sábado, 30 de abril de 2005

[ 18:03 ]

No East Building da National Gallery of Art a presença francesa era forte. Duas exposições pequenas, Small French Paintings (que vai do realismo ao impressionismo) e Fauve Painting from the Permanent Collection (com fauvistas variados, Matisse sendo o melhor representado), fazem companhia a uma exposição enorme, Toulouse-Lautrec and Montmartre, com mais de 250 obras do próprio Lautrec e de vários contemporâneos. Quadros, cartazes, livros, fotos, filmes, um belo material sobre o bairro boêmio parisiense, seus artistas, seus cabarés, suas dançarinas, suas prostitutas. Vendo de perto os trabalhos do Toulouse-Lautrec, podemos notar que muitas vezes ele trabalha com tinta a óleo sobre cartão como se estivesse usando pastel, conseguindo um efeito muito interessante. Acho que a minha peça preferida na exposição é o famoso cartaz do Théophile Alexandre Steinlen, Tournée du Chat Noir. (A minha amiga Rosinha Monkees, grande apreciadora de gatos, deve gostar muito do Steinlen, que pintou muitos felinos, inclusive um quadro com centenas deles chamado Apotheosis of Cats.) #

[ 15:20 ]

Fui informado agora que, graças a alterações na programação, a entrevista que dei para a Rede CBN sobre A Casa das Mil Portas, originalmente agendada para ser transmitida amanhã às 14h15, já foi ao ar hoje às 12h50. #

[ 14:09 ]

Voltando às exposições que visitei na quarta-feira. Antes de sair do West Building para o East Building (a National Gallery of Art tem dois edifícios ligados por uma passagem subterrânea, além de um grande jardim com esculturas), ainda vi a exposição Jan de Bray and the Classical Tradition. Mais um holandês talentoso do século XVII, um pouco mais novo que Rembrandt e Hals. São cinco quadros do de Bray ladeados de vários outros trabalhos de seus contemporâneos. O que eu mais gostei foi Portrait of the Artist's Parents, Salomon de Bray and Anna Westerbaen, dois perfis em composição interessante que evoca as efígies das moedas do Império Romano e os retratos de nobres da Ranascença. Também em exposição estava o Tiberius and Agrippina do Rubens, com o mesmo tipo de enquadramento mas de certa forma sem o mesmo impacto. Jan de Bray viu muita gente morrer ao seu redor, e vários deles se transformaram em personagens de seus quadros. Entre 1663 e 1664, uma epidemia de peste matou seus pais e quatro dos seus irmãos. Sua primeira esposa morreu em 1669, um ano depois do casamento. A segunda morreu em 1673, menos de um ano depois do casamento. E a terceira morreu em 1680, dois anos depois do casamento. #

[ 12:45 ]

Ontem assisti em dvd Ray (EUA, 2004), do Taylor Hackford. É realmente impressionante a transformação do Jamie Foxx em Ray Charles, a voz, a linguagem corporal, e até o jeito de tocar piano. Merecidíssimo o Oscar de melhor ator que levou este ano. O filme não é excepcional, mas conta uma boa história com música muito boa. Fora isto, me incomodou um pouco uma falha conceptual. O roteiro toma uma posição clara contra o uso de drogas, mas a trama nunca apresenta uma boa razão para a condenação, pelo contrário. O que vemos é um artista sempre explorando ao máximo suas capacidades, com ou sem drogas, e a sua criatividade e o seu desempenho nunca parecem afetados pelo consumo. O drama familiar está muito mais ligado à sua ausência (Ray passava a maior parte do tempo viajando para se apresentar) e aos seus relacionamentos extraconjungais (sempre tinha uma ou outra namorada quando estava fora de casa). O único problema realmente relacionado às drogas que vemos no filme é a repressão policial, as prisões, os processos e a voracidade da mídia em explorar isto tudo. Até mesmo o caso da overdose de um personagem secundário acontece fora das câmaras e só ouvimos falar nele. Se a idéia era demostrar como as drogas são nocivas, apresentar um músico genial que teve sua fase mais criativa enquanto era viciado em heroína não me parece uma boa estratégia. #

sexta-feira, 29 de abril de 2005

[ 15:22 ]

Acabo de dar uma entrevista por telefone para a Tatiana Vasconcellos, da Rede CBN, sobre A Casa das Mil Portas. A transmissão, para todo o país e também pela internet, será neste domingo às 14h15. #

[ 14:58 ]

Outro retratista com exposição na National Gallery of Art era o Gilbert Stuart. Ele é famoso por suas pinturas do George Washington (várias e todas muito parecidas), mas entre as dezenas de quadros em exibição encontrei outros mais interessantes e mais expressivos, como a nariguda Catherine Brass Yates ou o pensativo John Adams. #

[ 14:40 ]

Mais exposições na National Gallery of Art. Apesar do nome, Rembrandt's Late Religious Portraits não tem muito de religião. São dezessete retratos no melhor estilo do mestre holandês, com títulos bíblicos (nomes de santos e apóstolos, principalmente) mas em sua maior parte com rostos e expressões de contemporaneidade. A grande atração em todos estes quadros é a luz, o famoso chiaroscuro no qual Rembrandt era insuperável. Um dos destaques é o seu Self-Portrait as the Apostle Paul, que eu tinha visto mais de duas décadas atrás em Amsterdam. Na sala ao lado havia mais trabalhos de Rembrandt, incluindo outro auto-retrato, ainda melhor. #

[ 12:33 ]

Reativei minha conta na Netflix e ontem, depois da partida entre Heat e Nets (bela vitória fora de casa, depois de duas prorrogações, da equipe do Shaq), assisti o primeiro dvd que chegou, The Final Cut (Canadá-Alemanha, 2004), escrito e dirigido pelo Omar Naim. A trama é razoável, mas o mais interessante do filme é a idéia de um implante cerebral capaz de gravar a memória das pessoas para depois serem editadas como um filme e assistidas por amigos e familiares. O trabalho do protagonista (bem interpretado pelo Robin Williams) é selecionar que momentos da vida dos falecidos merecem ser guardados e quais devem ser apagados para sempre. "The dead mean nothing to me, Mrs. Bannister. I took this job because I respect the living." #

quinta-feira, 28 de abril de 2005

[ 16:37 ]

Ainda tenho mais seis exposições para comentar (sim, a National Gallery of Art é imensa e eu vi tudo que estava aberto ao público), mas vou deixar para amanhã. Hoje só quero destacar mais uma obra do acervo do museu, Daniel in the Lions' Den, do Rubens. É uma tela enorme (mais de três metros de largura por mais de dois metros de altura), com alguns dos melhores felinos que já vi numa pintura. #

[ 15:59 ]

Uma das melhores exposições que vi ontem na National Gallery of Art foi a retrospectiva do André Kertész. Mais de uma centena de fotos, desde os pequenos instantâneos em preto e branco feitos na Hungria até as polaroides que fez em New York já nos anos oitenta. Muito material interessante, principalmente a fase parisiense, com flagrantes urbanos que lembram Cartier-Bresson e experiências com distorções que lembram Man Ray. Entre tantas fotos bacanas, se eu tivesse que escolher só uma acho que ficaria com a que ele fez no estúdio do Mondrian. "I went to [Piet Mondrian's] studio and instinctively tried to capture in my photographs the spirit of his paintings. He simplified, simplified, simplified. The studio with its symmetry dictated the composition. He has a vase with a flower, but the flower was artificial. It was colored by him to match the studio." Outras que merecem destaque são The Heron (que lembra Magritte) e Martinique (calma e misteriosa). #

[ 15:45 ]

A exposição seguinte foi Cotton Puffs, Q-tips, Smoke and Mirrors: The Drawings of Ed Ruscha. Ele ficou famoso nos anos sessenta principalmente por seus quadros com palavras ou frases pintadas com efeitos interessantes, imitando papel recortado, xarope derramado, etc. A idéia é interessante, mas o resultado não me entusiasma muito esteticamente. Fiquei pensando se o artista não se irrita ao ver que alguns efeitos que há décadas lhe davam tanto trabalho para executar manualmente hoje podem ser obtidos com somente um click no Photoshop. #

[ 15:28 ]

A primeira exposição que vi ontem na National Gallery of Art foi Six Centuries of Prints and Drawings, com 142 aquisições recentes do museu. Muito material interessante, desde desenhos e gravuras do século XV até trabalhos de Lautrec e Picasso. Duas obras que me chamaram a atenção foram Fantasy of Perspectival Forms Set among Ruins, xilogravura de um artista do século XVI chamado Lorenz Stör, que parecia um Escher primitivo, e Venetian School II, serigrafia do Roy Lichtenstein, sempre um dos meus preferidos. #

quarta-feira, 27 de abril de 2005

[ 20:13 ]

Sem muita vontade de voltar para casa, fiquei passeando por Washington. Tomei um café no Cosi, fiz umas fotocópias no Kinko's, comprei umas revistas no Olsson's, até as dez horas, quando abre a National Gallery of Art. Passei cinco horas perambulando entre obras de El Greco, Ticiano, Rafael, Bellini, Carpaccio, Da Vinci, Boticelli, Vermeer, Rubens, Van Dyck, Dürer, Murillo, Bellotto, Canaletto, Tiepolo, Goya, Chardin, Watteau, Ingres, Fragonard, Turner, Constable, Whistler, Corot, Delacroix, Manet, Monet, Cézanne, Degas, Pissarro, Seurat, Renoir, Gauguin, Van Gogh, Picasso, Braque, Gris, Calder, Miró, Tanguy, Magritte, Brancusi, Mondrian, Cornell, Pollock, Rothko, Johns, para citar somente os mais conhecidos. Além do acervo enorme do museu, visitei também várias exposições temporárias, que vou comentar aqui aos poucos. #

[ 19:50 ]

Hoje acordei bem cedo, ainda antes do sol nascer, faltavam quinze minutos para as seis horas. Saí de casa às sete, cheguei ao escritório do USCIS às oito e quinze, depois de uma longa viagem de metrô. Estava com todos os documentos prontos para a próxima etapa do processo de imigração, mas fui informado que não poderia entregar os papéis e que teria que enviar tudo pelo correio. Aparentemente as regras mudam sem aviso prévio, porque o formulário trazia instruções para entregar exatamente onde eu estava entregando. Resta-me colocar os documentos num envelope, usar os serviços do carteiro, e esperar que não me apareçam mais episódios kafkianos pela frente. #

terça-feira, 26 de abril de 2005

[ 16:10 ]

Hoje instalei a nova versão do meu browser, Opera 8. #

[ 15:22 ]

A Arianna Huffington está preparando um weblog coletivo com participação de celebridades como David Mamet, Nora Ephron, Warren Beatty, Maggie Gyllenhaal, Diane Keaton e Norman Mailer. A grande questão é se esses famosos vão mesmo comportar-se como blogueiros, entrando em diálogo com os leitores por email ou por caixa de comentários, ou se o site vai ser simplesmente uma coleção de textos de mão única. O Huffington Post está agendado para começar a funcionar no dia nove de maio. #

[ 14:38 ]

Weblog sobre cartazes de cinema: PosterWire. #

[ 13:37 ]

Relembrando MacGyver. Como fazer fogo com uma lata de refrigerante e uma barra de chocolate: Wilderness Survival. #

[ 12:38 ]

Macrofotografia de insetos: Bug Dreams. #

segunda-feira, 25 de abril de 2005

[ 21:16 ]

Cheguei aos EUA bem a tempo de assistir os playoffs da NBA. A cobertura televisiva é ampla, e durante o weekend assisti os oito jogos da primeira rodada enquanto organizava o meu quarto, montava a cama, pendurava as roupas, respondia emails, atualizava sites, etc. Duas partidas estavam tão boas que parei o que estava fazendo só para me concentrar no jogo: Miami 116 x 98 New Jersey (com ampla superioridade da equipe do Shaquille O'Neal) e Chicago 103 x 94 Washington (que foi muito disputada nos três primeiros quartos). Agora estou assistindo Indiana e Boston, mais tarde tem Houston e Dallas, e todas as noites desta semana teremos transmissão de jogos. #

[ 12:39 ]

Da série Coisas Ruins dos EUA Que Eu Não Lembrava Mais: frio. Apesar de estarmos na primavera, a temperatura aqui em Alexandria anda pelos 54°F (12°C). #

[ 12:37 ]

Da série Coisas Boas dos EUA Que Eu Não Lembrava Mais: internet rápida. Depois de usar a banda larga brasileira, a banda larga estadunidense parece mágica. #

[ 11:32 ]

Carlos Esperança manda bem: "É interessante comparar os 4 milhões de peregrinos que se deslocaram para ver o cadáver de JP2 com os 300 mil que se incomodaram a saudar em apoteose o novo Papa. Os católicos preferem um papa morto a um vivo. A vida é a morte da virtude e a morte é o alimento da fé." #

domingo, 24 de abril de 2005

[ 21:32 ]

Esta semana no Burburinho o Luis Gustavo Claumann fala do Último Teorema de Fermat. Para receber por email os próximos textos do Burburinho, cadastre-se gratuitamente e torne-se um burbunauta. #

sábado, 23 de abril de 2005

[ 20:17 ]

Uma das surpresas que me esperava aqui em Alexandria era um novo leitor de dvds, presente da Jade e do David (thanks, guys!) para substituir o meu aparelho antigo que estava com defeito. Já reinstalei tudo, tv grande, tv pequena, dvd player, vcr e receptor de satélite (que ontem foi trocado de DISH Network para DirecTV). E enquanto não chegam meus primeiros discos da Netflix (sim, já reativei minha conta) peguei na coleção da Jade a terceira temporada de Alias, a que começa com Sydney Bristow descobrindo que não se lembra dos últimos dois anos da sua vida. Esta reviravolta permite que os roteiristas revitalizem a série com novas funções para quase todos os outros personagens: uns foram promovidos, outros largaram o emprego, uns casaram, outros vão ter filhos, uns se regeneraram, outros uniram-se ao inimigo. Os primeiros episódios desta temporada são bem interessantes. #

[ 18:19 ]

Ontem abrimos o presente que eu trouxe para o David, uma garrafa de Cachaça Artesanal Família Carra, Reserva Especial Safra 1978, feita no Sítio Bom Retiro, em Serra Negra. É a melhor amarelinha que já bebi, com um gosto que se aproxima muito de bons whiskeys. Como cachaça é feita de cana de açúcar e bourbon é feito de milho, imagino que a semelhança no paladar seja principalmente conseqüência do envelhecimento em barris de madeira. Acho que foi a primeira vez que experimentei uma cachaça com mais de um quarto de século de idade. #

[ 10:36 ]

A Casa das Mil Portas, que já apareceu linkada em dezenas e dezenas de weblogs (meus agradecimentos a todos), hoje está também na Tribuna da Imprensa: Portal de microcontos. "O brasileiro Nemo Nox foi recentemente agraciado pela TV alemã como o melhor blogueiro do mundo. Não foi à toa. Sua mais nova idéia é um portal de microcontos, com a participação de 19 blogueiros, onde o leitor vai pulando aleatoriamente de um microconto ao outro. O nome já diz tudo: A Casa das Mil Portas, para se entrar e sair por onde quiser. Cuidado: você começa a navegar, lê um conto, lê outro e, quando vê, se perdeu lá dentro, e lá se foram duas horas." Thanks! #

sexta-feira, 22 de abril de 2005

[ 22:10 ]

No Miami International Airport, já na área para passageiros, tive a boa surpresa de encontrar uma galeria de arte. A exposição em curso era True North, com vários artistas e suas interpretações do inverno. O que eu mais gostei foi o Michael Oatman, que usou imagens de aviões para criar uns flocos de neve enormes. #

[ 22:05 ]

Antes de sair do Brasil, terminei de ler Bellini e os Espíritos (Companhia das Letras, 2005), do Tony Bellotto. Gostei, acho que é o melhor dos três livros com o detetive Remo Bellini (os outros dois são Bellini e a Esfinge e Bellini e o Demônio). Achei interessante (mas não sei se era a intenção do autor) que os espíritos do título podem ser não só os literalmente citados na história (a trama envolve assassinatos de pessoas ligadas a um centro espírita) mas também as três mulheres com quem o protagonista se envolve no decorrer da narrativa. Espero que o Bellotto faça mais livros com o Bellini. #

[ 21:43 ]

A entrevista que o Rafael Reinehr fez comigo apareceu agora no Simplicíssimo. Thanks! #

quinta-feira, 21 de abril de 2005

[ 20:55 ]

Minha viagem foi mais longa e mais conturbada que eu esperava. Acordei cedinho na quarta-feira e rumei com os meus pais para o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, com uma parada estratégica em Bragança Paulista para comer um sanduíche de queijo derretido. Como fui um dos últimos passageiros a chegar, fiz o check in e já embarquei. O vôo foi tranqüilo, avião com pouca gente. Uma das aeromoças estava fazendo sua última viagem antes de se aposentar, e para comemorar seus 38 anos de carreira serviram champagne para todos os passageiros. Ao chegar ao Miami International Airport é que comceçou a complicação. O funcionário que carimba os passaportes fez todos os procedimentos normais (foto, digitais, etc) mas, sem saber bem o que fazer com os meus papéis de imigração, em vez de me liberar me mandou para a sala de espera do Department of Homeland Security. Trata-se de uma espécie de purgatório da imigração, projetado para abrigar as pessoas que ainda não foram selecionadas para entrar no país nem para ser deportadas. Apesar de eu ter um visto válido de turista e uma carta do Citizenship & Immigration Service dizendo a razão da minha visita, todos os funcionários que falaram comigo pareciam atrapalhados com os meus documentos (um deles confessou nunca ter visto um processo de imigração como o meu, para alien of extraordinary ability in the arts). Assim, falei primeiro com um, depois com outro, depois com ainda outro, e entre cada uma destas entrevistas, longas esperas na sala de espera, que tinha elenco variado: criancinhas correndo e gritando, uma cubana bonitinha pedindo asilo político, um brasileiro querendo entrar no país com passaporte vencido, dois gêmeos negros que tentaram usar o mesmo passaporte, entre outros. Passei cinco horas naquela sala, sem poder sair e sem acesso a telefone ou a comida (tinha somente um bebedouro), até que resolveram meu destino. Como não chegaram a uma conclusão sobre o que fazer comigo, resolveram-se por uma deferred inspection, ou seja, deixaram-me entrar nos EUA sem a autorização habitual, que só será dada daqui a duas semanas depois de uma nova entrevista em Washington. Na prática, deram-me tempo suficiente para tratar dos papéis que tenho que tratar, o que não foi ruim. Com tudo isto, perdi meu vôo, tive que dormir em Miami (num hotel perto do aeroporto, o Comfort Inn), e só hoje pude viajar até o Ronald Reagan Washington National Airport. Ainda tive azar neste último trechinho, e vim com uma criança atrás de mim sacudindo incessantemente a minha poltrona, um gordo ao meu lado me espremendo contra a janela, e um bebê à minha frente chorando durante todo o percurso. Foi um alívio sair daquele avião. Agora já estou em casa, começando a reinstalar minhas coisas (computador, internet, tv, dvd, etc) e colocando em dia as conversas com a Jade e o David (a Kate, filha deles que nasceu enquanto eu estava fora, ainda é pequena demais para conversar). Tempo total transcorrido desde que saí da casa dos meus pais em Águas de Lindóia até que cheguei aqui em Alexandria: trinta horas. #

terça-feira, 19 de abril de 2005

[ 23:18 ]

Amanhã viajo para os EUA, depois de quase oito meses no Brasil. Vai ser um dia inteiro de carro, estrada, aeroporto, avião, outro aeroporto, outro avião, saio de manhã cedo de Águas de Lindóia, só chego no fim da noite em Alexandria. #

[ 12:28 ]

A noitada em frente à tv ontem foi proveitosa. Primeiro, mais episódio da série Lost, o oitavo. Depois, em dvd, A Murder of Crows (EUA, 1999), escrito e dirigido pelo Rowdy Herrington. Aqui no Brasil o título ficou como O Advogado dos 5 Crimes e acho que nem passou pelos cinemas, foi direto para as videolocadoras. Trama bacana envolvendo advogados, escritores, policiais e um serial killer. Vários nomes conhecidos no elenco: Cuba Gooding Jr. (Oscar por Jerry Maguire), Tom Berenger (indicado ao Oscar por Platoon), Eric Stoltz (indicado ao Golden Globe por Mask), Carmen Argenziano (o único homem que conheço que se chama Carmen, o Selmak de Stargate SG-1) e Ashley Laurence (da trilogia Hellraiser). Interessante. Fechando a sessão, em dvd, Les Invasions Barbares (Canadá-França, 2003), escrito e dirigido pelo Denys Arcand. Um dos filmes mais tristes que vi nos últimos tempos, mas também um dos melhores. Reúne novamente os mesmos personagens (e o mesmo elenco) de Le Déclin de l'Empire Américain numa história quase independente da anterior. O tema aqui é a morte, e também as relações de família e amizade. Diálogos excelentes, narrativa contida, boas interpretações, e uma história perspicaz e cruel. Bem merecidos os prêmios que ganhou, incluindo o Oscar (foi a primeira continuação a levar a estatueta de filme estrangeiro) e o César (foi o primeiro canadense a levar o prêmio para melhor filme em francês). #

segunda-feira, 18 de abril de 2005

[ 22:31 ]

Foi muito boa a recepção dA Casa das Mil Portas. O link pipocou pela blogosfera brasileira, apareceu em primeiro lugar no TopLinks, muita gente elogiou, e vários blogueiros já enviaram novas colaborações para o site (a próxima fornada de autores vai entrar no site em maio, quando eu já estiver reinstalado nos EUA). Meus agradecimentos a todos que estão prestigiando o projeto. Atendendo a pedidos, também fiz um par de banners para quem quiser linkar a A Casa das Mil Portas, coloquei no final da página de dúvidas. #

[ 17:18 ]

Vez por outra alguém me pergunta o que mudou na minha vida depois de ter sido o preferido do júri popular na categoria Melhor Weblog no Deutsche Welle International Weblog Awards 2004. Na verdade, quase nada. A visitação deste modesto Por um Punhado de Pixels aumentou um pouco. Ganhei um computador portátil (que chegou hoje). E só. Não fui convidado para escrever em qualquer jornal ou revista, não fui contratado por um grande portal, o Jô Soares não me entrevistou, a Salma Hayek não me chamou para fazer o website dela. Foi muito bacana ter sido premiado, ver o meu trabalho reconhecido por tanta gente, ganhar leitores novos, mas não se trata do acontecimento glamouroso que algumas pessoas imaginam. #

[ 16:49 ]

Hoje, quatro meses e meio depois do anúncio dos resultados, chegou às minhas mãos o prêmio que ganhei no Deutsche Welle International Weblog Awards 2004: trata-se de um iBook G4. Pequeno e bonitinho, vai ser um brinquedo divertido para mim. Meus agradecimentos ao pessoal da Deutsche Welle, e também à minha amiga Rosinha Monkees, que recebeu o pacote lá em Balneário Camboriú e mandou aqui para Águas de Lindóia. Infelizmente, não só o manual veio em alemão mas também o teclado é alemão (já vi que é possível trocar a configuração, mas acho que depois terei que pintar as teclas com os caracteres corretos). Se alguém tiver dicas para novatos no mundo Mac, agradeço. #

[ 11:33 ]

Análise interessante do bipartidarismo na blogosfera política dos EUA: Insiders vs. Outsiders. #

[ 11:24 ]

Sessão dupla em dvd. Primeiro, Beyond Hypothermia (Sip Si 32 Doe, HK, 1996), do Patrick Leung. Muito ruim. Roteiro inverossímil, personagens caricatos, diálogos desajeitados. Não consegui assistir até o fim. Depois, Nota Máxima (The Perfect Score, EUA, 2004), do Brian Robbins. Um grupo heterogêneo de estudantes resolve roubar os resultados do SAT, teste escolar que quase equivale ao vestibular brasileiro. O filme não consegue escapar de alguns clichês do gênero, mas mesmo assim tem bons momentos. No elenco, a lindinha Scarlett Johansson (de Girl with a Pearl Earring e Lost in Translation) e a antipática Erika Christensen (de Traffic e Swimfan). #

[ 10:51 ]

Já vi mais de uma vez a discussão sobre qual empresa de software seria mais poderosa, a Adobe (Photoshop, Illustrator, etc) ou a Macromedia (Flash, Shockwave, etc). Agora a questão parece resolvida: Adobe to buy Macromedia for $3.4 billion. "Combining the two businesses, the companies said, will allow them to create more powerful software programs that can be used across multiple operating systems, which should pave the way for expansion into new markets." #

domingo, 17 de abril de 2005

[ 11:02 ]

Ficou pronto o projetinho em que eu estava trabalhando: A Casa das Mil Portas. Trata-se de uma coleção de microcontos escritos por blogueiros brasileiros. Um microconto é, ao menos na nossa definição, uma história em prosa contada em aproximadamente cinqüenta letras. Se parece pouco é porque é realmente pouco. Fazer um microconto é um desafio literário, uma tentativa extremamente econômica de contar ou sugerir uma história inteira. Um microconto exemplar, e possivelmente o mais famoso de todos, é do escritor guatemalteco Augusto Monterroso: "Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá." Nesta primeira fase de A Casa das Mil Portas, participam os blogueiros Affonso Guerrero, Alexandre Inagaki, Alex Castro, Crib Tanaka, Daniel Q., Daniela Bertocchi, Dauro Veras, Elton Pinheiro, Fer Guimaraes Rosa, Fernando Serboncini, Fred Leal, Herbert Farias, Leandro Oliveira, O. Roman, Rafael Lima, Renata Crispim, Smart Shade of Blue e Su. Meus agradecimentos a todos eles. A Casa das Mil Portas, visitem, divulguem, participem. #

[ 10:38 ]

Esta semana no Burburinho, um texto sobre Fahrenheit 451. Para receber por email os próximos textos do Burburinho, cadastre-se gratuitamente e torne-se um burbunauta. #

sábado, 16 de abril de 2005

[ 18:22 ]

Ainda um comentário sobre a questão das versões dubladas e das versões legendadas. Eu considero a existência de níveis de degradação da experiência audiovisual. Um filme original em boas condições, exibido na tela grande de um bom cinema, com uma platéia civilizada, seria o mais próximo do nível zero de degradação. Mesmo no cinema a experiência pode ter degradações: cópia riscada, caixas de som de baixa qualidade, projecionista desleixado, público conversando, telefones tocando, etc. A passagem do cinema para o dvd, por si só um nível completo de degração, pode acabar compensando estes inconvenientes da sala de projeção. Outros níveis de degradação são acrescentados quando o filme é adaptado para a tela pequena. No formato letterbox (aquele com faixas pretas acima e abaixo do filme), sofremos diminuição no tamanho da imagem. No formato fullscreen (enchendo a tela), sofremos perda de parte da imagem nas laterais (e algumas vezes movimentos de câmara inexistentes no original). Na versão legendada, temos letras sobre a imagem (o que para certas pessoas, especialmente quem lê devagar, pode ser um grande incômodo). Na versão dublada, perdemos a parte sonora das interpretações originais (mesmo nos raríssimos casos em que o dublador é tão bom como o ator original, ainda temos uma voz diferente e uma interpretação diferente, o que representa mais níveis de degradação). No meio de tantas variantes, escolhemos as que mais nos agradam, por razões diversas. A minha escolha busca o mais baixo nível de degradação possível: formato letterbox, som original, legendas se eu não entender o idioma do filme (numa feliz coincidência, muitas vezes as legendas se encaixam na área negra inferior, eliminando a degradação que seriam as letras sobre a imagem). #

[ 18:02 ]

Finalmente vi, em dvd, The Incredibles (EUA, 2004), escrito e dirigido pelo Brad Bird. Quando foi exibido no cinema na região de Balneário Camboriú só havia cópias dubladas, que me recusei a assistir. Agora, em dvd, pude apreciar as vozes originais de Craig T. Nelson, Holly Hunter, Samuel L. Jackson e Jason Lee, entre outros. Gostei. O filme é divertido, com boas seqüências de ação, a animação é ótima, e o humor em cima do universo dos super-heróis é inteligente. Mas é claro que a ideologia por trás da história pode ser questionada. Além de ser uma celebração (mais uma) do poder da família contra ameaças externas (não por coincidência, o vilão é um gênio solitário no qual nem a própria namorada confia), o roteiro também destaca a superioridade congênita de uns poucos elementos da sociedade (ecos de Nietzsche?) e critica os meros mortais que se colocam no caminho dos super-heróis (o principal entrave que leva os protagonistas ao fim da carreira de paladino e ao anonimato forçado é a coleção de processos judiciais movidos por cidadãos prejudicados pelas atividades dos super-heróis; enquanto isso, na vida real, um dos projetos da turma do Bush é limitar seriamente a possibilidade de cidadãos processarem empresas que os prejudiquem). #

sexta-feira, 15 de abril de 2005

[ 22:41 ]

O projetinho que anunciei aqui no mês passado, envolvendo blogueiros, literatura e portas, está quase pronto. Deve ser publicado nos próximos dias. #

[ 10:32 ]

Vai pela blogosfera brasileira um debate acalorado sobre a prisão do jogador argentino Leandro Desábato por ter chamado o jogador brasileiro Grafite de "negrito de mierda". Não há dúvida, me parece, que foi um insulto. A discussão é se teria sido racismo. Eu pergunto: se Grafite tivesse chamado Desábato de "branquelo de merda", teria sido preso com a mesma acusação? #

quinta-feira, 14 de abril de 2005

[ 21:04 ]

Assisti em dvd Hearts in Atlantis (EUA, 2001), do Scott Hicks. História simples, bem contada, com excelente interpretação do Anthony Hopkins. Fala en passant de paranormalidade (afinal, é baseada num livro do Stephen King), mas poderia não falar, trata-se somente de um MacGuffin. Os temas principais são o amadurecimento, a amizade, as escolhas e as memórias. Bacaninha. #

[ 18:44 ]

O Alexandre Cruz Almeida me pediu para avisar que mudou de nome: "Acabei de fazer uma coisa que estava pra fazer há muito tempo: me livrei do pseudônimo Cruz Almeida e estou blogando com meu nome verdadeiro, Alex Castro." O que me fez lembrar daquele personagem do Paul Auster que dizia: "I am Peter Stillman. That is not my real name." #

[ 10:05 ]

O Rafael Reinehr publicou hoje uma entrevista comigo no seu Escrever Por Escrever. Thanks! #

[ 09:59 ]

Aproveitando a visita de ontem à Livraria Siciliano do Shopping Galleria, comprei o livro novo do Tony Bellotto, Bellini e os Espíritos (Companhia das Letras, 2005), que já comecei a ler. Gosto das coisas que o Bellotto escreve, da forma direta com que conta a história e do jeito pós-beatnik/neo-existencialista que dá ao seu detetive paulistano. #

quarta-feira, 13 de abril de 2005

[ 22:30 ]

Hoje fui com a minha mãe até Campinas, uma viagenzinha de uns cem quilômetros a partir de Águas de Lindóia. Passamos a tarde no Shopping Galleria, que fica na margem da Rodovia Dom Pedro I, um agradável espaço de dois andares com jardins e cascatas a céu aberto no meio do edifício. Almoçamos, passeamos pelas lojas, mas o objetivo principal era assistir dois filmes. Primeiro, vimos Herói (Ying Xiong, China-HK, 2002), do Zhang Yimou. Visualmente esplendoroso, com magnífico estudo de cores e cenas de luta que lembram bailados. A história é razoável, mas torna-se muito mais interessante pela forma que é contada, em flashbacks com diferentes versões do mesmo acontecimento (o que remete, claro, ao Rashomon do Kurosawa - aliás, algumas cenas de exércitos em movimento me fizeram lembrar também de Kagemusha e Ran). Os combates são muito bem coreografados e é difícil dizer qual o melhor, mas acho que o meu preferido é Jet Li contra Donnie Yen na chuva com um velhinho tocando ao fundo. Boa trilha sonora de Dun Tan. Depois, vimos O Clã das Adagas Voadoras (Shi Mian Mai Fu, China-HK, 2004), do Yimou Zhang. Mesmo sem o impacto visual do anterior, ainda é extremamente bem cuidado e com seqüências belíssimas. Além disto, tem também uma história mais bacana, que começa com intrigas políticas e termina com ecos shakespeareanos. Boa trilha sonora de Shigeru Umebayashi. Mais uma vez, ótimas cenas de combate, e apesar de eu ainda achar desnecessários os vôos absurdos dos lutadores não me incomodaram tanto como em O Tigre e o Dragão. E já que falei neste filme, não posso deixar de mencionar a presença da lindinha Ziyi Zhang também em Herói (como a coadjuvante Lua) e em O Clã das Adagas Voadoras (como a protagonista Mei). #

[ 09:33 ]

Assisti em dvd Calendar Girls (GB-EUA, 2003), do Nigel Cole. Lembra muito The Full Monty, mas aqui a nudez proibida é de mulheres acima dos cinqüenta anos e por uma causa beneficente. Mistura bem dosada de drama e humor, sem grandes surpresas mas com boas interpretações (principalmente da Helen Mirren e da Julie Walters). Simpático. #

terça-feira, 12 de abril de 2005

[ 11:12 ]

No Soy Pirata: "Una plataforma alternativa y sin ánimo de lucro que trata, desde la legalidad, desmitificar la piratería en la red. Así mismo pretende dar a conocer nuestros derechos y obligaciones como internautas y ciudadanos, de una manera amena y cercana." #

[ 10:58 ]

Ontem assisti um filme ridículo em dvd, Megiddo (EUA, 2001), do Brian Trenchard-Smith. É a fantasia perfeita da direita apocalíptica estadunidense, misturando política e religião: o presidente dos EUA (Michael Biehn), como representante direto de deus, combatendo uma mistura de anti-Cristo e Satanás (Michael York), que lidera uma liga de países de quase todo o mundo. O início é até um pouco interessante, com temática que lembra muito The Omen, mas com o avançar da trama o simplismo cristão se instaura com toda a força, com direito a deus ex-machina no final, literalmente. Patético. O elenco parece reunir só atores em decadência, e além de Biehn e York aparecem também Udo Kier (de Lili Marleen), Franco Nero (de Tristana) e David Hedison (da série Voyage to the Bottom of the Sea), entre outros. #

[ 10:31 ]

Terminei de ler a primeira parte de Nada É o Que Parece Ser (Editora Arx, 2005), da Patricia Highsmith, com contos de 1938 a 1949. A narrativa é sempre envolvente, mesmo quando as histórias não são. Não gosto muito de contos cujo objetivo é simplesmente apresentar um personagem ou uma situação, sem qualquer acontecimento extraordinário, simplesmente uma fatia do cotidiano. Prefiro sempre aquelas histórias com premissas fora do comum ou desfechos surpreendentes (ou ambos) ou, como dizia Borges comparando literatura e pugilismo, histórias que vencem não por pontos mas por knockout. A Patricia Highsmith tem contos dos dois tipos. Em Onde a Porta Está Sempre Aberta com um Tapete de Boas-Vindas, por exemplo, quase nada acontece, o importante é somente o retrato psicológico da protagonista. Já em Os Pianos dos Steinach, por outro lado, além de traçar um perfil preciso da protagonista, a autora conta também uma história incomum. Acho que o meu preferido desta primeira parte é Na Praça, quase uma biografia de um Tom Ripley que não deu certo. #

segunda-feira, 11 de abril de 2005

[ 11:32 ]

Filmes do weekend:

Revenge of the Pink Panther (GB-EUA, 1978), do Blake Edwards, é tão ruim como os anteriores. Minha mãe fez uma boa comparação: parece filme da série Loucademia de Polícia. Além dos habituais Peter Sellers (o atrapalhado inspetor Clouseau), Herbert Lom (o ex-chefe de polícia Dreyfus que morreu no filme anterior e reapareceu aqui sem qualquer explicação) e Burt Kwouk (o irritante mordomo Cato), aparecem também Dyan Cannon, Robert Webber e Robert Loggia. Mais uma vez, nenhuma menção ao diamante do título.

Trail of the Pink Panther (GB-EUA, 1982), do Blake Edwards, tem a curiosidade de ser um filme póstumo na série, já que Peter Sellers morreu bem antes das filmagens. Todas as suas cenas são na verdade sobras de filmes anteriores, montadas com material novo para formar uma história inédita. Voltam a participar David Niven e Capucine, ambos do primeiro filme, e também Robert Loggia, mas com um personagem diferente do filme anterior. Depois de Trail of the Pink Panther, Blake Edwards ainda fez Curse of the Pink Panther em 1983 (sem Peter Sellers, a história era novamente sobre o desaparecimento do inspetor Clouseau) e Son of the Pink Panther em 1993 (com Roberto Benigni como filho do Clouseau e da Maria Gambrelli de A Shot in the Dark). Como nenhum deles está no estojo de dvds que reúne a série The Pink Panther e como eu não agüento mais as palhaçadas do inspetor, meu ciclo Clouseau termina por aqui - ao menos até a estréia do novo longa-metragem The Pink Panther, com Steve Martin (Clouseau) e Kevin Kline (Dreyfus).

Na DirecTV, assisti Arabesque (EUA, 1966), do Stanley Donen. Intriga internacional, códigos secretos, espionagem e assassinato, com estilo visual um pouco datado mas com trama ainda assim interessante. Gregory Peck e Sophia Loren formam o par central. As legendas em português eram comicamente equivocadas. Entre os incontáveis erros, um bom exemplo surge quando Alan Badel oferece um prato de tâmaras a Gregory Peck dizendo "pick a date" e a tradução aparece como "escolha um dia". #

domingo, 10 de abril de 2005

[ 15:56 ]

Esta semana o Burburinho fala do Hellboy dos quadrinhos. Para receber por email os próximos textos do Burburinho, cadastre-se gratuitamente e torne-se um burbunauta. #

sábado, 09 de abril de 2005

[ 22:51 ]

Pesquisando ao mesmo tempo no Google e no Yahoo: YaGoohoo!gle. #

[ 15:10 ]

Ontem assisti também em dvd 3000 Milhas Para o Inferno (3000 Miles to Graceland, EUA, 2001), do Demian Lichtenstein. Imagine Kurt Russell, Kevin Costner, Christian Slater, David Arquette e Bokeem Woodbine, todos vestidos de Elvis Presley e prontos para assaltar um cassino usando métodos pouco sutis. O filme tem ainda Kevin Pollak e Thomas Haden Church como agentes federais, Jon Lovitz como lavador de dinheiro, Ice-T como mercenário alucinado, e a bela Courteney Cox como trambiqueira adorável. Divertido. Curiosidade: a primeira participação de Kurt Russell no cinema, aos doze anos de idade, foi num filme com Elvis Presley, It Happened at the World's Fair, onde chutava a canela do rei do rock'n'roll. #

[ 14:49 ]

A Pantera Cor-de-Rosa (Pink Panther, da DePatie-Freleng) não faria um belo par felino com o Leão da Montanha (Snagglepuss, da Hanna-Barbera)? #

[ 14:18 ]

Somente onze anos depois de A Shot in the Dark, Peter Sellers e Blake Edwards voltaram ao personagem Clouseau (houve um filme em 1968, Inspector Clouseau, mas por ser estrelado por Alan Arkin e dirigido por Bud Yorkin geralmente não é considerado parte da série). O retorno foi batizado, sem surpresas, de The Return of the Pink Panther, e trazia Christopher Plummer como Charles Litton (papel de David Niven no original). Como por alguma razão obscura não consta no estojo de dvds que reúne a série The Pink Panther, o que assistimos ontem foi o filme seguinte, The Pink Panther Strikes Again (GB-USA, 1976), do Blake Edwards. Clouseau agora é o chefe de polícia, e o ex-chefe de polícia Dreyfus (Herbert Lom) se transforma em super-vilão para acabar com ele (ou com o planeta inteiro, não faz muita diferença). A história é uma bobagem descomunal que serve somente de fraco fio condutor entre uma palhaçada e outra de Clouseau e Dreyfus. Eu não imaginava que Peter Sellers tivesse feito filmes tão ruins. Curiosidade: o diamante Pink Panther desta vez não aparece na história, apesar de estar no título. #

[ 13:54 ]

O computador dos meus pais não gostou muito da minha câmara Kodak EasyShare DX4530, e por isto o Bip Bop Boom vai hibernar até eu voltar para os EUA. O Pulsão Negativa, porém, continua em atividade, apesar das constantes dificuldades de publicação no Blogger. #

sexta-feira, 08 de abril de 2005

[ 19:48 ]

Ouvindo as conversas do meu pai, descobri que Águas de Lindóia tem muitos habitantes conhecidos por nomes pitorescos: Chuvisco (pintor), Cuia (dentista), Cueca (dono de bar), Jacaré (dono de papelaria), Morcego (serralheiro), Pingüim (advogado), Testa (dentista), Zé Galinha (eletricista), Zé Groselha (dono de gráfica), Zé Medonho (motorista de táxi), Zé Parafuso (agricultor), Zoinho (gerente de banco)... #

[ 13:34 ]

Assisti também, mais para o fim da noite, The Mexican (EUA, 2001), do Gore Verbinski. Algumas pessoas já me tinham dito que não era bom, mas como gostei de outros trabalhos do diretor (The Ring e Pirates of the Caribbean) resolvi arriscar. Não me arrependi, achei o filme bacaninha. Não chega ao nível dos outros, mas tem história razoável e elenco competente (Brad Pitt, Julia Roberts, James Gandolfini, e uma participação pequena do Gene Hackman). Divertidinho. #

[ 11:57 ]

Ontem assistimos em dvd A Shot in the Dark (GB-EUA, 1964), do Blake Edwards, continuação de The Pink Panther aproveitando o mesmo personagem, o inspetor Clouseau interpretado pelo Peter Sellers, numa nova trama policial. Não gostei muito do primeiro e este é ainda pior, com palhaçadas que poderiam estar no velho programa dos Trapalhões. A beldade da vez é a alemãzinha Elke Sommer (de The Prize) e o veterano convidado é o George Sanders (de All About Eve). É também o primeiro filme da série onde aparecem o mordomo Cato (Burt Kwouk) e o chefe de polícia Dreyfus (Herbert Lom), e o único a não ter a pantera cor-de-rosa no título ou no desenho animado dos créditos. Curiosidade: um dos roteiristas é William Peter Blatty (de The Exorcist), num de seus primeiros trabalhos. #

quinta-feira, 07 de abril de 2005

[ 19:18 ]

Só hoje descobri esta referência gentil ao meu trabalho, a proposito do Perranoski Prize: "Global citizen and now Virginian, professional photographer Nemo Nox was nominated for Plic Plac though his many other sites reflect an enormous body of beautiful work." Thanks! #

[ 16:43 ]

Enciclopédia de design interativo: Interaction-Design Encyclopedia. "Free, open-content, peer-reviewed, covering terms from the disciplines of Interaction Design, Human-Computer Interaction (HCI), Design, Human Factors, Usability, Information Architecture, and related fields." #

[ 16:34 ]

Depois de conquistar três campeonatos seguidos (2000, 2001, 2002), o Los Angeles Lakers entrou em crise. O motivo principal apontado pelos comentaristas foi o conflito entre Kobe Bryant e Shaquille O'Neal. Kobe aparentemente queria lugar de destaque absoluto entre os astros da equipe, e a presença de Shaq era forte demais para permitir isso. Depois de não conseguir vencer o Detroit Pistons na final do ano passado, o time foi finalmente desmontado, com Kobe permanecendo em Los Angeles como jogador principal e Shaq mudando-se para o Miami Heat. Esta semana ficou claro quem era a figura mais importante na quadra, já que o Los Angeles Lakers de Kobe perdeu qualquer possibilidade de classificação para as finais da temporada, enquanto o Miami Heat de Shaq não só está classificado como também disputa a posição de melhor equipe da liga (com 57 vitórias, é a única equipe do leste com mais de 50 vitórias; no oeste, Phoenix tem também 57 e San Antonio tem 55). #

[ 13:11 ]

Ontem assistimos em dvd The Pink Panther (GB-EUA, 1963), do Blake Edwards. Acho que a última vez que tinha visto este filme, na televisão, eu ainda era criança. Agora achei bem mais bobinho e menos engraçado que lembrava, apesar de ainda ter algumas cenas divertidas. O que não gosto muito é de humor baseado quase só em tombos e esbarrões. De qualquer forma, foi interessante ver reunidos Peter Sellers, David Niven, Robert Wagner, Capucine e Claudia Cardinale. #

quarta-feira, 06 de abril de 2005

[ 19:04 ]

Quem Linka o PPP (10): Me, Myself And I, Sagrada Família, Vesaliu's Fabrica, Sarapalha, Blackhills, Barric, Brasil em Questão, Carta da Itália, Flávio Diário, Rrussel. Thanks! #

[ 18:51 ]

Depois de uma viagem sem percalços, nove horas até São Paulo mais três horas e meia até Águas de Lindóia, já estou instalado na casa dos meus pais, onde pretendo passar os próximos dias descansando. #

terça-feira, 05 de abril de 2005

[ 14:20 ]

Hoje me despeço de Balneário Camboriú. Passei vários meses agradáveis por aqui, e a grande responsável por isso é a minha amiga Rosinha Monkees, magnífica anfitriã que me recebeu com tratamento vip. Ela conseguiu me fazer sentir como se estivesse na minha própria casa ao mesmo tempo que proporcionava requintes de hotel cinco estrelas. Melhor ainda, foi sempre ótima companheira, desde os passeios pela região até os filminhos no fim da noite. Vou ter saudades de Camba Beach. #

[ 12:13 ]

Ontem assisti em dvd Northfork (2003), dos irmãos Polish (Michael Polish dirigiu, Mark Polish está no elenco, ambos são roteiristas e produtores do filme). Não posso dizer que gostei, mas achei muito interessante visualmente e estruturalmente. Northfork fala da morte de uma cidade (que será inundada por uma represa) e da morte de um menino órfão (um dos últimos habitantes da cidade). Pelo meio, uma coleção de elementos insólitos, de um grupo de homens de preto que parecem saídos dos quadros do Magritte a um grupo de anjos que parecem saídos de algum circo itinerante. A história está repleta de referências bíblicas e de paisagens tristes e bonitas. O elenco também tem muita gente boa: James Woods, Nick Nolte, Peter Coyote, Daryl Hannah. #

segunda-feira, 04 de abril de 2005

[ 12:11 ]

No sábado fomos até Itajaí para assistir After the Sunset (EUA, 2004), do Brett Ratner. Uma aventura razoável, divertidinha e descartável. Aqui no Brasil ganhou o título descritivo O Ladrão de Diamantes. Observação 1: o lugar onde se passa a maior parte da ação, nas Bahamas, é espetacular. Observação 2: Salma Hayek é mais espetacular ainda. Observação 3: o filme pode ser visto como um estudo sobre a impossibilidade de satisfazer uma mulher, já que a protagonista (Salma Hayek) mora numa casa bacana num lugar paradisíaco com um sujeito apaixonado por ela (Pierce Brosnan), bonitão, fiel, milionário, profissionalmente competente, que lhe dedica a maior parte do tempo, e ela ainda está descontente por não ter total e absoluto monopólio sobre tudo que o namorado faz. #

[ 11:55 ]

Grande festa popular a um quarteirão daqui: inauguração das Casas Bahia em Balneário Camboriú, com muitos fogos de artifício, alto-falantes despejando música brega e participação da Carla Peres. A população felina aqui da casa está apavorada com a barulheira. #

domingo, 03 de abril de 2005

[ 21:04 ]

No Burburinho desta semana, Todas as Coisas São Belas. Para receber por email os próximos textos do Burburinho, cadastre-se gratuitamente e torne-se um burbunauta. #

sábado, 02 de abril de 2005

[ 15:14 ]

Ontem assisti em dvd Shaun of the Dead (GB, 2004), de Edgar Wright, conhecido no Brasil como Todo Mundo Quase Morto. Bem divertido, especialmente para quem gosta de filmes como Night of the Living Dead e Dawn of the Dead. Mistura uma história de zombies com muitos elementos de humor (negro). Entre outras boas idéias, usa muito bem a tradicional e ridícula lentidão dos mortos-vivos cinematográficos. #

[ 14:51 ]

Eu só saio de Balneário Camboriú na terça-feira, mas já começamos as celebrações de despedida. Ontem fomos jantar no Pasta & Grill, onde comi o inesquecível filé ao molho de mostarda acompanhado de arroz com nozes e batata noisette. Hoje fomos almoçar no Café Colonial do Tirolez, nosso já tradicional reduto de empanturramento. Come-se muito bem por aqui. #

sexta-feira, 01 de abril de 2005

[ 23:55 ]

Relembrando quadrinhos do início do século XX: Winsor McCay e Little Nemo in Slumberland. #

[ 13:57 ]

Ontem assisti em dvd Como Se Fosse a Primeira Vez (50 First Dates, EUA, 2004), do Peter Segal. Eu achava que seria só uma comédia bobinha e tive uma surpresa agradável. O roteiro é bem interessante, sobre uma mulher (Drew Barrymore) sem capacidade de assimilar novas memórias e que a cada amanhecer pensa estar no mesmo dia em que sofreu o acidente que a deixou assim. É uma espécie de Groundhog Day ao contrário, num o tempo não passava e só o protagonista sabia, noutro o tempo passa mas só a protagonista não sabe. Um sujeito (Adam Sandler) se apaixona por ela e tenta encontrar uma solução para o problema, o que cria várias situações divertidas e traz ecos de outra história sobre amores e memórias, Eternal Sunshine of the Spotless Mind. Claro que tem algumas bobagens desnecessárias (especialmente nas cenas com o Rob Schneider), mas no geral é um filme bacaninha. #

[ 13:06 ]

Mudança de planos. Minha intenção era, durante abril, ir mais uma vez a Porto Alegre, ir mais uma vez a Florianópolis, e ainda visitar Curitiba. Mas a sinuosidade do meu processo de imigração agora requer a minha presença nos EUA para preencher mais formulários e pagar mais taxas. Assim, já na próxima semana vou para Águas de Lindóia passar mais uns dias com os meus pais, e de lá parto direto para Washington. #