quinta-feira, 30 de novembro de 2006

[ 22:59 ]

Balanço de novembro (mês de grandes mudanças): assisti 9 filmes e 78 episódios de séries de tv (Lost, Heroes, Six Degrees, Desperate Housewives, House); li pedaços de 3 livros e 1 revista em quadrinhos; visitei 3 exposições de arte; arranjei um emprego e comecei a trabalhar. #

[ 22:24 ]

Boa notícia: a série Preacher vai ser adaptada para televisão pela HBO. (via Sobrecarga) #

[ 22:19 ]

Mais uma jornada de onze horas de trabalho hoje. Acho que ainda vou repetir esta experiência algumas vezes até o final do ano, e depois as coisas se acalmam. #

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

[ 20:43 ]

Funny: Door To Door Atheists Bother Mormons. "Australian filmmaker John Safran is so fed up with mormons ringing his doorbell early in the morning that he flies to Salt Lake City Utah and tries to convert mormons to atheism. Needless to say, the locals were not pleased." #

[ 20:39 ]

Ontem acordei às seis da manhã (antes do sol nascer), me preparei para sair, gastei noventa minutos em transporte público, trabalhei durante onze horas (com um intervalo de meia hora para o almoço), gastei mais noventa minutos em transporte público, e cheguei em casa tão cansado que nem jantei, só assisti um episódio de House na cama(já estou na segunda temporada) e dormi em seguida. Hoje trabalhei só nove horas, mas pretendo dormir cedo novamente. Preciso arranjar um apartamento em Washington urgentemente. #

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

[ 22:21 ]

Assisti em dvd Quick Change (EUA, 1990), dirigido pelo roteirista Howard Franklin e pelo ator Bill Murray. Não sei se a minha memória me traiu ou se o filme não resistiu ao passar do tempo, mas achei muito mais fraco do que me lembrava. A premissa até é boa, um bem elaborado assalto a banco seguido de uma fuga nem tão bem sucedida na noite de New York. Infelizmente, o roteiro é claudicante, não há química entre Geena Davis e Bill Murray, o personagem exagerado de Randy Quaid parece não pertencer ao filme, e até bons atores em papéis pequenos, como Tony Shalhoub e Stanley Tucci, não conseguem convencer. Não recomendo. #

domingo, 26 de novembro de 2006

[ 22:35 ]

Sabe aquele time de gente boa de bola, com o Bertrand Russell, o Isaac Asimov e o Carl Sagan garantindo a defesa, o Sam Harris, o Daniel Dennett e o Michael Shermer formando um sólido meio de campo, e o Richard Dawkins lá na frente marcando gols em todas as partidas? Pois o Marcelo Gleiser, cientista pop brasileiro, acha que tem as manhas para jogar no mesmo nível desse pessoal e dá uma deselegante pisada na bola neste domingo numa coluna da Folha de S. Paulo. Além de se atrapalhar com comparações esdrúxulas entre céticos contemporâneos e fascistas do século passado, termina dizendo que "a ciência não deve se propor a tirar Deus das pessoas" e que pode "proporcionar outra forma de espiritualidade, ligada ao mundo natural e não ao sobrenatural", o que, segundo ele, daria "à ciência a dimensão espiritual que a torna humana". Ele não percebeu, mas assim vai acabar marcando gol contra. #

[ 16:12 ]

Terminei de assistir a primeira temporada (22 episódios) de House. Bacaninha. As referências a Sherlock Holmes são evidentes e vão além do trocadilho no sobrenome: ambos são arrogantes, monstruosamente observadores e capazes de chegar a conclusões (médicas/criminais) a partir de pequenos detalhes, são viciados numa droga (vicodina/cocaína), são músicos amadores (violino/piano), e contam com a ajuda de um grupo de personagens mais novos (o trio de médicos / os Baker Street Irregulars) para as tarefas práticas da resolução do caso. Como não sou médico, na maior parte das vezes não conheço as condições e os tratamentos mencionados, e fico sem poder imaginar soluções possíveis, o que é um dos atrativos dos mistérios ficcionais. Mesmo assim, o protagonista é tão forte (algo como um Sherlock Holmes contemporâneo escrito por Oscar Wilde) que dá vontade de continuar assistindo a série. Só espero que não o tentem humanizar demais (como parecem sugerir os últimos episódios desta primeira temporada), porque o que o torna interessante é exatamente o tipo de vida que escolheu levar, sem precisar de justificativas psicanalíticas. Episódios preferidos: o décimo-quarto (instigante relação médico-paciente, o conflito com a autoridade aumenta com a entrada do novo chairman of the board, uma cena particularmente forte em que House diz para Cameron que não gosta dela, e ainda termina com The Who tocando Baba O'Reilly) e o vigésimo-primeiro (narrativa que começa divertida com pacientes imaginários numa aula de medicina e termina emotiva com as lembranças do que levou House a perder parcialmente o movimento numa perna e precisar da sua bengala). #

sábado, 25 de novembro de 2006

[ 11:04 ]

Mais uma exposição na National Gallery: The Streets of New York: American Photographs from the Collection, 1938–1958. Coleção impressionante de nomes famosos e fotos magníficas. Walker Evans, Weegee, Helen Levitt, Diane Arbus, Richard Avedon, Robert Frank, William Klein, Lisette Model, e vários outros. Dá vontade de voltar a fotografar. #

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

[ 22:30 ]

Você pergunta, os filósofos respondem: AskPhilosophers. #

[ 21:38 ]

Frase do dia: "Mas entendo porque me chamam de arrogante. Para a maioria das pessoas, o simples fato de alguém viver sua vida do seu jeito, tentar ser independente, já é o pior tipo de ofensa. Quem sou eu pra rejeitar seu estilo de vida? Quem sou eu pra achar que posso ser diferente? Que posso ir contra a corrente? Que não preciso prestar contas ao socialmente aceito? Só posso mesmo ser um monstro da arrogância." (Alex Castro) #

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

[ 22:38 ]

Este é o post número 6.666. #

[ 22:33 ]

Quarta quinta-feira de novembro, Thanksgiving Day, feriado nos EUA, dia de comer peru assado com purê de batatas e gravy, exatamente o que comi hoje. A Jade voltou de suas férias nipônicas e trouxe de lá uma caixa de doces, que foram a minha sobremesa. Como o rótulo está escrito em japonês, ninguém aqui sabe de que são feitos os quitutes. Eu gostei e achei que lembram um pouco aquelas balas de alga à venda em lojas de produtos macrobióticos no Brasil. Com a volta da dona do quarto, transferi o meu acampamento novamente para o andar de baixo da casa, onde estou agora cercado de malas e, no espírito do feriado, agradecido por ter um lugar para me abrigar das intempéries. #

[ 10:38 ]

Quando assisti Tristan & Isolde, fiquei em dúvida se naquela época já existiam castelos com fossos e pontes levadiças. Agora minha amiga Julia Marinho oferece a resposta: "Tristão e Isolda é uma lenda do século IX. Castelos com fossos (e paliçadas) são do século XI. Somente no século XIII foram incorporadas pontes levadiças à arquitetura medieval militar." E ainda manda a dica de um livro para consultas deste tipo: Noções Elementares de Archeologia, de Joaquim Possidónio Narciso da Silva. Thanks! #

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

[ 22:10 ]

Continuo acompanhando também Heroes. É uma série para geeks, com super-heróis, viagens no tempo e referências a Star Trek. E hoje li no Omelete que chamaram o George Takei, ator que interpretava o piloto Sulu na série original de Jornada nas Estrelas, para ser o pai do personagem Hiro. Mais geek que isto só se arranjarem um jeito de incluir o National Kid na história. #

[ 22:04 ]

Assisti o primeiro episódio da primeira temporada da série House. Gostei mais do protagonista (um Sherlock Holmes da medicina, cínico e sarcástico) que da história (uma investigação sobre que doença estaria causando os sintomas numa paciente), mas o conceito parece suficientemente interessante para me animar a ver ao menos mais alguns episódios. O elenco é bom, com o Hugh Laurie (da série Blackadder) no papel principal (que já lhe valeu um Golden Globe) e ainda o Robert Sean Leonard (de Dead Poets Society) como o amigo do protagonista e a Robin Tunney (de End of Days) como a paciente (que, coincidência ou não, chama-se Rebecca Adler, o mesmo sobrenome de uma personagem importante na biografia do Sherlock Holmes). E o diretor é ninguém menos que o Bryan Singer, de The Usual Suspects, Apt Pupil e X-Men. #

terça-feira, 21 de novembro de 2006

[ 20:53 ]

Num dos edifícios que fui visitar com a corretora de imóveis, comentei que os longos e labirínticos corredores lembravam muito os do hotel assombrado do filme The Shining. Logo em seguida, cruzamos com um dos moradores e percebemos imediatamente que ele era quase um sósia do Stephen King (na época que o escritor ainda usava barba). Eu me diverti com a coincidência, mas a corretora saiu de lá com a certeza que ia ter pesadelos com aquele sujeito. #

[ 20:45 ]

Alugar apartamento em Washington não é tarefa fácil. Os que ficam na parte central da cidade são caros e pequenos. Os que ficam mais afastados são um pouco maiores mas ainda caros. Existem edifícios gigantescos, com centenas de apartamentos e milhares de inquilinos, propriedade de empresas especializadas em alugar imóveis. A julgar pelos comentários de clientes insatisfeitos, estes são os piores lugares para morar, com administração incompetente e em vários casos com visitas ocasionais de baratas e até ratos. Para me orientar nesta selva imobiliária, encontrei uma corretora amigável que veio com boas recomendações. Mas já percebi que vou pagar um aluguel caro se quiser morar em algum lugar decente. #

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

[ 23:27 ]

Hoje fui ao cinema pela primeira vez desde que cheguei aos EUA. Assisti Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus (EUA, 2006), do Steven Shainberg. Como diz o título, trata-se de um retrato imaginário da fotógrafa Diane Arbus (Nicole Kidman), colocando-a numa trama que não aconteceu mas que combina muito com suas fotos estranhas e envolve um estranho vizinho (Robert Downey Jr). O trabalho anterior do Shainberg, Secretary, contava uma história de amor pouco convencional com um toque de humor. Fur conta uma história de amor pouco convencional com um toque de poesia. Belo filme. #

[ 23:19 ]

Ontem fui jantar com o meu amigo John Gorman no Bertucci's Brick Oven Ristorante de Old Town e comi um belo salmon florentine: filé de salmão assado com molho de vinho branco, limão e alcaparras, acompanhado de brócolis. Muito bom, assim como a conversa sobre Auster, Pynchon, DeLillo, Fante, Calvino, Borges, e outros autores. #

domingo, 19 de novembro de 2006

[ 17:22 ]

Sessão dupla em dvd com comédias criminais. Once Upon a Crime (EUA, 1992), do Eugene Levy, é pavorosa. Uma trama abobalhada sobre vários estadunidenses suspeitos de um assassinato em Monte Carlo, com situações ridículas e piadas sem graça. No elenco, gente boa como Cybill Shepherd e Sean Young, gente ruim como James Belushi e Richard Lewis, e veteranos como Giancarlo Giannini e Elsa Martinelli. O diretor, mais conhecido como ator (ele é o pai do protagonista de American Pie), também aparece rapidamente como funcionário do cassino. O filme é tão ruim que não consegui assistir até o fim. Clue (EUA, 1985), do Jonathan Lynn, é bem mais divertida. Longe de qualquer realismo, baseia-se na estrutura do jogo homônimo (conhecido no Brasil como Detetive) e cria várias combinações possíveis de assassino, local e arma do crime (coronel Mostarda na cozinha com a faca, dona Branca na biblioteca com o revólver, etc). A versão em dvd tem a vantagem de oferecer os três finais possíveis para a história (na época do lançamento, cinemas diferentes exibiam finais diferentes). O elenco tem figuras bem conhecidas como Tim Curry (o doutor Frank-N-Furter de The Rocky Horror Picture Show), Christopher Lloyd (o doutor Emmett Brown de Back to the Future), Madeline Kahn (a Elizabeth de Young Frankenstein) e Lesley Ann Warren (a Norma Cassady de Victor/Victoria), entre outros. #

sábado, 18 de novembro de 2006

[ 18:38 ]

Mais uma série de televisão: The Nine. Assisti todos os seis episódios já exibidos, e achei razoável, não tão boa como Heroes, não tão desinteressante como Six Degrees. Os nove do título são os reféns de um assalto a banco que sobreviveram. Não sabemos ainda tudo que aconteceu durante as 52 horas que os assaltantes os mantiveram presos, e as revelações vão surgindo lentamente em flashbacks enquanto acompanhamos a vida do grupo depois do evento. No elenco, Chi McBride (o diretor da escola em Boston Public), Timothy Daly (que fazia a voz do Superman nos desenhos animados mas que lembra mais o Wolverine do Hugh Jackman) e John Billingsley (o Dr. Phlox de Enterprise). #

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

[ 22:56 ]

Outra exposição que vi na National Gallery foi Prayers and Portraits: Unfolding the Netherlandish Diptych. Dípticos renascentistas, quase todos com temas religiosos, da região conhecida como Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo). Os quadros de maior interesse para mim foram Saint George and the Dragon (o tema do cavaleiro e do dragão sempre parece ressaltar o caráter mitológico de qualquer conjunto de pinturas religiosas), do Rogier van der Weyden, e um duplo retrato de família de Adriaan van Santvoort and his sons Guillaume and Adriaan e Anna van Hertsbeeke and her daughter Catharina and son Jan Baptiste (todos tão pálidos que parecem vampiros, mas muito bem pintados), do Bernard de Rijckere. #

[ 22:37 ]

Os ônibus de Alexandria são muito bons, com bancos estofados, ar condicionado e motorista que diz "have a nice day" no fim da viagem. O problema é que em muitos lugares só passam de vinte em vinte minutos, transformando um pequeno atraso em chegar à parada de ônibus num grande atraso em chegar ao destino final. #

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

[ 22:56 ]

Hoje comecei a trabalhar no emprego novo e percebi que preciso reavaliar a questão do transporte. Levei quase uma hora e meia para chegar ao escritório, incluindo uma caminhada de quinze minutos no frio e na chuva até o ponto de ônibus, outros quinze minutos rodando até a estação de metrô, e dois trens até o fim da viagem. Na volta, mais ou menos a mesma coisa. Ou me mudo para mais perto ou arranjo um automóvel. #

[ 22:49 ]

Entre as exposições que vi ontem na National Gallery, Constable's Great Landscapes: The Six-Foot Paintings tem lugar de destaque, nem que seja pelo tamanho dos quadros. Ele gostava de pintar em formatos grandes, e não se contentava em fazer uns esboços em miniatura antes de partir para a obra final. Começava com desenhos a lápis e tinta sobre folhas de papel, passava para quadros pequenos sobre papel ou tela, e ainda fazia um rascunho no tamanho final, em óleo sobre tela mas somente com espátula, sem os detalhes que daria depois com os pincéis (e ele era bom nos detalhes, pintava umas vaquinhas simpaticíssimas). O curioso é que, pelo estilo rápido e sem cerimônia, estes esboços de dois metros por dois metros parecem obras impressionistas, muito antes do início do impressionismo. Acho que o meu Constable preferido desta série é Hadleigh Castle, de 1829. #

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

[ 20:27 ]

Como gosto muito de caranguejo, me entusiasmei quando vi uma tal de Maryland crab soup no cardápio do almoço. O que eu não sabia, e só fui descobrir durante a refeição, é que se tratava de uma receita extremamente picante. Metade da sopa ficou no prato. #

[ 20:20 ]

Hoje passei o dia andando por Washington, visitando principalmente livrarias (Olssons, Books-A-Million e Barnes & Noble) e museus (National Museum of Natural History e National Gallery of Art). A caminhada foi longa e cansativa, mas também muito divertida. #

terça-feira, 14 de novembro de 2006

[ 22:26 ]

A série seguinte na minha maratona foi Heroes. Gostei tanto que assisti em seqüência os oito episódios disponíveis até agora, e quero continuar acompanhando a história destes super-heróis sem máscaras e sem capas. Tem uma cheerleader com poderes regenerativos semelhantes aos do Wolverine (mas sem as garras), um artista que entra em transe e pinta cenas do futuro, um fugitivo com poderes semelhantes aos da Kitty Pride, uma loiraça belzebu com dupla personalidade, um policial telepata, um enfermeiro que parece ter poderes semelhantes aos da Rogue, um político voador... O meu personagem preferido é o simpático geek japonês Hiro Nakamura, capaz de manipular o continuum espaço-temporal. Bacana. #

[ 12:15 ]

Hoje, duas semanas depois de chegar aos EUA, fui oficialmente contratado para trabalhar como web producer na Revolution, empresa capitaneada pelo Steve Case, co-fundador da AOL. As movimentações começaram logo no dia seguinte à minha entrada no país, passando pelas habituais entrevistas e negociações salariais, e hoje chegamos a um acordo. Começo a trabalhar na quinta-feira. #

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

[ 19:33 ]

Assisti os seis primeiros episódios de Six Degrees (todos que foram exibidos até agora) e não me entusiasmei para continuar assistindo. Personagens pouco cativantes e draminhas pouco interessantes. #

[ 19:15 ]

Ainda falando em livros. Agora que retomei o controle da minha conta bancária aqui nos EUA e do meu cartão de crédito, aproveitei para comprar o ebook de contos do Alex Castro, Onde Perdemos Tudo. Não que o livro seja caro, são só três dólares, mas o jeito mais fácil de pagar era usando o cartão de crédito, então preferi esperar. Ainda não li, mas está na fila. #

[ 19:08 ]

O Carlos Trigueiro, de quem eu li O Livro dos Desmandamentos em 2004 e O Livro dos Ciúmes e O Clube dos Feios em 2005, me enviou um email contando que não somente autores inéditos como eu têm dificuldades para publicar seus livros no Brasil. Ele, apesar dos prêmios (Prêmio Malba Tahan em 1999 e Prêmio Adonias Filho em 2006) e das resenhas positivas em revistas nacionais e internacionais, também está com problemas para publicar seus dois trabalhos mais recentes. Um deles já tem contrato assinado há 20 meses e mesmo assim continua inédito graças à cláusula que prevê um prazo de até 36 meses para a publicação. O outro circula pelas editoras para avaliação. E assim avança o mercado livreiro tupiniquim. #

domingo, 12 de novembro de 2006

[ 20:33 ]

Desde sexta-feira estou instalado no quarto da Jade, que viajou em férias. Numa cama confortável e com uma tv de plasma na parede, aproveitei a convalescença da gripe para assistir em dvd a primeira temporada completa de Desperate Housewives. Gostei mas, depois de tanto entusiasmo do público e da crítica, acho que eu esperava mais. O roteiro é inteligente e mistura uma trama de soap opera com um pouco de mistério e um pouco de comédia, tudo arrematado com uma narradora morta (homenagem a Sunset Boulevard?). O problema, para mim, é que o espírito de telenovela ainda permeia toda a série, resvalando muitas vezes para o melodrama. Fiquei também um pouco decepcionado com o final da temporada, que não fecha o arco dramático nem termina em cliffhanger, deixando a história um pouco pendurada. Mesmo assim, não posso dizer que não me diverti. O quarteto de protagonistas (espelhando o quarteto de Sex in the City em versão casada e suburbana?) é bem interessante: a bonitinha Eva Longoria, a ex-namorada do Superman Teri Hatcher, a stepford wife Marcia Cross, e a ótima atriz Felicity Huffman. #

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

[ 22:56 ]

Fui vasculhar no TiVo da Jade e encontrei o primeiro episódio de Six Degrees, série recente da ABC. É uma espécie de Lost sem o acidente e sem a ilha. Ou seja, somente as histórias de várias pessoas cujos destinos se cruzam e entrecruzam ao acaso. No elenco, Jay Hernandez (de Hostel), Hope Davis (de American Splendor), a bonitinha Bridget Moynahan (de I, Robot) e a enjoadinha Erika Christensen (de Swimfan). #

[ 19:43 ]

Um vírus pernicioso atacou a casa. Primeiro, pegou a Kate, a menorzinha, mas sem grandes conseqüências. Depois, se enroscou no David, que ficou vários dias de cama. Ontem, foi a vez da Jade, que também ficou presa ao leito. E hoje a vítima fui eu. Febre, tremedeira, náusea, um horror. Felizmente parece que o pior já passou, e agora me sinto só fraco e cansado. Espero já estar recuperado amanhã. #

[ 12:10 ]

Assisti em dvd Memoirs of a Geisha (EUA, 2005), do Rob Marshall. Boa direção de arte, boa música, bons figurinos, mas uma história fraquinha para moçoilas que acreditam em príncipes encantados. O maior interesse do filme é o mergulho no mundo das gueixas no início do século XX, mas como a trama é um bocado açucarada não sei até que ponto chega a ser confiável em termos de história. E, claro, não deixa de ser um pouco estranho que a protagonista japonesa seja interpretada por uma atriz chinesa, a bonitinha Zhang Ziyi (de O Clã das Adagas Voadoras). Curiosidade: perto do final do filme, a narradora diz que uma gueixa é "an artist of the floating world", exatamente a mesma expressão que dá título ao livro do Kazuo Ishiguro que eu li no ano passado. #

quinta-feira, 09 de novembro de 2006

[ 18:38 ]

Texto divertido, apontando as preferências partidárias de vários super-heróis: Whose Side Is Your Favorite Superhero On? #

[ 17:12 ]

Sobre o substituto do Donald Rumsfeld no cargo de secretário de defesa: trata-se de ninguém menos que o Robert Gates, envolvido no escândalo Iran-Contra, diretor da CIA quando Bush pai era o presidente, e envolvido em fornecer armas e informações sigilosas para o Saddam Hussein nos anos oitenta. #

[ 17:07 ]

Um detalhe curioso destas eleições foi a máquina de propaganda republicana, literalmente criando fatos para tentar controlar a mídia e a opinião pública. Dois dias antes dos eleitores colocarem seus votos nas urnas, convenientemente anunciaram a condenação do Saddam Hussein à morte, como mensagem direta para quem espera algum resultado concreto das ações belicosas da administração Bush. E quando a derrota se mostrou inevitável, convenientemente anunciaram a demissão do Donald Rumsfeld do cargo de secretário de defesa, forçando a atenção da mídia a se dividir e falar menos sobre a vitória democrata. Os objetivos políticos dessa turma podem ser questionáveis, mas não podemos negar que eles têm seus passos bem ensaiados. #

[ 17:00 ]

Os democratas festejam por aqui a sua vitória dupla sobre os republicanos, conquistando maioria nas duas câmaras do congresso (o United States Senate e a House of Representatives). Este resultado representa uma insatisfação (ainda que tardia) com a administração Bush e é claramente um bom sinal, mas não podemos exagerar no otimismo. Primeiro, a vitória não foi suficientemente clara para demonstrar que a população está firmemente apoiando os democratas. A maioria na House of Representatives foi folgada mas no Senado só veio com o último estado a definir seu vencedor (a Virginia, onde estou agora), e mesmo assim com uma diferença minúscula (menos de 9.000 votos num total de 2,4 milhões de votos no estado). Segundo, não é um caso de vitória dos mocinhos contra os bandidos. Os democratas são melhores que os republicanos em muitos aspectos, mas ainda deixam um bocado a desejar em várias outras áreas. Terceiro, não se trata de uma vitória dos liberais sobre os conservadores, como muita gente aqui acha, e sim uma vitória dos conservadores sobre os reacionários. Ou seja, ainda há um longo caminho pela frente. #

[ 13:30 ]

E ainda falando em Lost, os roteiristas da série parecem ter uma fixação com traumas e conflitos entre pais e filhos. Locke foi abandonado pelo pai, que mais tarde o enganou para poder ficar com o seu rim. Michael era um pai ausente para Walt até o acidente. Sawyer, ainda criança, testemunhou o pai assassinando a mãe e se suicidando em seguida. Jack denunciou o pai por fazer uma cirugia alcoolizado, e mais tarde incentivou-o involuntariamente, por causa de seu ciúme doentio, a voltar a beber, o que acabou causando a sua morte. Sun tem um pai mafioso, que obrigava Jin a fazer seu trabalho sujo. O pai de Jin era um humilde pescador, e o filho tinha vergonha disso. Kate matou o padrasto bebum que batia na mãe e depois descobriu que ele era na verdade seu pai biológico. O pai de Penelope faz de tudo para separá-la de Desmond. Temos ainda vários relacionamentos instáveis entre mães e filhos: a de Kate não a perdoa pelo que fez, a de Locke parece ser mentalmente desequilibrada, a de Hurley o condenava por ser gordo e preguiçoso, Ana Lucia mantinha uma relação de amor e ódio com sua mãe que também era sua superior na polícia, Claire queria dar seu filho para adoção. Há mais relacionamentos destes na trama, o que, junto com o rapto de crianças organizado pelos Outros, parece uma espécie de leitmotiv. #

[ 13:22 ]

Eu sempre acho interessante ver atores conhecidos de uma série aparecendo em outra série. Recentemente vi em 24 o Daniel Dae Kim (o Jin de Lost) como Tom Baker, a Gina Torres (a Zoe de Firefly) como Julia Milliken, e o John Terry (o pai do Jack em Lost) como Bob Warner. E ontem em Lost tivemos o Nathan Fillion (o Mal de Firefly) como Kevin. #

quarta-feira, 08 de novembro de 2006

[ 22:13 ]

Acabei de assistir o sexto episódio da terceira temporada de Lost. Interessante, mas longe de ser "o melhor episódio da série" como foi anunciado pelos produtores. O próximo episódio só virá em fevereiro. E espero que traga mais respostas para a quantidade gigantesca de mistérios ainda sem solução. Já está na hora. #

[ 10:08 ]

Assisti Crimen Ferpecto (Espanha, 2004), o longa-metragem mais recente do Álex de la Iglesia. Humor negro com uma boa premissa mas com roteiro desigual, juntando seqüências divertidas com outras um bocado forçadas. Homenageia Hitchcock (Dial M for Murder chamou-se Crimen Perfecto na Espanha), Landis (o morto que volta para conversar com o protagonista, como em An American Werewolf in London), Goscinny (não sei se no original francês era assim, mas na versão espanhola dos álbuns do Asterix, quando o Obelix se embebedava dizia sempre "¡Ferpectamente!"), entre outros. Una película entretenida pero no tan buena como Muertos de Risa. #

terça-feira, 07 de novembro de 2006

[ 15:52 ]

Hoje a temperatura subiu um pouquinho (53ºF lá fora agora, o equivalente a 11ºC), mas começou a chover. E a minha mala com roupas de inverno continua em lugar incerto em não sabido. Não está no quarto que era meu, não está no armário que eu usava, e aparentemente não está no armazém com o resto das minhas coisas (no domingo fui lá procurar e, até a profundidade que consegui penetrar na muralha de caixas, a mala não apareceu). Amanhã tenho outra reunião em Washington e não sei ainda o que vou vestir para não congelar pelo caminho. #

[ 11:38 ]

Som do dia: The Road to Escondido, álbum recém-lançado que reúne J.J. Cale e Eric Clapton. Muuuito bom! #

[ 11:34 ]

O anel que Frodo carregava era falso. Sam não passava de um espião de Sauron. Gandalf habilmente enganou a todos. Veja a versão completa em El Señor de los Anillos Anotado. "La imaginación no está en lo que se lee, sino en quién la lee." #

segunda-feira, 06 de novembro de 2006

[ 18:27 ]

Eu sei que o mercado editorial brasileiro está mais preocupado com o lucro que com a qualidade literária do que publica, mas fica difícil não sentir uma certa tristeza quando a mesma editora que recusou meu livro alegando que só seleciona um número reduzido de títulos por ano anuncia agora o sensacional lançamento de mais um volume de memórias da ex-prostituta Bruna Surfistinha. #

[ 09:22 ]

Como estou acampando na casa de amigos, dormindo na sala do andar debaixo e com as roupas ainda nas malas no andar de cima, eu vou catando os livros que encontro pelo caminho. Nem sei se vou terminar algum deles, mas tenho lido em pequenas doses Do Penguins Have Knees? (Harper Collins, 1991), do David Feldman, com respostas a perguntas importantíssimas como por que um canudinho algumas vezes afunda na bebida e outras vezes bóia ou por que os peixes bóiam de barriga para cima quando morrem, e America: A Citizen's Guide to Democracy Inaction (Warner Books, 2004), da mesma equipe que escreve The Daily Show, com um engraçado e instrutivo prefácio do Thomas Jefferson, que já morreu quase há dois séculos mas aparentemente não perdeu o bom humor. #

domingo, 05 de novembro de 2006

[ 18:27 ]

Post bacana do Jason Kotke, cheio de links interessantes, especialmente para quem gosta de jogos de computador, e mais especialmente ainda para quem gosta de jogos no estilo sandbox, como SimCity e The Sims: Will Wright's Bibliography. #

[ 18:25 ]

Retratos da Jill Greenberg: Manipulator. #

sábado, 04 de novembro de 2006

[ 22:09 ]

Combinando fotos de hoje e de ontem: Age Maps. "Two photographs of the same person, from different periods (child and adult), are spliced together. In this fusion a jump of time is established at the tear." #

[ 22:06 ]

Lost como jogo de tabuleiro: Lost, the board game. #

sexta-feira, 03 de novembro de 2006

[ 23:02 ]

Hoje tive uma reunião em Washington e me pediram para usar business attire (paletó e gravata). Como minhas roupas de inverno ainda estão todas no armazém, acabei indo com um terno de meia estação. Grande erro. O vento que varria a Connecticut Avenue parecia vindo das geleiras polares, e a minha gravata quase virou picolé. Não sei que temperatura peguei lá na capital do império esta tarde, mas agora aqui em Alexandria está marcando 34ºF (1ºC) com sensação térmica de 27ºF (-3ºC). E ainda falta mais de um mês para começar o inverno. Felizmente, já estou debaixo das cobertas, digitando no meu fiel iBook G4. #

[ 22:53 ]

Continuando com o mesmo stand-up comedian das noites anteriores, assisti em dvd Bill Maher: Be More Cynical (EUA, 2000). Naquela época ele era mais magro e ainda se apresentava com microfone na mão. Era também um pouco mais suave em relação à religiosidade, criticando a crença nos mitos mas não a religião em si (o que ele faz abertamente em shows mais recentes). Bush ainda não havia sido eleito pela primeira vez e disputava a presidência com o Al Gore, mas já contava com a desaprovação do Bill Maher: "George Bush... I gotta be honest, I don't like this little prick." Postura coerente, posições interessantes, observações divertidas. Recomendo os três shows. Se puder ver só um, escolha o mais recente. #

quinta-feira, 02 de novembro de 2006

[ 22:39 ]

Quando cheguei em Alexandria na terça-feira fui brindado com um clima ameno e ensolarado. Mas hoje as coisas pioraram e passei um bocado de frio na minha caminhada vespertina por Old Town. Agora a temperatura lá fora é de 45ºF (7ºC) com sensação térmica de 38ºF (3ºC) e promessa de baixar para 32ºF (0ºC) durante a noite. Brrr... #

[ 12:16 ]

Assisti em dvd Bill Maher: Victory Begins at Home (EUA, 2003), mais um dos seus shows na HBO. O material é de antes da reeleição do George W. Bush mas posterior ao ataque às torres de New York, portanto o tom é quase o mesmo do show de 2005, com críticas ferozes à reação republicana de usar o terrorismo como desculpa para todas as suas ações políticas. Incisivo e engraçado. #

[ 10:52 ]

Li o álbum de cartuns Return of the Book of Bunny Suicides (Plume, 2005), do Andy Riley, continuação de The Book of Bunny Suicides e tão divertido como o primeiro. Afinal, por que coelhinhos suicidas são tão naturalmente engraçados? #

quarta-feira, 01 de novembro de 2006

[ 15:13 ]

Assisti em dvd Bill Maher: I'm Swiss (EUA, 2005), show de stand-up comedy produzido pela HBO. Enquanto alguns comediantes encaixam crítica política em muitas de suas piadas, como o Chris Rock e o Robin Williams, o Bill Maher faz o oposto: encaixa um pouco de humor dentro do seu discurso fundamentalmente político. Felizmente, eu concordo com quase todas as suas posições (ao menos as apresentadas neste show) e rio com ele dos reacionários raivosos, dos hipócritas religiosos e dos patetas totalitaristas. Muito bom. #

[ 15:06 ]

Hoje dei uma caminhada pelas cercanias da casa da Jade e do David, onde estou hospedado. Árvores outonais com folhas variando do amarelo ao vermelho, esquilinhos saltitando nos jardins, estranhos que passam por você na rua e dizem "good morning". #