terça-feira, 30 de novembro de 2010

[ 20:49 ]

Balanço de novembro: assisti 29 filmes e uns 91 episódios de séries de tv (incluindo a quarta temporada de How I Met Your Mother), ouvi 25 palestras (das séries Origin of Civilization e Between the Rivers: The History of Ancient Mesopotamia), fui a duas exposições de arte, e continuei jogando no Mac (Din's Curse e Dungeon Crawl) e no Playstation 3 (Civilization Revolution). #

[ 11:43 ]

Assisti em dvr um filme que só pode ser rotulado como bizarro: Daughter of Horror / Dementia (EUA, 1955), do John Parker. Sem diálogos, somente com a voz de um narrador (Ed McMahon, mais tarde famoso como parceiro do Johnny Carson em The Tonight Show) nos guiando por uma história que pode ser um sonho, um delírio, ou a realidade aterrorizante de uma protagonista homicida confrontada com sua culpa e seus fantasmas. O tom é um pouco moralista e lembra algumas histórias em quadrinhos de horror da mesma época, particularmente das revistas Tales from the Crypt, The Haunt of Fear e The Vault of Horror. Curiosidade: na cena em que o monstro ataca um cinema em The Blob, o filme que está sendo exibido é exatamente este Daughter of Horror. #

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

[ 20:05 ]

Vinho da noite: Selección de la Familia Bujanda 2008. Tempranillo, espanhol, da região de Castilla. Bom para acompanhar um bocadillo de jamón serrano con tomate frotado. #

[ 10:35 ]

Terminei de ver a mini-série Monarchy, apresentada pelo David Starkey. Muito boa, mas infelizmente esta edição em dvd só vai até o final da era Cromwell. Agora vou procurar pela internet os episódios que faltam, da restauração do rei Charles II até os monarcas mais recentes. #

domingo, 28 de novembro de 2010

[ 12:12 ]

Sessão dupla em dvr com filmes bobinhos do passado. Primeiro, Jungle Book (EUA, 1942), dos irmãos Korda (dirigido pelo Zoltan Korda, produzido pelo Alexander Korda, com desenho de produção do Vincent Korda). Baseado no livro homônimo do Rudyard Kipling, é a história do menino Mowgli, criado pelos animais da selva indiana e depois readotado por sua aldeia natal. Quem assistiu o desenho animado Mowgli, dos estúdios Disney, vai reconhecer vários personagens, como a pantera Bagheera, o urso Baloo e o tigre Shere Khan. Mas este Mowgli de carne e osso (interpretado pelo Sabu Dastagir, famoso por The Thief of Bagdad e Arabian Nights) não convence muito e as cenas com os animais não funcionam bem, especialmente quando fica claro que o ator e o animal foram filmados em lugares diferentes. O crocodilo artificial é particularmente ridículo. Os humanos da aldeia são ainda piores que as criaturas da floresta, todos caricaturados ao extremo. Muito fraco. Depois, Top Hat (EUA, 1935), do Mark Sandrich. Clássica comédia romântica musical, com Fred Astaire e Ginger Rogers cantando e dançando por todos os lados. A história é bem bobinha, e se torna ainda mais boba cada vez que um diálogo é interrompido porque alguém começa a cantar e dançar (eu sei, faz parte do padrão narrativo dos filmes musicais, mas eu continuo achando tolinho). Boas canções do Irving Berlin, como Cheek to Cheek e Isn't This a Lovely Day?, mas infelizmente em arranjos sabor baunilha. O filme vale pelas cenas de sapateado do Fred Astaire, todo o resto é dispensável. #

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

[ 10:26 ]

Assisti em dvr The Killers (EUA, 1946), do Robert Siodmak, baseado num conto do Ernest Hemingway. Film noir clássico, com claros e escuros bem contrastados, protagonista durão ex-pugilista (Burt Lancaster, em seu filme de estréia), e femme fatale poderosa (Ava Gardner, com 24 aninhos). A narrativa parece fortemente influenciada por Citizen Kane (lançado poucos anos antes), com a história sendo revelada em flashbacks durante uma investigação sobre a morte do personagem principal. Muito bom. #

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

[ 11:10 ]

Comecei a ver em dvd a mini-série Monarchy, apresentada pelo David Starkey. Os três primeiros episódios vão de Offa (que reinou de 774 a 796) até Richard III (que reinou de 1483 a 1485), passando pelas dinastias de Wessex, Denmark, Normandy, Plantagenet, Lancaster e York. Aparentemente esta edição em dvd, com um total de seis episódios, é uma versão condensada da série original, bem mais longa. #

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

[ 19:20 ]

Vinho da noite: Castello Montedoro 2006. Italiano, da região de Puglia (sudeste da Itália), feito com uvas Aglianico e Nero di Troia. Suave, seria um grande vinho se fosse um pouco mais encorpado. #

[ 11:10 ]

Assisti em dvr Kind Hearts and Coronets (GB, 1949), do Robert Hamer. Fino humor negro britânico na história de um nobre empobrecido que vai matando os herdeiros da sua família até chegar a sua vez de ostentar o título de Duke of Chalfont. Dennis Price (que mais tarde faria filmes de horror como The Horror of Frankenstein e Son of Dracula) é o protagonista, mas quem rouba a cena é o Alec Guinness (Oscar por The Bridge on the River Kwai e também famoso como Obi-Wan Kenobi em Star Wars) interpretando os oito personagens da família. Divertido. #

terça-feira, 23 de novembro de 2010

[ 10:49 ]

Sessão dupla em dvr com thrillers dos anos setenta. Primeiro, The Parallax View (EUA, 1974), do Alan J. Pakula. Warren Beatty interpreta um jornalista tentando desvendar uma conspiração política envolvendo uma série de assassinatos. A trama é um bocado inverossímil e o roteiro parece baseado em fórmulas antiquadas (a biga no bar, a perseguição de automóveis, etc). O Pakula faria muito melhor em seu filme seguinte, All the President's Men, também sobre jornalistas investigando uma conspiração política (mas uma conspiração real desta vez). Depois, The Little Girl Who Lives Down the Lane (EUA, 1976), do Nicolas Gessner. Jodie Foster é a menina de treze anos do título, vivendo sozinha e fingindo que seu falecido pai ainda está vivo. Disposta a preservar sua independência, ela não tem pudores em assassinar vizinhos intrometidos. O filme é bem mais interessante que eu esperava, mantendo-se no território do drama psicológico e evitando incursões fáceis pelo terror homicida. Jodie Foster já mostrava talento apesar de ainda ser bem novinha (e não, não é ela que aparece nua, é a sua irmã servindo de body double). #

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

[ 20:19 ]

Vinho da noite: Viansa Vintners Cabernet Sauvignon 2004. Californiano, da região de Sonoma. Bom, mas não chega ao mesmo nível dos bons cabernets franceses. #

[ 11:18 ]

Assisti em blu-ray Iron Man 2 (EUA, 2010), do Jon Favreau. Achei muito mais fraco que o primeiro filme. A história não é ruim, mas a narrativa tropeça freqüentemente em cenas introduzidas artificialmente. Por exemplo, "agora precisamos de uma cena de ação aqui, mas com um toque de humor", e colocam o guarda-costas Happy Hogan dirigindo seu carro na contra-mão no meio de uma corrida de Fórmula 1. Ironicamente, o Happy Hogan é interpretado pelo próprio Jon Favreau, o que pode ser visto simbolicamente como o diretor levando seu filme na contra-mão da narrativa. Ocorrem também intrusões sem relação com a trama e encaixadas ali somente para criar expectativa em torno de futuros filmes com super-heróis da Marvel, como o Nick Fury fazendo referências à formação do grupo Avengers ou o martelo do Thor sendo encontrado no epílogo. Aparentemente, o "vamos contar uma história" foi vastamente suplantado pelo "vamos ganhar dinheiro". #

domingo, 21 de novembro de 2010

[ 16:09 ]

Voltando ao tema da aristocracia inglesa, assisti em dvd a mini-série em seis episódios Aristocrats (GB, 1999), do David Caffrey. É a história das irmãs Lennox, descendentes de um filho bastardo do rei Charles II. Apesar de não estarem na linha de sucessão, elas herdaram todas as vantagens econômicas e sociais da elite britânica e transitaram pelos bastidores da corte real. A mais velha, Caroline, casou-se (contra a vontade dos pais) com o parlamentar Henry Fox, que foi Secretário da Guerra e enriqueceu desviando fundos do exército para sua fortuna pessoal. Emily, a segunda irmã, casou-se com o nobre irlandês milionário James FitzGerald e depois da sua morte casou-se novamente, desta vez com algum escândalo, com o tutor dos seus filhos, o plebeu escocês William Ogilvie. Louisa, a terceira irmã, também se casou com um nobre irlandês milionário, Thomas Conolly. Sarah, a quarta irmã, é a mais famosa por ter sido cogitada como possível esposa para o recém-coroado rei George III. Quando o monarca preferiu uma duquesa alemã para ocupar o trono ao seu lado, Sarah casou-se com um baronete de pouca expressão, dedicou-se a vários romances extra-conjugais, divorciou-se, e depois de algum tempo casou-se com um oficial do exército. Cecilia, a quinta irmã, morreu na adolescência, possivelmente de tuberculose. As outras cinco irmãs aparecem na série somente como figurantes. Eu teria gostado mais se o enredo incluísse mais intrigas políticas e menos atribulações românticas de moçoilas casadoiras. Por isto, o meu episódio preferido foi o último, que conta um pouco da história do Edward FitzGerald, filho da Emily Lennox, que foi soldado e explorador nos EUA (esta parte é só mencionada na série) e depois voltou à Irlanda para se transformar em líder revolucionário de pouco sucesso (foi ferido, capturado e morreu na prisão). #

sábado, 20 de novembro de 2010

[ 10:36 ]

Assisti em dvr They Came from Beyond Space (GB, 1967), do Freddie Francis, baseado no conto The Gods Hate Kansas, do Joseph Millard. Alienígenas incorpóreos vêm à Terra a bordo de meteoritos, invadem a mente de seres humanos (menos do herói que tem uma placa de prata na cabeça), e começam a trabalhar num projeto misterioso. Achei tudo um bocado tosco, tanto a história como a produção. Um dos piores momentos é perto do final, quando o protagonista encontra o líder dos alienígenas que está controlando o corpo de um humano mas resolveu botar uma bata colorida, roupinha que no dicionário visual britânico dos anos oitenta deve significar que se trata de uma autoridade extraterrestre. Fraquíssimo. #

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

[ 11:15 ]

Assisti em dvd Splice (EUA-Canadá-França, 2009), do Vincenzo Natali. Clássica história de cientistas se aventurando em "território proibido" e perdendo o controle da situação, na mesma linha de Frankenstein mas com vários elementos contemporâneos (engenharia genética, corporações gananciosas, etc). Em alguns momentos a narrativa lembra os filmes do David Cronenberg, especialmente quando explora ângulos pouco convencionais da sexualidade dos protagonistas. Elenco muito bem escolhido, com Adrien Brody (de The Pianist) e Sarah Polley (de Go) como o casal de cientistas geniais mas com uma certa aversão a regras. #

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

[ 19:28 ]

Mini-maratona em dvr revendo comédias dos anos vinte: The Kid (EUA, 1921), do Charles Chaplin, bacaninha mas sentimental demais para o meu gosto, minha parte preferida é o sonho com anjinhos incluindo até um cachorrinho anjo. The Pilgrim (EUA, 1923), do Charles Chaplin, um dos poucos filmes em que ele não usa a indumentária de vagabundo e passa o tempo todo disfarçado de padreco para escapar da lei. One Week (EUA, 1920), do Buster Keaton, foi sua primeira produção independente e é uma coleção de gags em torno da desastrada construção de uma casa. Steamboat Bill, Jr. (EUA, 1928), do Charles Reisner, foi o último filme intependente com o Buster Keaton, que em seguida assinaria contrato com a MGM. Tem uma de suas cenas mais famosas e mais perigosas, a parede que cai em cima dele com uma janela no local preciso para que o herói não seja atingido. O diretor Reisner também era ator e contracenou com Chaplin em The Kid (como fortão mal encarado) e em The Pilgrim (como ladrão oportunista). Safety Last! (EUA, 1923), de Fred C. Newmeyer e Sam Taylor, é um dos melhores filmes com o Harold Lloyd e tem aquela famosa cena com ele pendurado no ponteiro de um relógio no alto de um edifício. Para mim, é o melhor deste grupo. #

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

[ 19:12 ]

Jogo da vez: Dungeon Crawl, para amansar a saudade dos velhos roguelike games. Bacaninha, com interface gráfica agradável, mas muito difícil. Eu me acostumei com jogos que permitem salvar a partida antes de momentos arriscados, e agora acho frustrante ver o personagem morrer e desaparecer para sempre depois de todo o tempo investido nele. #

[ 10:36 ]

Assisti em dvr três horas de filmes curtos do D.W. Griffith, incluindo Those Awful Hats, The Musketeers of Pig Alley (com a Lillian Gish), Ramona (com a Mary Pickford), The Mothering Heart, The Girl and Her Trust, entre outros. É interessante ver o desenvolvimento das técnicas narrativas, mas é doloroso ver como o sujeito só fazia filmes preconceituosos, moralistas e piegas. #

terça-feira, 16 de novembro de 2010

[ 11:23 ]

Assisti em dvr Galaxy of Terror (EUA, 1981), do Bruce D. Clark. Sério concorrente a pior filme de todos os tempos (sim, está no mesmo nível de Plan 9 from Outer Space), com roteiro pífio (a primeira parte é totalmente inspirada em Alien, mas mal escrita), cenografia tosca (e também inspirada em Alien, mas sem os mesmos recursos), e interpretações ridículas. Vários nomes conhecidos no elenco: Ray Walston (que muito anos antes tinha sido o marciano da série My Favorite Martian), Robert Englund (que logo depois ficaria famoso como Fred Krueger na série de filmes A Nightmare on Elm Street), Grace Zabriskie (que anos depois seria a mãe da Laura Palmer em Twin Peaks), Zalman King (que depois se tornaria produtor e diretor de filmes eróticos suaves, do visualmente interessante Nine 1/2 Weeks a pastiches constrangedores como Wild Orchid). Preciso fazer uma pausa aqui para destacar a contribuição dramática do Zalman King em Galaxy of Terror. Sua interpretação é uma das piores que já vi nas telas, incluindo atores amadores em filmes super-8 e atrizes pornô em vídeos de baixo orçamento, e seu personagem supostamente sério e atormentado provoca risos sempre que aparece. O filme foi produzido pelo Roger Corman, famoso pelos seus filmes de baixo orçamento, e a equipe secundária foi dirigida pelo então novato James Cameron. #

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

[ 10:50 ]

Durante o weekend assisti em blu-ray a quarta temporada de How I Met Your Mother. Ainda engraçada mas cada vez mais determinista. O episódio Right Place Right Time, por exemplo, pretende ser uma demonstração de como cada detalhe da nossa vida conspira para que não escapemos do nosso destino pré-arranjado. Curiosamente, nunca é mencionada a possibilidade de sermos vítimas de uma série de coincidências e acasos sem razão ou objetivo. #

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

[ 11:19 ]

Nova série de palestras no iPod Touch: Between the Rivers: The History of Ancient Mesopotamia, com a professora Alexis Q. Castor. #

[ 11:16 ]

Comecei a assistir em dvr Crazy People (EUA, 1990), do Tony Bill, mas não consegui agüentar até o final. Dudley Moore como publicitário em crise que se interna numa clínica psiquiátrica e acaba reunindo os malucos locais para trabalhar em suas campanhas. Supostamente uma crítica ao mundo da publicidade mas sem qualquer noção do que é ou de como se faz publicidade. Daryl Hannah é a louquinha bonitinha, David Paymer é o louco que só diz "hello". Péssimo. Depois assisti mais uma vez em dvr o velho conhecido Starship Troopers (EUA, 1997), do Paul Verhoeven. Acho que nunca vou descobrir se o filme é uma sátira ou não, mas mesmo assim é um divertimento razoável. Sempre bom ver a Denise Richards em grande forma, e engraçado ver o Neil Patrick Harris (o Barney de How I Met Your Mother) como milico telepata do departamento super secreto. #

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

[ 21:01 ]

Hoje tive uma reunião em Bethesda e aproveitei para visitar um par de galerias de arte das redondezas. Na Orchard Gallery, pinturas a óleo da Sumita Kim. Os quadros eram bem trabalhados mas não gostei da temática nem das cores. Na Fraser Gallery, fotos aéreas do Maxwell MacKenzie. Composições muito bacanas, quase abstratas, e cores bem saturadas que me fizeram lembrar do velho filme Fujichrome. Depois ainda passei pela Big Planet Comics para dar uma olhada nas histórias em quadrinhos. #

[ 10:40 ]

Sessão dupla em dvr com Vincent Price. Primeiro, The Mad Magician (EUA, 1954), do John Brahm. Price é o ilusionista Gallico the Great, que cria engenhocas para os truques de outros mágicos mas não consegue lançar sua própria carreira. Sentindo-se traído pela ex-esposa, pelo chefe e pelos concorrentes, ele passa a se vingar de todos usando seus artifícios profissionais. Fraquinho mas simpático. Depois, Tales of Terror (EUA, 1962), do Roger Corman. Três histórias inspiradas nos contos do Edgar Allan Poe mas com os enredos bem modificados: Morella (com Price como marido e Leona Gage como a esposa morta que trasmigrou a alma para o corpo da filha), The Facts in the Case of M. Valdemar (com Basil Rathbone hipnotizando o moribundo Price, que depois retorna do mundo dos mortos), e uma mistura de The Black Cat com The Cask of Amontillado (com Price como Fortunato e Peter Lorre como Montresor). O filme tem alguns bons momentos mas em geral é uma afronta à memória do pobre Poe. Se suas histórias fossem reais ele teria escapado do túmulo para estrangular o Roger Corman. #

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

[ 19:58 ]

Vinho da noite: Collezione di Paolo Sangiovese 2008. Italiano, da região de Toscana. Um chianti sem a classificação oficial de chianti (existe um limite legal na quantidade de garrafas que cada marca pode chamar de chianti). Rico em taninos, como eu gosto. #

[ 11:04 ]

Assisti em dvr A Bucket of Blood (EUA, 1959), do Roger Corman. Dick Miller (um daqueles rostos que conhecemos de muitos filmes mas nunca lembramos do nome do ator) interpreta um empregado de bar que quer ser artista como os beatniks pretensiosos ocupando as mesas que ele limpa. O problema é que ele é louco e não vê problemas em matar seus modelos para criar esculturas em tamanho natural. Uma produção extremamente barata (como quase todos os filmes do Corman) e um roteiro não muito original (a idéia central é basicamente a mesma de House of Wax), mas mesmo assim um filme simpático que lembra aquelas narrativas em quadrinhos no estilo Creepy e Eerie. Curiosidade: uma cena importante tem um gato preso na parede, elemento que voltaria a aparecer nos filmes do Corman inspirados nas histórias do Edgar Allan Poe. #

terça-feira, 09 de novembro de 2010

[ 11:54 ]

Cheguei ao final da série de palestras Origin of Civilization, com o professor Scott MacEachern. Interessante comparação das estruturas políticas de sociedades antigas, incluindo Mesopotâmia, Egito, Vale do Indo, China, Mesoamérica, entre outras. #

[ 11:46 ]

Humphrey Bogart e Lauren Bacall trabalharam juntos em quatro filmes. Eu já tinha visto três (To Have and to Have Not, The Big Sleep, Key Largo), agora assisti o quarto em dvr, Dark Passage (EUA, 1947), do Delmer Daves, baseado num livro do David Goodis. Não é um grande clássico mas tem aquele clima bacana de film noir e a curiosidade de não mostrar o rosto do protagonista por um longo tempo. Bogart fugiu da prisão e vai passar por uma operação plástica para mudar sua aparência, e enquanto isso não acontece ouvimos a sua voz e vemos a ação pelo seu ponto de vista mas a única referência ao seu rosto original é uma foto no jornal. Destaque também para a Agnes Moorehead (que começou sua carreira em Citizen Kane e muitos anos depois seria a bruxa-mãe na série Bewitched), sempre eficiente como antagonista antipática. #

segunda-feira, 08 de novembro de 2010

[ 10:01 ]

Na semana passada começou uma nova série no canal AMC, The Walking Dead, dirigida pelo Frank Darabont e baseada nos quadrinhos do Robert Kirkman. Ontem eu assisti os dois primeiros episódios, e achei bacaninha. Depois de ser baleado num tiroteio, o assistente de xerife Rick Grimes (Andrew Lincoln, de Love Actually) entra em coma. Quando acorda muitos dias depois, descobre que o hospital está abandonado e a cidade está cheia de cadáveres espalhados pelo chão. Ah, e alguns dos cadáveres andam pelas ruas tentando morder quem ainda não morreu. Mortos vivos em estilo clássico. A série tem ainda Laurie Holden (de The X-Files, outra série sobre fenômenos estranhos) e Lennie James (de Jericho, outra série pós-apocalíptica). #

domingo, 07 de novembro de 2010

[ 10:52 ]

Assisti em dvr mais uma compilação de filmes antigos, When Comedy Was King (EUA, 1960), organizada pelo Robert Youngson. Trechos comentados de várias comédias do cinema mudo, incluindo Charlie Chaplin, Buster Keaton, Fatty Arbuckle, Laurel & Hardy, The Keystone Cops, e muitos outros. Estranhei a ausência de um dos meus comediantes preferidos da época, Harold Lloyd. #

sábado, 06 de novembro de 2010

[ 14:40 ]

Mais uma compilação de cinema antigo em dvr, The Films of George Méliès, com dezesseis curtas-metragens do pioneiro francês. Originalmente trabalhando no teatro como ilusionista, o Méliès carregou para o cinema essa visão. Basicamente, seus filmes têm tratamento narrativo de peças teatrais, com a câmara sempre fixa apontando para o palco e as cenas se sucedendo através de mudanças de cenários. É dentro de cada cena que ele exercita sua extrema inventividade, tanto no uso criativo de elementos cênicos móveis como na introdução de truques de câmara (deve ter sido um deleite para o mágico profissional poder fazer objetos desaparecerem e pessoas mudarem de aparência de um frame para o outro). Ficaram de fora desta compilação alguns filmes famosos, como Le Voyage de Gulliver à Lilliput et chez les Géants ou 20,000 Lieues Sous les Mers, mas outros clássicos foram incluídos, como Le Voyage dans la Lune (de 1902, possivelmente o filme mais famoso do Méliès) e La Conquète du Pole (de 1912, também vagamente inspirado num livro do Jules Verne). O destaque para mim foi um filme que eu não conhecia, o barroco e onírico Le Royaume des Fées (de 1903), manualmente colorizado, contando a história de uma princesa raptada por uma bruxa e dos cavaleiros que vão salvá-la. #

sexta-feira, 05 de novembro de 2010

[ 11:10 ]

Acompanhando a série Moguls & Movie Stars, o canal TCM está apresentando compilações de filmes dos primórdios do cinema. Assisti The Films of Thomas Edison, que reúne trinta curtas-metragens produzidos para a Edison Manufacturing Company. Eu já conhecia quase todos, mas é sempre interessante rever como os filminhos evoluíram rapidamente de breves cenas montadas em frente a uma câmara fixa (como por exemplo em Blacksmith Scene ou The Barbershop, ambos de 1893) para histórias narradas com os novos elementos da linguagem cinematográfica, como o plano fechado, a panorâmica, a combinação de plano e contra-plano, etc. O destaque do grupo evidentemente vai para The Great Train Robbery, de 1903, onde o Edwin S. Porter aprimora todos estes recursos narrativos (que ele já tinha testado em seu filme anterior, Life of an American Fireman), e cria o primeiro filme num formato que ainda hoje é basicamente o mesmo. Esta versão tem o encanto adicional de ter sido manualmente colorizada (sim, cada fotograma foi pintado por uma pessoa com extrema paciência), um efeito muito bacana. A coleção tem outras curiosidades, como The Little Train Robbery (paródia de The Great Train Robbery, como elenco infantil), The Kleptomaniac (critíca social sobre a diferença de tratamento para pobres e ricos no sistema judiciário), e Rescued from an Eagle's Nest (com D.W. Griffith ainda trabalhando como ator e interpretando o pai que resgata um bebê raptado por uma águia). #

quinta-feira, 04 de novembro de 2010

[ 10:36 ]

Assisti em blu-ray Clash of the Titans (EUA, 2010), Louis Leterrier. Uma bobagem descomunal, com uma história muito fraquinha e sem qualquer respeito aos mitos gregos. A quantidade de desvios das lendas originais é tão grande que nem vou tentar fazer uma lista, mas alguns são tão absurdos que merecem uma menção. O protagonista é o semi-deus Perseu, filho de Zeus e Dânae, que era filha de Acrísio, rei de Argos. Na história original, Zeus se transforma numa chuva de ouro e fertiliza Dânae, que estava presa numa torre. É um momento famoso da mitologia, retratado por vários pintores, entre eles Ticiano, Rembrandt e Klimt. No filme, porém, Zeus (Liam Neeson) se transforma em águia para entrar na torre (história errada, Zeus se transformou em águia para raptar Ganímedes) e toma a aparência de Acrísio (que no filme é marido da moça e não seu pai) para ser aceito na cama da Dânae (um truque que parece saído do filme Excalibur). Na história original, como o oráculo tinha avisado que Acrísio seria morto pelo filho de Dânae, ele coloca a mãe e a criança num barquinho e manda os dois para longe. Eles vão parar na ilha de Seriphos, onde o pescador Dictys cuida dos dois e cria Perseu como se fosse seu próprio filho. No filme, porém, eles são colocados num caixão e jogados no mar, e quando o pescador Spyros (Pete Postlethwaite) os resgata Dânae já está morta (e morena, contrastando com o cabelo loiro que ela tem em outras cenas). Perseu (Sam Worthington) cresce como filho do pescador e fica furioso quando Hades (Ralph Fiennes), deus das profundezas, mata toda sua família adotiva porque eles estavam no lugar errado no momento errado, exatamente quando soldados de Argos desafiavam os deuses. Hades informa a população de Argos que eles devem escolher entre sacrificar a princesa Andrômeda (Alexa Davalos) ou ver a cidade destruída pelo monstro marinho Kraken, o que é muito estranho porque essa criatura faz parte da mitologia escandinava, não da mitologia grega. Perseu resolve ir atrás da Medusa, cortar sua cabeça, e usá-la como arma contra o Kraken. Na história original, Perseu vai atrás da Medusa por um motivo completamente diferente relacionado com o sujeito que quer se casar com a sua mãe e que manda Perseu nessa missão impossível só para se livrar de suas objeções. Além disto, Andrômeda era filha dos reis da Etiópia, não de Argos, e depois de salva pelo Perseu se casou com ele e teve vários filhos, criando a dinastia que controlaria a civilização micênica. No filme, porém, a parceira romântica de Perseu é a Io, importada de outro mito e com um papel completamente modificado. Na história original, era uma das amantes de Zeus que foi transformada em vaca. O filme evita qualquer referência bovina e coloca Io (Gemma Arterton) como parte da equipe que vai enfrentar a Medusa. Curiosamente, em vez de morar numa ilha do Mediterrâneo como na história original, a Medusa do filme habita o mundo dos mortos além do rio Estige. E Pegasus, o cavalo alado que é filho da Medusa e só nasceu depois que Perseu lhe cortou a cabeça, no filme aparece bem antes, vindo não se sabe de onde. Tampouco se sabe de onde surgiram os Djinns, que têm aparência de personagens de Star Wars e nome de personagens dAs Mil e uma Noites. E ninguém explica como os antropomórficos Djinns são imunes ao olhar da Medusa mas o monstro marinho Kraken não é. Além de todos estes deslizes (e muitos outros que não mencionei) Clash of the Titans tenta cristianizar a mitologia grega. Os deuses olímpicos são quase todos praticamente eliminados da história para que Zeus apareça quase como divindade única, usando seu filho semi-deus para salvar a humanidade da ameaça do lorde das profundezas infernais. Ridículo. #

quarta-feira, 03 de novembro de 2010

[ 20:18 ]

Vinho da noite: Vega Oliveras Tempranillo 2009. Espanhol, de Castilla. Muy bueno! #

[ 11:05 ]

Assisti em blu-ray Kick-Ass (GB-EUA, 2010), do Matthew Vaughn. Eu não tinha grandes expectativas, mas acabei achando o filme muito bacaninha. A história do protagonista que quer ser super-herói seria no máximo uma mediana homenagem crítica a Spider-Man, porém a história dos personagens secundários Hit-Girl e Big Daddy é suficientemente interessante para sustentar o filme mesmo se não tivéssemos o Kick-Ass. Matthew Vaughn se redime da direção morna de seu filme anterior, Stardust, e apresenta uma narrativa sólida apoiada numa trilha sonora magnificamente escolhida (as músicas certas nos momentos certos, de Mozart a Joan Jett, de Tra La La Song da série The Banana Splits ao tema de For a Few Dollars More). Agora quero ler os quadrinhos originais do Mark Millar e do John Romita Jr. #

terça-feira, 02 de novembro de 2010

[ 10:42 ]

Ontem o canal TCM começou a exibir uma série de documentários sobre a história do cinema, Moguls & Movie Stars. O primeiro episódio, sobre a invenção do cinematógrafo e sobre o surgimento dos primeiros empresários do ramo, foi muito bacana. O único problema para mim foi o foco excessivo nos EUA, quase dando a impressão que o verdadeiro inventor do cinema foi Thomas Edison e não os irmãos Lumière. Mas ao menos mostraram os clássicos La Sortie de l'Usine Lumière à Lyon, Le Jardinier e Le Repas de bébé, e também trechos de filmes do Georges Méliès. Ainda teremos mais seis episódios, acompanhados de produções da época retratada em cada um. Ótimos petiscos para quem gosta de cinema antigo. #

[ 10:25 ]

Já começou o inverno. A temperatura lá fora está nos 39°F (3°C). #

segunda-feira, 01 de novembro de 2010

[ 11:29 ]

Curiosidade: os dois filmes sobre Wyatt Earp feitos nos anos noventa tinham atores que depois fariam parte do elenco da série Lost, Terry O'Quinn como prefeito John Clum em Tombstone (John Locke em Lost), Jeff Fahey como Ike Clanton em Wyatt Earp (Frank Lapidus em Lost). #

[ 11:21 ]

Assisti em blu-ray Wyatt Earp (EUA, 1994), do Lawrence Kasdan, e achei tão fraco como da primeira vez que vi. Não é um filme ruim, mas é demasiadamente longo e lento, com muitas partes desinteressantes. A história começa com o Wyatt Earp ainda criança, e mostra episódios que supostamente formariam o homem que se transformou numa das mais famosas figuras da época. Vemos seus irmãos voltando da guerra, seu pai dando conselhos para a família, sua primeira esposa morrendo de tifo, mas nada disso realmente define, explica ou justifica as ações posteriores do protagonista. O elenco é bom, mas nenhum dos atores leva seu personagem ao mesmo nível dos personagens de Tombstone (em parte por culpa do roteiro, que se preocupa muito mais com o Wyatt Earp e trata todos os outros como peças secundárias). Kevin Costner é Wyatt, Michael Madsen é Virgil, Linden Ashby é Morgan, e Dennis Quaid é Doc Holliday. O filme também toma algumas liberdades com os acontecimentos históricos, como por exemplo quando mostra o Virgil e o Morgan sendo atacados na mesma noite (na verdade os ataques ocorreram com meses de distância) ou quando coloca o Johnny Ringo morrendo no tiroteio de Iron Springs (ele morreu mais tarde, não se sabe se foi suicídio ou assassinato - esta última hipótese é explorada em Tombstone). Wyatt Earp parece ter sido uma forma extremamente cara de provar que o Kevin Costner estava errado. Ele estava escalado para ser o ator principal de Tombstone mas abandonou o projeto porque o roteiro não dava ao seu personagem a importância que ele queria. Costner então resolveu fazer o seu próprio filme sobre os mesmos eventos e personagens, e aparentemente tentou pressionar outros estúdios para que não distribuíssem Tombstone. No final, não só Tombstone se revelou um filme muito superior como também Wyatt Earp foi um fracasso de bilheteria e não teve metade dos espectadores de Tombstone. #