e Joan Crawford parecem fazer o par perfeito: ele é o atirador de facas sem braços, ela é a mocinha com uma singular aversão por mãos masculinas. Mas, para completar a estranheza, há um segredo terrível pairando sobre eles. Uma impiedosa combinação de crueldade e humor negro. Divertidíssimo. Depois foi a vez de The Nanny (Inglaterra, 1965), dirigido por Seth Holt. A produção é da Hammer Films, que usou seu tradicional roteirista Jimmy Sangster, responsável por sucessos da casa como The Curse of Frankenstein, Dracula, The Mummy, e uma série de outros títulos de horror. Bette Davis interpreta a babá suspeita de ser uma assassina. A dúvida persiste quase até o final do filme, o que mantém o interesse, mas o final é um pouco decepcionante (e diferente do livro original de Evelyn Piper). A maratona continuou com The Mask of Fu Manchu, que eu já tinha visto no ano passado e não me animei a ver de novo, e mais dois filmes que deixei gravando. #

    quinta-feira, 17 de outubro de 2002

    [ 21:20 ]

    Esclarecimento: este weblog não concorre ao prêmio do iBest, não apoia o prêmio do iBest, não vota no prêmio do iBest e não linka para o prêmio do iBest. #

    [ 18:40 ]

    Som do dia: India.Arie. "You must take the good with the bad, and you might hit the wall / Sometimes you’ll fly and sometimes you’ll fall" (de Back To The Middle). #

    [ 14:50 ]

    Bem executado, criativo e bem humorado: The Art of Alex Gross. #

    [ 14:36 ]

    Ontem assisti um thriller bacaninha na televisão, Judgment Night (EUA, 1993), dirigido pelo Stephen Hopkins. Um grupo de típicos representantes da classe média estadunidense (Emilio Estevez, Cuba Gooding Jr, Stephen Dorff, Jeremy Piven) se perde numa vizinhança perigosa, testemunha um assassinato e acaba perseguido pelos criminosos (Denis Leary liderando a gangue). A trilha sonora inclui Cypress Hill, Mudhoney, Sonic Youth, Faith No More e outros que não reconheci. Curiosamente, o Jeremy Piven faz um papel muito parecido com o que teve em Very Bad Things, interpretando o janotinha irritante que perde o controle quando a situação se complica. #

    quarta-feira, 16 de outubro de 2002

    [ 22:37 ]

    Texto interessante na Newsweek desta semana: Brazil’s New Global Fears. Fala de globalização, do tigre asiático, do consenso de Washington e das eleições no Brasil. #

    [ 21:08 ]

    Embutido no jogo Might & Magic VII havia outro jogo, chamado Arcomage. O personagem do rpg podia entrar numa taverna e jogar cartas no jogo dentro do jogo. Agora descobri o Ants, clone simpático e gratuito do Arcomage feito com o programa Peter. #

    [ 18:56 ]

    Hoje enfrentamos o friozinho lá fora (58°F = 14°C) para comer um mongolian barbecue. A paisagem local começa a ficar muito bonita, com os primeiros tons de amarelo nas árvores. Para completar o clima de início de inverno (tecnicamente ainda é outono mas com este frio para mim já é inverno), avistei um bando de patos migrando para o sul na tradicional formação em V. #

    [ 14:04 ]

    De figuras da mídia (Buffy, Christina Ricci, Teletubbies) a inspirações clássicas (Vermeer, Ingres, Bosch), Mark Ryden parece ter vindo do mesmo planeta que Tim Burton. #

    terça-feira, 15 de outubro de 2002

    [ 16:57 ]

    animal.pl: um programa de computador que pede conteúdo quase aleatório aos usuários, usa o material para criar páginas num website, e faz sua própria divulgação por email. O código é aberto sob os termos da GNU General Public License. #

    [ 14:08 ]

    Guerra religiosa:

  • Assembléia de Deus apóia Serra
  • Igreja Universal monta estratégia para apoiar Lula #

    [ 12:58 ]

    Com muito custo, consegui completar a primeira campanha do People's General. Comandando as tropas chinesas, o objetivo era conquistar a Rússia e o sudeste asiático, em dezoito missões bem difíceis. As tropas inimigas acabam por não ser o maior problema, e sim o limite de tempo imposto para conquistar todos os objetivos de cada missão. Foi divertido chegar ao final da campanha mas um pouco irritante ter que repetir algumas escaramuças várias vezes até obter resultado positivo. #

    [ 12:25 ]

    Muita gente chega aqui através de sites de busca como o Google ou o Radar UOL, e algumas das pesquisas são curiosas. Uma seleção:

  • "a concorrência subiu o preço o que devo fazer"
  • "sugestões para nomes de loja de colchão"
  • "influência do estrangeirismo no rock nacional"
  • "el flautista contra los ninjas"
  • "idéias para um ambiente de trabalho mais agradável"
  • "como paralizar um inimigo no kung fu" #

    segunda-feira, 14 de outubro de 2002

    [ 16:38 ]

    Continuo animado na minha leitura de Magician: Apprentice, do Raymond E. Feist. Quanto mais me aprofundo no livro (vou na página 228 de um total de 485), mais semelhanças percebo entre ele e o clássico The Lord of the Rings. Claro que o livro do Tolkien serviu de modelo para toda a literatura fantástica subseqüente, mas o Feist parece ir além da simples inspiração. Depois de uma introdução passada no castelo de Crydee, há um encontro com os elfos. Os protagonistas não vão à cidade deles mas recebem a visita da rainha elfa (Aglaranna, não muito diferente da Galadriel de Tolkien). Depois, vem a jornada para o leste e uma tempestade de neve nas montanhas apresenta-se como obstáculo impassável (aqui The Grey Towers, em Tolkien The Misty Mountains). O grupo resolve então tentar um caminho alternativo através de uma série de túneis feitos pelos anões (aqui o Mac Mordain Cadal, em Tolkien as minas de Moria). Homenagem, plágio ou coincidência? #

    [ 15:32 ]

    No início do século XX, na Bauhaus se fazia o melhor em arte, arquitetura e fotografia. Agora o Bauhaus Archive Museum of Design tem um website em puro estilo neobauhausiano. #

    [ 14:39 ]

    Mais filmes no weekend. Harvey (EUA, 1950), dirigido por Henry Koster, é uma espécie de elogio à loucura mais próximo de Forrest Gump que de Erasmo de Roterdam. O clima frenético de vaudeville lembra um pouco Arsenic and Old Lace e James Stewart está muito bem na pele do maluquinho que passeia com um coelho gigante e invisível. Bobinho. Route 666 (EUA, 2001), dirigido por William Wesley, troca o conceito de casa mal-assombrada pelo de estrada mal-assombrada. Bem fraquinho, com Lou Diamond Phillips seguindo em sua carreira de filmes de horror ruins (de Bats à série de tv Wolf Lake). #

    domingo, 13 de outubro de 2002

    [ 18:53 ]

    Esta semana o Burburinho traz textos sobre quadrinhos (Birds of Prey) e música (Oferenda Musical), e também uma enquete sobre vilões famosos. Burburinhe-se! #

    [ 13:36 ]

    Ontem assisti na televisão um filme muito cultuado, muito estranho e muito interessante: Incubus (EUA, 1965), escrito e dirigido por Leslie Stevens. Filmado em preto e branco, falado em esperanto, com enquadramentos muito bem cuidados e uma narrativa que por vezes lembra Bergman e Tarkovski, é uma fábula sobre a eterna luta do mal contra o bem. William Shatner (pouco antes de Star Trek) é o protagonista, acompanhado pela loira Allyson Ames (esposa do diretor) e pela morena Ann Atmar (que se suicidou pouco depois das filmagens). O ator que interpreta o íncubo do título, Milos Milos, também se suicidou depois de assassinar a ex-esposa do Mickey Rooney. #

    [ 12:32 ]

    Radiografando flores: The Secret Garden. #

    sábado, 12 de outubro de 2002

    [ 13:15 ]

    Os dois filmes restantes da maratona Val Lewton tinham como diretor o Mark Robson e como protagonista o Boris Karloff. Isle of the Dead (EUA, 1945) apresenta elementos de Agatha Christie (um grupo de pessoas presas numa ilha e morrendo uma a uma) e de Edgar Allan Poe (uma cataléptica enterrada viva), centrando-se no mito do vorvolaka, espécie de vampiro grego. Menos história de horror que estudo psicológico, um filme bem interessante. Bedlam (EUA, 1946) começa como farsa cômica em estilo Moliére mas acaba ganhando tons sombrios e quase expressionistas quando a mocinha se vê trancafiada num hospício do século XVIII. Um bocado moralista e não tão bom como os anteriores, valeu somente como curiosidade. #

    [ 12:08 ]

    Laura Joy Lustig fotografa detalhes arquitetônicos: Building Views. #

    sexta-feira, 11 de outubro de 2002

    [ 14:43 ]

    Três projetos do grupo Metáfora:

  • MetaOng
  • Coletivo de Histórias Digitais
  • Grupo de Argumentação para o Software Livre #

    [ 13:19 ]

    Ontem o David preparou um texas-style chili e eu, curioso, resolvi experimentar. Apimentadíssimo, de eriçar as sobrancelhas. Estou ingerindo líquidos até agora para apagar o incêndio digestivo. #

    [ 12:12 ]

    Chega outubro e as emissoras de televisão estadunidenses entram em clima de Halloween e começam a exibir filmes de terror. Ontem no canal Turner Classic Movies assisti uma seqüência só de filmes produzidos pelo Val Lewton. O primeiro foi Cat People (EUA, 1942), dirigido pelo Jacques Tourneur. Um clássico na arte de sugerir em vez de mostrar (talvez por falta de verba para efeitos especiais elaborados) e em criar metáforas para tensão sexual (um casamento não consumado e um caso extraconjugal tratados com a sutileza dos anos quarenta). Em seguida, The Leopard Man (EUA, 1943), também do Jacques Tourneur. Aqui o conceito de não mostrar a ameaça vai ao extremo e nunca chegamos a ver o tal homem leopardo. Com ritmo incerto e excesso de personagens, este roteiro é bem menos inspirado que o do filme anterior. Tem, porém, uma cena muito boa, com uma moça sendo atacada do lado de fora da casa enquanto sua mãe do lado de dentro tenta destrancar a fechadura. Só ouvimos os ruídos e depois vemos um filete de sangue escorrendo por baixo da porta. O terceiro da noite foi The Seventh Victim (EUA, 1943), dirigido pelo Mark Robson. Kim Hunter, em seu filme de estréia, procura a irmã desaparecida em New York e acaba encontrando uma seita satânica (que, apesar de retratada de uma forma um tanto ingênua, pode ter inspirado os satanistas de Rosemary's Baby). Vários momentos memoráveis, como o assassinato do detetive particular e o cadáver no metrô, e um interessantíssimo final negro e surpreendentemente nihilista. Depois foi a vez de The Ghost Ship (EUA, 1943), também do Mark Robson. O inicio é lento, mas uma vez estabelecida a situação (um oficial demissionário preso num navio em alto mar com um capitão homicida e uma tripulação não cooperativa) a tensão é muito bem montada. Para terminar, The Curse of the Cat People (EUA, 1944), dirigido pelo Robert Wise (que substituiu Gunther von Fritsch no meio das filmagens). Os mesmos personagens e os mesmos atores de Cat People, mas num universo ficcional completamente diferente, mais para conto de fadas que para thriller de horror. O casal do primeiro episódio agora tem uma filhinha, que vê o fantasma da falecida primeira esposa do pai. "I see dead people..." Comparado com os filmes anteriores, perde muito ao tentar trocar tensão por poesia, quase caindo em outro gênero e não fazendo qualquer justiça ao título. Mais forte que o meu sono, a maratona Val Lewton continuou com mais duas fitas, que gravei para assistir depois. #

    [ 11:25 ]

    Na capa do Digestivo Cultural, meu texto Manuscritos Perdidos. #

    quinta-feira, 10 de outubro de 2002

    [ 14:07 ]

    Louvável o site Guia do Webjornalista, elaborado por Richelle Bezerra como trabalho de conclusão do curso de Comunicação Social da UFPB. E como na seção Texto na Web aparecem várias regrinhas freqüentemente repetidas pela web, vou aproveitar a oportunidade para alguns questionamentos.

  • "o texto na web deve ser mais curto que o impresso" - Sempre digo que um texto deve ter a extensão necessária para o autor dizer o que pretende. Se o assunto é extenso, um texto curto não será eficiente. Se o assunto é pequeno, escrever largamente sobre ele só vai aborrecer o leitor.
  • O argumento que "a leitura via internet é 25% mais lenta que a leitura de um jornal ou revista impressa" vem sendo repetido desde que Jakob Nielsen falou nisso no texto Be Succinct!, de 1997. De lá para cá, a qualidade dos monitores melhorou muito, o que pouca gente leva em consideração. Além disso, nunca vi como essa pesquisa foi feita. A legibilidade de letras pretas sobre fundo branco é muito diferente de, por exemplo, letras brancas sobre fundo negro. E se as combinações encontradas pela web são inúmeras, como saber qual a facilidade de leitura de um texto azul escuro numa página cor de abóbora em relação ao velho preto e branco de um jornal impresso?
  • Outro número muito citado, "o texto na web deve ser 50% mais curto", vem do mesmo artigo do Jakob Nielsen, acompanhado de mais um dogma: "We also know that users don't like to scroll: one more reason to keep pages short." O que é pior, ter que rolar a página para continuar a leitura (o que pode ser feito de diversas formas: barra de rolagem, setas de direção, tecla Page Down, barra de espaço, mouse wheel, etc) ou ter que clicar em links de "continua"? Conheço gente que prefere um método e gente que prefere outro. E os marketeiros sempre apoiam a idéia do texto espalhado por várias páginas, já que isso gera mais page views e mais espaço para banners.
  • "escreva frases e parágrafos curtos" - A diminuição do tamanho das frases não é um fenômeno surgido com a internet. Basta pegar um livro de ficção do final do século XIX e comparar com um do final do século XX para ver como o discurso mudou, tornando-se mais ágil e mais direto. Evolução natural da linguagem, aliada à necessidade de velocidade cada vez mais associada ao cotidiano. E não se trata de um fenômeno exclusivamente literário. A aceleração pode ser constatada da batida na música pop ao ritmo da montagem cinematográfica. O que não significa que tenhamos sempre que escrever curto, compôr freneticamente ou editar em frenesi de videoclip. Obter uma boa cadência requer variação e adequação.
  • "escreva em pirâmide invertida" - Ou não. Depende do assunto. Uma notícia sobre um atentado terrorista beneficia-se do lead rápido e da pirâmide invertida. Uma análise sobre o fenômeno do terrorismo pode em vez disso usar muito bem outra técnica jornalística tradicional, o nariz de cera.
  • Alguns conselhos repetidamente dados a quem escreve para a web são, obviamente, aplicáveis a qualquer tipo de texto ("planeje, pesquise, organize, escreva e edite o seu texto" ou "é importante saber como e quando usar adjetivos, anos, aspas, endereços, horários, números, leads, parágrafos, verbos, entre outros"). É fundamental perceber que webwriting não é um fenômeno independente de outras formas de escrita, e que não é possível ser um bom webwriter sem ser essencialmente um bom escritor. #

    [ 12:07 ]

    Mais uma vez o prêmio Nobel de literatura vai para um autor do qual eu nunca tinha ouvido falar, Imre Kertész. Também me surpreendi com nomes como Gao Xingjian (2000), Wislawa Szymborska (1996), Wole Soyinka (1986) e Jaroslav Seifert (1984). E não me parece que esses autores tenham se tornado mais populares com a premiação, já que não me lembro de alguma vez ter visto um livro deles numa livraria. #

    [ 11:37 ]

    Ontem assisti a estréia da série Birds of Prey, no canal The WB, uma versão decepcionante dos quadrinhos homônimos. Neste próximo weekend o Burburinho vai publicar a minha análise da adaptação. #

    [ 11:15 ]

    Você se acha capaz de escrever um livro em um mês? Trinta dias para criar uma história com pelo menos 175 páginas ou 50.000 palavras? Parece divertido? Então inscreva-se no NaNoWriMo (National Novel Writing Month), que começa em novembro. #

    quarta-feira, 09 de outubro de 2002

    [ 19:47 ]

    Ainda estamos no começo do outono e já faz mais frio aqui que no inverno passado em Miami Beach. Hoje no fim da tarde a temperatura era de 55°F (12°C). Brrr... #

    [ 19:34 ]

    Serial killer à solta aqui na região. Em poucos dias, ele já matou seis com um rifle de longa distância. Aparentemente as vítimas foram escolhidas ao acaso, de um sujeito de 72 anos andando na rua a um garoto de 13 anos indo para a escola (o menino não morreu mas está internado no hospital, sendo a segunda vítima a sobreviver). As investigações são intensivas, envolvendo a polícia local, o FBI e até o exército. O assassino, em estilo cinematográfico, deixou um recado macabro num dos locais onde atacou: uma carta de tarô com a figura da morte e o texto "dear policeman, I am God" ("caro policial, eu sou deus"). A cobertura jornalística também tem sido intensiva, mas com um grande diferencial em relação à mídia brasileira. Em vez de entrevistas inúteis com familiares das vítimas e pseudo-especialistas de plantão, os noticiários concentram-se na investigação e em como o público pode ajudar a polícia e possivelmente se prevenir de um ataque. #

    [ 10:02 ]

    Between Home and Heaven: contemporary american landscape photography. #

    [ 09:14 ]

    Som do dia: Wilco. Estou ouvindo o cd Yankee Hotel Foxtrot, o tal que foi recusado pela Reprise e publicado pela Nonesuch (ambas propriedade da AOL Time Warner, que acabou pagando duas vezes pelo mesmo produto). Mistura de pop "estou entediado, logo existo" com baladas "sou estranho, logo existo". "I am an American aquarium drinker / I assassin down the avenue / I'm hiding out in the big city blinking / What was I thinking when I let go of you?" (de I Am Trying To Break Your Heart) #

    [ 08:48 ]

    Mecanismo de busca especializado em arte: Artcyclopedia. #

    terça-feira, 08 de outubro de 2002

    [ 16:52 ]

    Espetacular: esculturas inspiradas nas gravuras de Escher e feitas com Lego. Tem o Belvedere e o Balcony, mas meu preferido é o Ascending and Descending. O autor, Andrew Lipson, também construiu com Lego o pensador de Rodin e os personagens da série Dilbert, entre outras brincadeiras. #

    [ 16:28 ]

    Jogo da vez: People's General, da falecida Strategic Simulations Inc (SSI). Eu já tinha gostado de Panzer General (que se passa na segunda grande guerra) mas nunca tinha jogado esta nova versão (que se passa num cenário contemporâneo hipotético onde a China entra em guerra contra o resto do mundo, principalmente EUA e URSS). Bem difícil e bem divertido. #

    [ 08:55 ]

    Balance of Terror foi dos melhores episódios de Star Trek até agora. Entram em cena os romulanos, que já lutaram contra a Federação até chegarem à situação atual de guerra fria. Pela primeira vez os humanos vão ver a imagem de um romulano (no tempo da guerra ainda não havia tecnologia visual e todos os contatos foram feitos por rádio) e, surpresa, eles têm a mesma cara dos vulcanos. O que não fica explicado é como um povo alienígena tem tantas referências ao império romano, dos planetas chamados Romulus e Romii à hierarquia com pretores e centuriões. Kirk e o capitão da nave romulana entram num jogo de gato e rato, um tentando prever o próximo passo do outro numa escaramuça que pode levar ao início de uma nova guerra. Quem interpreta o romulano é o Mark Lenard, que mais tarde voltaria à série como o vulcano Sarek, pai do Spock. Não satisfeito, ele ainda seria um capitão klingon em Star Trek: The Motion Picture e o general Urko na série Planet of the Apes. #

    [ 08:40 ]

    Como se não bastasse transformarem um neofascista furibundo como Enéas Carneiro no deputado mais votado da história, ainda reelegeram ACM, Arruda e Jader (os dois primeiros renunciaram por causa do escândalo da violação do painel eletrônico do senado, o outro renunciou por causa do escândalo do desvio de recursos públicos da Sudan). E tem gente achando que eleição é coisa séria. #

    segunda-feira, 07 de outubro de 2002

    [ 22:41 ]

    Paisagens na neve, panorâmicas de montanhas e as clássicas areias de Monument Valley. O site é fraco mas as fotos são muito boas: Norman Koren. #

    [ 16:01 ]

    Boa notícia para os fãs de Alan Moore: ele anunciou três novos projetos para o próximo ano, todos na Top Shelf. Além de The Mirror of Love (poema que escreveu há quatorze anos em reação a uma lei anti-gay inglesa) e de Voice of the Fire (coleção de treze contos sobre a região de Northampton, com guerreiros, bruxas e poetas loucos), há também uma novela gráfica, Lost Girls, com arte de Melinda Gebbie. Usando a mesma idéia de The League of Extraordinary Gentlemen, Moore vai pegar personagens conhecidos da literatura para contar a sua história, desta vez juntando as meninas de Alice in Wonderland, The Wizard of Oz e Peter Pan numa aventura erótica que, segundo a editora, vai redefinir o gênero. #

    [ 14:28 ]

    Chegou mais um dvd com dois episódios de Star Trek. O que assisti hoje foi Charlie X, com o adolescente resgatado do planeta Thasus, onde sua nave caiu há anos, revelando-se capaz de fazer pessoas desaparecerem com um simples desejo e de controlar a Enterprise mentalmente. Apesar da história ser interessante (lembrando muito It's a Good Life, episódio clássico de Twilight Zone), tem dois dos momentos mais ridículos de toda a série: Uhura cantando acompanhada pela harpa elétrica de Spock e Kirk demonstrando artes marciais sem camisa e com uma calça de lycra vermelha. #

    domingo, 06 de outubro de 2002

    [ 23:06 ]

    Esta semana no Burburinho: um texto do Gian Danton sobre Perry Rhodan, um texto meu sobre Estranhos Vizinhos, e uma enquete com três campeões. Burburinhe-se! #

    [ 12:36 ]

    Engraçado e ao mesmo tempo assustadoramente perto da realidade: Bush Seeks U.N. Support For 'U.S. Does Whatever It Wants' Plan. #

    [ 12:25 ]

    Ontem assisti na televisão a mini-série Sole Survivor (EUA, 2000), dirigida por Mikael Salomon e baseada no livro homônimo do Dean Koontz. Começa como thriller conspiratório (agentes do governo querendo encobrir algo que não sabemos o que é, em estilo The X-Files) e termina como fantasia paranormal (um orfanato militarizado para crianças com poderes sobrenaturais, em estilo Akira). A história é bem contada e segura o interesse durante quatro horas. O epílogo resvala para a pieguice religiosa, mas não chega a comprometer o resto do enredo. #

    sábado, 05 de outubro de 2002

    [ 16:21 ]

    O funcionamento pode não ser muito bom, mas a idéia é interessante: Google Poetry. #

    [ 15:07 ]

    O pessoal aqui em casa adora comida italiana, mas nunca temos certeza se o que estamos comendo é spaghetti ou vermicelli, fusilli ou rotini, ziti ou rigatoni, são tantos nomes e formatos que acabamos nos confundindo. Mas agora encontrei boas referência para tirar as dúvidas:

  • Pasta Shapes (da National Pasta Association)
  • Pasta Shapes (do Cook's Thesaurus)
  • Le Forme della Pasta (do Pasta It)
    Se isso não for suficiente, existe ainda o World Directory of Pasta Shapes, que lista nada menos que 838 tipos de massa, de abissini a zuarini. #

    [ 12:26 ]

    Ontem assisti na televisão o clássico filme B Creature from the Black Lagoon (EUA, 1954), do Jack Arnold (diretor também de outros sucessos do gênero, como It Came from Outer Space, Tarantula e The Incredible Shrinking Man). Num canto obscuro da Amazônia, um grupo de cientistas encontra uma espécie anfíbia que teria sobrevivido desde a pré-história, mistura de homem com peixe, a terrível criatura do título. Claro que o monstro vai matar uma série de personagens coadjuvantes e raptar a mocinha (a lindinha Julie Adams). Os efeitos especiais são bem toscos, somente um sujeito vestindo uma roupa de borracha e uma máscara, sem qualquer preocupação em criar uma coreografia verossímil para o animal (que nada com a mesma falta de jeito de qualquer humano). Por que não refilmar a história com tecnologia digital e fazer uma criatura que se mova dentro d'água com a desenvoltura dos monstrinhos de Alien Resurection? #

    [ 11:45 ]

    A empresa Michelangelo apresenta o artista Michelangelo. #

    sexta-feira, 04 de outubro de 2002

    [ 15:35 ]

    Neil Gaiman contra Todd McFarlane. História em quadrinhos? Não, batalha judicial mesmo. Gaiman, o homem por trás de The Sandman está processando McFarlane, o homem por trás de Spawn, por causa de direitos de autor sobre os personagens Cogliostro, Angela e Medieval Spawn, criados por um para a série do outro. E o Gaiman venceu o primeiro round. #

    [ 12:42 ]

    A noitada televisiva de ontem foi divertida. Primeiro, uma dobradinha de sitcoms com Friends (ao contrário do episódio anterior, este me fez rir várias vezes) e Will & Grace (com o convidado Kevin Bacon em autoparódia, incluindo dancinha Footloose e piadinha com o The Oracle of Bacon). Depois, dois filmes antigos e muito interessantes. The Hound of the Baskervilles (Inglaterra, 1959) foi a primeira vez que Sherlock Holmes apareceu em cores nas telas, com um trio de peso: Terence Fisher, Peter Cushing e Christopher Lee, diretor e atores das séries Frankenstein e Dracula da Hammer Films. The Woman in White (EUA, 1948) é um mistério em estilo folhetinesco, com heranças milionárias, hospícios, triângulos amorosos, hipnotizadores e identidades secretas. No elenco, dois coadjuvantes inesquecíveis: Sydney Greenstreet (de The Maltese Falcon e Casablanca) e Agnes Moorehead (de Citizen Kane e The Magnificent Ambersons, e que depois seria a inesquecível Endora, mãe da feiticeira de Bewitched). #

    [ 11:45 ]

    Li na revista Época que estréia hoje no Brasil o filme A Última Profecia, com o Richard Gere. Cuidado, é uma bobagem gigantesca. O Burburinho dá mais detalhes: The Mothman Prophecies. #

    quinta-feira, 03 de outubro de 2002

    [ 22:30 ]

    Com a proximidade das eleições presidenciais no Brasil, recebi alguns emails perguntando se vou votar e em quem vou votar. A resposta é simples: não vou votar. Na verdade, nunca votei. Sou daqueles com a polêmica opinião que o voto faz parte do problema e não da solução. Num sistema representativo, deve haver uma linha de comunicação constante entre o eleito e o eleitor, para que o político possa efetivamente representar o cidadão e seus desejos e aspirações. No Brasil, porém, o eleitor só existe na hora da eleição, para dar carta branca a um eleito que depois o esquece e segue seu próprio rumo sem qualquer vínculo com quem o colocou no cargo ou mesmo com a plataforma política com que se elegeu. Se o voto fosse voluntário, eu votaria nulo. Como é obrigatório, me recuso a votar. Pago a multa mas não voto. Pode ser uma atitude improfícua mas eu me sinto bem com ela. E para os ingênuos que acreditam que quem não vota não tem direito de reclamar, aviso desde já que me abstenho do voto mas não me abstenho da reclamação. Afinal, reclamar é um dos meus hobbies. #

    [ 16:22 ]

    O exército dos EUA tem uns comerciais muito bons na televisão. Mostram um jovem numa atividade de lazer (campismo, internet, mergulho, etc) e em seguida o mesmo sujeito fazendo algo muito parecido como militar, dando a entender que o que ele faz como diversão também pode fazer como profissão. Tudo bem produzido, com direção impecável. Aí fico lembrando daqueles comerciais brasileiros com milicos marchando e uma voz tenebrosa dizendo "jovem, ao completar dezoito anos, aliste-se". #

    [ 12:54 ]

    Usando raio-x, infravermelho e ultravioleta para estudar quadros antigos: Investigating the Renaissance. #

    [ 11:32 ]

    O Alexandre Inagaki aponta mais duplas de irmãos cineastas, Jean-Pierre e Luc Dardenne (La Promesse, Rosetta) e Walter e João Moreira Salles (que, segundo ele, trabalharam muito juntos na época em que dirigiam e produziam documentários para a finada Rede Manchete, como o excelente América). E eu me lembrei de mais uma dupla, a mais óbvia e a mais pioneira, os irmãos Auguste e Louis Lumière, inventores do cinematógrafo. #

    quarta-feira, 02 de outubro de 2002

    [ 19:58 ]

    Recicle um Político: transformando poluição eleitoral em matéria prima e suporte para instalações de arquitetura nômade, arte urbana e land art. #

    [ 17:18 ]

    Tenho conversado com alguns estadunidenses sobre os rumos da política internacional do país e os inúmeros indícios de um comportamento imperial de "USA über alles". O Jay Bookman explora muito bem o tema no texto The president's real goal in Iraq. "This war, should it come, is intended to mark the official emergence of the United States as a full-fledged global empire, seizing sole responsibility and authority as planetary policeman." Entre outros argumentos interessantes, ele apresenta a idéia de que uma invasão do Iraque serviria para criar uma base definitiva no oriente médio. "Having conquered Iraq, the United States will create permanent military bases in that country from which to dominate the Middle East, including neighboring Iran." #

    [ 13:15 ]

    Mais Star Trek em dvd: The Naked Time. Uma droga transmissível através do suor embriaga e traz à superfície sentimentos escondidos. Bem divertido ver Sulu brincando de espadachim, Spock chorando perdidamente e Kirk declarando seu amor pela Enterprise. No final, depois de encontrado um antídoto, para evitar a queda num planeta à beira da destruição é executada uma manobra de emergência que faz a nave recuar no tempo. Curiosamente, a forma encontrada para mostrar isso foi um cronômetro funcionando ao contrário, uma impossibilidade lógica (como o reloginho sabe que houve um recuo no tempo? por que somente o aparelho anda para trás quando todo o resto anda para frente?). E, como Spock anuncia, fica aberta a possibilidade para que eles visitem o passado num próximo episódio. #

    [ 12:42 ]

    A Lu Terceiro e o Alexandre Carvalho mandam mais uma dupla para a lista de irmãos cineastas: Bobby Farrelly e Peter Farrelly (There's Something About Mary, Shallow Hal). #

    [ 12:33 ]

    Mais um artigo sobre weblogs, Meu querido diário (on-line), no jornal O Popular. Este modesto Por um Punhado de Pixels é citado en passant, com uma escorregadela ao escrever meu nome: "Nem só de confissões pessoais vivem os blogs. Há na rede muitas pessoas preocupadas com informação e assuntos segmentados. Neno Nox [sic] fala sobre cinema e vídeo no seu blog, locado em (www.nemonox.com/ppp)." #

    [ 11:29 ]

    Para quem tem problemas ao escolher cores para o seu website, ColorMatch 5K é o brinquedinho ideal. #

    terça-feira, 01 de outubro de 2002

    [ 15:16 ]

    Chegou mais um dvd de Star Trek. O episódio de hoje foi The Man Trap, com uma criatura capaz de fazer com que cada pessoa a veja de forma diferente e também de extrair sal do corpo humano até levá-lo à morte. A camisa vermelha ainda não era o uniforme preferido das vítimas, e temos dois mortos de camisa azul e um de camisa amarela. #

    [ 12:28 ]

    Interessante a quantidade de irmãos cineastas trabalhando juntos. Assim rapidamente consigo lembrar de Paolo e Vittorio Taviani (Padre Padrone, Good Morning Babilonia), Andy e Larry Wachowski (Bound, The Matrix), Agustín e Pedro Almodóvar (Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios, Todo Sobre Mi Madre), Albert e Allen Hughes (Dead Presidents, From Hell), Ethan e Joel Coen (Miller's Crossing, Fargo). Quem mais? #

    [ 12:16 ]

    Ontem assisti na televisão a quebra de um recorde. Na partida contra os Denver Broncos, o Chris McAlister dos Baltimore Ravens fez a jogada mais longa da história, correndo 108 jardas para marcar um touchdown. O campo só tem 100 jardas, mas ele catou a bola bem atrás da linha de fundo, depois de um chute mal dado pelo adversário, e aproveitou a surpresa de todos para sair em disparada. Os Ravens, que têm o nome inspirado pelo poema do Edgar Allan Poe (ele nasceu em Boston mas morreu e foi enterrado em Baltimore), venceram com um placar de 34 a 23. #

    [ 11:15 ]

    A Rolling Stone desta semana traz, além de uma foto semi-assustadora do Keith Richards na capa, a lista dos cem melhores álbuns de todos os tempos escolhidos pelos leitores. Os Beatles emplacaram três títulos entre os top five (Revolver em 1°, Sgt. Pepper's em 3°, The White Album em 5°) mais dois em posições de respeito (Abbey Road em 6°, Rubber Soul em 23°). Também aparecem com destaque Nirvana (Nevermind em 2°, In Utero em 22°) e U2 (The Joshua Tree em 4°, All That You Can't Leave Behind em 15°, War em 49°, The Unforgettable Fire em 53°, Zooropa em 70°). #

    [ 10:56 ]

    Narrativa hipertextual: On the Night of Mr. Melvyn's Murder. #