sábado, 30 de novembro de 2002

[ 16:33 ]

Nunca achei que comédia e western combinassem muito. Entre ontem e hoje assisti três exemplos que não me fizeram mudar de idéia. Support Your Local Sheriff! (EUA, 1969), dirigido por Burt Kennedy, conta a velha história do estranho que vem resolver todos os problemas de uma cidadezinha do oeste. Dois nomes famosos do western nos papéis principais: o xerife é interpretado pelo James Garner, da série Maverick, e o chefe do clã de bandidos é o velho Walter Brennan, com nada menos que três Oscars como coadjuvante em filmes de William Wyler, David Butler e Howard Hawks. Muitas outras caras conhecidas aparecem, de Jack Elam a Bruce Dern. Bem fraquinho, vale somente como curiosidade. Cat Ballou (EUA, 1965), dirigido por Elliot Silverstein, é também uma comédia bem bobinha. Jane Fonda interpreta a professorinha que se transforma em pistoleira para vingar a morte do pai, Lee Marvin faz os dois papéis que lhe valeram um Oscar, o bandido sem nariz Strawn e o mocinho bebum Shelleen. É quase um insulto premiar um ator tão bom, de interpretações memoráveis como as de The Man Who Shot Liberty Valance, The Professionals ou The Dirty Dozen, por uma atuação caricata como a de Cat Ballou. Blazing Saddles (EUA, 1974), do Mel Brooks, tem alguns momentos realmente engraçados mas no geral é um filme inconsistente. Usando e abusando de nonsense (índios falando yiddish, Count Basie e sua orquestra tocando jazz no meio do deserto, soldados nazistas), citações a outros filmes (por exemplo, o mexicano que diz "Badges? We don't need no stinking badges!" como em The Treasure of the Sierra Madre) e piadas metalingüísticas (chegando ao extremo de sair do filme no final), fica bem longe de suas óbvias fontes de inspiração, os irmãos Marx e o grupo Monty Python. #

[ 13:46 ]

Todos os patos fazem qua qua? Depende da língua usada. Em catalão eles fazem cuac cuac, em holandês kwak kwak, em inglês quack quack, em francês coin coin, em coreano kkoyk kkoyk, em russo krya krya. Da mesma forma, cães fazem au au em português, bup bup em catalão, bow wow em inglês, hoang hoang em tailandês, haf haf em ucrâniano. Tudo isso eu descobriu no site Sounds of the World's Animals. #

sexta-feira, 29 de novembro de 2002

[ 14:11 ]

Mais gente linkando o Pictoblog e colocando-o em primeiro lugar no TopLinks pelo segundo dia consecutivo: o Concatenum, o Dysvagando, o Magiozal, o Nem Sempre Politicamente Correto, o Neurastenia. Thanks! #

[ 13:58 ]

Hoje é o dia conhecido por aqui como black friday, a sexta-feira seguinte ao thanksgiving, na qual todas as lojas oferecem descontos enormes e outros bons negócios. Acordei cedo para uma reunião que acabou sendo cancelada, então fui passear com a Jade no Pentagon City Mall, um grande centro comercial em frente ao Pentágono. Na Macy’s estava tudo pela metade do preço, na Godiva davam uma caixa de chocolates em compras acima de cinqüenta dólares, na Suncoast Motion Picture Company o quarto dvd era gratuito. Com tantas ofertas, havia muita gente por todos os lados, num grande festival de consumo. Eu, muito controlado, não comprei coisa alguma. #

[ 08:02 ]

Assisti novamente a trilogia da cavalaria do John Ford, filmes que eu já tinha visto algumas vezes na televisão em sessões da tarde. Fort Apache (EUA, 1948) começa de forma amena, com cenas cômicas e até umas cantorias. O clima é tão leve que eu não estranharia se entrassem em cena Rusty e Rin Tin Tin. Só na segunda parte as coisas esquentam e os planos do coronelzão se revelam desastrosos no combate aos apaches. Henry Fonda está ótimo no papel de milico-mor autoritário, presunçoso, inescrupuloso e sedento de glória. Shirley Temple, na época com vinte anos de idade e dezesseis de experiência no cinema, é a filha mimada do coronel, de namorico com o tenente John Agar, que teve neste filme sua estréia promissora mas acabou fazendo filmes B como Revenge of the Creature e Tarantula. John Wayne, claro, é o herói durão, acompanhado pelo sargento beberrão Dick Foran. Os dois repetem os mesmos personagens, capitão Kirby York e sargento Quincannon, em Rio Grande (EUA, 1950). Wayne agora é o comandante da cavalaria e tem que lidar com o filho que se alistou (Claude Jarman Jr., o rapazinho de The Outriders), a esposa que resolveu fazer uma visita (Maureen O'Hara, lindíssima), e evidentemente os apaches, que desta vez raptam uma carroça cheia de crianças. Boa aventura, apesar dos números musicais encaixados com a sutileza de uma pedra no sapato. Em She Wore a Yellow Ribbon (EUA, 1949) John Wayne faz um personagem de nome diferente, o capitão Nathan Cutting Brittles, mas reaparecem personagens de Fort Apache (como o sargento Quincannon interpretado pelo mesmo Dick Foran) e de Rio Grande (como o soldado promovido a sargento Travis Tyree interpretado pelo mesmo Ben Johnson). Também volta John Agar com um personagem diferente, apaixonado pela bonitinha Joanne Dru (a mesma de de Red River). No meio dessa confusão de atores e personagens, o foco fica no grosseirão interpretado pelo John Wayne, capaz de frases espantosas como "never apologize, it's a sign of weakness". A solução final é simplista (espantar os cavalos dos índios para impedir que eles continuassem atacando a cavalaria) e o epílogo parece enxertado só para acrescentar um final feliz para o milico em fim de carreira, mas mesmo assim o filme é interessante. Se tivesse que escolher entre os três, ficaria com o primeiro, Fort Apache, tanto pelo elenco como pela história. #

quinta-feira, 28 de novembro de 2002

[ 21:35 ]

O almoço de thanksgiving foi generoso: aperitivo de camarão, peru assado, presunto assado, purê de batatas, gravy, cranberry sauce, pão caseiro, torta de noz-pecã, torta de limão com merengue, entre outras iguarias que não me arrisquei a provar por falta de espaço. Como se isso não bastasse, voltamos para casa e ainda fizemos bolinhos de canela. Yummy! #

[ 19:34 ]

Um mosaico de notícias: Newsaic. #

[ 18:44 ]

O Pictoblog foi lançado ontem e hoje já apareceu linkado no Circulando, no Livre Expressão, no Mercado Hype, no Na Cara do Gol, no Repórter Mosca, no Vita Brevis, no Wumanity, e em primeiro lugar no TopLinks. Thanks! #

[ 09:22 ]

Apesar do frio (26°F = -3°C), hoje vou até Alexandria aproveitar as comilanças de thanksgiving. Dia bom para ficar perto de uma lareira bebendo vinho e mordiscando guloseimas. #

[ 09:06 ]

My Darling Clementine (EUA, 1946) é um dos piores filmes do John Ford que já vi. Muito lento e claudicante, conta a história do famoso tiroteio do OK Corral. Henry Fonda vai muito bem como Wyatt Earp, Victor Mature não convence muito como Doc Holliday, Walter Brennan desta vez é um dos bandidos, Linda Darnell preenche o clássico papel da beldade mestiça. A dupla Earp-Holliday deve ser das mais filmadas nos westerns: Kevin Costner e Dennis Quaid, James Garner e Jason Robards, Burt Lancaster e Kirk Douglas, Kurt Russell e Val Kilmer, Henry Fonda e Victor Mature, e certamente mais alguns que não me lembro. #

quarta-feira, 27 de novembro de 2002

[ 16:32 ]

Sempre fez parte do conceito deste Por um Punhado de Pixels ser um weblog essencialmente de textos. Agora comecei uma nova experiência com o conceito oposto, um weblog essencialmente de imagens: Pictoblog. Divulgação, sugestões e comentários serão muito bem-vindos. #

[ 11:21 ]

Não é difícil beber guaraná aqui nas redondezas. O curioso é que as duas marcas disponíveis não são brasileiras. O guaraná Brazilia, encontrado em supermercados, vem de New Jersey, aqui mesmo nos EUA. E o tradicional guaraná Antártica, encontrado em alguns restaurantes, vem de Carnaxide, em Portugal. #

[ 10:48 ]

Assisti The Ox-Bow Incident (EUA, 1943), do William A. Wellman, um western atípico que deixa de lado a faceta aventuresca do velho oeste e se posiciona como drama social. Numa cidadezinha nos confins de lugar nenhum, chega a notícia que um dos rancheiros locais foi assassinado. Como o xerife está viajando, os habitantes resolvem caçar os assassinos eles mesmos. Os primeiros infelizes encontrados pelo caminho se transformam em suspeitos e são enforcados sem qualquer direito a julgamento. Os carrascos só percebem a asneira que fizeram quando o xerife aparece e informa que o agredido afinal não tinha morrido e que o agressor já tinha sido preso. Como documento da matança irresponsável fica a carta deixada por uma das vítimas: "A man just naturally can't take the law into his own hands and hang people without hurtin' everybody in the world, 'cause then he's just not breaking one law but all laws. Law is a lot more than words you put in a book, or judges or lawyers or sheriffs you hire to carry it out. It's everything people ever have found out about justice and what's right and wrong. It's the very conscience of humanity." #

terça-feira, 26 de novembro de 2002

[ 14:18 ]

O Pepe Escobar resolveu escrever sobre a entrevista falsa que divulgou, mais tentando justificar o deslize que fazendo um mea culpa: The Mystery Behind the Hoax. "So this means this writer and Asia Times Online were in fact victims of a hoax on November 14. (...) Either the hoax was manufactured as a justification for more intensive American policing of the strategically crucial tri-border area; or the hoax was manufactured in the name of al-Qaeda to reinforce its strategy of instilling fear." A nota do editor no final do texto aponta para uma hipótese inverossímil ("There is of course another possibility: that the entire affair of the hoax interview was aimed at discrediting Asia Times Online and/or its writer, Pepe Escobar.") mas também menciona um detalhe muito importante do episódio, a ineficácia de tentar despublicar um artigo na internet ("Many blogs and websites posted the entire text of Escobar's original article, in blatant violation of our copyright - and thus our timely retraction of the article, and explanation on our website, had limited effect in reducing the damage."). #

[ 13:47 ]

O episódio Dagger of the Mind foi um dos mais fraquinhos que vi até agora na série Star Trek. A trama envolvendo um psiquiatra que faz lavagem cerebral nos seus pacientes (e não só neles) é um bocado previsível, e os melhores momentos acabam sendo o dr. MacCoy dizendo a célebre frase "he's dead, Jim" e a mini-saia da Marianna Hill, que mais tarde seria parte da família Corleone em The Godfather. #

[ 13:38 ]

Quem gosta de teorias conspiratórias pode se deliciar com o Information Awareness Office. A sigla IAO é a mesma usada por Aleister Crowley para representar a fórmula de Osiris. O logotipo é o famoso olho que tudo vê, associado com a maçonaria e o rosacrucianismo. Liderando esse bastião de illuminati está John Poindexter, um dos sujeitos envolvido no escândalo Irã-Contras (nada menos que vender mísseis ao Irã e usar o dinheiro para patrocinar a guerrilha direitista na Nicarágua). A Newsweek traz esta semana mais um artigo sobre a controvérsia em torno do Information Awareness Office: Big Brother Is Back. "Potentially, the government could keep track of what you buy, whom you call, where you travel - just by tapping into the files that various businesses already keep on you. Advocates insist safeguards will be built into any search system, but critics are not reassured." #

[ 11:10 ]

Nevada Smith (EUA, 1966), do Henry Hathaway, poderia ser um bom western sobre vingança, não fossem alguns pormenores muito incômodos. O Steve McQueen, na época a caminho dos quarenta anos, interpreta um personagem supostamente adolescente no início do filme, e todos o chamam de boy e o tratam como criança, apesar de vermos que se trata de um marmanjão. Além disso, ele é um mestiço, de pai branco e mãe índia, e por todo o lado o tratam como tal, apesar daquela cara de imigrante irlandês que ele tinha. Já perto do final, porém, ele encontra um dos assassinos que procurava, que não só não o reconhece como tampouco percebe que ele é mestiço. Uma pena essa coleção de deslizes num filme interessante e com nomes famosos no elenco, como Karl Malden e Martin Landau. Eu nem sabia que ele tinha escrito westerns, mas a história original é do Harold Robbins. #

[ 10:37 ]

Quadrinhos online: Rudy Park, de Darrin Bell e Theron Heir. Os arquivos têm uma balaiada de tirinhas, desde a primeira de todas, publicada em setembro de 2001. #

segunda-feira, 25 de novembro de 2002

[ 15:21 ]

Chegou mais um dvd de Star Trek. Em What Are Little Girls Made Of?, escrito pelo Robert Bloch (autor de Psycho), temos novamente o capitão Kirk em dose dupla, agora com um andróide feito à sua imagem e semelhança. O tema é interessante: continuaríamos sendo humanos se nossas consciências fossem transportadas para corpos mecânicos? A conclusão do episódio é negativa, mostrando os seres híbridos mais próximos das máquinas que dos humanos. Eu não teria tanta certeza quanto a isso. O andróide grandalhão é interpretado pelo Ted Cassidy, o mordomo da série The Addams Family, que também dublou vários desenhos animados famosos como Frankenstein Jr. e The Herculoids. Mas a grande atração no elenco foi mesmo o decote da Sherry Jackson, a andróide beijoqueira. #

[ 10:48 ]

Continuo lendo The Weblog Handbook: "Weblogs are not, as some people say, a new kind of journalism. Rather, they supplement traditional journalism by evaluating, augmenting, and above all filtering the information churned out by journalists and the rest of the media machine every day." Interessante comparar com o que escrevi em Da Crônica ao Metajornalismo. #

[ 09:56 ]

Mais uma sessão dupla com Joel McCrea. The Outriders (EUA, 1950), do Roy Rowland, passa-se no final da guerra civil, quando alguns soldados confederados se transformaram em outlaws. O enredo é razoável mas a produção é fraca. Numa expedição por poeira, mato e lama, os protagonistas mantêm sempre as roupas limpinhas. E a mocinha Arlene Dahl, aquela do Viagem ao Centro da Terra que passava na sessão da tarde, é péssima atriz, confundindo caretas com interpretação. Também no elenco, o velho Ramon Novarro, astro da versão muda de Ben-Hur, considerado pelo meu avô o melhor filme de todos os tempos. Colorado Territory (EUA, 1949), do Raoul Walsh, coloca o Joel McCrea entre duas beldades da época, Virginia Mayo e Dorothy Malone, como um bandido que planeja se regenerar depois de um último assalto. A história é a mesma de High Sierra, que o próprio Walsh tinha dirigido quase dez anos antes, mas transplantada do ambiente dos gangsters para o velho oeste. O resultado é muito bom, talvez melhor que a primeira versão, e o final em estilo John Huston não é coincidência: foi ele que escreveu o roteiro de High Sierra. #

[ 09:23 ]

Reality Carnival: cool news from beyond the edge. #

[ 09:12 ]

Frase do dia: "Sacred cows make the best hamburger." (Mark Twain) #

domingo, 24 de novembro de 2002

[ 17:31 ]

Material novo no Burburinho: um texto sobre o livro Ishmael, que deu origem ao filme Instinct, e outro sobre o fotógrafo francês Eugène Atget, que só começou sua carreira depois dos quarenta anos de idade. Também uma enquete sobre gorilas. Burburinhe-se! #

[ 12:51 ]

Fui pesquisar um pouco sobre o Bartholomew William Barclay Masterson, mais conhecido como Bat, e descobri que The Gunfight at Dodge City segue razoavelmente alguns fatos da biografia real do famoso pistoleiro. Sua primeira profissão foi caçador de búfalos e mais tarde tornou-se sócio de um saloon. O que o filme não menciona é que antes de se eleger xerife Bat já tinha sido auxiliar de xerife em Dodge City, trabalhando para ninguém menos que Wyatt Earp. Mais tarde voltariam a trabalhar juntos em Tombstone, mas Bat deixou a cidade antes do famoso tiroteio do OK Corral. Depois disso foi xerife em Trinidad, promotor de boxe em Las Vegas, dono de teatro em Denver, colunista de jornal em New York, entre outras coisas. Curiosamente, este herói dos EUA nasceu no Canadá. #

[ 11:41 ]

Sessão dupla com Joel McCrea. Em Fort Massacre (EUA, 1958), do Joseph M. Newman, ele é um sargento da cavalaria empenhado em exterminar o maior número possível de índios, como vingança pela morte da sua família. O destaque do filme é um índio que trabalha para o exército e fica fazendo perguntas sarcásticas aos soldados: "se o paraíso é tão bom, por que ninguém quer morrer?" Em The Gunfight at Dodge City (EUA, 1959), também do Joseph M. Newman, McCrea é Bat Masterson, mas um Bat Masterson bem diferente do que habitualmente vemos no cinema. Sem roupinhas janotas, ele é caçador de búfalos e dono de cassino, até que se elege xerife para ocupar o lugar do irmão assassinado. A trama é convencional e tudo se resolve com tiros. O duelo final é interessante, usando como narração o mesmo texto do início do filme, onde Masterson explica como é a sensação de matar um homem. #

[ 11:16 ]

O mundo da publicidade, sem mentiras, num curta-metragem de Tim Hamilton: The Reel Truth. #

sábado, 23 de novembro de 2002

[ 14:34 ]

Quando penso em Humphrey Bogart e James Cagney juntos lembro logo de filmes de gangsters (The Roaring Twenties, Angels with Dirty Faces), mas ontem os vi num western: The Oklahoma Kid (EUA, 1939), do Lloyd Bacon. Bogart é o bandido mauzinho, sempre vestido de preto e cercado de capangas. Cagney é o bandido bonzinho, circunstancialmente do mesmo lado dos mocinhos. Mais uma vez temos a tradicional cavalgada para conseguir um pedaço de terra oferecida pelo governo, já vista em dezenas de filmes, de Cimarron a Far and Away, servindo como ponto de partida para estabelecer ideais diferentes de como deveria ser o império do oeste. E é muito engraçado ver o Cagney como cowboy nanico. Contam as lendas hollywoodianas que Bogart, ao vê-lo pela primeira vez com a indumentária do filme e aquele imenso chapéu, teria dito que ele parecia um cogumelo gigante. #

[ 12:18 ]

Hoje fomos ao Cracker Barrel para um breakfast tipicamente estadunidense: ovos fritos, bacon, presunto, salsicha defumada e umas batatas com queijo chamadas hashbrown casserole. Tudo muito bom, só não gostei dos tais grits, espécie de mingau feito de pedacinhos de milho. Tão sem graça como o porridge escocês, feito de aveia. #

sexta-feira, 22 de novembro de 2002

[ 15:14 ]

Brinquedo engraçadinho: CreateBands. #

[ 14:36 ]

Mosaicos de dominós: DominoArtwork. Fiquei imaginando o que Giuseppe Arcimboldo faria se tivesse acesso a computadores. #

[ 13:57 ]

Shaquille O'Neal pode voltar a jogar neste weekend, o que será um alívio para o Los Angeles Lakers. Apesar dos esforços do Kobe Bryant, que nesta temporada já teve três partidas acima dos quarenta pontos, os tricampeões até agora amargaram nove derrotas e somente três vitórias. Enquanto isso, o Dallas Mavericks, grande promessa do ano passado, continua invicto. Curiosamente, é o time mais internacional da liga, com o francês Tariq Abdul-Wahad, o mexicano Eduardo Najera, o alemão Dirk Nowitzki e o canadense Steve Nash. #

[ 11:44 ]

Voltei aos westerns. Rancho Notorious (EUA, 1952), dirigido pelo austríaco Fritz Lang e estrelado pela alemã Marlene Dietrich, mistura uma história de vingança e um triângulo amoroso com Arthur Kennedy e Mel Ferrer nos vértices masculinos. O enredo é interessante, mas fica prejudicado por uma estranha intersecção de gêneros, westerns e musicais. Além das cançonetas entoadas pela Dietrich, a história tem ainda um narrador-cantor dando explicações desnecessárias. Fraquinho. #

[ 11:14 ]

Retomei a leitura de The Weblog Handbook (Perseus Publishing, 2002), da Rebecca Blood. "The link is the fundamental attribute of the Web, and it is the single most important thing that distinguishes weblogging from traditional forms of publishing. (...) It is the link that gives weblogs their credibility by creating a transparency that is impossible in any other medium. It is the link that creates the community in which weblogs exist." É a linkania. #

quinta-feira, 21 de novembro de 2002

[ 12:06 ]

Filmes numéricos:

  • One from the Heart (Francis Coppola, 1982)
  • Two Days in the Valley (John Herzfeld, 1996)
  • Three Kings (David Russell, 1999)
  • Four Friends (Arthur Penn, 1981)
  • Five Corners (Tony Bill, 1987)
  • Six Degrees of Separation (Fred Schepisi, 1993)
  • Seven Faces of Dr. Lao (George Pal, 1964)
  • Eight Millimeter (Joel Schumacher, 1999)
  • Nine 1/2 Weeks (Adrian Lyne, 1986)
  • Ten Little Indians (Alan Birkinshaw, 1989) #

    [ 11:40 ]

    Terminei de ler ler Magician: Apprentice (Bantam Spectra, 1994), do Raymond E. Feist. Eu achava que cada volume da série seria uma aventura completa mas estava enganado: a história ficou pendurada no final do livro e para saber o que acontece com os personagens principais (um raptado pelo inimigo, outro no campo de batalha, outros refugiados num castelo) vou ter que ler Magician: Master e possivelmente também Silverthorn. Felizmente o enredo é interessante e a narrativa agradável, e é bem possível que eu complete a leitura da trilogia. #

    [ 11:15 ]

    Assisti em dvd Shadow of the Vampire (EUA-Inglaterra-Luxemburgo, 2000), do Elias Merhige. A idéia é interessante: e se o ator Max Schrek, o Conde Orlock em Nosferatu, fosse realmente um vampiro? O duelo de vontades entre um diretor manipulador ("If it's not in the frame, it doesn't exist.") e um vampiro faminto ("Oh, the script girl. I'll eat her later.") e espirituoso ("I feed like an old man pees: sometimes all at once, sometimes drop by drop.") é o suficiente para manter a atenção até o final, principalmente pela dupla central de atores. Willem Dafoe está espetacular reproduzindo a figura estranhíssima do vampiro, com cabeça calva, orelhas pontiagudas e unhas tão longas como os próprios dedos. Ele já tinha participado de outro filme de vampiros, The Hunger, num papel minúsculo. John Malkovich, como F.W. Murnau, interpreta um personagem bem ao seu estilo, obstinado e ligeiramente efeminado. Ele já tinha participado de outro filme de terror, Mary Reilly, como Jekyll e Hyde. Outros dois nomes do elenco também apareceram em filmes de vampiros, Udo Kier como o próprio conde em Blood for Dracula e Cary Elwes como Arthur Holmwood no Dracula do Coppola. Aumentando a teia de coincidências, o produtor Nicolas Cage já tinha feito par com Dafoe em Wild at Heart e com Malkovich em Con Air, além de também ter sido um vampiro em Vampire's Kiss. #

    quarta-feira, 20 de novembro de 2002

    [ 22:12 ]

    A ficção-científica também está presente no National Air and Space Museum. Gostei de ver o modelo da nave Enterprise usado nas filmagens da primeira série de Star Trek, as pistolas do Buck Rogers e a maquete baseada no foguete descrito pelo Jules Verne em Da Terra à Lua. Mas o objeto mais interessante foi sem dúvida o foguete proposto pelo Tsiolkovsky no início do século XX (infelizmente não consegui encontrar online uma ilustração da maquete), por ser muito parecido com (e obviamente a fonte de inspiração para) o foguete que o Hergé criou para a viagem de Tintin e seus amigos em Rumo à Lua e Explorando a Lua, não só no formato geral mas também na distribuição interna. #

    [ 21:37 ]

    Além de aviões de todos os tamanhos, o National Air and Space Museum tem também muitos objetos da corrida espacial, desde os trajes usados pelos astronautas até as próprias naves, incluindo curiosidades como uma colher usada na missão Apollo 11 ou o taco de golfe usado na lua na missão Apollo 14. O que mais me chamou a atenção nas naves espaciais foi a falta de espaço. Os astronautas que viajaram em cápsulas como a Gemini ou a Mercury certamente não sofriam de claustrofobia. Mesmo a estação espacial Skylab (foram contruídas duas, uma foi mandada para o espaço, a reserva ficou para o museu), projetada para ser habitada durante meses, é minúscula e com certeza extremamente desconfortável. Entre as atrações históricas vi também uma réplica do Sputnik (o primeiro satélite artificial), o módulo de comando Columbia da missão Apollo 11 (a primeira a pousar na lua), e o modelo de testes da Viking (a primeira nave a pousar em Marte). #

    [ 20:28 ]

    Hoje de manhã tive uma reunião em Alexandria, e aproveitei a tarde livre para ir até Washington e visitar o National Air and Space Museum. A primeira coisa que me impressionou foi a quantidade de aviões que estão lá, muitos deles pendurados no teto, coisas enormes como um Douglas DC-3 ou um Boeing 247. O acervo é riquíssimo, englobando desde os primeiros balões e aviões até as missões espaciais. Apesar de não me considerar um fã da aeronáutica, passei um bom par de horas entretido, principalmente porque vistas de perto as maquinetas são bem diferentes (em dimensões e em detalhes) do que aparece nos livros ou na televisão. Gostei de ver o Spirit of St. Louis, no qual o Lindbergh fez o primeiro vôo transatlântico desacompanhado em 1927, de New York a Paris. Sacadura Cabral e Gago Coutinho já tinham voado de Lisboa ao Rio de Janeiro em 1922, mas como fizeram escalas e se revezaram como pilotos o feito não parece ter recebido a mesma importância que a viagem do Lindbergh. Vi também muitos aviões da primeira grande guerra (como o Fokker alemão e o Voisin francês) e da segunda grande guerra (como o Spitfire inglês e o Zero japonês). Muito interessante também a réplica do interior de um porta-aviões, o fictício USS Smithsonian. #

    [ 08:13 ]

    Ontem assisti em dvd Donnie Darko (EUA, 2001), do Richard Kelly. Interessante e inesperado, como todos os filmes deveriam ser. Uma narrativa que faz sentido mas que nunca permite ao espectador prever exatamente o que vai acontecer em seguida, bem ao contrário da esmagadora maioria das produções hollywoodianas. Tudo isso filmado em menos de um mês com um orçamento abaixo dos cinco milhões de dólares. E, apesar do subtexto teísta, o tema é instigante e os diálogos são inteligentes. As referências à cultura pop estão por todos os lados, do cinema (um coelho gigante como amigo imaginário como em Harvey, bicicletas na noite de halloween saídas de ET, homenagem a An American Warewolf in London com um defunto aparecendo na sala de cinema) aos quadrinhos (uma divertida discussão entre amigos sobre a sexualidade dos Smurfs e da Smurfette), e, claro, à música dos anos oitenta (Echo & The Bunnymen, Joy Division, Tears For Fears, Duran Duran). Recomendo. #

    terça-feira, 19 de novembro de 2002

    [ 23:13 ]

    Diário do frio: hoje chegamos aos 38°F (3°C). #

    [ 14:22 ]

    Som do dia: Dana Glover. Muito bonita, muito charmosa, e até tem umas músicas bacaninhas. #

    [ 12:38 ]

    Jogo da vez: continuo com o velho Alpha Centauri. Geralmente jogo no papel dos pesquisadores (que originalmente se chamavam The University mas eu mudei para The Nemonoxian Empire), me alio com o capitalista Morgan e com o diplomata Lal para combater os fundamentalistas religiosos da Sister Miriam e os ecologistas fanáticos da Lady Deirdre. Horas e horas de diversão. #

    [ 11:42 ]

    Assisti mais dois westerns. Butch Cassidy and the Sundance Kid (EUA, 1969), do George Roy Hill, é um filme muito superestimado. Tem uma ou outra cena bacaninha (como os dois saltando do penhasco) mas em geral é bobinho. Sugere um triângulo amoroso e não deixa que se desenvolva, apresenta bandidos que roubam bancos e matam gente e tenta mostrá-los como figurinhas simpáticas, e ainda tem aquelas músicas chatinhas do Burt Bacharach. Paul Newman e Robert Redford fariam juntos um filme muito melhor, The Sting, com o mesmo diretor. The Outlaw Josey Wales (EUA, 1976), estrelado e dirigido pelo Clint Eastwood, é um pouco lento mas conta uma boa história, com várias cenas marcantes. A que eu mais gosto é a do pistoleiro indo até os índios e resolvendo tudo diplomaticamente. A resposta do chefe Ten Bears é histórica: "It's sad that governments are chiefed by the double tongues. There is iron in your words of death for all Comanche to see, and so there is iron in your words of life. No signed paper can hold the iron. It must come from men. The words of Ten Bears carries the same iron of life and death. It is good that warriors such as we meet in the struggle of life and death. It shall be life." Muito boa também é a batalha final entre os caçadores de recompensa e a turma de velhos e mulheres ("Get ready, little lady. Hell is coming to breakfast."). #

    segunda-feira, 18 de novembro de 2002

    [ 16:04 ]

    Weblogs para todos os gostos: "LiveJournal.com is a free service that allows you to create and customize your very own live journal: a journal that you keep online!" "DeadJournal.com is a journal site (much like LiveJournal), but as you will quickly see, not all journals are apple pie and fruitcakes. Here is where you find the journals that nobody else wants to see, or even host." #

    [ 15:30 ]

    Como escrevi aqui algumas vezes sobre o Pepe Escobar, começaram a aparecer leitores querendo saber mais sobre o recente caso do artigo que ele publicou no Asia Times e que depois foi despublicado (neologismo só possível na internet) por se basear num boato infundado. Parece que a velha raposa do jornalismo deixou-se convencer por um desses hoaxes que circulam por email e acabou passando adiante um texto alarmista, apesar de não ter podido confirmar sua veracidade. Ele ainda tentou se proteger com a frase "with the caveat that the identity of the man has not yet been confirmed, nor has his membership within al-Qaeda". Mas por que, então, publicar uma notícia que não pode ser confirmada? Boa pergunta, e a resposta mostra a diferença entre jornalismo e boataria. O Pepe poderia ao menos ter percebido que o nome do tal membro fictício da al-Qaeda, Mohammed Al-Asuquf, lido ao contrário resulta na curiosa expressão "fuq usa". #

    [ 12:30 ]

    Qual a melhor tradução para "search engine": "mecanismo de busca" ou "motor de pesquisa"? #

    [ 12:11 ]

    Marcelo Träsel manda bem ao martelar o Wu Ming: "Assim como a arte sem experimentalismo, dedicada a contar histórias, fazer mitopoiesis, resgatar acontecimentos obscuros proposta pelo coletivo Wu Ming deve ser chata enquanto arte, se se puder considerar como tal. Arte sem experimentação não é arte. Aliás, um pessoal que gostava muito de exilar experimentalistas era o politburo soviético. Diziam que arte complexa demais visava confundir o proletariado, afastá-lo do caminho para o paraíso comunista. Socializar arte, convenhamos, é ridículo. É um dos poucos territórios onde o que vale ainda é a individualidade. Quanto a achar que artistas não devem se expor à mídia, causa apreensão quanto ao futuro dos talk-shows, caso o Wu Ming triunfe. Artistas são das poucas pessoas que ainda tem o que dizer; e nem todos." E mais: "Os jovens europeus, entediados com o estado de bem-estar social em que vivem, se lançam em qualquer movimento que não radicalize. Deixam crescer dreadlocks, se mudam para uma república vegan onde ninguém usa tênis Nike e ficam lá criticando a mídia e o neoliberalismo e lutando pela legalização da maconha. No tempo livre, aprendem malabarismo e escutam música étnica de Burkina Fasso." #

    domingo, 17 de novembro de 2002

    [ 23:48 ]

    Esta semana no Burburinho: cinema de horror (The Ring) e música erudita (Händel), e uma enquete seiscentista. Burburinhe-se! #

    [ 18:30 ]

    Apesar da chuva e do frio, ontem à noite fomos ao cinema para uma sessão dupla. Harry Potter and the Chamber of Secrets (EUA, 2002), do Chris Columbus, foi quase um desastre. Muito longo, com seqüências desnecessárias (mais uma partida de Quidditch, por exemplo) e um herói cuja maior habilidade é estar no lugar errado na hora errada (truque usado e abusado no roteiro). Numa cena que bem exemplifica a falta de recursos do protagonista e a falta de vergonha do roteirista, vemos Harry e seu amigo Ron numa caverna escura cercados de aranhas gigantes e ameaçadoras. Hora para o herói demonstrar sua coragem enfrentando os monstros ou sua inteligência inventando um plano de fuga? Nada disso: numa clássica solução deus ex machina, o resgate surge do nada e sem explicações na figura de um automóvel mágico visto no início do filme. Para não dizer que é uma perda total de tempo, Kenneth Branagh está divertidíssimo no papel do mago falastrão Gilderoy Lockhart e a animação em 3d para o elfo Dobby é bem bacaninha. De resto, só mesmo para fãs ardorosos da série. Felizmente assistimos também o ótimo The Ring (EUA, 2002), do Gore Verbinski. Comentários mais tarde no Burburinho. #

    sábado, 16 de novembro de 2002

    [ 18:51 ]

    Weblog sobre complexidade computacional: My Computational Complexity Web Log. "Computational complexity and other fun stuff in math and computer science as viewed by Lance Fortnow." #

    [ 16:02 ]

    Ontem assisti dois westerns com bandidões. Billy the Kid (EUA, 1930), do King Vidor, é uma estranha versão da história do famoso pistoleiro. Eu sempre li que ele era canhoto (a versão com Paul Newman até se chama The Left Handed Gun), mas aqui, interpretado por Johnny Mack Brown, ele é destro. Longe do assassino frio que habitualmente vemos no cinema, este Billy the Kid é simpático e sorridente, matando somente por uma causa que ele considera justa. E, ao contrário do tradicional bandido de difícil captura, aqui ele é tão dócil que acaba se entregando às autoridades ao sentir o cheiro de bacon frito, depois de passar um par de dias sem comer. Pat Garrett, interpretado por Wallace Beery, também é um xerife amistoso, e em vez de matar o pistoleiro como em outros filmes, ajuda-o a escapar para o méxico com a mocinha. Final feliz e insólito. Best of the Badmen (EUA, 1951), do William D. Russell, traz não um mas vários bandidos famosos: os irmãos James (Jesse e Frank) e os irmãos Younger (Bob, Cole, Jim e John). Junta-se a eles Jeff Clanton (que eu suponho ser um personagem fictício), interpretado pelo Robert Ryan, ex-milico acusado injustamente de assassinato. O bando tem então um bandido bonzinho (Clanton), um bandido engraçado (Doc Butcher, interpretado pelo prolífico Walter Brennan), um bandido mais bandido que os outros bandidos (Curly Ringo, que acaba traindo o bando e aliando-se com o detetive que os persegue, ele também um bandido). O que mais me chamou a atenção foi uma caixa de dinamite que aparece no filme, da famosa marca Acme. Eu achava que essa brincadeira tivesse começado com o desenho animado Road Runner, mas Best of the Badmen foi feito uns quinze anos antes. Então fui pesquisar e descobri que a Sears já vendia vários produtos Acme na virada do século XIX para o século XX: fogões, bicicletas, gramofones, e até bigornas. #

    sexta-feira, 15 de novembro de 2002

    [ 15:32 ]

    Tem mais gente defendendo os direitos das galinhas e dos bichinhos peludos que de seres humanos. #

    [ 13:20 ]

    O primeiro western de ontem foi Rio Bravo (EUA, 1959), do Howard Hawks. John Wayne é o xerife prepotente que recusa toda e qualquer ajuda da sua cidadezinha (ao contrário de Gary Cooper em High Noon) para manter um prisioneiro na cadeia apesar dos esforços para uma fuga. Mal educado e presunçoso, é tão irritante que fico sempre torcendo para ele levar um tiro e deixar o bandido escapar. Claro que isso não acontece. Ao lado do xerife valentão aparecem Dean Martin e Ricky Nelson (com esses dois juntos, evidentemente o filme acaba tendo uma cena de cantoria), além de Angie Dickinson (ainda bonitona, bem antes da fase Police Woman) e Walter Brennan (o velhote manco e desdentado que ganhou três Oscars como ator coadjuvante). Depois assisti Red River (EUA, 1948), também do Howard Hawks e também com um John Wayne teimoso, mal educado, resmungão e autoritário. Por vezes é difícil entender como ele se transformou em ícone interpretando tantos sujeitos que não gostaríamos de ter por perto. Desta vez ele aparece acompanhado não só pelo indefectível Walter Brennan mas também pelo estreante Montgomery Clift (ele já tinha feito um filme, mas este foi o primeiro a ser exibido). A história é boa, com a clássica cavalgada através do oeste transportando gado. Pena que o final seja quase um balde de água fria depois da ameaça solene feita pelo Wayne: "You're soft, you should have let 'em kill me, 'cause I'm gonna kill you. I'll catch up with ya. I don't know when, but I'll catch up. Every time you turn around, expect to see me, 'cause one time you'll turn around and I'll be there. I'm gonna kill ya, Matt." Mas somente alguém como Clint Eastwood, anos mais tarde, seria capaz de cumprir uma promessa dessas. Em comparação com o cowboy desalmalado clinteastwoodiano, John Wayne era uma mocinha mimada. #

    [ 12:47 ]

    Cenas clássicas do cinema e da literatura recriadas com Lego: Moby Dick, Romeo and Juliet, The Adventures of Huckleberry Finn, The Lord of the Rings, The Lone Ranger. Tudo isso e muito mais em Brick Tales. #

    [ 11:46 ]

    The Big Cartoon Database: internet's largest searchable database of cartoons, episode guides and crew lists. #

    quinta-feira, 14 de novembro de 2002

    [ 17:06 ]

    Não é só no futebol brasileiro que os jogadores dizem frases históricas, no futebol americano também surgem preciosidades. Michael Vick, quarterback do Atlanta Falcons, revelou o segredo do seu sucesso: "I have two weapons - my legs, my arm and my brains." #

    [ 16:43 ]

    Microsoft Manual of Style for Technical Publications: "This guide is intended to give clear, up-to-date, and easy-to-use advice about usage and spelling of both general and computer-related terms, sentence style, technical writing issues, and design and interface elements." #

    [ 16:13 ]

    Arte urbana de fino humor: Plague of Plaques Bemuses Parisians. #

    [ 15:59 ]

    Difícil saber o que é mais preocupante, que George W. Bush esteja buscando aprovação para uma arapuca de dimensões orwellianas chamada Homeland Security Act ou que o homem forte por trás do projeto seja John Poindexter, o responsável pela idéia de vender mísseis ao Irã e usar o dinheiro para patrocinar a guerrilha direitista na Nicarágua. O famoso escândalo Irã-Contras rendeu-lhe várias condenações judiciais, que ficaram sem efeito graças à imunidade parlamentar que recebeu para testemunhar. O New York Times de hoje traz um bom texto do William Safire sobre o assunto, You Are a Suspect. #

    [ 13:13 ]

    Os westerns de ontem foram fraquinhos. A sessão começou com The Telegraph Trail (EUA, 1933), dirigido por Tenny Wright. Simples e direto, com John Wayne combatendo destemidamente índios sanguinários e bandidos traidores. Maniqueísta do início ao fim. Dizem que John Wayne (que na verdade se chamava Marion Michael Morrison) ganhou o apelido de Duke por causa de um cachorro (como o Indiana Jones) mas neste filme quem se chama Duke é o seu cavalo amestrado. Depois assisti o desastroso Cimarron (EUA, 1960), dirigido pelo Anthony Mann. O canastrão Glenn Ford interpreta um pseudo-herói que abandona a mulher e o filho para defender causas diversas pelo mundo (Alaska, Cuba, Europa). Solidário com bandidos coitadinhos e índios explorados, não hesita em publicar notícias falsas em seu jornal para incomodar os poderosos. Rasga dinheiro e recusa oportunidades políticas em nome de princípios obscuros que embalam sua teimosia. Sempre discursando sobre os oprimidos, ignora os sentimentos básicos da própria família. E no final ganha uma estátua e se transforma em símbolo do pioneirismo. Patético. #

    [ 12:51 ]

    The Little Ninja: ninjazinho animado em Flash. Destaque para a trilha sonora. #

    quarta-feira, 13 de novembro de 2002

    [ 21:22 ]

    A Comiclopedia é uma enciclopédia online de quadrinistas, incluindo uns poucos brasileiros, como Andre LeBlanc e Mauricio De Souza. #

    [ 15:57 ]

    Meu ciclo de westerns entrou no território do Randolph Scott. Em Trail Street (EUA, 1947), do Ray Enright, ele é o lendário xerife Bat Masterson (que eu acompanhava na minha infância nas reprises da série de televisão protagonizada pelo Gene Barry, de chapeuzinho e bengala). No filme, Randolph Scott mistura um pouco a janotice tradicional do personagem com toques de cowboy durão, montando um herói típico de westerns. Mas a história é fraca, com bandidos demasiadamente estúpidos para realmente ameaçarem o bom-mocismo da oposição e interrupções sem graça com números musicais anacrônicos. The Desperadoes (EUA, 1943), do Charles Vidor, é bem melhor, apesar da presença quase insuportável o canastrão Glenn Ford (que além de mau ator só escolhia papéis onde o herói podia resolver tudo com tiros ou socos). Scott é novamente o xerife, que tem que livrar a cara do amigo Ford, falsamente acusado de roubar um banco (que ele ia roubar mesmo, se não tivesse chegado atrasado). Quando um bando de cidadãos vem cavalgando em perseguição ao verdadeiro ladrão, o que faz o mocinho palerma? Foge junto com o bandido. E depois ainda reclama de ter sido falsamente acusado. Ride the High Country (EUA, 1962), do Sam Peckinpah, foi o último filme (e um dos melhores) do Randolph Scott, que participou de mais de cinqüenta westerns. Como já era sexagenário, em vez de ser um xerife ele agora é um xerife aposentado. Seu amigo Joel McCrea o chama para escoltar uma carga de ouro e ele aceita com segundas intenções, planejando escafeder-se com o tesouro. A história dá várias voltas, incluindo um casamento frustrado numa comunidade de mineiros e várias discussões sobre o certo e o errado, a lei e a Bíblia, o bem e o mal. "My father says there's only right and wrong, good and evil. Nothing in between. It isn't that simple, is it?" #

    [ 15:22 ]

    Um texto sobre arte que começa com Tolstoi e termina com The X-Men, passando por Pynchon e Picasso, só pode ser interessante: Acts of Friendship, by Charles Bock. #

    [ 13:05 ]

    Outra pergunta que tenho recebido é sobre quantos filmes já assisti. A resposta mais honesta é: não sei. Mas posso tentar fazer uma estimativa. Em 1983 e 1984, quando resolvi estudar cinema com afinco, assisti cerca de 500 filmes por ano, documentados no meu caderninho de anotações, numa maratona contínua de festivais, pré-estréias, ciclos históricos e sessões da madrugada na televisão. Felizmente tive a orientação dos amigos Tuio Becker e Goida, sempre apontando filmes indispensáveis e ligações entre eles. Depois dessa fase alucinada, acredito ter mantido uma média de 250 filmes anuais, variando entre períodos sem televisão e sem vídeo (indo somente duas ou três vezes por semana ao cinema e ficando pouco acima de uma centena de títulos por ano) e períodos com tv a cabo (vendo pelo menos um filme por dia, muitas vezes dois ou três). Somando isso tudo, e arredondando para incluir os filmes anteriores a 1983, já devo ter assistido algo entre 5000 e 6000 filmes. Por vezes parece muito, por vezes parece pouco. #

    [ 11:58 ]

    Alguns leitores escreveram questionando por que eu assisto tantos filmes ruins. É uma pergunta com várias respostas. Uma delas é que é bom ver filme ruim (frase muitas vezes repetida pelo sisudo Papaléo, colega de Clube de Cinema de Porto Alegre na década de oitenta). Ao ver erros e disfuncionalidades, aprende-se não só como não fazer um filme mas também como melhor avaliar a arte cinematográfica. Existem vários tipos de filmes ruins. Pode-se rotular uma fita com tarja negra e ícone de caveirinha por razões diferentes. A que mais me incomoda é a inépcia narrativa, quando o diretor simplesmente não sabe contar a história, seja por falta de habilidade técnica ou pura miopia artística. Seria o equivalente a um livro cheio de erros de ortografia e de concordância: por melhor que seja a história, fica quase impossível apreciá-la ou, muitas vezes, acompanhá-la. Um filme pode, porém, ser impecável em termos narrativos mas apresentar um enredo desinteressante, irrelevante ou inverossímil, garantindo-lhe um lugar na galeria dos insucessos. Outra forma de figurar na lista das obras desmerecedoras de elogios é apresentar uma visão da realidade radicalmente oposta à do espectador que a julga. Um filme onde, por exemplo, os heróis são membros orgulhosos da Ku Klux Klan dificilmente será considerado um bom filme pela comunidade negra. Então, resumindo e simplificando, posso não gostar de um filme por achá-lo mal feito, por não gostar da história ou por não gostar das idéias por trás da história. E quanto mais filmes assisto, maior meu nível de exigência, mais difícil encontrar um que me entusiasme. Em compensação, a alegria de encontrar um bom filme aumenta na mesma proporção. #

    [ 11:33 ]

    Art and War: The Role of Artists and Scientists in Times of War. #

    terça-feira, 12 de novembro de 2002

    [ 17:19 ]

    Mais dois westerns centrados em grupos de personagens. The Wild Bunch (EUA, 1969), do Sam Peckinpah, marcou sua época pela violência explícita. Realmente, na seqüência inicial (assalto ao banco) e na final (ataque aos soldados mexicanos) morre mais gente que nos filmes do Rambo, com requintes visuais de balas penetrando corpos e sangue espirrando em doses generosas. Algumas cenas hoje parecem ingênuas (como a metáfora do escorpião e das crianças) mas outras não perderam o vigor e surpreendem pelo suspense, recurso não muito utilizado em westerns (como a procissão se aproximando da porta do banco enquanto os bandidos se preparam para sair e os caçadores de recompensa se preparam para atacar). Five Men Army (Un Esercito di Cinque Uomini, Itália, 1969), dirigido pelo Don Taylor, não chega ao mesmo nível mas vale como curiosidade pela enorme coleção de nomes conhecidos. Peter Graves (da série Mission: Impossible) comanda uma missão impossível em ritmo de spaghetti western, acompanhado por Bud Spencer (que depois seria o parceiro do Terence Hill na série Trinity), James Daly (um dos macacos no primeiro Planet of the Apes), Nino Castelnuovo (que teve uma carreira eclética incluindo de Rocco e i Suoi Fratelli na década de sessenta a The English Patient na década de noventa) e Tetsuro Tamba (de You Only Live Twice e dezenas de filmes de samurai). A fotografia é do Enzo Barboni (que depois mudou seu nome para E.B. Clucher e ficou famoso com a série Trinity), a música é do Ennio Morricone (que já fez trilha sonora para dezenas de westerns e foi indicado para meia dúzia de Oscars), e o roteiro é do Dario Argento (que acabou se transformando em diretor cultuado de filmes de horror). #

    [ 16:22 ]

    Não é divertido acordar cedo num dia frio e chuvoso para enfrentar fila numa repartição pública, mas foi o que fiz hoje. Duas horas e cinco minutos esperando para ser atendido na agência da Social Security Administration, mesmo sendo prevenido e tendo encontrado o formulário certo no website deles. Já enfrentei burocracia em três continentes e continuo achando uma violência do estado contra o indivíduo. Para compensar a manhã gasta numa sala de espera, fui comer um dos deliciosos sanduíches do Cosi: rosbife, cebolas e mostarda de Dijon. #

    segunda-feira, 11 de novembro de 2002

    [ 17:49 ]

    Tony DiTerlizzi: ótimo ilustrador de fantasia. #

    [ 15:55 ]

    Voltei aos westerns, revendo dois clássicos inesquecíveis. The Professionals (EUA, 1966), do Richard Brooks, junta Lee Marvin, Burt Lancaster, Robert Ryan e Woody Strode como um grupo de mercenários contratados para resgatar a raptada (e decotada) Claudia Cardinale do covil do bandoleiro Jack Palance. O roteiro é rico, com idealismo e pragmatismo, coragem e companheirismo, sobrevivência no deserto ("In this desert, nothing's harmless until it's dead.") e reflexões sobre a revolução ("There's only been one revolution since the beginning, the good guys versus the bad guys. The question is: who are the good guys?"). Como western centrado num grupo, só perde para o filme que assisti em seguida, The Magnificent Seven (EUA, 1960), do John Sturges. Da cena inicial com o Yul Brynner e o Steve McQueen levando a carruagem funerária rua acima rumo ao cemitério até o final que poderia ser triunfante mas é melancólico ("The old man was right. Only the farmers won. We lost. We always lose."), passando por ótimas seqüências de tiroteio e, claro, o alistamento dos voluntários (o rústico Charles Bronson, o janotinha medroso Robert Vaughn, James Coburn e suas facas, o novato Horst Buchholz e o mercenário Brad Dexter), o filme é um primor. Grande destaque para a trilha sonora do Elmer Bernstein. #

    [ 15:22 ]

    Para comemorar o aniversário da Jade, ontem fomos jantar em Alexandria, na casa dos pais do David, um delicioso menu texano que incluiu Texas brisket (um assado que lembra ao mesmo tempo carne seca e rosbife) e Texas sausage (uma lingüiça quase sem gordura e um pouco picante). E hoje fomos a um restaurante brasileiro em Arlington, o Malibu Steak House, onde me enchi mais uma vez de carne. O tempero é o mesmo dos churrascos gaúchos (só sal grosso) mas os cortes são bem diferentes. Apesar da falta de picanhas e maminhas, muito saboroso. #

    domingo, 10 de novembro de 2002

    [ 23:29 ]

    O Burburinho esta semana tem cowboys dos quadrinhos (Tex) e bruxas da música erudita (Uma Noite no Monte Calvo), além de uma enquete para ser resolvida com tiroteio. Burburinhe-se! #

    [ 12:20 ]

    Ontem assisti mais uma história de monstros marinhos, a mini-série The Beast (EUA, 1996), dirigida por Jeff Bleckner. A fórmula é a mesma de Jaws (e o autor também é o mesmo, Peter Benchley), com um animal gigante ameaçando uma comunidade litorânea. Lá estão o político mais interessado nas finanças da cidade que na segurança dos habitantes, o pescador alcoólatra, o oceanógrafo que vem de fora, and so on. Só que em vez do tubarão gigante temos uma lula gigante. Não parece muito assustador mas o bicho é grande mesmo, e capaz de matar uma dezena de incautos. O elenco é bom (William Petersen, Charles Martin Smith, Larry Drake) e o roteiro é razoável (apesar de momentos demasiadamente previsíveis, como quando, antes de uma viagem num mini-submarino, um dos personagens importantes é substituído e outro resolve dar uma medalhinha para a namorada - fica alguma dúvida do que vai acontecer?). Cena mais engraçada: os pescadores tentando capturar o monstro o chamam como se fosse um gatinho. "Here, squid, squid, squid..." #

    [ 11:58 ]

    The trouble with Harry: o outro lado do mito. "Harry Potter is a fraud, and the cult that has risen around him is based on a lie." #

    sábado, 09 de novembro de 2002

    [ 23:13 ]

    Assisti hoje Gargantua (EUA, 1998), dirigido por Bradford May, sério concorrente à lista dos filmes mais desastrados de todos os tempos. Um terremoto desenterra barris de lixo químico do fundo do mar e, por alguma razão inexplicável, isso causa mutações instantâneas responsáveis pelas salamandras gigantes que começam a atacar uma ilhota paradisíaca. Monstros de todos os tamanhos (o menor é quase como um cachorrinho, o maior faria inveja a Godzilla) misturam-se a uma coleção de personagens sem imaginação (do menininho órfão que sente pena do monstrinho sem mãe ao pescador inescrupuloso que quer capturar uma das criaturas para ficar rico). Se o roteiro é um desastre, os efeitos especiais são bem piores. As animações em 3d lembram antigos jogos de computador e os modelos de borracha lembram filmes japoneses da década de cinqüenta. Passando vergonha no elenco aparece o Adam Baldwin (que não é irmão do Alec Baldwin mas é parecido com o Ben Affleck), o Cobb da série Firefly. #

    [ 19:33 ]

    Minhas maiores viagens por terra:

  • do Rio de Janeiro a Salvador (1650 km), em 1970, com meus pais, num ônibus da Itapemirim, para passar férias (a volta foi no mesmo ônibus)
  • de Lisboa a Cannes (1450 km), em 1989, dirigindo um Audi da empresa, para assistir o festival de cinema publicitário (a volta foi de avião)
  • de Miami Beach a Dumfries (1440 km), em 2002, dirigindo um caminhãozinho com a minha mudança (não voltei, continuo por aqui)
  • de London a Stockholm (1435 km), em 1982, de trem, para conhecer a Escandinávia (não voltei mais para a Inglaterra)
  • de Lloret de Mar a London (1145 km), em 1982, num ônibus mambembe, me mudando da Espanha para a Inglaterra (só voltei anos depois, em férias) #

    [ 17:00 ]

    Mais uma dobradinha John Wayne, desta vez com filmes do fim da sua carreira, possivelmente os melhores. Rooster Cogburn (EUA, 1975), do Stuart Millar, lembra muito The African Queen (até com uma longa seqüência numa balsa no rio). Katharine Hepburn é novamente uma missionária que viaja, um pouco a contra-gosto, com um sujeito durão mas de bom caráter. Temos uns bandidos em perseguição à dupla (que é acompanhada por um indiozinho) mas o importante continua sendo o relacionamento entre os dois protagonistas, que se transforma durante a viagem da antipatia à admiração. Wayne e Hepburn, ambos com 69 anos na época da filmagem, estão ótimos, e é surpreendente que não tenham sido indicados ao Oscar (ele já tinha recebido sua sua única estatueta em 1970 por True Grit, ela já tinha três e ainda receberia uma quarta mais tarde). The Shootist (EUA, 1976), do Don Siegel, é para mim o melhor filme que o John Wayne fez. Western atípico, quase sem seqüências de tiroteio, conta os últimos dias de um velho pistoleiro diagnosticado com câncer. Wayne não poderia estar cercado de melhor companhia: James Stewart é o médico, Lauren Bacall é a dona da pensão onde ele se hospeda, e Ron Howard é o rapazinho encantado por ter por perto uma lenda viva (não por muito tempo). Muito triste e muito bom. "It's not always being fast or even accurate that counts, it's being willing. I found out early that most men, regardless of cause or need, aren't willing. They blink an eye or draw a breath before they pull the trigger. And I won't." #

    sexta-feira, 08 de novembro de 2002

    [ 20:38 ]

    Finalmente chegou a aprovação do meu visto de residência temporária nos EUA: O-1 visa approval (for aliens with extraordinary ability). Agora começa uma nova fase burocrática para obter o visto de permanência (o famoso green card) e outros documentos mais urgentes (social security number, driver's license, etc). "Every revolution evaporates and leaves behind only the slime of a new bureaucracy." (Kafka) #

    [ 14:43 ]

    John Wayne em dose dupla. Hondo (EUA, 1953), do John Farrow, é um western ortodoxo, com o conhecido Wayne durão e impiedoso mas com senso moral próprio. A trama, que inclui perigo (apaches em guerra) e romance (Geraldine Page como uma rancheira viúva), é do prolífico Louis L'Amour. Já Chisum (EUA, 1970), do Andrew V. McLaglen, traz um Wayne sexagenário em meio à Lincoln County War (1878-1881), episódio sangrento da história do estado de New Mexico, que envolveu nomes famosos como Pat Garrett e Billy the Kid. É interessante comparar com a versão mais recente (e bem diferente) da mesma disputa mostrada em Young Guns. Curiosidade: logo no início, aparece um bandoleiro de vida curta chamado Nemo. #

    [ 11:25 ]

    Lula em 2000: "Fidel Castro é um exemplo de ética. Para Lula, qualquer candidato de esquerda que vencer no Brasil deve intensificar relações com Cuba." (Jornal da Tarde) Lula em 2001: "Obrigado Fidel Castro. Obrigado por vocês existirem. Vocês dão demonstração todos os dias de que é melhor fazer menos do que poderíamos fazer, de cabeça erguida, do que ceder e perder a auto-estima - é melhor fazer pouco, mas com dignidade. (...) Fidel, sua alma continua limpa porque você nunca traiu os interesses do seu povo." (Fundação Perseu Abramo) Lula em 2002: "In relation to Cuba, let’s not confuse the passion that my generation has for the Cuban revolution and what it represented then with any approval of the Cuban regime today. I defend religious freedom, cultural freedom, freedom for trade unions and political freedom." (Newsweek) #

    quinta-feira, 07 de novembro de 2002

    [ 22:57 ]

    Mais uma inutilidade divertida: Paper Airplane Flight Simulator. #

    [ 13:01 ]

    Na sessão televisiva de ontem, dois westerns dirigidos por Anthony Mann e estrelados por James Stewart. The Man from Laramie (EUA, 1955) tem o clássico forasteiro que chega à cidade em busca de vingança e se mete nas complicações locais, neste caso a venda de armas para os índios pelo filho mimado de um magnata do gado. Stewart é competente mas não parece muito convincente no papel de cowboy durão. Fica-lhe muito melhor o perfil de herói fragilizado das tramas do Hitchcock (Rear Window, Vertigo) ou de otimista incurável das fábulas do Capra (Mr. Smith Goes to Washington, It's a Wonderful Life). The Naked Spur (EUA, 1953) tem um roteiro muito bom (indicado ao Oscar), com somente cinco personagens (o criminoso, o caçador de recompensas, a mocinha, o minerador velhote e o soldado desonrado) numa viagem perigosa pelo oeste selvagem. Como homem obcecado pela idéia de capturar um bandido e usar a recompensa para reconstruir sua vida, Stewart está bem à vontade, criando um protagonista mais complexo que os tradicionais cowboys da época. Pena que no finalzinho ele resolva desprezar o pragmatismo em favor de princípios morais duvidosos e deixe para trás a tão suada recompensa. Coisas da década de cinqüenta. #

    [ 11:55 ]

    Por que nos desfiles de moda grande parte dos modelitos são transparentes ou com os seios à mostra e na rua nunca vemos mulheres com roupas assim? #

    quarta-feira, 06 de novembro de 2002

    [ 13:40 ]

    Tony DiTerlizzi: ótimo ilustrador de fantasia. #

    [ 13:18 ]

    Depois da temporada de filmes de terror, agora vou passar por uma fase de westerns. Comecei com uma dupla de filmes bem diferentes. The Horse Soldiers (EUA, 1959), do John Ford, é um drama da guerra civil, com John Wayne como coronel ianque e William Holden como o médico que o acompanha numa missão em território inimigo. Uma loira sulista aparece na história para criar um triângulo amoroso e levantar questões sobre a luta entre compatriotas, mas o filme nunca chega a entusiasmar. Duel in the Sun (EUA, 1946), do King Vidor, é quase um drama nelsonrodrigueano com cowboys. Jennifer Jones interpreta a mestiça sensual Pearl Chavez ("a full-blown woman built by the devil to drive men crazy", diz o pastor Walter Huston), que atrai as atenções do ponderado Joseph Cotten e também do seu irmão canalha Gregory Peck. O resultado de muita libido e pouco caráter é a clássica cena dos amantes trocando tiros no penhasco. Completam o elenco os veteranos Lionel Barrymore e Lillian Gish. #

    terça-feira, 05 de novembro de 2002

    [ 17:32 ]

    Definindo arquitetura da informação: A Manifesto of 25 Theses. #

    [ 16:30 ]

    A sessão da tarde de hoje foi divertidinha: Gorilla at Large (EUA, 1954), dirigido por Harmon Jones. A história tem toques de Murders in the Rue Morgue (macaco envolvido numa série de assassinatos) e de King Kong (rapto da mocinha e fuga para o alto da montanha-russa), pena que a caracterização do gorila seja tão primária, uma fantasia mambembe que não engana ninguém. O elenco está cheio de celebridades: Cameron Mitchell (o gladiador-viking-milico-cowboy de uma enxurrada de filmes B), Anne Bancroft (antes de ser a Mrs. Robinson de The Graduate), Lee J. Cobb (num de seus inúmeros papéis de policial), Raymond Burr (o Perry Mason da série de televisão), Lee Marvin (ainda novinho mas já de cabelos brancos). #

    [ 15:28 ]

    Brinquedo engraçadinho: serenata eqüina. #

    [ 14:25 ]

    Ontem fui buscar roupas de inverno no armazém onde deixei minha coleção de caixas e malas. Aproveitei e trouxe também vários jogos antigos. O David já está jogando Age of Wonders e eu instalei novamente o Alpha Centauri. Impressionante como o Sid Meyer fez tantos jogos tão ao meu gosto. Perdi a conta das horas que passei entretido com Railroad Tycoon, Covert Action, Civilization e Colonization. #

    segunda-feira, 04 de novembro de 2002

    [ 12:57 ]

    A revista The Comics Journal agora tem um weblog: ¡Journalista! #

    [ 08:57 ]

    Fechando o ciclo de halloween, assisti The Curse of the Werewolf (Inglaterra, 1961), do Terence Fisher. Um enfoque bem interessante sobre lobisomens, mostrando a história do pai e da mãe da criatura (um mendigo aprisionado injustamente e uma mudinha estuprada na prisão) e dando uma cruel explicação cristã para a maldição da licantropia (o infeliz teve o azar de nascer no mesmo dia e na mesma hora que Jesus Cristo nasceu). Só depois desta introdução, que inclui também as experiências infantis do lobisomem, vemos Oliver Reed sofrendo os problemas do excesso de pelos e da sede de sangue. No final, como habitual numa história do gênero, ele é perseguido por aldeões irados munidos de foices e tochas. #

    [ 08:43 ]

    Coincidência irônica: dias depois da eleição de um presidente que defende "a presença ativa e a ação reguladora do Estado sobre o mercado", é esfaqueado no centro do Rio de Janeiro um turista inglês chamado Adam Smith, homônimo do economista do século XVIII que defendia o fim da intervenção do Estado na produção e na distribuição das riquezas. #

    domingo, 03 de novembro de 2002

    [ 23:34 ]

    Esta semana o Burburinho fala de cinema (texto meu sobre Boogie Nights) e de literatura (texto da Jade Boneff sobre A Arte da Guerra), e traz uma enquete jamesbondiana. Burburinhe-se! #

    [ 16:09 ]

    Na revista Veja desta semana, o Diogo Mainardi, que adora uma polêmica, ataca as propostas de política cultural do PT: O Brasil do Zé Carioca. "Os signatários do programa lulista se queixam de que FHC destinou poucos recursos à cultura. É curioso notar, porém, que quase todos eles sobreviveram nos últimos anos graças à benevolência do Estado, recebendo salários do Estado, ensinando em universidades do Estado, produzindo obras subsidiadas pelo Estado. O igualitarismo do novo governo embaralha alta cultura e baixa cultura. E difunde a idéia demagógica de que todos os brasileiros possuem talento artístico, embora muitos se encontrem escondidos por causa do nosso 'apartheid cultural'. Não sei se o Brasil realmente tem tantos artistas escondidos. Sei que tem muitos que poderiam se esconder." #

    [ 12:35 ]

    Mais dois filmes de vampiros. Primeiro, Vampyr (França, 1932), do Carl Theodor Dreyer. A história é simples, quase simplória, com uma velhinha vampira controlando mentalmente os habitantes de uma aldeia. O diretor parece ter se preocupado mais com o clima que com o enredo, e temos seqüências que lembram filmes surrealistas como Un Chien Andalou. Vale somente como curiosidade histórica. Depois, The Vampire (EUA, 1957), dirigido por Paul Landres. Quase uma versão da história do médico e do monstro, temos aqui uma mistura de terror e ficção-científica, com um vampiro criado pela ingestão acidental de pílulas experimentais. Fraquinho. #

    [ 11:14 ]

    Este modesto Por um Punhado de Pixels foi escolhido para figurar na lista do Top Blogs Brasil. Thanks! #

    sábado, 02 de novembro de 2002

    [ 12:48 ]

    Os smurfs são comunistas ou nazistas? #

    [ 12:07 ]

    Na noite de halloween tivemos vários filmes de vampiro na televisão, e gravei alguns para assistir depois. O primeiro foi London After Midnight (EUA, 1927), do Tod Browning, que estava perdido e foi agora reconstruído pelo TCM a partir de fotos de cena. A história sinuosa começa sugerindo a presença de um vampiro (Lon Chaney numa de suas caracterizações mais famosas, com olhos arregalados, sorriso perpétuo e dentes afiados) mas depois se revela somente uma trama policial (misturando teatro e hipnotismo para obter a confissão de um assassino). Em seguida veio Mark of the Vampire (EUA, 1935), remake de London After Midnight feito pelo próprio Tod Browning e com Bela Lugosi, já famoso por sua interpretação em Dracula, no papel do falso vampiro. Depois de toda a ambientação de história de horror, o final detetivesco chega a ser decepcionante, uma reviravolta forçada no enredo. #

    [ 11:45 ]

    Lutando pelo direito à privacidade e pelo direito de gerar, usar e partilhar informação: Digital Technology Users' Declaration of Rights. #

    sexta-feira, 01 de novembro de 2002

    [ 12:20 ]

    Já começaram a aparecer visitantes aqui procurando pelo filme Finding Nemo, próxima animação em 3d do pessoal que fez Toy Story e Monsters, Inc. O Nemo do título é um peixinho. #

    [ 12:01 ]

    Assisti um filme do Hitchcock que nunca tinha visto, The Paradine Case (EUA, 1947), e fiquei decepcionadíssimo. Gregory Peck interpreta um dos advogados mais patetas da história do cinema, e se apaixona pela cliente Alida Valli, acusada de ter assassinado o marido cego e rico. Charles Laughton é o juiz antipático, Ann Todd a esposa compreensiva, Louis Jourdan a testemunha-chave, mas não há elenco que salve um roteiro tão pouco convincente. Uma nódoa na carreira do pobre Hitchcock. Para compensar, assisti mais uma vez o excelente Rebecca (EUA, 1940). A história é muito boa e o elenco melhor ainda: o milionário atormentado Laurence Olivier (indicado ao Oscar pelo papel, só ganharia anos mais tarde com Hamlet), a bobinha adorável Joan Fontaine (também indicada ao Oscar pelo papel, ganharia no ano seguinte por outro filme de Hitchcock, Suspicion), a detestável governanta Judith Anderson (sua única indicação ao Oscar foi também por este filme). A academia realmente se impressionou com Rebecca, indicando não só o elenco mas também a direção, o roteiro, a música, a edição, os efeitos especiais, a direção de arte, e premiando a direção de fotografia e o filme, que foi o único de Hitchcock a ganhar um Oscar. #

    [ 11:38 ]

    A noite de ontem foi um pouco como vemos nos filmes. Tocavam a campainha, abríamos a porta e lá estavam criaturinhas fantasiadas pedindo doces: "Trick or treat!" Entre os adolescentes, a fantasia mais popular era o uniforme militar do pai (resultado de morarmos perto do Pentágono). Entre os pequenos, apareceram três Spidermen (e eu achando que seria a época perfeita para Harry Potter). O melhor da festa é comer os chocolates que sobraram. #