terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

[ 21:18 ]

Depois de um feriadão de suntuosas macarronadas preparadas pela Rosinha Monkees (no sábado, tagliatelle com molho branco, presunto, ervilhas e alcaparras; na terça-feira, conchiglione com molho de tomate, shoyu, amendoim e cebolinha), amanhã começo o mês com o retorno da Camba Beach Diet: muitas frutas, uns poucos grelhados, corridas na praia. #

[ 21:04 ]

Balanço de fevereiro: assisti 16 filmes, uma temporada e meia de séries de tv (Twin Peaks e Lost) e 3 shows musicais; li 1 livro e 86 revistas em quadrinhos; escrevi 4 artigos (2 para o Burburinho, 1 para o Digestivo Cultural, 1 para a NovaE). #

[ 19:02 ]

A revista NovaE publicou hoje um texto meu: Algumas perguntas sobre o termo jornalismo cidadão. #

[ 10:28 ]

A segunda temporada de Lost só começa a ser exibida no Brasil na próxima semana, mas minha curiosidade foi maior que a minha paciência e acabei achando na internet a primeira dúzia de episódios para download. A trama continua intrigante e os mistérios da ilha continuam sem resposta. O sétimo episódio é muito bom, com uma estrutura completamente diferente do resto da série. Depois, inesperadamente, morre mais um dos personagens principais. E mais não conto. #

[ 10:06 ]

Leituras em quadrinhos, dando continuidade a séries em andamento ou começando novas séries: Ex Machina #17, entra sem medo no tema da invasão do Iraque, num arco em três edições, estou curioso para ver como termina; Nighthawk #4 e #5, onde herói enfrenta um vilão que se veste de palhaço e diz que os dois não são assim tão diferentes, reproduzindo a velha dinâmica da dupla Batman-Joker; Hyperion #3, entra numa trama de universos paralelos; Generation M #1, #2 e #3, depois de 90% dos mutantes do universo Marvel terem perdido seus poderes (o que acontece em House of M), um serial killer sai matando sob o lema "not enough died"; X-Factor #2, outra série pós-House of M, não me entusiasmou, acho que não vou ler os próximos; The Sentry #1, um super-herói todo-poderoso em estilo Superman mas também estressado e esquizofrênico. Pegando todos estes episódios soltos me fez perceber que eu gosto mesmo é de ler séries completas, ou pelo menos várias revistas seguidas da mesma série, e não ficar acompanhando as histórias em ritmo de conta-gotas. O mesmo vale para séries de televisão, prefiro pegar uma temporada inteira em dvd que ir assistindo os episódios um a um na época da estréia. #

[ 09:20 ]

Assisti em dvd O Enigma do Colar (The Affair of the Necklace, EUA, 2001), do Charles Shyer. Pouco antes da revolução francesa, Jeanne de Valois (Hilary Swank) batalha para ser reconhecida como alguém de linhagem nobre e para recuperar os títulos e propriedades tirados do seu pai. Cansada de ser rechaçada pelos canais oficiais, resolve tomar um atalho para a vida de aristocrata que almeja e, com a ajuda do marido (Adrien Brody) e do amante (Simon Baker), aplica um golpe no cardeal Louis de Rohan (Jonathan Pryce). Passando-se por confidente da rainha Marie-Antoinette (Joely Richardson), convence o religioso libertino a confiar-lhe a guarda de um colar de diamantes, que é logo desmantelado e vendido. Descobertos, vão todos parar no tribunal e nas páginas dos tablóides da época, alimentando o redemoinho de escândalos que desembocaria na revolução francesa. Tudo isto está nos livros de história, mas o mais interessante de The Affair of the Necklace talvez seja a apresentação de Jeanne de Valois como heroína injustiçada e de Louis de Rohan como aproveitador deplorável, o que de certa forma justificaria o trambique aplicado. Um dos melhores momentos é a entrada em cena do conde Cagliostro (Christopher Walken, muito bem escolhido para o papel), um dos grandes vigaristas do século XVIII, que se passava por alquimista, astrólogo e vidente. O filme tem belas imagens (e foi indicado ao Oscar pelo figurino), boa música (Vivaldi, Händel, Monteverdi) e um elenco de peso (Swank, Brody e Walken já têm seus Oscars). Gostei. #

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

[ 09:14 ]

O quarto relato de Lo Mejor de la Ciencia Ficción del Siglo XIX é La Hija de Rappaccini, do Nathaniel Hawthorne. Eu já tinha lido dois romances dele, há muito tempo, The Scarlet Letter (A Letra Escarlate, a clássica história de adultério) e The House of the Seven Gables (A Casa das Sete Cumieiras, história de uma família amaldiçoada), mas este foi seu primeiro conto para mim. Lembrou-me muito os escritos do E.T.A. Hoffmann, com cientistas inescrupulosos e suas filhas belas e misteriosas. #

[ 09:01 ]

Li a mini-série (quatro revistas) Shadowplay (IDW, 2005), com duas histórias de vampiros publicadas em capítulos: Demon Father John's Pinwhel Blues, com roteiro da Amber Benson (atriz da série Buffy the Vampire Slayer) e arte do Ben Templesmith (de 30 Days of Night e Fell), e Shunt, com roteiro da Christina Z (de Witchblade) e arte do Ashley Wood (de Hellspawn). Gostei muito mais da primeira, sobre vampiros infantis, que da segunda, que mistura psicopatologia, sadomasoquismo e vampirismo. #

[ 08:36 ]

Mencionei no post anterior as "duas mortes" do Cromwell, mas é claro que ele só morreu uma vez, a segunda sendo somente simbólica. Oliver Cromwell morreu em 1658, aos 59 anos de idade, vítima da malária, ou de uma infecção nos rins, ou de envenenamento, ou de uma combinação destas razões, nunca ficou estabelecida oficialmente a causa mortis. Dois anos depois, Charles II foi chamado de volta para reinar sobre a Inglaterra e uma das primeiras coisas que fez foi perseguir todos os envolvidos na condenação e execução de seu pai, Charles I. Os que já estavam mortos foram exumados e executados simbolicamente. O corpo de Cromwell foi então, em 1961, desenterrado, enforcado, estripado e decapitado, a cabeça ficando na ponta de uma estaca em frente a Westminster Abbey durante anos. #

[ 08:27 ]

Assisti em dvd Morte ao Rei (To Kill a King, GB-Alemanha-Austrália, 2003), do Mike Barker (o mesmo diretor de A Good Woman, que eu vi recentemente). É a história de Oliver Cromwell (Tim Roth) e Thomas Fairfax (Dougray Scott), a partir da vitória da rebelião contra o rei Charles I (Rupert Everett) até a posse de Cromwell como ditador supremo da nação, com um epílogo mostrando as "duas mortes" de Cromwell. Um ângulo interessante sobre o período, centrado no relacionamento entre os dois generais, incluindo o triângulo de amor-ódio-inveja-rivalidade com a esposa de Fairfax (Olivia Williams), mas deixando de lado vários aspectos políticos e religiosos importantes na guerra civil inglesa. #

[ 08:17 ]

Fotos bacanas: Chema Madoz. #

[ 08:13 ]

The Last Man on Earth, filme de 1964 baseado no livro I Am Legend, do Richard Matheson, com Vincent Price no papel principal, está disponível para download gratuito. (Na década seguinte, a história seria adaptada novamente para o cinema protagonizada por Charlton Heston e com o título The Omega Man.) #

domingo, 26 de fevereiro de 2006

[ 12:11 ]

No início de março a segunda temporada começa a ser exibida no Brasil, então aproveitei para incluir no Burburinho desta semana dez teorias sobre a série Lost. Seja um burbunauta bem informado e receba por email, gratuitamente, todas as edições do nosso boletim. #

sábado, 25 de fevereiro de 2006

[ 10:32 ]

Li as nove primeiras revistas (de #00 a #08) da série em quadrinhos Rex Mundi (Image, 2002), com roteiro de Arvid Nelson e arte de de Eric Johnson. Num universo alternativo onde o feudalismo, a inquisição e as cruzadas se prolongaram até o início do século XX e onde a França dos anos trinta está dominada pela igreja católica e pelos praticantes de magia, um médico envolve-se numa investigação criminal para ajudar um amigo. Tudo gira em torno de pergaminhos misteriosos e segredos do passado envolvendo os cavaleiros templários. Trama interessante e desenhos bacanas, fiquei curioso para ler as edições seguintes. No site da série, está disponível para download gratuito o álbum Brother Matthew - Blessed Are the Meek, uma história passada no mesmo universo ficcional de Rex Mundi. #

[ 10:08 ]

Assisti em dvd Alex & Emma (EUA, 2003), do Rob Reiner. Comediazinha leve e ingênua sobre um escritor que se apaixona por sua estenógrafa palpiteira. Luke Wilson e Kate Hudson formam o par açucarado, Sophie Marceau fecha o triângulo amoroso, e David Paymer faz um personagem que parece visualmente inspirado no Amigo da Onça, do Péricles. Bobinho, possivelmente o pior filme do Rob Reiner. #

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

[ 16:00 ]

Organizando os hábitos de leitura de weblogs:

  • Productivity Tips For Avid Blog Readers
  • Productivity: Reading News The GTD Way
  • Top 10 tips for effective blog reading - part 1
  • Effective blog reading - part 2
  • Controlling RSS Overload Animal House Style #

    [ 11:37 ]

    Li mais um álbum em quadrinhos sobre cangaceiros, Lampião - era o cavalo do tempo atrás da besta da vida (Hedra Editora, 2000), do Klévisson. É a história do final trágico de Lampião e seu bando, contada com traço de humor e linguajar da região. A segunda metade do livro oferece uma pequena coleção de desenhos como "acervo de imagens das coisas do sertão nordestino", que segundo o autor serve "para você nunca mais desenhar Tom Mix e dizer que é Lampião". #

    [ 09:16 ]

    Novo jornal espanhol: ADN. "ADN se lanzará simultáneamente en 14 ciudades españolas: Madrid, Barcelona, Valencia, A Coruña, Bilbao, Castellón, Huesca, Málaga, Palma de Mallorca, Pamplona, Sevilla, Teruel, Vigo y Zaragoza. Repartiremos 1.100.000 ejemplares. ADN cuenta con el respaldo empresarial de Grupo Planeta y de socios tan importantes como Grupo La Información (Diario de Navarra), Grupo Promotor Salmantino (La Gaceta Regional de Salamanca), Grupo Joly, Grupo Serra (Última Hora), Heraldo de Aragón y La Voz de Galicia, todos ellos líderes consolidados en el sector de la comunicación en sus respectivas autonomías." #

    [ 09:08 ]

    A terceira história de Lo Mejor de la Ciencia Ficción del Siglo XIX é do Edgar Allan Poe, segundo o Asimov "el escritor fundamental del género en el siglo XIX". Realmente, Poe inspirou escritores como Jules Verne e H.G. Wells, mas seu trabalho em sci-fi não foi tão importante como nos contos detetivescos ou de horror. O relato selecionado, A Descent into the Maelström, é sobre um redemoinho gigante e como um sujeito caiu nele e descobriu uma forma de sair vivo. Eu talvez tivesse escolhido outro conto para a antologia, algo mais fortemente ligado à tradição da ficção-científica, como The Conversation of Eiros and Charmion (um cometa destrói o planeta Terra), The Balloon-Hoax (travessia do Oceano Atlântico em balão) ou The Facts in the Case of M. Valdemar (os perigos do mesmerismo). #

    quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

    [ 11:18 ]

    Li as 26 primeiras revistas do Animal Man, com roteiro do Grant Morrison e desenhos do Chas Truog, a série que começou em 1988 (mais um personagem secundário da DC Comics revitalizado por um roteirista britânico nos anos oitenta: Moore pegou o Swamp Thing, Gaiman pegou o Sandman e Morrison pegou o Animal Man). Um tema interessante e recorrente é a preocupação do herói com os direitos dos animais, desde um discurso contra a utilização de bichos como cobaias em experiências científicas até a decisão de se tornar vegetariano. Sua posição é quase sempre radical: "O que são alguns ratos de laboratório se a pesquisa salvar um guri?", pergunta seu empresário, e o herói responde "E quem disse que a vida de um rato é menos importante que a de um ser humano? O que torna um ser humano mais importante pro universo do que um rato?" Mas o aspecto mais marcante e mais interessante da série é o uso de metalinguagem. O quinto número, por exemplo, é uma brincadeira envolvendo um personagem calcado no Wile E. Coyote (aquele coiote que perseguia o Road Runner nos desenhos animados), que é transportado ao mundo dos quadrinhos para assumir um papel de mártir. Morrison leva a idéia muito mais longe nas últimas revistas da série, explorando a participação do Animal Man em Crisis on Infinite Earths, evento que reformulou o universo dos super-heróis da DC. O roteiro levanta os paradoxos criados para os habitantes daquele mundo, recupera personagens aniquiliados pela editora, quebra a lateral dos quadrinhos libertando os heróis e permitindo que "vejam" os leitores, e conclui fazendo com que o Animal Man encontre para uma conversa filosófica ninguém menos que o próprio Grant Morrison. #

    [ 08:34 ]

    Ontem fui ao cinema assistir Dizem Por Aí (Rumor Has It, EUA, 2005), do Rob Reiner. A premissa é boa, especialmente para cinéfilos: e se a história de A Primeira Noite de um Homem (The Graduate) tivesse realmente acontecido, como estaria hoje aquela família? Quando o filme tenta ser engraçado quase sempre consegue, mas quando tenta ser romântico só consegue ser bobinho. Jennifer Aniston e Kevin Costner estão razoáveis em seus papéis, e a veterana Shirley MacLaine rouba todas as cenas em que aparece. "Life should be a little nuts, otherwise it's just a bunch of Thursdays strung together." #

    quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

    [ 10:02 ]

    Li o álbum em quadrinhos Caatinga (Editora Globo, 1998), do Hermann (autor de Jeremiah e Les Tours de Bois-Maury). Apesar de ter sido feita por um belga, é uma das melhores histórias em quadrinhos sobre cangaceiros que já li. Arte bacana e bem pesquisada, roteiro bem afinado com o tema. No posfácio, o Hermann diz: "Vi filmes, analisei fotos e aprendi a ler português. Quanto mais me aprofundava sobre o assunto, maia apaixonado me sentia... e mais perturbado por sua brutalidade." #

    [ 08:31 ]

    Retratos: russos na praia. #

    terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

    [ 14:38 ]

    Durante o almoço assisti na DirecTV o telefilme Ike: Countdown to D-Day (EUA, 2004), do Robert Harmon (o mesmo diretor do thriller The Hitcher). Uma história de guerra vista do ângulo dos quartéis onde eram tomadas as grandes decisões, neste caso a da invasão da Normandia. Tom Selleck interpreta o general Dwight Eisenhower como um herói atormentado pelo peso da responsabilidade sobre milhares e milhares de vidas. É um drama interessante, porém fiquei um pouco surpreso pelo tratamento desfavorável (e, imagino, historicamente equivocado) dado algumas figuras importantes da época. O general inglês Bernard Montgomery, por exemplo, é apresentado quase como um bufão desmedidamente vaidoso, mas me parece que ele teve papel fundamental na invasão, bem mais importante do que vemos no filme. Pior ainda, o general francês Charles de Gaulle é apresentado quase como um vilão mal-agradecido, recusando apoio à operação dos aliados, mas me parece que na verdade aconteceu o oposto e os franceses participaram ativamente na invasão. Por que então o roteiro faz essas manobras suspeitas? Licença dramática, incompetência ou xenofobia? #

    [ 09:41 ]

    Terminei de assistir em dvd a primeira temporada de Twin Peaks (EUA, 1990), do Mark Frost e do David Lynch. São somente oito episódios (incluindo o piloto) e a pergunta "quem matou Laura Palmer?" só será respondida na temporada seguinte, que não foi lançada em dvd. A mistura de soap opera (sempre citada na própria trama) com filmes antigos (Laura, do Otto Preminger, é a referência óbvia) e toques puramente lynchianos (o melhor exemplo sendo o anão dançando na sala vermelha) funciona muito bem, e a série é uma das mais intrigantes já exibida na televisão. #

    [ 09:06 ]

    Os melhores robôs de todos os tempos: The 50 Best Robots Ever. #

    [ 09:04 ]

    A história do logotipo da NBA: If West is the NBA's logo, should he be? #

    segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

    [ 11:51 ]

    P.D. James e Ruth Rendell, duas consagradas escritoras inglesas do gênero, conversam sobre histórias criminais: Whodunnit and why we do it. #

    [ 11:47 ]

    O Aran me avisou por email que já está escrevendo a continuação do A Noite dos Cangaceiros Mortos-Vivos. Os leitores aguardam. #

    [ 11:43 ]

    O Júlio Rocha gentilmente me enviou pelo correio seu livro Teia Negra. Thanks! A trama envolve um ex-agente da CIA e um ex-policial federal brasileiro investigando o assassinato do filho de um chinês milionário. #

    [ 10:38 ]

    Assisti em dvd A Chave Mestra (The Skeleton Key, EUA, 2005), do Iain Softley (o mesmo diretor de K-Pax). Boas interpretações (Gena Rowlands, John Hurt, Peter Sarsgaard, Kate Hudson) numa história de mistério muito bem contada (roteiro do Ehren Kruger, que também escreveu Reindeer Games e adaptou The Ring). O melhor, para mim, foi a narrativa deixar em aberto, até o finalzinho, se era uma trama envolvendo o sobrenatural ou se tudo não passava de efeito psicológico sobre pessoas supersticiosas. Os cenários da Louisiana dão um clima sinistro ao filme, e a trilha sonora também é muito boa, com blueseiros como Robert Johnson e Blind Willie Johnson. Bacana. #

    [ 10:16 ]

    Li o álbum em quadrinhos Sexo É Uma Coisa Suja (Devir, 2003), do Angeli, com cartuns produzidos para a coluna Let's Talk About Sex? no UOL. Não é tão bom como seus clássicos da Rê Bordosa ou do Ralah Ricota, mas mesmo assim tem a sua graça. #

    domingo, 19 de fevereiro de 2006

    [ 13:35 ]

    Esta semana no Burburinho mais um capítulo da biografia do Monteiro Lobato, um texto do Gian Danton. Seja um burbunauta bem informado e receba por email, gratuitamente, todas as edições do nosso boletim. #

    [ 10:07 ]

    Ontem assisti na televisão o show dos Rolling Stones na praia de Copacabana. É impressionante ver uma banda que começou a se apresentar no mesmo ano que eu nasci, e mais de quarenta anos depois seus integrantes parecem ter ainda a mesma vitalidade de quando eram jovenzinhos rebeldes. Tocaram sucessos dos anos sessenta (como Satisfaction), setenta (como It's Only Rock'n'Roll), oitenta (como Start Me Up), noventa (como You Got Me Rocking), e canções deste novo século (como Oh No, Not You Again). Mick Jagger dançou e pulou como se não tivesse quase 63 anos de idade e um currículo de sexo, drogas e rock'n'roll (ou talvez seja esta afinal a receita para uma vida saudável). Gostei. #

    sábado, 18 de fevereiro de 2006

    [ 18:21 ]

    Hoje demos uma longa caminhada até a Praia dos Amores, que fica na divisa entre Balneário Camboriú e Itajaí. Seis quilômetros de ida, seis quilômetros de volta, e um morro enorme no meio do caminho. O passeio é bacana, a praia é limpa e tranqüila, e ainda fomos brindados com um halo igual ao de novembro do ano passado (com a luz solar atravessando nuvens altas formadas por cristais de gelo e criando um círculo no céu). #

    sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

    [ 10:22 ]

    Texto interessante sobre a possibilidade (ou não) de viajar no tempo: The Physics of Time Travel - Real or Fable? #

    [ 10:19 ]

    La Culture des Idées: capas de livros inspiradas em Magritte. #

    [ 09:21 ]

    Terminei de ler As Infernais Máquinas de Desejo do dr. Hoffman (The Infernal Desire Machines of dr. Hoffman, Rocco, 1988), da Angela Carter. Gostei mas achei longo demais. Muitos dos episódios das quase trezentas páginas do livro servem somente para reforçar o ambiente de onirismo resultante dos experimentos do dr. Hoffman, o que torna a narrativa um pouco repetitiva (os elementos são novos mas o efeito é quase sempre o mesmo). Mais para fãs de realismo mágico que de ficção-científica. #

    quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

    [ 15:21 ]

    Eu não vi todos os filmes em que as atrizes de Friends aparecem, portanto não posso fazer uma listagem como fiz para os seus colegas no post anterior. Mas é fácil ver que elas, mesmo tendo também participado de algumas comédias fraquinhas, ao menos têm vários títulos significativos no currículo. Lisa Kudrow, a Phoebe Buffay, está em The Opposite of Sex (1998), com a Christina Ricci, e Wonderland (2003), com o Val Kilmer. Jennifer Aniston, a Rachel Green, trabalhou em Office Space (1999), a comédia preferida dos nerds, e em Along Came Polly (2004), com o Ben Stiller e o Philip Seymour Hoffman. Courteney Cox, a Monica Geller, aparece na trilogia Scream (1996, 1997 e 2000) e também em 3000 Miles to Graceland (2001), com o Kurt Russell e o Kevin Costner. Vitória por pontos para as moças. #

    [ 15:09 ]

    Fools Rush In me fez pensar nos filmes que os atores de Friends fizeram enquanto a série estava sendo exibida. A lista é impressionante. Matthew Perry, o Chandler Bing, apareceu numa série de romances açucarados e comédias sem graça: Fools Rush In (1997), com a Salma Hayek; Almost Heroes (1998), com o Chris Farley; Three to Tango (1999), com a Neve Campbell; The Whole Nine Yards (2000) e a continuação The Whole Ten Yards (2004), com o Bruce Willis; Serving Sara (2002), com a Elizabeth Hurley. Em todos ele fez basicamente uma variação do mesmo personagem, Chandler Bing. David Schwimmer, o Ross Geller, não fui muito melhor em sua escolha de filmes para trabalhar: The Pallbearer (1996), com a Gwyneth Paltrow; Breast Men (1997), com o Chris Cooper; Kissing a Fool (1998), com o Jason Lee; Six Days Seven Nights (1998), que é o melhorzinho do grupo mas onde o Schwimmer fica só de coadjuvante para o Harrison Ford e a Anne Heche. Matt LeBlanc, o Joey Tribbiani, conseguiu entrar em produções ainda piores que as dos seus companheiros: em Ed (1996), contracena com um chimpanzé numa comédia ridícula; em Lost in Space (1998) tenta o papel triplo de herói, piloto espacial e galã, mas o filme não ajuda; Lookin' Italian (1998) é um drama fraquinho com mafiosos; All the Queen's Men (2001) tem agentes secretos vestidos de mulher para enganar os nazistas; e para provar que sempre pode aparecer alguma coisa ainda pior, ele também aparece como namorado da Lucy Liu nos indesculpáveis Charlie's Angels (2000) e Charlie's Angels: Full Throttle (2003). Três atores, dezesseis filmes, nenhum bom, vários péssimos, esta é a contabilidade da equipe masculina de Friends. #

    [ 14:38 ]

    Assisti agora na DirecTV durante o almoço Fools Rush In (EUA, 1997), do Andy Tennant. É uma coisa horrível, um romance adocicado daqueles que falam em fé e destino e outras bobagens do gênero, incluindo frases como "love is a gift not an obligation" e "you will never know love unless you surrender to it". O que estariam pensando Matthew Perry e Salma Hayek quando aceitaram fazer este filme? Patético. #

    [ 10:23 ]

    Lost + Queen + Weird Al Yankovic = Lost Rhapsody (a animação demora a carregar mas é divertida, com associações inteligentes para quem conhece a série) #

    [ 09:49 ]

    Li a mini-série (quatro revistas) Cartas Selvagens (Editora Globo, 1992), adaptação da série de livros Wild Cards, escrita por gente famosa da ficção-científica, como George R.R. Martin, Roger Zelazny e Walter Jon Williams, e baseado num RPG que eles jogavam. New York City foi atingida por um vírus alienígena que alterou o DNA de todos os humanos e, como conseqüência, matou 90% da população. Dos sobreviventes, 9% ficaram profundamente deformados (chamados de curingas) e 1% ganharam poderes especiais (chamados de ases). O resultado é um mundo com super-heróis surgidos todos ao mesmo tempo e com uma história paralela à nossa, com guerras, macartismo, e muito preconceito. Todo este universo ficcional parece interessante mas não funciona muito bem nos quadrinhos, talvez pelo excesso de personagens contando sua história pessoal em flashbacks e deixando em segundo plano a trama principal sobre uma série de atentados bombistas. Para piorar, a tradução brasileira não é muito boa. #

    [ 09:21 ]

    Achei no site do New York Times este monte de textos de escritores falando sobre a arte da escrita: Writers on Writing. Tem Doctorow, Leonard, Mamet, McBain, Updike, Vonnegut, e muitos outros. #

    quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

    [ 11:29 ]

    Assisti em dvd Amaldiçoados (Cursed, EUA-Alemanha, 2005), uma história de lobisomens feita pela mesma dupla de roteirista (Kevin Williamson) e diretor (Wes Craven) de Scream. O filme começa bem mas logo perde o rumo e termina desastradamente. O elenco tem astros de séries de tv (Joshua Jackson de Dawson's Creek e Michael Rosenbaum de Smallville), meninas bonitas de comédias para adolescentes (Kristina Anapau de 100 Girls e Shannon Elizabeth de American Pie), e uma atriz que parece ter um gosto especial pelo sobrenatural (Christina Ricci, de The Gathering, Bless the Child e Sleepy Hollow). #

    [ 09:55 ]

    Li o álbum em quadrinhos Aliens Salvação (Opera Graphica, 2003), com roteiro do Dave Gibbons (famoso principalmente por ter desenhado Watchmen) e arte do Mike Mignola (o autor de Hellboy). A história não é ruim, mas pouco acrescenta à já conhecida mitologia dos monstros letais e babões. O volume vem também com um texto do Eduardo Torelli sobre a série Alien no cinema, nos quadrinhos e na literatura. #

    [ 09:43 ]

    O segundo conto de Lo Mejor de la Ciencia Ficción del Siglo XIX foi El Mortal Inmortal, da Mary Shelley, que eu já tinha lido há muitos anos e agora me fez lembrar uma passagem do filme Highlander, quando Connor vê sua esposa envelhecer e morrer enquanto ele permanece jovem. Na introdução ao conto, Asimov mais uma vez aponta Mary Shelley como mãe da ficção-científica e Frankenstein como a primeira novela moderna de ficção-científica. #

    terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

    [ 12:15 ]

    O Digestivo Cultural publicou ontem um texto meu: Google na China. #

    [ 09:34 ]

    Ontem fui ao cinema assistir Tudo em Família (The Family Stone, EUA, 2005), do Thomas Bezucha. Mocinha antipática e hipócrita (Sarah Jessica Parker, cada vez mais parecida com a Barbra Streisand) vai conhecer a família do namorado janota (Dermot Mulroney, cada vez mais parecido com o Sylvester Stallone) nos feriados de natal, e não agrada muito. Uma comédia com vários bons momentos, seria melhor se não se aventurasse tanto no território do drama. O elenco tem ainda Diane Keaton, Craig T. Nelson, Luke Wilson, e as bonitinhas Rachel McAdams e Claire Danes. #

    [ 09:21 ]

    Li o álbum em quadrinhos Hans Staden - Um Aventureiro no Novo Mundo (Conrad, 2005), do Jô Oliveira. O traço é bacana, me lembrou um pouco as gravuras que ilustram literatura de cordel. Hans Staden foi aquele alemão aprisionado pelos índios tupinambás no século XVI, passando meses sob a ameaça de ser devorado pelos seus captores antropófagos, e depois escreveu um livro contando sua história. Lembro-me vagamente de, ainda pré-adolescente, ter tentado ler o tal Viagens e Aventuras no Brasil e também de ter desistido por causa da linguagem antiquada e rebuscada da narrativa. Esta versão em quadrinhos, porém, simplifica e resume a história do alemão azarado, e torna a leitura agradável. Conta a orelha do álbum que a adaptação do pernambucano Jô Oliveira foi publicada primeiro na Itália, em capítulos, na revista Corto Maltese, e só depois trazida para o Brasil. #

    segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

    [ 14:41 ]

    Coincidindo com o texto sobre Graham Greene que publiquei no Burburinho esta semana (O Americano Tranqüilo), hoje encontrei por acaso na DirecTV na hora do almoço The Tenth Man (EUA, 1988), telefilme do Jack Gold baseado no livro homônimo do Greene. A direção não é das melhores (cheia de zooms deselegantes) mas o elenco é bom (Anthony Hopkins e Kristin Scott Thomas) e a história interessante (como quase tudo que Greene escreveu, centrada em dilemas morais). The Tenth Man (não confundir com The Third Man) é um dos últimos livros publicados por Greene e conta a vida do advogado Jean Louis Chavel, que, preso pelo exército nazista durante a ocupação da França, negocia com outro prisioneiro para que tome seu lugar e seja fuzilado em troca de todo seu dinheiro e suas propriedades. Terminada a guerra, Chavel volta para casa mas não tem coragem de revelar sua identidade para a mãe e para a irmã do prisioneiro morto. Uma boa trama com muitas perguntas difíceis de responder sobre sobrevivência, culpa, honestidade e redenção. #

    [ 11:15 ]

    Quando vim para o Brasil no fim de 2004, estava pesando 88 kg, resultado da alimentação pouco equilibrada tão popular nos EUA. Comecei então a comer menos, depois fiz a Camba Beach Diet, e em seguida passei a seguir um regime de moderação que me fez, aos poucos, juntamente com as corridas matinais na praia, perder um pouco mais de peso. Assim, foi com satisfação que constatei esta manhã ter quebrado a elusiva barreira dos 75 kg, apesar dos brownies ingeridos durante o weekend. A balança marcou 74,9 kg, nada mal para quem mede um metro e oitenta. #

    [ 09:29 ]

    Li as nove primeiras revistas da série Girls (Image, 2005), dos irmãos Luna. Não gostei muito da arte, principalmente por causa dos efeitos de computador para criar foco seletivo nas imagens, como se fossem fotos, o que não combina muito com os desenhos pouco detalhados. Mas a história é interessante, com um grupo de mulheres nuas e idênticas (as girls do título), de origem incerta e misteriosa, aterrorizando uma minúscula cidade dos EUA. A série foi planejada para doze revistas, depois anunciaram que ainda continuará além disso. Fiquei curioso para ler o resto da história. #

    [ 09:15 ]

    Assisti em dvd Procura-se um Amor que Goste de Cachorros (Must Love Dogs, EUA, 2005), do Gary David Goldberg, uma comédia romântica razoável. Sem príncipes encantados e sem destinos pré-determinados, mostra bem as pressões sociais para que uma pessoa não fique sozinha. Diane Lane e John Cusack fazem um bom par. A trilha sonora bacaninha tem Linda Ronstadt, Sheryl Crow e até um pedacinho de Joan Jett. O diretor Gary David Goldberg é o mesmo de Dad, um bom filme do final dos anos oitenta, com Jack Lemmon, Ted Danson e Olympia Dukakis. #

    domingo, 12 de fevereiro de 2006

    [ 10:32 ]

    Esta semana no Burburinho, o prometido texto sobre O Americano Tranqüilo. Seja um burbunauta bem informado e receba por email, gratuitamente, todas as edições do nosso boletim. #

    sábado, 11 de fevereiro de 2006

    [ 12:27 ]

    Li a mini-série em quadrinhos (seis revistas) Revelations (Dark Horse, 2005-2006), com roteiro do inglês Paul Jenkins e arte do mexicano Humberto Ramos. Um detetive da Scotland Yard é chamado para investigar uma morte no Vaticano, e acaba se envolvendo num mundo de intrigas palacianas e mistérios esotéricos. Um dos principais atrativos da mini-série é o traço característico de quadrinhos cômicos trabalhado com texturas e sombreados típicos de desenhos mais realistas, uma combinação curiosa, mas o roteiro também é interessante, deixando por muito tempo a dúvida se estamos perante uma simples conspiração criminal ou se algo sobrenatural se esconde por trás dos acontecimentos. O final é ao mesmo tempo surpreendente e anticlimático. Bacaninha. #

    [ 10:34 ]

    Ontem fui ao cinema assistir Se Eu Fosse Você (Brasil, 2006), do Daniel Filho. Pegaram a idéia de Freaky Friday, deram uma ajustadinha (em vez de mãe e filha trocando de corpos, aqui temos marido e mulher trocando de corpos), acrescentaram uma dose de What Women Want (com o publicitário Tony Ramos / Mel Gibson subitamente compreendendo a psiquê feminina e usando isso para criar campanhas publicitárias) e uma dose de Sister Act (com a musicista Glória Pires / Whoopi Goldberg subvertendo um coral erudito com ritmos contemporâneos), bateram tudo num liquidificador tupiniquim e serviram esta mistura pouco original sem se darem conta que se tratava de uma receita indigesta. O roteiro é bobo, sem aproveitar o potencial cômico das situações que cria. Quem escreveu a história não deve ter noção de como se produz publicidade, e as cenas na agência são constrangedoramente infantis. As interpretações são artificiais e exageradas. A direção é preguiçosa, com decupagem pobre e enquadramentos desleixados. Se Eu Fosse Você é todo ruim. O que torna ainda mais difícil entender como um filme desses, produzido pelas ricas Globo Filmes e Fox Film do Brasil, estrelado por atores de telenovela capazes de levar um grande público ao cinema, se qualifica a receber dinheiro público através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Programa Petrobras Cultural. Lamentável. #

    sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

    [ 14:34 ]

    Continuo lendo, devagar, As Infernais Máquinas de Desejo do dr. Hoffman, da Angela Carter. Eu pensava que seria muita ficção-científica com pitadas de realismo mágico mas é o oposto, muito realismo mágico com pitadas de ficção-científica. Já passei por uma cena de sexo sonâmbulo, por uma tribo indígena vivendo em barcaças, por um circo itinerante, por um terremoto arrasador. Interessante. #

    [ 12:51 ]

    Ontem assisti na DirecTV O Americano Tranqüilo (The Quiet American, EUA-Alemanha-Austrália, 2002), do Phillip Noyce. Vou escrever sobre o filme na próxima edição do Burburinho. #

    [ 09:25 ]

    Com as imagens lado a lado fica difícil negar as gigantescas semelhanças: Comparación de los filmes Dark City y The Matrix. #

    quinta-feira, 09 de fevereiro de 2006

    [ 17:50 ]

    Assisti em dvd Penetras Bons de Bico (Wedding Crashers, EUA, 2005), do David Dobkin. Uma comediazinha razoável, com alguns bons momentos. Vince Vaughn está engraçado e muito mais contido que em Be Cool ou Starsky & Hutch. Owen Wilson basicamente repete aquele jeito de texano preguiçoso que ele faz em muitos filmes, como Shanghai Knights ou Starsky & Hutch. Aparecem também o grande Christopher Walken (Oscar por The Deer Hunter) e a cinqüentona charmosa Jane Seymour (de Somewhere in Time). A primeira parte do filme, com os protagonistas engajados em seus planos de conquista, é bem mais divertida que a segunda, onde eles de certa forma se redimem, se adaptam e se encaixam. Mas, afinal, trata-se de uma comédia romântica hollywoodiana, e finais assim são mandatórios. #

    [ 17:15 ]

    Li o álbum em quadrinhos Bórgia - Sangue para o Papa (Conrad, 2005), com roteiro do Alejandro Jodorowsky e arte do Milo Manara. A família Borgia ficou famosa pela falta de pudores em cometer qualquer tipo de crime para garantir poder e riqueza. Rodrigo Borgia conquistou o trono papal através de intimidação e compra de votos, e adotou o nome Alexandre VI. Cesare Borgia, filho de Rodrigo, foi o modelo usado por Machiavelli em Il Principe. Ganhou do pai os títulos de arcebispo de Valencia (aos dezessete anos) e de cardeal (aos vinte e dois anos). Lucrezia Borgia, filha de Rodrigo e irmã de Cesare, casou-se com três nobres e teve um filho bastardo entre o primeiro casamento (que foi anulado por não ter sido consumado, enquanto o marido Giovanni Sforza acusava Lucrezia de incesto com o pai e o irmão) e o segundo casamento (que terminou com a morte do marido Alfonso V de Aragon, assassinado por ordens de Cesare). O suposto pai da criança, um mensageiro chamado Perotto, foi atacado por Cesare, quase morreu na ponta de sua espada, foi jogado na prisão, e apareceu alguns dias depois boiando no rio, morto. Por bula papal, o bastardo foi reconhecido como filho de Cesare, mas depois outra bula papal colocou o próprio Rodrigo como progenitor, deixando a dúvidas quanto à possibilidade de incesto. Bórgia - Sangue para o Papa conta o inícío desta história, até o momento que Rodrigo se torna papa. Jodorowsky apimenta o roteiro quase como se fosse um relato feito pelo marquês de Sade, e Manara capricha na violência e no erotismo com seu traço elegante. Gostei, fiquei curioso para ler os volumes seguintes. #

    [ 11:09 ]

    A dupla Penn & Teller tem um programa de televisão chamado Bullshit!, onde oferece um olhar crítico sobre temas diversos, sem medo de ofender e denunciando as besteiras em que muita gente acredita. Já falaram de percepção extra-sensorial, feng shui, seqüestros alienígenas, medicina alternativa, guerra às drogas, hipnose, caçadores de fantasmas, controle de armas, e vários outros assuntos. O site do programa tem alguns trechos disponíveis online mas somente para quem acessa nos EUA, e quem está em outros países recebe um antipático "We at Showtime Online express our apologies; however, these pages are intended for access only from within the United States." Felizmente é possível entrar pela porta dos fundos usando The Cloak. Melhor ainda, o site ExChristian está oferecendo na íntegra dois episódios excelentes para download, um sobre a Bíblia e outro sobre criacionismo. Recomendo. #

    [ 09:40 ]

    Levantado o véu que cobria escritor JT LeRoy: "A central figure in the case of the mysterious writer JT Leroy has come forward to say that no one named JT Leroy exists, and that the books published under that name were actually written by a San Francisco woman named Laura Albert." (Figure in JT Leroy Case Says Partner Is Culprit) E claro que a fraude literária ainda vai render mais uns dólares: "Mr. Knoop said that he played an important role in the creation of JT Leroy, who developed a cult literary following. (...) Mr. Knoop has hired a Los Angeles entertainment lawyer and said that he hopes to sell a movie about his experience." #

    quarta-feira, 08 de fevereiro de 2006

    [ 12:26 ]

    Não sou freqüentador assíduo de grandes espetáculos musicais, mas depois de ver Cats fiquei lembrando de outras peças do gênero que fui assistir. As que mais marcaram, por razões diversas, foram Evita (em Madrid, nos anos oitenta, com a Paloma San Basilio), A Chorus Line (em São Paulo, nos anos oitenta, com a Cláudia Raia) e Les Misérables (em Madrid, nos anos noventa, produzido pelo Plácido Domingo). #

    [ 12:16 ]

    Assisti em dvd Cats (GB, 1998), dirigido por David Mallet, filmagem do famoso musical homônimo. Não fiquei particularmente entusiasmado com a música e achei todas aquelas roupinhas de gato uma coisa completamente kitsch. Memory, a canção mais famosa da peça, ficou tão desgastada com as repetições (de Barbara Streisand a Barry Manilow, centenas de cantores já gravaram seu "midnight, not a sound from the pavement, has the moon lost her memory, she is smiling alone") que quase se transformou numa nova Feelings. Prefiro não arriscar explicações para o sucesso gigantesco de Cats, só ultrapassada em longevidade na Broadway pela horrorosa The Phantom of the Opera, composta pelo mesmo Andrew Lloyd Webber. #

    [ 09:31 ]

    Leituras em quadrinhos (em fase Warren Ellis): Simon Spector #1 (Avatar, 2004), roteiro by Warren Ellis, arte by Jacen Burrows, é uma das revistas Apparat, "quatro primeiros números de uma linha de quadrinhos inexistente de um selo imaginário chamado Apparat" (eu já tinha lido Angel Stomp Future, da mesma série, mas Simon Spector é bem melhor, tanto no desenho quanto na história); Black Gas #1 (Avatar, 2006), roteiro by Warren Ellis, arte by Max Fiumara, parece uma boa história de zombies mas ainda está muito no início para julgar; Nextwave #1 (Marvel, 2006), roteiro by Warren Ellis, arte by Stuart Immonen, sátira em ritmo de aventura, com um grupo de super-heróis contra uma corporação malévola, o traço é bacana, a série é promissora. #

    [ 09:19 ]

    Russell Beattie, sobre as reclamações por ter tirado o sistema de comentários do seu weblog: "What these people don't get is that I wrote a post on my weblog, they read it and responded on their weblog, and now I'm responding to them again here. That's a conversation - no comments needed." #

    terça-feira, 07 de fevereiro de 2006

    [ 15:08 ]

    Assisti em dvd Daydream Believers: The Monkees Story (EUA-Canadá, 2000), do Neill Fearnley. Trata-se de uma biografia açucarada da banda, onde o que mais impressiona é a semelhança dos atores principais com Davy Jones, Peter Tork, Mike Nesmith e Micky Dolenz. O filme tem vários números musicais, incluindo sucessos como Last Train to Clarksville, I'm a Believer, I'm Not Your Steppin' Stone e Daydream Believer, o que deve alegrar os fãs. Mas não há muita preocupação em relatar fielmente a história do grupo ou da época. Quase não faz menção a drogas (fica a impressão que o quarteto somente experimentou marijuana uma vez antes de fazer o filme Head) ou sexo (o assédio das fãs é mencionado mas nunca vemos qualquer dos Monkees com uma mulher, a não ser Mike Nesmith e sua esposa), e evita alguns episódios importantes (principalmente a saída do Peter Tork em 1969, que transformou o quarteto em trio). O dvd traz também entrevistas recentes com Davy Jones, Peter Tork e Micky Dolenz, que são em alguns aspectos bem mais informativas que o próprio filme. #

    [ 09:33 ]

    Para acompanhar o que acontece na blogosfera:

  • Blogniscient
  • BlogsNow
  • Chuquet
  • Megite
  • Memeorandum
  • TailRank
  • Technorati Explore
  • Topix
    (via Read/WriteWeb) #

    [ 09:10 ]

    O Attorney General dos EUA, Alberto Gonzales, disse várias coisas absurdas em seu depoimento ao congresso defendendo o uso de escutas ilegais autorizadas pelo presidente Bush, mas nenhuma ultrapassa esta aqui: "President Washington, President Lincoln, President Wilson, President Roosevelt have all authorized electronic surveillance on a far broader scale." Vigilância eletrônica nos tempos do Washington e do Lincoln? #

    segunda-feira, 06 de fevereiro de 2006

    [ 15:11 ]

    Li a graphic novel Enemy Ace - War in Heaven, roteiro Garth Ennis, arte detalhada do Chris Weston (com arte-final de Christian Alamy e cores de Russ Heath). O Ás Inimigo, Hans von Hammer, é um personagem da DC Comics da década de sessenta, criado como uma versão ficcional do famoso Barão Vermelho, piloto alemão da Primeira Grande Guerra. Nesta graphic novel, ele aparece já como um veterano de 46 anos entrando um pouco a contragosto na Segunda Grande Guerra. Ele se recusa a cumprimentar outros oficiais com o tradicional "Heil Hitler" e não permite que estampem a cruz suástica na traseira do seu avião vermelho. Com o passar do tempo o que era relutância passa a ser repúdio, e Hammer se pergunta se não estará lutando pelo lado errado e chama abertamente o fuhrer de louco. War in Heaven mostra o retrato de um inimigo diferente e apresenta várias seqüências muito bem desenhadas de batalhas aéreas. #

    [ 11:57 ]

    Esta semana continua no Burburinho a biografia do escritor Monteiro Lobato. Seja um burbunauta bem informado e receba por email, gratuitamente, todas as edições do nosso boletim. #

    domingo, 05 de fevereiro de 2006

    [ 23:35 ]

    Weekend de passeios pelo litoral catarinense. No sábado fui com a Rosa até a Praia do Rosa e nos hospedamos na Pousada Rosa. Tranqüilidade total, muitas árvores, passarinhos cantando, praia limpa e sem superpopulação, muito calor e muita preguiça. Almoçamos por lá mesmo, uma pescada grelhada no ameno Restaurante Tucano. No final da tarde fomos para Garopaba, praia mais movimentada e mais urbanizada mas ainda assim razoavelmente calma e bacaninha. No domingo fomos mais para o sul, para conhecer Laguna, a histórica capital da República Juliana. Grande decepção. Muitas casas antigas mas poucas bem conservadas. Quase todo o comércio do centro histórico fechado. O único restaurante à vista oferecia um buffet cheio de moscas e nem toalhas nas mesas tinha. Acabamos indo até a Praia do Mar Grosso, onde num restaurante simples e limpinho, o Ponto 10, comemos um saboroso linguado com molho de camarão. Depois fomos visitar os museus da cidade. O Museu Anita Garibaldi fica num edifício interessante, que já serviu de cadeia municipal e também de palco da proclamação da República Juliana. São somente quatro salas no andar de baixo e duas no andar de cima, com poucos objetos de épocas diversas, desde pontas de flechas pré-históricas até talheres de prata dos tempos imperiais. A Casa de Anita Garibaldi, apesar do nome, nunca foi residência da heroína da cidade, nem ao menos casa de algum parente ou amigo onde ela pudesse ter vivido algum tempo. Trata-se somente do lugar, ao lado da igreja, onde Anita vestiu-se para seu primeiro casamento. Na época era um estabelecimento comercial, hoje abriga um pequeno acervo de retratos de Anita e Giuseppe, juntamente com alguns objetos antigos e o mastro de um dos barcos de Garibaldi. Em nenhum dos dois museus encontrei livros ou folhetos com mais informações sobre a independência catarinense em 1839, sobre o casal Garibaldi, ou sobre qualquer outra coisa. Curiosidade: Anita Garibaldi, aka Ana de Jesus Ribeiro, não nasceu em Laguna como muita gente pensa e era natural de Morrinhos, uma praia mais ao norte, perto de Porto Belo. Na volta ainda passamos rapidamente por Imbituba, encaramos um engarrafamento inexplicável perto de Palhoça, pegamos um pouco de chuva perto de Florianópolis, e agora já estamos novamente em Balneário Camboriú. Um weekend tranqüilo e divertido. #

    sábado, 04 de fevereiro de 2006

    [ 08:37 ]

    Pinturas bacanas: Colette Calascione. #

    sexta-feira, 03 de fevereiro de 2006

    [ 10:38 ]

    Li a mini-série em quadrinhos (três revistas) 30 Days of Night (IDW Publishing, 2002), roteiro do Steve Niles, arte do Ben Templesmith. A idéia é interessante (um grupo de vampiros invadindo uma cidade do Alaska onde a noite dura um mês) mas o que faz da série algo especial é a arte cheia de personalidade do Ben Templesmith, que lembra muito o expressionismo de Francis Bacon, com toques de Goya e Munch. Bacana. #

    [ 10:12 ]

    Meu iBook já está com sete navegadores instalados: Safari e MSIE (já vieram instalados mas nunca uso), Opera e Firefox (meus browsers diários), Camino, Flock e Shiira (só para experiências). #

    [ 10:05 ]

    Estou experimentando dois browsers novos, Flock (freeware, open source, direcionado para blogueiros que usam del.icio.us e Flickr) e Shiira (freeware, open source, só para Mac). #

    [ 09:54 ]

    Squidoo: "We have built an online platform that makes it easy for anyone to build lenses on topics they are passionate about. These lenses help you find a unique, human perspective on things that interest you... fast. Not only can Lensmasters spread their ideas, get recognized for their expertise, and send more traffic to their Web sites and blogs - they could also earn royalties." #

    quinta-feira, 02 de fevereiro de 2006

    [ 11:14 ]

    Leituras em quadrinhos: Green Arrow #34 a #39, um arco dramático envolvendo o Charada e uma legião de demônios justiceiros que isolam e dominam Star City. O Arqueiro Verde organiza um exército de policiais e meliantes, todos armados com lanças e bastões, já que a magia dos demônios torna ineficaz qualquer tipo de arma mais sofisticada. Claro que as flechas do super-herói (e de seus aliados Connor e Mia) são determinantes na luta. Arte bacana do Phil Hester, lembrando um pouco os desenhos animados do Bruce Timm. #

    [ 10:14 ]

    Ontem fui ao cinema assistir Soldado Anônimo (Jarhead, EUA, 2005), do Sam Mendes. História de um milico, do treinamento à guerra (a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990 e a intervenção dos EUA). Mostra o exército como um bando de desajustados imaturos sedentos de sangue, mas parece ser mais uma homenagem que uma crítica (afinal, o filme se baseia na autobiografia de um deles). Boas interpretações (Jake Gyllenhaal, Peter Sarsgaard, Jamie Foxx) perdidas numa ode à selvageria com pretensões intelectuais (com Camus servindo de santo padroeiro). Não gostei. #

    quarta-feira, 01 de fevereiro de 2006

    [ 10:56 ]

    Comecei a assistir em dvd a primeira temporada da série Twin Peaks (EUA, 1990), do Mark Frost e do David Lynch. Foi um mergulho no passado para mim, trazendo memórias de quinze anos atrás, em Portugal, quando vi pela primeira vez as aventuras do peculiar Special Agent Dale Cooper (interpretado eficientemente pelo Kyle MacLachlan). A cena (no terceiro episódio) em que ele atira pedras numa garrafa tentando obter alguma pista sobre a investigação é clássica. A música do Angelo Badalamenti é quase hipnótica e perfeita para o roteiro estranho de soap opera fora de controle. Uma atração complementar é o desfile de meninas bonitas no elenco: Mädchen Amick, Lara Flynn Boyle, Sherilyn Fenn, Joan Chen, Peggy Lipton. #

    [ 10:25 ]

    Som do dia: Elvis Presley. Assisti o dvd Elvis - One Night With You, gravado em 1968 nos estúdios da NBC, com o rei do rock sentado numa roda com os músicos Scotty Moore, D.J. Fontana, Alan Fortas e Charlie Hodge, conversando e relembrando seus sucessos, em plena forma e total descontração. Bacana. #

    [ 10:13 ]

    Comecei a ler As Infernais Máquinas de Desejo do dr. Hoffman (The Infernal Desire Machines of dr. Hoffman), da Angela Carter. O primeiro capítulo é muito interessante, parece uma mistura de ficção-científica (vagamente na linha do H.G. Wells) com realismo mágico (lembrando um pouco o J.J. Veiga), tudo numa linguagem esmeradamente poética, mergulhando no onirismo dos surrealistas (algo nela me fez recordar o Boris Vian). #