sexta-feira, 30 de novembro de 2007

[ 23:13 ]

Balanço de novembro: assisti 28 filmes e 48 episódios de séries de tv (incluindo a segunda temporada completa de Rome e a primeira de Dexter); ainda não consegui terminar os livros que comecei; fui a 2 concertos (Yamato e Yo-Yo Ma), 1 peça de teatro (Happy Days), 2 exposições e 1 palestra (Steve Martin). #

[ 16:57 ]

Terminei de assistir a primeira temporada de Dexter. Achei bacaninha a idéia do serial killer que combate serial killers, apreciei rever Miami Beach, e gostei de ter uma história com final amarradinho (me incomoda um pouco quando uma série termina a temporada num cliffhanger, deixando o espectador pendurado). Mas também achei um pouco previsíveis as revelações finais (as pistas começaram a surgir bem cedo e eram um bocado óbvias) e um pouco exagerada a quantidade de serial killers em atividade no sul da Florida (a própria série diz que devem existir cerca de cinqüenta em todo o país, e só ali no mundinho do Dexter eles despacham uma dúzia deles). De qualquer forma, fiquei curioso para ver como vão desenvolver a segunda temporada, já que a primeira fecha um arco dramático quase como se fosse o final da série. #

[ 12:16 ]

Ontem fui ao Kennedy Center com a minha amiga Sara assistir a peça Happy Days, do Samuel Beckett, com a Fiona Shaw (mais conhecida como Petunia Dursley, a tia do Harry Potter no cinema). É a famosa história da mulher enterrada no deserto, até a cintura no primeiro ato e até o pescoço no segundo. Claro que com uma premissa destas a peça não pode ter muita ação e quase se resume a um longo monólogo. O texto é suficientemente aberto para permitir várias interpretações diferentes, da metáfora da vida de um casal entediado à representação de um inferno pós-apocalíptico, e o final é igualmente ambíguo, deixando na dúvida se o personagem secundário Willie estaria tentando alcançar sua parceira enterrada Winnie ou o revólver ao seu lado. Em meio a tantas possibilidades, eu gosto de pensar que o Willie existe somente na fantasia da Winnie, um companheiro imaginário naquele cenário solitário em que ela está presa. #

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

[ 16:26 ]

Noticiamos o falecimento do meu iPod nano. A tela está apagada, nenhum botão funciona, e o aparelho não responde nem mesmo quando ligado ao computador. Quatro meses é uma vida demasiadamente curta para um gadget destes. #

[ 14:18 ]

Sessão dupla em dvr com comédias dos anos sessenta. How to Murder Your Wife (EUA, 1965), do Richard Quine, eu nunca tinha assistido. Jack Lemmon é um desenhista de quadrinhos bem sucedido, que leva uma confortável vida de solteiro acompanhado do seu mordomo Terry-Thomas. Até que, totalmente embriagado numa festa, casa-se com a italiana que saiu do bolo, Virna Lisi. Revoltado com a reviravolta inesperada, resolve livrar-se da esposa. O filme apresenta-se como um elogio à independência masculina e um ataque à neutralização do macho acionada pelas mulheres no casamento, e o faz em termos que hoje seriam considerado ofensivos por muitas feministas, mas acaba passando o recado que as vantagens do casamento suplantam as desvantagens. Infelizmente, não é muito engraçado, especialmente por resvalar quase sempre para a palhaçada. It's a Mad Mad Mad Mad World (EUA, 1963), do Stanley Kramer, eu já tinha visto há muito tempo e pouco me lembrava da história. Um gangster sofre um acidente de automóvel e antes de morrer conta para um punhado de testemunhas na beira da estrada o segredo de uma fortuna escondida. Assim começa uma corrida alucinada em busca do tesouro enterrado, incluindo cada vez mais participantes e servindo de vitrine para dezenas de comediantes famosos: Milton Berle, Sid Caesar, Buddy Hackett, Ethel Merman, Mickey Rooney, Terry-Thomas, Spencer Tracy, Dick Shawn, e vários outros. Aparecem também, em papéis rápidos, lendas da comédia como Jerry Lewis, Buster Keaton e Os Três Patetas. O filme tem muitas cenas de palhaçada, claro, mas também tem vários momentos de boa comédia, do humor clássico (a incansável artilharia verbal da Ethel Merman, por exemplo) ao humor físico quase absurdista (o Dick Shawn dançando o twist com sua namorada de biquini, por exemplo). Foi anunciada uma continuação para o proximo ano, It's a Mad Mad Mad Mad MAD World: The Sequel, mas acho que o legítimo herdeiro deste filme ainda é Rat Race. #

[ 13:06 ]

A Penguin está relançando livros clássicos com capas de ilustradores famosos: Graphic Classics. Tem Frank Miller (Gravity's Rainbow, do Pynchon), Art Spiegelman (The New York Trilogy, do Auster), Daniel Clowes (Frankenstein, da Shelley), e muitos outros. Quase dá vontade de comprar livros que eu já tenho só por causa da capa nova. (Sim, eu sou um bibliófilo.) #

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

[ 16:41 ]

Assisti Special (EUA, 2006), da dupla Hal Haberman e Jeremy Passmore. Um guardinha de trânsito (Michael Rapaport, de Boston Public) participa dos testes de um novo remédio e descobre que, como efeito colateral, está desenvolvendo superpoderes. Ou talvez não. História bem bacaninha, gostei do filme. Participam também o Josh Peck (de Mean Creek) e o Paul Blackthorne (de The Dresden Files). #

terça-feira, 27 de novembro de 2007

[ 21:53 ]

Cheguei agora do Lisner Auditorium, onde fui ver o Steve Martin falando sobre o seu novo livro, Born Standing Up. Como se trata de uma autobiografia, a conversa foi basicamente sobre a sua vida, o início de carreira, a faculdade de filosofia, a passagem dos palcos para a televisão e para o cinema. Eu gosto mais do Steve Martin nos livros que do Steve Martin nas telas, mas ele aparece em algumas comédias qe eu gosto (Roxanne, Dirty Rotten Scoundrels) e também tem alguns papéis sérios dignos de nota (Grand Canyon, The Spanish Prisoner). Foi uma noite divertida. #

[ 15:03 ]

Depois da recomendação de vários amigos, esta semana finalmente comecei a assistir a primeira temporada da série Dexter. Por enquanto estou gostando da história do serial killer que combate serial killers, principalmente por haver, além do "caso da semana", um arco dramático que dá unidade aos episódios. Também aprecio ver as cenas de Miami Beach, algumas bem perto de onde eu morava. #

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

[ 17:24 ]

A colheita de filmes em dvd no weekend foi fraca. Scoop (EUA-GB, 2006), do Woody Allen, está a léguas de distância do seu título anterior, Match Point (para mim, um dos seus melhores trabalhos). É uma comédia farsesca engraçadinha, tem a encantadora Scarlett Johansson (que ficaria perfeita como heroína do Hitchcock), mas parece que nunca chega a engrenar e acaba se perdendo em piadinhas repetitivas do personagem do Woody. The Queen (GB-França-Itália, 2006), do Stephen Frears, tem boas interpretações (principalmente da Helen Mirren, que levou um Oscar pelo seu retrato da rainha da Inglaterra) e uma trama política razoavelmente interessante, porém perde o rumo tentando "humanizar" figuras públicas pouco simpáticas. Mesmo na tela, Tony Blair e Elizabeth II não me convencem como heróis bem intencionados. Haven (EUA-GB-Alemanha-Espanha, 2004), do Frank E. Flowers, não chega a ser um bom filme mas foi o que mais me agradou neste grupo. O roteiro dá muitas voltas em torno de um grupo de personagens nas Ilhas Cayman, misturando lavagem de dinheiro, drogas, roubo, crime passional, e outras ocorrências comuns no paraíso fiscal. O que mais me atraiu foi a imprevisibilidade da narrativa, que avança e recua sem dar muitas pistas sobre o que vai acontecer a seguir. #

[ 12:26 ]

As cinqüenta melhores armas ficcionais, segundo a Wizard, da espada do Bilbo Baggins ao escudo do Capitão América: Ultimate Weapons. #

[ 12:24 ]

Boa apresentação sobre usabilidade e design visual: In Defense of Eye Candy. #

domingo, 25 de novembro de 2007

[ 12:26 ]

A nova temporada de Battlestar Galactica só começa em março do próximo ano, mas ontem tivemos um aperitivo com Battlestar Galactica: Razor, um telefilme de duas horas cuja história é uma combinação de vários flashbacks. Vemos a nave Pegasus quando era comandada pela Helena Cain (Michelle Forbes) e quando era comandada pelo Lee Adama (Jamie Bamber), e também um vislumbre da primeira missão do William Adama (Edward James Olmos). Voltam vários personagens conhecidos, como a Starbuck (Katee Sackhoff) e a Number Six (Tricia Helfer), mas também temos um personagem novo, Kendra Shaw (Stephanie Jacobsen), espécie de herdeira espiritual da Helena Cain. O episódio é bacaninha, com algumas revelações interessantes, mas no final acaba dando um selo de aprovação ao assassinato de civis executado pela tripulação do Pegasus, com argumentos claudicantes como "era uma situação difícil" e "temos que fazer o que é necessário numa guerra", o que reforça a minha idéia que Battlestar Galactica é uma série pró-autoritarismo e que prega a filosofia que os fins justificam os meios. #

sábado, 24 de novembro de 2007

[ 11:57 ]

Bem melhor que os filmes foi o jogo da NBA que assisti ontem. O Miami Heat, depois de vários tropeços neste início de temporada, voltou a jogar bem e venceu o Houston Rockets numa partida bonita (98 x 91), com o Dwyane Wade (31 pontos) jogando muito mais que o Tracy McGrady (19 pontos) e o Shaquille O'Neal (26 pontos) mostrando ao Yao Ming (20 pontos) que ainda é ele quem domina o garrafão. Só não sei por quanto tempo eles conseguem manter este ritmo, especialmente o Shaq, que já tem 35 anos e muitas lesões. #

[ 11:48 ]

Sessão dupla com filmes ruins. Primeiro, The Contract (EUA, 2006), do Bruce Beresford, que achei muito fraquinho. Uma trama envolvendo um assassino de aluguel (Morgan Freeman) e um herói por acaso (John Cusack), com cena inverossímil atrás de cena inverossímil e um grupo de personagens secundários completamente estereotipados. Não recomendo. Depois, You, Me and Dupree (EUA, 2006), dos irmãos Russo, que é muito pior. Comédia sem graça sobre um sujeito abobado (Owen Wilson) que vai passar uns dias com o amigo recém-casado (Matt Dillon) e sua esposa (Kate Hudson), perturbando o frágil equilíbrio do lar. Uma desnecessária apologia à palermice. Não recomendo. #

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

[ 19:20 ]

Para quem gosta de homenzinhos verdes: The Alien Abduction Lamp. #

[ 18:14 ]

Sessão dupla com desenhos animados de heróis da Marvel, The Invincible Iron Man (EUA, 2007) e Doctor Strange (EUA, 2007). Os dois são produções bem feitinhas, os dois contam a origem de seus super-heróis, mas achei o primeiro bacaninha e o segundo fraquinho, possivelmente por preferências filosóficas. Desde criança eu sempre gostei do Batman (DC) e do Homem-de-Ferro (Marvel) por, ao contrário dos outros personagens do gênero, não terem superpoderes. Ambos eram simplesmente sujeitos normais com fortunas imensas, uma grande coleção de gadgets, muito treino e muita determinação, coisas que, mesmo parecendo inalcançáveis ainda fazem parte da nossa realidade. E nestes dois longas-metragens a diferença entre os potagonistas exemplifica bem esta dicotomia. Em The Invincible Iron Man vemos um herói que controla a tecnologia ao ponto de conseguir derrotar até mesmo ameaças aparentemente sobrenaturais. Em Doctor Strange vemos um herói que somente depois de esgotar todas as possibilidades da tecnologia, sem sucesso, recorre ao sobrenatural e descobre nele sua verdadeira vocação. Entre o cientista e o místico, mesmo que seja só em desenhos animados, vou ficar sempre com o cientista. #

[ 13:39 ]

Então você chega aqui, vê que isto é um blog, e pergunta: "blog? como assim? não foi decretado o fim dos blogs? não disseram que os blogs terminaram, que são um ex-formato de mídia alternativa?" E o blog, conhecedor de Mark Twain, responde: "as notícias de minha morte foram muito exageradas". #

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

[ 19:53 ]

Assisti em dvd Deja Vu (EUA, 2006), do Tony Scott. Thriller envolvendo viagem no tempo, com um tratamento interessante para os tradicionais paradoxos criados pela interferência em acontecimentos do passado. Denzel Washington (Oscar por Training Day) é um agente da ATF envolvido na investigação de uma explosão num barco em New Orleans, Val Kilmer (de The Ghost and the Darkness) é um agente do FBI na mesma investigação, Adam Goldberg (de Saving Private Ryan) é o cientista controlando uma máquina misteriosa que permite observar o passado. Bacaninha. #

[ 11:17 ]

Ontem o Alex Castro veio visitar Washington. Conversamos por várias horas, saltando de assunto em assunto, de Borges a Buarque, de Sicko a Tropa de Elite, de Mad a Marvel, dos hábitos sociais dos nativos à engenhosidade de House (que ele ainda não viu) e Dexter (que eu ainda não vi), e acompanhados de café no Starbucks, cerveja no Cafe Citron, lasagna e tortellini no Bertucci's, e café irlandês no Biddy Mulligan's. #

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

[ 11:58 ]

Dois videozinhos bacanas: Religion is bullshit com George Carlin e Why does faith deserve respect? com Pat Condell. #

terça-feira, 20 de novembro de 2007

[ 20:16 ]

Assisti em dvd The Pursuit of Happyness (EUA, 2006), do Gabriele Muccino. Fábula sobre a determinação como receita para o sucesso, com um sujeito (Will Smith) tentando equilibrar seu estágio não remunerado, a possibilidade de um emprego como stock broker, a guarda do filho (Jaden Smith, que é filho do Will Smith) depois que a esposa (Thandie Newton) sai de casa, e sua nova condição de homeless. Inspirado na vida do Chris Gardner, é um filme bacaninha sobre o famoso sonho americano. Esquece, porém, de mencionar que, para alcançar o sucesso não basta ser determinado, é preciso também ter talento e muita sorte. Ah, e o erro de grafia no título é intencional. #

[ 15:04 ]

Voltei ao Blades of Avernum, para jogar mais umas aventuras. Numa delas, encontrei um personagem chamado Bastaricus, um mago desastrado, e outro chamado Kenny, um guarda com problemas de fala. Eis que de repente o Bastaricus faz uma mistura errada de poções e provoca uma explosão que acaba matando o pobre Kenny. Um menininho que passava por ali solta então esta preciosidade: "Oh, my god! They killed Kenny! You! Bastaricus!" Fãs de South Park, regozijai-vos. #

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

[ 13:48 ]

Sessão dupla em dvd, com original e remake. Primeiro, The Wicker Man (GB, 1973), do Robin Hardy. Thriller interessante, seguindo um pouco o estilo dos filmes de horror da Hammer. A presença de Christopher Lee (o vampiro de Horror of Dracula) e Ingrid Pitt (a vampira de The Vampire Lovers) reforça a ligação. Um policial (Edward Woodward) vai até uma ilha escocesa chamada Summerisle para investigar o desaparecimento de uma criança. A comunidade local segue uma religião panteísta e se prepara para uma grande celebração, e o sargento cristão acredita que a menininha será sacrificada durante o ritual. O filme é bacaninha, mas seria bem melhor se não tivesse tantas canções (os criadores aparentemente acharam que a música era parte fundamental da caracterização da comunidade pagã). A única passagem musical desculpável é aquela com a Britt Ekland dançando nua (da cintura para cima, de frente, é ela mesma; de corpo inteiro, de costas, é uma dublê de corpo). Em seguida vi The Wicker Man (EUA, 2006), do Neil LaBute. A história parece ser a mesma mas são introduzidas diferenças fundamentais que transformam completamente o resultado. A ilha agora fica nos EUA, na costa do Pacífico, e o policial que vai investigar o desaparecimento (Nicolas Cage) não só o faz de forma não oficial mas também é o ex-noivo de uma habitante da comunidade. Também eliminaram do roteiro, como era de esperar, todas as cenas de nudez e as referências a sexualidade. Além disto, a religião de Summerisle, originalmente um culto a vários deuses e uma celebração da fertilidade, da morte e do renascimento, aqui foi transformada num monoteísmo feminista, que adora uma única deusa e trata os homens somente como instrumento para procriação. Com isto, todo o conflito entre a nova religião (o cristianismo) e a velha religião (o druidismo panteista) do filme original desaparece completamente da história, que agora fica reduzida a um pastiche de guerra dos sexos (realçada em cenas caricatas com o Nicolas Cage apontando uma pistola para a professora desarmada ou nocauteando a dona da pensão). #

domingo, 18 de novembro de 2007

[ 11:01 ]

Como a leitura de Spaceman Blues estava arrastada, estiquei a mão e peguei o primeiro livro que encontrei na mesinha de cabeceira, The Mournful Teddy, do John J. Lamb (que eu conheci na conferência Dying to Write 2007). Clássica história de mistério criminal, com um detetive aposentado de San Francisco que vai morar numa cidadezinha da Virginia com sua esposa artesã e colecionadora de ursos de pelúcia. Claro que aparece logo um crime para entreter o ex-policial. Já vou quase na metade do livro e estou gostando mais do que esperava. Se tivesse que reclamar de alguma coisa seria do excesso de detalhes da narrativa, que acompanha o protagonista em quase todos seus momentos, mesmo os que não são importantes para a trama, como por exemplo quando leva o cachorro para fazer suas necessidades fisiológicas. Ainda assim a narrativa é interessante, com vários mistérios entrelaçados e pequenos cliffhangers no final de cada capítulo. #

sábado, 17 de novembro de 2007

[ 10:46 ]

Assisti em dvd Night at the Museum (EUA, 2006), do Shawn Levy. Muito bobinho. Ben Stiller fazendo aquela cara de Ben Stiller e cercado de peças de museu que ganham vida graças uma maldição egípcia. Roteiro previsível no estilo "eu sou um loser mas no fundo sou um winner". A única idéia interessante do filme foi botar os veteranos Dick Van Dyke (de Mary Poppins), Mickey Rooney (de The Black Stallion) e Bill Cobbs (de The People Under the Stairs) como o trio de guardas noturnos, mas nem isto funciona. Muito bobinho. #

[ 10:23 ]

Spaceman Blues, do Brian Francis Slattery, revelou-se um livro bem diferente do que eu esperava. Anunciado nas livrarias como ficção-científica, trata-se na verdade de um pastiche de realismo mágico latino-americano. Você sabe que uma história não é séria quando logo no início aparecem dois detetives chamados Herman Trout e Lenny Salmon. A profusão de personagens pouco importantes com histórias inacreditáveis está tornando a minha leitura muito lenta e pouco prazerosa. #

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

[ 11:52 ]

Sessão dupla em dvr com filmes sobre pintores holandeses. Primeiro, Lust for Life (EUA, 1956), do Vincente Minnelli. Kirk Douglas interpreta um Vincent Van Gogh frenético, exagerado em todas suas emoções, incapaz de se relacionar com outras pessoas. Para mim, a parte mais bacana do filme é a a reconstrução de cenários de vários quadros do pintor, dos comedores de batatas de Nuenen ao seu quarto em Arles. Por ter assistido Lust for Life na televisão quando era criança, por muitos anos achei que seu último quadro tinha sido aquele dos corvos no trigal, que ele pinta antes de dar um tiro no próprio peito (que não vemos mas ouvimos). Só bem mais tarde, ao visitar o Van Gogh Museum em Amsterdam, descobri que ele ainda pintou uma meia dúzia de quadros, incluindo aquele do gato no jardim. Anthony Quinn aparece como Paul Gauguin, o que lhe valeu um Oscar por pouco mais de dez minutos em cena. Depois peguei um filme mais antigo sobre um pintor mais antigo, Rembrandt (GB, 1936), do Alexander Korda. Charles Laughton interpreta Rembrandt van Rijn como um sujeito pouco preocupado com convenções sociais, focado na sua arte e nas suas mulheres (a primeira esposa Saskia, depois a amante Geertje, depois a segunda esposa Hendrickje), e um bocado irresponsável com seus gastos. Através do filme vemos alguns quadros sendo criados, mas o que recebe mais destaque é o famoso A Guarda Noturna, que eu tive o prazer de ver no Rijksmuseum em Amsterdam. Elsa Lanchester interpreta a segunda esposa de Rembrandt, um ano depois de ter sido a noiva de Frankenstein. #

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

[ 19:41 ]

Fotos bacanas (com ecos de Magritte, Hitchcock, Ingres, Cartier-Bresson): Rodney Smith. #

[ 19:16 ]

Depois de uns contos fraquinhos, The Collected Stories of Vernor Vinge começa lentamente a melhorar. The Peddler's Apprentice, escrito em parceria com a Joan D. Vinge, me lembrou um pouco o futuro asimoviano da série Foundation. The Ungoverned mostra os EUA depois da eliminação do governo central, num cenário de guerra e anarco-capitalismo. Apartness também tem um panorama de conflito, onde o hemisfério norte foi dizimado por uma grande guerra e a balança do poder agora tem três novas potências, África, Oceania e América do Sul. O problema destes contos para mim é que todos eles têm uma trama tênue, desimportante, presente somente para justificar a apresentação do futuro imaginado pelo autor. Conquest by Default é bem melhor neste aspecto, com uma história de intriga política encaixada no mesmo universo de Apartness. Long Shot, narrado do ponto de vista de um computador instalado num foguete, é interessante mas um pouco previsível. The Whirligig of Time, Bomb Scare e The Science Fair eu achei muito fraquinhos. O melhor conto até agora, para mim, foi o único que não se passa no futuro, Gemstone, inspirado de certa forma no filme The Thing from Another World. #

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

[ 22:49 ]

Finalmente assisti o tão comentado Tropa de Elite (Brasil, 2007), do José Padilha. Bem escrito, bem produzido, bem dirigido, bem interpretado (principalmente Wagner Moura como Capitão Nascimento). Mas como reflexão sobre o tráfico de drogas e a atuação da polícia é, na melhor das hipóteses, desastrado. Se houve tentativa de denúncia dos métodos truculentos e ilegais usados pelo BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), não funcionou muito bem, porque os protagonistas de farda preta, apesar de não serem perfeitos, funcionam na narrativa como heróis bem sucedidos no combate aos traficantes. Se houve tentativa de mostrar vários lados da situação, não funcionou muito bem, porque os personagens de classe média são todos apresentados como participantes, conscientemente ou não, da máquina do tráfico. Além disto, fica difícil discutir seriamente o assunto das drogas sem ao menos uma menção à possibilidade de legalização e suas conseqüências. Tropa de Elite acaba popularizando um herói torturador e promovendo sua visão de mundo dogmática e maniqueísta. O Capitão Nascimento é o Jack Bauer brasileiro. #

[ 22:22 ]

Joguinho da Toyota, levando a publicidade de automóveis por novos rumos: Book of Deviants. #

terça-feira, 13 de novembro de 2007

[ 16:23 ]

Assisti na tv Pterodactyl (EUA, 2005), do Mark L. Lester. É bem tosquinho (principalmente se considerarmos que Jurassic Park já foi feito há uma dúzia de anos e os bichinhos de Pterodactyl não chegam nem perto do mesmo nível de qualidade) mas mesmo assim assistível (nem que seja para ficar torcendo que o ator-rapper Coolio vire comida de pterodáctilo). Curiosidade: os personagens têm nomes de escritores de sci-fi e horror, como Lovecraft, Heinlein e Bradbury. #

[ 15:49 ]

Dois sujeitos bons com cartazes de cinema: John Alvin e Drew Struzan. #

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

[ 22:49 ]

Hoje fui ao Kennedy Center ver o Yo-Yo Ma acompanhado pela Kathryn Stott. O programa foi uma mistura eclética: Sonata em Lá menor D. 821 do Schubert (que foi originalmente composta para um instrumento chamado arpeggione ou guitarre d'amour), Sonata em Ré menor Op. 40 do Shostakovich (a melhor peça da noite, principalmente por seus allegros furiosos), Le Grand Tango do Piazzolla (que não é um tango, mas uma peça erudita inspirada em tangos) , Bodas de Prata & Quatro Cantos do Gismonti (que eu não gosto muito, outras músicas do mesmo cd, Obrigado Brazil, teriam sido melhor escolha, como por exemplo Cristal do Cesar Camargo Mariano), e Sonata em Lá Maior do Franck (que foi originalmente composta para violino e piano). #

[ 16:50 ]

Durante o weekend assisti a segunda temporada completa de Rome (dez episódios). Começando com a morte do Júlio César, o roteiro agora acompanha a subida ao poder do imperador Augustus (naquela época ainda chamado de Gaius Julius Caesar Octavianus) e o romance trágico do Marco Antonio com a Cleópatra. E, claro, voltam os fictícios Lucius Vorenus e Titus Pullo, que conseguem se envolver numa quantidade inacreditável de episódios históricos. Fiquei com a impressão que nesta segunda temporada os roteiristas manipularam muito mais a realidade que na primeira, fazendo desaparecer filhos (da Cleópatra, entre outros) e cônjuges (do Octavianus, entre outros), matando em batalha quem na verdade se suicidou (Brutus) e mostrando o suicídio de quem morreu naturalmente (Servilia), e muitas outras incorreções históricas. Apesar de não poder ser levada em consideração como lição de história, a série funciona muito bem como drama de intrigas políticas e familiares. #

domingo, 11 de novembro de 2007

[ 22:40 ]

Acabo de chegar do Lisner Auditorium, onde fui ver Yamato, the Drummers of Japan. Sensacional. Há anos que aprecio taiko drumming, mas só tinha visto de perto uma vez, em Miami Beach na inauguração do restaurante Sushi Samba, com apenas um tambor e por poucos minutos. Hoje pude me deliciar com uma hora e meia de batucada nipônica, dez músicos tocando tambores de vários tipos (o maior deles com mais de dois metros de altura e quase o mesmo de circunferência), e também shino-bue (flauta transversal de bambu) e shamisen (aquela violinha oriental com três cordas). Os músicos tocam não só com precisão e sentimento mas também com uma coreografia animada e divertida. Um dos melhores espetáculos que já vi. #

sábado, 10 de novembro de 2007

[ 15:38 ]

Rochas interessantes: These Rocks Rock. #

[ 15:35 ]

Mary Saums, na newsletter das Femmes Fatales: "Worthwhile Job #1: Acquiring as many books as your budget will allow and your house will hold. This practice is the first step toward enlightenment. Notice I said 'practice.' Enlightenment won't come if you simply buy random books and throw them into the bed of a pickup truck just to fill every wall, corner, cabinet, closet, bathtub, over doors, under beds, plus the oven and dishwasher. No, no. You must choose books that touch you in some way. Getting rid of books is also part of the cycle. This provides room for new books that interest you. Before long, your library is an extension of your mind. The Books are You. Worthwhile Job #2: Reading all the books you own before you croak. For this, you need serious time. Don't waste it kissing up to the Man or Woman. Read without ceasing. Become one with the books. Read until there are no more barriers and You are the Books. Ommmmmmm....." #

sexta-feira, 09 de novembro de 2007

[ 17:20 ]

O frio chegou mais cedo que no ano passado, e nestas duas últimas noites peguei temperaturas abaixo dos 50ºF (10ºC). Na quarta-feira fui ao cinema com a Sara assistir Lars and the Real Girl (EUA, 2007), do Craig Gillespie, que eu imaginava ser uma comédia absurdista sobre um sujeito decidido a quebrar regras sociais mas na verdade é um draminha sobre como uma pequana comunidade se une para ajudar um dos seus cidadãos necessitado de apoio psicológico. Achei fraquinho. Depois fomos ao Carlyle Grand Cafe, onde me aqueci internamente com um americaníssimo cheddar cheeseburger. Na quinta-feira fui comemorar o aniversário da Jade no Vapiano Ballston, restaurante italiano onde os pratos são preparados na sua frente, e comi um belo fusilli alla carbonara. Com a chegada do inverno, as saladas saíram do meu cardápio. #

quinta-feira, 08 de novembro de 2007

[ 16:58 ]

E ontem assisti meu último episódio de Bionic Woman, tão bobinho que me fez desistir da série. Minha lista televisiva agora incui somente Heroes, Journeyman, House, Life, Women's Murder Club e Stargate Atlantis. #

[ 16:53 ]

O Terry Gilliam dirigiu alguns filmes que considero muito bons, como Brazil (1985), ou até mesmo magníficos, como Twelve Monkeys (1995). Mas também fez outros que não me agradaram muito, como The Brothers Grimm (2005), e até um que, apesar de elogios de vários amigos, não consegui assistir até o fim, Fear and Loathing in Las Vegas (1998). Pois agora encontrei o segundo filme do Gilliam que desafiou minha paciência e me fez desligar o dvd antes do final: Tideland (Canadá-GB) é insuportável. #

quarta-feira, 07 de novembro de 2007

[ 15:09 ]

Assisti em dvd 1408 (EUA, 2007), do Mikael Håfström. História de casa mal assombrada, ou quarto de hotel mal assombrado neste caso, com bom começo e final decepcionante. A melhor coisa do filme é o Samuel Jackson. Narrativas deste tipo freqüentemente têm aquele personagem que avisa o(s) protagonista(s) dos perigos de entrar no tal lugar mal assombrado, muitas vezes uma figura sem muita credibilidade (um louco, uma criança, etc). Pois aqui este papel cabe ao Samuel Jackson, que como gerente do Dolphin Hotel tenta dissuadir o John Cusack de passar a noite no tal quarto 1408, e o faz numa longa seqüência e em grande estilo. "Look, I'm not telling you not to stay in that room for your own good or for the profit of the hotel. Frankly, selfishly, I just don't want to clean up the mess." #

terça-feira, 06 de novembro de 2007

[ 16:55 ]

Começou ontem a greve dos roteiristas da Writers Guild of America. Os primeiros programas afetados vão ser os talk shows (David Letterman, Jay Leno, Conan O'Brien, Jon Stewart, et alli), que, sem escribas para criar os textos dos apresentadores, devem entrar numa fase de reprises. Em janeiro ou fevereiro as emissoras vão começar a ficar sem episódios de séries para exibir (Heroes e House, por exemplo, só têm mais quatro ou cinco episódios prontos), e em substituição podem botar no ar mais reality shows (coisas como Big Brother e American Idol podem ser produzidas mesmo sem roteiristas). Na grande tela é mais complicado, e se a greve não acabar rapidamente o natal de 2008 pode ter um festival de reprises nos cinemas. Alguém poderia escrever um roteiro sobre tudo isto. #

[ 14:36 ]

Ilustrador muito bom: Fernando Vicente. #

[ 14:35 ]

Animador muito bom: Cyriak. #

segunda-feira, 05 de novembro de 2007

[ 15:55 ]

Ontem também assisti em dvr Spielberg on Spielberg, do Richard Schickel (que é o crítico de cinema da revista Time). O documentário é basicamente o Steven Spielberg falando sobre quase todos os filmes que fez, com trechos de cada um ilustrando os comentários interessantes e entusiasmados do diretor. A retrospectiva vai desde os tempos das produções caseiras em super-8, citando alguns trabalhos para televisão, e acompanhando todos os longas-metragens até Munich (2005). Não é oferecida explicação para a ausência nesta filmografia de Always (1989), Hook (1991) e Catch Me If You Can (2002). Tampouco são mencionadas as duas continuações de Raiders of the Lost Ark (1981), mas o primeiro filme da série é bem comentado. Para quem gosta de cinema, e particularmente para quem gosta dos filmes do Spielberg, é um programa bacaninha. #

[ 10:28 ]

Som do dia: Mulatu Astatke. Depois de descobrir o etíope na trilha sonora de Broken Flowers, estive ouvindo o cd Ethiopiques Volume 4: Ethio Jazz & Musique Instrumentale, que tem seus trabalhos de 1969 a 1974. Supimpa. #

[ 10:14 ]

Assisti em dvd Broken Flowers (EUA, 2005), do Jim Jarmusch. Estava gostando do filme, roteiro interessante (um don juan aposentado vai rever algumas ex-namoradas tentando descobrir qual delas seria a mãe de um suposto filho que ele teria), direção calma (quase wimwendersiana), elenco bacana (Bill Murray, Julie Delpy, Sharon Stone, Chloë Sevigny, Jessica Lange, Tilda Swinton), mas de repente e sem aviso surgiu uma tela preta e a história acabou. Eu nem fazia questão que o mistério fosse resolvido, ficaria satisfeito com um final ambíguo, mas a falta de elegância da conclusão abrupta me incomodou. Enfim, salvou-se a trilha sonora do filme, com o jazz etíope do Mulatu Astatke, que eu não conhecia mas agora vou procurar ouvir mais. #

domingo, 04 de novembro de 2007

[ 17:41 ]

Sessão dupla em dvd. Primeiro, assisti mais uma vez 28 Days Later... (GB, 2002), do Danny Boyle. Continuo gostando do filme, que mistura elementos de The Omega Man e de Dawn of the Dead num road movie de terror apocalíptico. Uma das virtudes do roteiro é conseguir dar guinadas na história sem perder o rumo (o encontro com o Frank e a Hannah é uma pequena guinada, o encontro com os soldados do major West é uma guinada enorme). 28 segundos depois, assisti a continuação 28 Weeks Later (GB-Espanha, 2007), do Juan Carlos Fresnadillo. Este segundo episódio incorpora elementos de Day of the Dead e The Crazies, onde o Romero mostrava que a reação do exército pode ser até pior que a praga que está combatendo. A história começa bem mas perde um pouco do interesse quando se transforma em "corrida-contra-a-morte-sem-um-segundo-para-retomar-o-fôlego". Este era dos méritos do filme original, um equilíbrio de subidas e descidas que permitia que o espectador respirasse e refletisse sobre o que estava acontecendo. O Fresnadillo não teve a mesma sutileza do Boyle. #

sábado, 03 de novembro de 2007

[ 22:39 ]

Ontem os Boston Celtics mostraram que são uma equipe tão forte como os fãs esperavam. Com o poderoso trio Paul Pierce (que está com os Celtics há dez anos), Ray Allen (que veio do Seattle SuperSonics) e Kevin Garnett (que veio do Minnesota Timberwolves), mostraram um basketball sólido e determinado, vencendo tranqüilamente os Washington Wizards (103 x 83). Talvez não seja cedo para prever os Celtics na final, possivelmente disputando o troféu com os Spurs ou os Mavericks. (É bom lembrar que na temporada passada errei feio nas minhas previsões.) #

[ 16:17 ]

Interessante lista de distopias cinematográficaas: Top 50 Dystopian Movies of All Time. #

[ 16:16 ]

Coleção de capas de revistas em quadrinhos: Cover Browser. #

[ 16:15 ]

Galeria de ilustrações inspiradas em anatomia: Dream Anatomy. #

[ 16:11 ]

Esta semana numa conversa sobre os péssimos títulos dados tão freqüentemente a filmes estrangeiros no Brasil, alguém me perguntou qual seria a forma ideal para fazer a tradução. Sem tentar estabelecer uma fórmula perfeita e sem tentar cobrir todas as possibilidades, aqui vão alguns palpites. Nomes de pessoas e lugares ficam no original. Brokeback Mountain é Brokeback Mountain mesmo, e não O Segredo de Brokeback Mountain ou A Montanha das Costas Quebradas. Michael Clayton é Michael Clayton mesmo, e não Conduta de Risco ou Miguel Barroso. Annie Hall é Annie Hall mesmo, nada de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Shane é Shane mesmo, nada de Os Brutos Também Amam. Outros títulos são traduzidos literalmente quando possível. The Sound of Music é O Som da Música e não A Noviça Rebelde. The Natural é O Natural e não Um Homem Fora de Série. Because I Said So é Porque Eu Disse Que É Assim e não Minha Mãe Quer Que Eu Case. Quando a tradução literal fica sem sentido, é aceitável manter o título original ou fazer uma adaptação que tenha alguma relação com o título original. Blade Runner é Blade Runner mesmo, melhor que Correndo sobre a Lâmina. The Green Mile não ficaria bem como A Milha Verde, mas O Corredor da Morte ou até À Espera da Morte seriam mais adequados que À Espera de Um Milagre. Quando o tradutor não sabe ou não entende o que a palavra significa, convém assistir o filme. Serendipity pode não ser traduzível mas não é sinônimo de Escrito nas Estrelas. Memento é Recordação, e não Amnésia. Não é função do tradutor encontrar um título mais adequado (até porque isto é subjetivo). O que ele tem que fazer é simplesmente traduzir o que o autor queria dizer com o título. #

sexta-feira, 02 de novembro de 2007

[ 15:20 ]

Comecei mais um livro, The Collected Stories of Vernor Vinge, coleção de dezessete contos de ficção-científica do escritor estadunidense. As duas primeiras histórias não são muito entusiasmantes e têm mais valor histórico que literário. É interessante observar como o Vinge cita carinhosamente alguns autores, Asimov em Bookworm, Run! (um dos livros que o chimpanzé carrega é Foundation) e Tolkien em The Accomplice (o filme que está sendo feito secretamente é The Lord of the Rings). #

[ 12:47 ]

Sessão dupla em dvr com filmes baseados em livros do Jules Verne. Primeiro, From the Earth to the Moon (EUA, 1958), do Byron Haskin. A primeira metade, mostrando a rixa entre dois industriais após a guerra civil dos EUA, vai razoavelmente bem. Mas a partir do momento em que eles entram no foguete rumo à lua o filme se transforma rapidamente num desastre, com efeitos visuais pífios e edição de imagem descuidada. Para piorar, há um epílogo com o pobre Verne dizendo para a câmara que a imaginação é mais importante que os fatos. Nem o elenco famoso (Joseph Cotten, de Citizen Kane e Shadow of a Doubt, e George Sanders, de Rebecca e All About Eve) salva o fiasco. Em seguida assisti mais uma vez 20000 Leagues Under the Sea (EUA, 1954), do Richard Fleischer, que é muito melhor executado. O tom de comédia familiar, porém, típico de produções da Disney, me incomoda um bocado. Kirk Douglas interpreta um marinheiro tão caricato como o Popeye, e suas cenas cantando e brincando com uma foca poderiam ter saído da série Flipper. James Mason está bem como capitão do Nautilus, mas seu personagem é muito diferente do original do Jules Verne. Eu fico imaginando se não seria hora de um remake, e faço a minha própria seleção de elenco: como capitão Nemo, Naveen Andrews (o Sayid de Lost); como professor Arronax, Hugh Jackman (de The Prestige); como seu assistente Conseil, Seth Green (de The Italian Job); como o arpoador Ned Land, Ving Rhames (de Mission: Impossible). #

quinta-feira, 01 de novembro de 2007

[ 20:04 ]

Som do dia: Loreena McKennitt. Estou ouvindo o cd duplo Nights From The Alhambra, do show que ela gravou no famoso Alhambra em 2006. Uma boa retrospectiva do trabalho da moça, incluindo sucessos antigos como The Lady of Shalott e All Soul's Night e também canções mais recentes como Caravanserai e Never-Ending Road. #

[ 19:07 ]

Hoje fui até a galeria Irvine Contemporary ver a exposição Eisbergfreistadt, da dupla Nicholas Kahn & Richard Selesnick. Um trabalho muito bacana, incluindo fotos, pinturas e objetos, em torno de um país imaginário alojado num grande iceberg (Eisbergfreistadt significa Estado Livre do Iceberg). As fotos panorâmicas são particularmente interessantes, carregando narrativas de exploradores, zeppelins e, claro, muito gelo. Bacana. No caminho de volta, passei pela galeria Plan B e vi a exposição de pinturas da Anne Manley (paisagens quase abstratas, com óbvia influência do Turner - gostei) e de fotos do John Skwiot (paisagens tremidas, algumas aparentemente no Brasil - não gostei). #