quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

[ 23:43 ]

Balanço de fevereiro: assisti 17 filmes e uns 20 episódios de séries de tv (BSG, Dresden Files, Heroes, Rules of Engagement, House, Lost); fui a uma palestra sobre quadrinhos (Art Spiegelman) e conheci um novo restaurante em DC (Marrakesh Palace). #

[ 23:12 ]

Mais Linklater. Assisti em dvd The Newton Boys (EUA, 1998). É a história (baseada em fatos reais) de quatro irmãos que roubavam bancos do início do século XX, Willis Newton (Matthew McConaughey), Joe Newton (Skeet Ulrich), Jess Newton (Ethan Hawke) e Dock Newton (Vincent D'Onofrio). Narrativa simples e sem os experimentalismos anteriores do Linklater (longos planos-seqüência, longos diálogos que não fazem avançar a trma, etc). Imagino que a atração para o diretor tenha sido o discurso próximo ao anarquismo do Willis Newton, que justifica sua profissão de assaltante dizendo que os bancos roubam do povo e ele só rouba dos bancos. O verdadeiro Willis, já velhinho, aparece no final do filme. #

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

[ 23:19 ]

Som do dia: Bill Kirchen. Em 2003 eu o vi tocando em Alexandria, e agora comprei dois cds dele. Dieselbilly Road Trip, de 2002, é puro rockabilly e tem a sua música mais conhecida, Hot Rod Lincoln, onde ele homenageia vários guitarristas e imita um trechinho de cada um deles. Hammer of the Honky-Tonk Gods, de 2007, é um pouco mais calminho, um pouco mais country, e ainda afiadíssimo na guitarra. Bacana. #

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

[ 22:19 ]

Sessão dupla de Richard Linklater em dvd. Assisti Before Sunrise (EUA, 1995) e em seguida Before Sunset (EUA, 2004). Os dois filmes têm uma estrutura bem parecida, basicamente duas pessoas conversando sobre diversos assuntos gravitando em torno de relacionamentos amorosos. Em Before Sunrise, o estadunidense Jesse (Ethan Hawke) e a francesa Celine (Julie Delpy) conhecem-se num trem cruzando a Europa e resolvem descer em Viena e passar horas e horas andando pela cidade e conversando. Pouco mais que isto acontece, mas os diálogos são quase sempre interessantes e o filme nunca chega a ser monótono. Em Before Sunset, os dois personagens voltam a encontrar-se nove anos depois em Paris e as conversas agora estão impregnadas dos assuntos não resolvidos no filme anterior. Mais velhos, mais magros, menos ingênuos, mais amargos, é bacana ver o que aconteceu com eles. Seria ainda mais bacana se em 2013 eles fizessem mais um longa-metragem fechando a trilogia e mostrando Jesse e Celine nove anos depois. #

[ 00:26 ]

Dos cinco filmes indicados ao Oscar, o único que eu vi até agora foi exatamente o que levou a estatueta, The Departed. Bom filme, mas durante o ano passado assisti pelo menos uns dois ou três que apesar de nem terem sido indicados me impressionaram muito mais. The Illusionist, por exemplo, me parece muito mais merecedor de um Oscar que The Departed. Mas aparentemente resolveram recompensar o Scorsese este ano, dando-lhe os prêmios de melhor diretor e melhor filme. #

domingo, 25 de fevereiro de 2007

[ 15:28 ]

Como já faz uma semana que não falo do frio, fica aqui o registro: hoje nevou. Olhando pela janela só vejo coisas brancas, chão coberto de neve, carros cobertos de neve, árvores cobertas de neve, telhados cobertos de neve. #

[ 13:59 ]

Dois artigos curiosos da Wikipedia:

  • Math rock
  • Anti-humor
    #

    [ 13:58 ]

    Duas leituras atrasadas:

  • Revista Época: A igreja dos novos ateus.
  • Quadrinhos: The Adventures of Noam Chomsky.
    #

    [ 12:46 ]

    Como eu disse numa entrevista recente, uma das minhas razões para ter um weblog é "manter um registro de livros lidos, filmes assistidos, etc, para minhas consultas futuras". De certa forma, o weblog funciona como um usb flash drive para guardar coisas que ficam perdidas no hard disc drive do meu cérebro. Por exemplo, na semana passada alguém falou sobre a série de tv Lexx numa lista de discussão e eu só me lembrava vagamente do nome. Vim pesquisar aqui no PPP e descobri que já tinha visto um episódio numa madrugada perdida de 2002. Comentei isto na mesma lista de discussão e o sempre atento Murilo Saraiva de Queiroz lembrou de um texto de 2002 do Cory Doctorow, My Blog, My Outboard Brain, leitura que recomendo. "Being deprived of my blog right now would be akin to suffering extensive brain-damage. Huge swaths of acquired knowledge would simply vanish. Just as my TiVo frees me from having to watch boring television by watching it for me, my blog frees me up from having to remember the minutae of my life, storing it for me in handy and contextual form." #

    [ 12:10 ]

    Som do dia: The Swingle Singers. Os cds Jazz Sebastian Bach, Vol. 1 e Jazz Sebastian Bach, Vol. 2 trazem, como o nome sugere, adaptações jazzísticas da obra do J.S. Bach, com oito vozes (quatro femininas, quatro masculinas) acompanhadas só por baixo e bateria. Supimpa. #

    sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

    [ 22:57 ]

    O segundo dvd do meu ciclo Richard Linklater foi Dazed and Confused (EUA, 1993), que muda completamente de gênero, saindo do experimentalismo filosófico de Slacker e entrando na categoria memórias escolares, onde poderia conviver sem grandes conflitos com Fast Times at Ridgemont High, The Breakfast Club e Ferris Bueller's Day Off (todos dos anos oitenta). Mesmo assim, ainda pipocam algumas frases que poderiam estar em Slacker, como "I'd like to quit thinking of the present, like right now, as some minor, insignificant preamble to something else" ou "OK, guys, one more thing, this summer when you're being inundated with all this American bicentennial Fourth Of July brouhaha, don't forget what you're celebrating, and that's the fact that a bunch of slave-owning, aristocratic, white males didn't want to pay their taxes". No elenco, vários rostos conhecidos em início de carreira, entre eles Matthew McConaughey, Ben Affleck e Milla Jovovich. #

    quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

    [ 13:20 ]

    Som do dia: Amused to Death (1992), álbum solo do Roger Waters que lembra muito sua fase The Wall (1979) com o Pink Floyd, com a música What God Wants. Participação do Jeff Beck na guitarra. #

    quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

    [ 23:54 ]

    Em 2004 eu disse que queria ver mais filmes do Richard Linklater, diretor do fraquíssimo School of Rock e do interessantíssimo Waking Life. Só agora consegui me organizar para fazer um ciclo Linklater em dvd. Comecei com Slacker (EUA, 1991). A câmara acompanha um personagem por alguns minutos, depois segue outro personagem que passa por ali, em seguida salta para outro personagem que cruzou seu caminho, e assim por diante, enquanto cada um deles vai expondo, em diálogos ou monólogos, uma série de idéias aparentemente desconexas, sobre teorias conspiratórias, crítica social, propostas artísticas, comentários de cultura pop, formando um mosaico vagamente contracultural e ao mesmo tempo preso e fascinado pela mesma cultura que critica, como se fosse uma mistura de velhos libertários do século XIX (e um dos personagens cita uma frase de Bakunin, sem revelar a fonte: "the passion for destruction is also a creative passion") com jovens geeks vivendo em constante information overload (um deles, que se apresenta como anti-artista, diz: "I don't do much really, I just read, and work here, and sleep and eat, and watch movies"). De certa forma, me lembrou um pouco as conversas de Clerks, que é um filme menos intelectualizado e mais geek. #

    [ 23:42 ]

    Som do dia: Yes. Ando ouvindo coisas antigas da banda, The Yes Album (de 1971, ainda sem o Rick Wakeman), Fragile (também de 1971, mas já com o Rick Wakeman) e Close to the Edge (de 1972). #

    terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

    [ 22:05 ]

    Esta noite fui assistir uma palestra do Art Spiegelman (autor de Maus e In the Shadow of No Towers) no Washington DC Jewish Community Center. Ele apresentou, de forma divertida e muito bem articulada, uma breve história das histórias em quadrinhos, usando muitas imagens projetadas a partir do seu computador e mostrando o que influenciou sua carreira. Uma visão muito pessoal sobre quadrinhos, com elogios para quadrinistas cult como Daniel Clowes (de Ghost World) e Marjane Satrapi (de Persepolis), mas desprezo por super-heróis em geral e desdém pelo trabalho do Jack Kirby (Fantastic Four, Incredible Hulk, X-Men, e tantos outros). #

    segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

    [ 20:53 ]

    O NBA All-Star Game de ontem não foi dos melhores que já vi. Algumas poucas jogadas espetaculares, Kobe Bryant merecendo o prêmio de MVP da noite, mas a diferença de vinte pontos que separou as duas equipes desde muito cedo no jogo tirou qualquer emoção do resultado. O pior, porém, foram as atrações musicais do evento. Siegfried & Roy foram os primeiros a aparecer, mas não fizeram coisa alguma além de dar as boas vindas a Las Vegas, em inglês tosco (e no caso do Roy ainda mais incompreensível por causa do derrame sofrido depois de ter sido mordido pelo tigre). Aí veio o Wayne Newton, com a cara toda esticada (cirurgia plástica? exagero de maquiagem?) e um cabelo menos natural que o do Walter Mercado, fingindo que estava cantando e tocando, em total falta de sincronia com o playback. Constrangedor. O show do intervalo, com a Toni Braxton e depois com a Christina Aguilera, foi um pouco melhor, mas não chegou a entusiasmar. O pessoal da NBA precisa tomar umas lições com a turma da NFL, que chamou o Prince para dar um showzaço no intervalo do Super Bowl. #

    domingo, 18 de fevereiro de 2007

    [ 16:22 ]

    Os domingos de fevereiro na televisão têm sido interessantes. Dia 04, NFL Super Bowl. Dia 11, Grammy. Hoje, dia 18, NBA All-Star Game. Na próxima semana, dia 25, Oscar. #

    [ 16:17 ]

    E o frio continua resistente. Há vários dias que não vejo uma temperatura above freezing (ou, em Celsius, acima de zero). Agora há pouco começou a nevar novamente. Brrr... #

    sábado, 17 de fevereiro de 2007

    [ 16:56 ]

    Assisti em dvd The Departed (EUA, 2006), do Martin Scorsese. Gostei, mas não achei tão maravilhoso e empolgante como anunciado por tanta gente. Uma história policial interessante (remake de um filme de Hong Kong, com o Andy Lau), bem contada (narrativa muito mais enxuta que nos filmes mais recentes do Scorsese), com boas interpretações (Jack Nicholson dominando o elenco, claro). A trama do mocinho infiltrado entre os bandidos e do bandido infiltrado entre os mocinhos é bacana, já o triângulo amoroso (com a Vera Farmiga entre o Matt Damon e o Leonardo DiCaprio) me pareceu um bocado forçado. É o primeiro dos cinco indicados ao Oscar que assisto, e não acredito que mereça a estatueta. #

    [ 16:46 ]

    Som do dia: Scorpions. Estou ouvindo a compilação Scorpions Gold, que tem todos os grandes sucessos da banda alemã, da balada Still Loving You ao rockão Rock You Like a Hurricane. Anos oitenta chacoalhando na memória. #

    sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

    [ 21:09 ]

    Assisti em dvd Saw III (EUA, 2006), do Darren Lynn Bousman. De certa forma fecha a trilogia (apesar de já ter sido anunciada a produção de um quarto filme) e fica no mesmo nível razoável do segundo filme (também dirigido pelo Bousman), sem nunca porém igualar o impacto do primeiro Saw. Os fãs da série devem gostar de ver algumas peças das histórias anteriores se encaixando para formar uma imagem mais completa do percurso do assassino Jigsaw (Tobin Bell) e da sua fiel ajudante Amanda (Shawnee Smith) mas Saw III não vai muito além disso. #

    [ 20:40 ]

    Ontem o Revolution Health Group ofereceu um jantar para os funcionários no restaurante marroquino Marrakesh Palace. Decoração típica, tapetes e ladrilhos mouriscos, garçons com roupas e sotaques do Marrocos, bailarinas demonstrando a dança do ventre, bom vinho tinto, bakoula (espinafre sautée com limão e azeite de oliva), zaalouk (beringela assada com tomate, páprica e coentro), cuscuz de carneiro, e uma bela torta de chocolate como sobremesa. Yummy! #

    quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

    [ 23:05 ]

    Hoje os roteiristas de Lost mostraram que ainda têm várias cartas na manga. Fizeram um episódio com estrutura narrativa diferente da habitual, apresentaram um flashback que ao mesmo tempo é e não é um flashback, e ainda terminaram literalmente anunciando a morte de um personagem (que pode acontecer ou não). Supimpa. #

    [ 21:11 ]

    Assisti em dvd The Night Listener (EUA, 2006), do Patrick Stettner. O astro do rádio Robin Williams faz amizade, por carta e telefone, com o jovem escritor Rory Culkin e sua mãe adotiva Toni Collette. Então surge a dúvida: o rapaz realmente existe? História de mistério muito interessante, baseada no livro homônimo do Armistead Maupin. Recomendo. #

    [ 09:51 ]

    Neve por todos os lados esta manhã. "In the Washington area, the National Weather Service issued a storm warning for the region while in Virginia the governor declared a statewide emergency as the storm, packing winds of up to 40 miles per hour (65 kph), moved out of the Midwest and up the east coast. Washington's largest employer, the U.S. government said federal workers in the U.S. capital region should show up two hours late for work. Local news media urged people to stay home because of treacherous roads. No planes were flying in or out of Washington's two major airports overnight, and they were not expected to resume operations before late morning. Many airlines had canceled early morning flights in anticipation of the storm." (Winter storm dumps snow, ice on large part of U.S.) #

    terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

    [ 20:35 ]

    Assisti em dvd The Black Dahlia (EUA, 2006), do Brian De Palma. Boa tentativa de revisitação ao film noir, mas fica faltando alguma coisa. Talvez a trama seja tortuosa demais (não necessariamente complicada, mas com muitas curvas para um lado e para o outro). Talvez o desequilíbrio entre o elenco feminino (bom, com a Hilary Swank e a Scarlett Johansson) e o masculino (fraquinho, com o Josh Hartnett e o Aaron Eckhart) seja muito grande. Talvez tenha faltado estilo no roteiro (do Josh Friedman, o mesmo de War of the Worlds) e sobrado virtuosismo na direção (de Palma capricha nos seus famosos movimentos de grua e nas já tradicionais cenas importantes em escadas, mas não se esmera tanto em algumas seqüências expositivas). Não sei o quê, mas faltou alguma coisa. #

    [ 16:33 ]

    De manhã, neve caindo. Na hora do almoço, chuva de gelo. Aí uma mocinha me pára na rua para pedir donativos para uma campanha contra o aquecimento global. Nao resisti: "Global warming? I don't think we have enough of it." #

    segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

    [ 20:55 ]

    Como gostei de Factotum, assisti em dvd o outro filme que consegui do diretor Bent Hamer, Kitchen Stories (Salmer fra Kjøkkenet, Noruega-Suécia, 2003). Lento e árido como as paisagens de neve que mostra, mas com uma história bacana sobre o relacionamento de um burocrata sueco dos anos cinqüenta (ele é um dos pesquisadores num grande estudo sobre o comportamento das pessoas em suas cozinhas) e um pobre fazendeiro norueguês que se apresentou como voluntário para ser estudado (achando que ia ganhar um cavalo de verdade quando na verdade o brinde era um cavalinho de madeira). Reflexão sobre como as pessoas se relacionam com pessoas diferentes, com costumes diferentes, com idéias diferentes. Interessante. #

    [ 20:46 ]

    Esta manhã fiquei satisfeito ao ver a temperatura somente nos 32ºF (0ºC), porque abaixo disto começamos a sair do terreno do desconfortável e a entrar no terreno do doloroso. Mas parece que esta alegria, mesmo pequena, vai durar pouco: já estão anunciando neve e gelo para os próximos dois dias. #

    domingo, 11 de fevereiro de 2007

    [ 23:31 ]

    Assisti a entrega dos Grammys. Começou muito bem, com o retorno do velho The Police. Mas só uma musiquinha com eles? As Dixie Chicks se apresentaram com vestidinhos horríveis e mesmo assim levaram vários prêmios (melhor canção do ano, melhor álbum country, melhor disco do ano, melhor álbum do ano). A Mary J. Blige fez o discurso mais tosco da noite. Depois que a Shakira apareceu com aquela roupinha, aquela ginga e aquela voz, deveriam ter dado todos os prêmios restantes para ela e terminado o show mais cedo. Aí veio a Mary J. Blige cantar e se esgoelou toda e fez caretas e mostrou que não merecia ter levado os dois prêmios que levou. Bom momento musical: Rascal Flats tocando Hotel California, do Eagles. O que foi mais assustador, o terno de seda estampada do Ornette Coleman ou a Imogen Heap com uma planta na cabeça? E o James Blunt tinha que cantar aquela mesma música enjoadinha de sempre? Não agüento mais tantos "you're beautiful" esganiçados. O momento American Idol, com o Timberlake em dueto com uma novata escolhida pelo voto popular, foi completamente desnecessário. Felizmente em seguida vieram os Red Hot Chili Peppers para tocar uma música e receber o prêmio de melhor álbum de rock. E no próximo ano tem mais. #

    [ 19:25 ]

    Ainda tenho três filmes para ver baseados na obra do Bukowski, porém nenhum deles está acessível no momento. Lune Froide, de 1991, e Barfly, de 1987, ainda não foram lançados em dvd. Storie di Ordinaria Follia, de 1981, existe em dvd numa edição brasileira, mas não está disponível aqui nos EUA. Vi Barfly e Storie di Ordinaria Follia no cinema nos anos oitenta, não gostei do primeiro, gostei muito do segundo. Acho curioso que um autor estadunidense como o Charles Bukowski só tenha sido adaptado para o cinema por diretores europeus: Storie di Ordinaria Follia é do italiano Marco Ferreri, Barfly é do alemão Barbet Schroeder, Crazy Love é do belga Dominique Deruddere, Lune Froide é do francês Patrick Bouchitey, Factotum é do norueguês Bent Hamer. #

    [ 19:17 ]

    Assisti em dvd Crazy Love (Bélgica, 1987), do Dominique Deruddere, baseado em três contos do Charles Bukowski. O mesmo personagem, criança, adolescente e adulto, em fases diferentes de relacionamento com as mulheres: primeiro a descoberta, ainda embalada no romantismo dos filmes com princesas e cavaleiros; mais tarde o sentimento de inadequação, com um rosto desfigurado pela acne (como o próprio Bukowski teve) funcionando como barreira aparentemente impassável (a cena da máscara de papel higiênico é emblemática); por fim, uma conexão etílica-necrófila-bizarra que procura nos mortos o que não pode ter dos vivos. Estranho e interessante. #

    sábado, 10 de fevereiro de 2007

    [ 16:12 ]

    O Roberto Silva me avisa por email da notícia vinda de Florianópolis, SC: barco de papel gigante navega com 2 tripulantes, e pergunta se o barco do Roberto Böell Vaz não teria sido inspirado no barco do Peter Callesen (link que apareceu aqui no mês passado). Não sei se o catarinense copiou o dinamarquês, mas as duas idéias são bacanas. O Vaz convocou mais gente para participar na brincadeira: "Agora lançamos o desafio para que pessoas construam barcos maiores e fiquem mais tempo na água." Logo vai aparecer algum louco voando em aviões de papel. #

    [ 14:11 ]

    Som do dia: Concertos de Brandenburg (BWV 1046–1051), do Johann Sebastian Bach. Os seis são deliciosos mas acho que o meu preferido é o terceiro. #

    [ 14:00 ]

    Apesar de não ter tido muito tempo livre para jogos nestas últimas semanas, consegui completar três partidas de Sid Meier's Pirates!, levando meus piratas impiedosos através de uma vida de pilhagens de navios e cidades, descobertas de tesouros escondidos, duelos com pistolas e espadas, e até mesmo (a parte menos divertida do jogo) bailes na mansão do governador. O Sid Meier realmente conhece as manhas de um bom jogo de estratégia. Depois do primeiro Pirates!, joguei Covert Action, Railroad Tycoon, Civilization, Colonization, Alpha Centauri, e gostei de todos. Vou ver se ainda encontro algum destes na minha modesta ludoteca. #

    sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

    [ 21:19 ]

    Assisti em dvd Factotum (EUA-Noruega-Suécia-França-Alemanha, 2005), do norueguês Bent Hamer, baseado em parte no livro homônimo do Charles Bukowski e também em alguns de seus contos. Matt Dillon (de Crash) está convincente como Henry Chinaski, bem acompanhado pela Lili Taylor (de The Haunting) e pela Marisa Tomei (Oscar por My Cousin Vinny). A história se encaixa entre Post Office (de 1971) e Women (de 1978), com o protagonista flutuando entre empregos sem importância e escrevendo seus contos e poemas nas horas vagas, quando não estava bebendo exageradamente ou apostando em cavalos. Bacaninha. "If you're going to try, go all the way. Otherwise don't even start. This could mean losing girlfriends, wives, relatives, jobs. And maybe your mind. It could mean not eating for three or four days. It could mean freezing on a park bench. It could mean jail. It could mean derision. It could mean mockery, isolation. Isolation is the gift. All the others are a test of your endurance. Of how much you really want to do it. And you'll do it, despite rejection in the worst odds. And it will be better than anything else you can imagine. If you're going to try, go all the way. There is no other feeling like that. You will be alone with the gods. And the nights will flame with fire. You will ride life straight to perfect laughter. It's the only good fight there is." #

    quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

    [ 21:58 ]

    A semana tem sido boa em termos de séries com títulos de uma só palavra. Segunda-feira, na NBC, Heroes (e descobrirmos quem é o verdadeiro pai da Claire). Terça-feira, na Fox, House (e o doutor manco continua um expert na arte de manipular os sentimentos alheios). Quarta-feira, na ABC, Lost (e ficamos conhecendo um pouco do passado da Juliet). Boas séries. #

    [ 21:52 ]

    Mais Bukowski. Assisti os dois dvds de The Charles Bukowski Tapes (EUA, 1983). São quatro horas de entrevistas que o Barbet Schroeder fez com o escritor como preparação para o filme Barfly, organizadas em 52 segmentos temáticos. Muito interessante para conhecer melhor o Bukowski, sempre oscilando entre vislumbres geniais e boboseiras embriagadas. #

    quarta-feira, 07 de fevereiro de 2007

    [ 20:35 ]

    Nevou na noite passada e esta manhã as ruas estavam branquinhas. Bonito num cartão postal, não tão divertido quando temos que suportar a baixa temperatura e os outros incômodos que acompanham a neve. Em dias assim, sempre me lembro daquela historinha do sujeito que começa adorando a neve e aos poucos vai percebendo que as coisas não são assim tão divertidas. Uma versão em inglês: Minnesota Diary. Uma versão em castelhano: Diário del Cubanito. #

    [ 20:13 ]

    Som do dia: Who's Next, de 1971, possivelmente o melhor álbum da banda The Who. Baba O'Riley, a primeira música, é a minha preferida. O título é uma homenagem ao líder espiritual Meher Baba e ao compositor minimalista Terry Riley. #

    segunda-feira, 05 de fevereiro de 2007

    [ 20:36 ]

    Mais Bukowski. Assisti em Bukowski at Bellevue (EUA, 1995), que é basicamente a versão em dvd de um velho filme do escritor lendo seus trabalhos para uma platéia de estudantes do Bellevue Community College, no estado de Washington, em 1970. Naquela época o Bukowski, apesar de já cinqüentão, quase só era conhecido nos circuitos underground, pelos seus contos e poemas, e ainda nem tinha publicado seu primeiro romance. É interessante ouvi-lo lendo seus trabalhos, num tom tranqüilo, sem dramatizar muito (a não ser quando imita vozes nos diálogos), vez por outra não conseguindo conter um sorriso com as situações que descreve ou uma crítica a alguma palavra que não tenha sido muito bem escolhida. #

    [ 09:13 ]

    Depois de um weekend inteiro dentro do apartamento com o ar condicionado ligado, sair esta manhã para a rua foi um choque. Temperatura de 13ºF (-10ºC) com sensação térmica de -2ºF (-19ºC). #

    domingo, 04 de fevereiro de 2007

    [ 22:03 ]

    Domingão de Super Bowl. O jogo foi bacana, com um touch down logo nos primeiros quinze segundos, fumbles e interceptions, placar apertado no intervalo, e uma vitória dos Indianapolis Colts sobre os Chicago Bears por 29 a 17. Teve ainda a abertura com as acrobacias do Cirque de Soleil, a batucada do Louie Vega, a direção de arte do Romero Britto, e o Billy Joel cantando o hino nacional. Mas o melhor mesmo foi o showzaço do Prince no intervalo, debaixo de chuva, detonando na guitarra, e fechando com um dos melhores Purple Rain que ele já deve ter tocado. #

    sábado, 03 de fevereiro de 2007

    [ 18:00 ]

    Estou entrando em fase Charles Bukowski, com uma série de dvds sobre o escritor. Comecei com Bukowski: Born into This (EUA, 2003), documentário do John Dullaghan. Boa mistura de biografia, leitura de poemas, declarações de amigos (Tom Waits e Sean Penn entre eles) e do próprio Bukowski (que algumas vezes parece um gênio literário e outras vezes parece um bêbado irritante - e ele certamente foi as duas coisas). O título do filme é um verso do poema Dinosauria, we. "(...) we are / born like this / into this / into these carefully mad wars / into the sight of broken factory windows of emptiness / into bars where people no longer speak to each other / into fist fights that end as shootings and knifings // born into this / into hospitals which are so expensive that it's cheaper to die / into lawyers who charge so much it's cheaper to plead guilty / into a country where the jails are full and the madhouses closed / into a place where the masses elevate fools into rich heroes (...)" #

    [ 10:36 ]

    Som do dia: Aqualung, o álbum mais famoso do Jethro Tull, de 1971. Não sou fã das letras místico-religiosas em algumas das faixas, mas gosto muito de toda a parte instrumental do disco. #

    sexta-feira, 02 de fevereiro de 2007

    [ 22:35 ]

    Tentei assistir em dvd Idlewild (EUA, 2006), do Bryan Barber, mas não consegui chegar à metade do filme. História bobinha, interpretações exageradas, números musicais anacrônicos, insuportável. #

    [ 20:23 ]

    Leituras atrasadas:

  • The readers strike back: reflexão sobre a abertura de websites para os comentários dos leitores e as reações de escritores e jornalistas ao novo ambiente. "If Montaigne were alive today, he might be just another hyperactive blogger."
  • Santa ilusão: Hélio Schwartsman manda bem comentando o livro do Richard Dawkins, The God Delusion. "Se alguém nos dissesse acreditar que brotou de uma árvore e que sempre que segura sua caneta ela se transforma num coelho voador, teríamos boas razões para duvidar da sanidade desta pessoa. Por que então não tratamos como louco o católico que afirma que Jesus nasceu sem pai biológico, de uma mãe virgem e que, toda vez que se celebra uma missa, o vinho se torna sangue e um tipo esquisito de biscoito se converte no corpo do homem?"
  • Perfil e histórico do Steve Case, meu atual patrão: Second Coming. "He built AOL into a juggernaut and engineered a megamerger with Time Warner. Then his brother got sick, the merger turned out to be a bust, and Steve Case was a billionaire but out of work. No more. He’s going to try it again."
    #

    quinta-feira, 01 de fevereiro de 2007

    [ 20:17 ]

    O que motiva alguém a ter um blog? O Fábio Caparica resolveu fazer esta pergunta (e várias outras) para alguns blogueiros (Fabrício Zuardi, Cris Dias, O Velho, Charles Pilger, Janio Sarmento, Anderson Kenji, Expedito Paz, Nemo Nox, Ronaldo Melo Ferraz, Fábio Seixas, Edney Souza). Interessante ver tantas respostas parecidas de gente que não sabia o que os outros iriam dizer. #