domingo, 31 de agosto de 2008

[ 21:59 ]

Balanço de agosto: assisti 10 filmes e 25 episódios de séries de tv (incluindo a quarta temporada de Star Trek: Enterprise), li um livro (com quase mil páginas), joguei dois games novos, visitei oito exposições de arte e alguns museus, e comi nuns dez restaurantes novos. #

[ 20:01 ]

Domingão em Dupont Circle. Caminhamos pela região, almoçamos no Bertucci's e passamos o resto da tarde na Phillips Collection, onde vi novamente as exposições do Brett Weston (muito boa) e do Richard Diebenkorn (muito ruim), e também a interessante série de sessenta pinturas (tempera on hardboard) The Great American Epic, do Jacob Lawrence, retratando a migração dos negros do sul para o norte do país no meio do século XX. No acervo do museu, minha mãe se encantou em ver Le Déjeuner des Canotiers (aqui conhecido como Luncheon of the Boating Party, do Pierre-Auguste Renoir, um dos seus quadros preferidos. #

sábado, 30 de agosto de 2008

[ 22:46 ]

O passeio hoje foi em Alexandria. Caminhada pela Waterfront Marina, visita aos ateliês dos artistas no Torpedo Factory Art Center, fotografias das casas antigas na Prince Street, almoço no Warehouse Bar & Grill, sorvetes no Scoop Grill & Homemade Ice Cream. #

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

[ 22:38 ]

Hoje minha mãe chegou do Brasil para passar duas semanas comigo, e o meu primo Flávio veio com ela. Os dois estavam cansados da viagem e a única atividade do primeiro dia por aqui foi comer. Almoçamos no Sorriso Ristorante, aqui perto de casa, onde comi um belo spaghetti frutti di mare. Jantamos no Guapo's, em Tenleytown, onde comi suculentas steak fajitas. Acho que vou aumentar de peso nas próximas semanas. #

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

[ 22:26 ]

Jogo da vez: Madden NFL 09, no Playstation 3. Para contrabalançar o vício com o NBA Live 08, arranjei outro jogo para me manter entretido por horas e horas. #

[ 15:53 ]

Esta semana almocei todos os dias num restaurante japonês diferente aqui na região de Dupont Circle: Sushi Taro, Nooshi, Sakana, e Wasabi. O Sushi Taro tem facilmente o melhor sushi de todos, seguido pelo Sakana. #

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

[ 22:08 ]

Vinho da noite: Rancho Stella Cellars Paso Robles Zinfandel 2006. Californiano. #

[ 22:01 ]

Li mais duas histórias dOs Melhores Contos de Aventura (Agir, 2008). Uma era um trecho de Peregrinação, do explorador português Fernão Mendes Pinto. Ele deixou registradas suas viagens pelo oriente, incluindo naufrágios, batalhas e várias passagens que muita gente acha que foram inventadas. A outra era um trecho do Decameron, do italiano Giovanni Boccaccio, envolvendo o sultão Saladino, personagem de várias passagens do livro. O detalhe mais interessante da narrativa, para mim, é que tudo é contado com tom realista mas perto do final ocorre um teletransporte mágico aceito com naturalidade por todos os envolvidos (o que de certa forma combina com o fato de As Mil e Uma Noites terem servido de inspiração para muitas passagens do Decameron). Eu já tinha lido os dois livros há muitos anos, Peregrinação quando morei em Portugal e Decameron quando eu ainda era adolescente, mas foi interessante recordar um pouco das proezas narradas pelo Mendes Pinto e pelo Boccaccio. #

terça-feira, 26 de agosto de 2008

[ 11:58 ]

Assisti em blu-ray Cars (EUA, 2006), do John Lasseter. Eu tinha gostado dos filmes anteriores da Pixar (Toy Story, A Bug's Life, Toy Story 2, Monsters Inc., Finding Nemo, The Incredibles) mas achei este muito fraco, com história bobinha e previsível. Ter o protagonista com a voz enjoada do Owen Wilson também não ajuda. Espero que os filmes seguintes do estúdio (Ratatouille e WALL-E) sejam muito melhores que Cars. #

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

[ 10:09 ]

Fotomontagens bacanas: Mattijn Franssen. #

[ 10:06 ]

Literatura modular hipertextual: I made tea. #

domingo, 24 de agosto de 2008

[ 22:44 ]

Terminei de assistir em dvd a quarta e última temporada de Star Trek: Enterprise. Depois do início tosco, com alienígenas viajando no tempo e ajudando os nazistas a invadir os EUA, a história melhorou um pouco ao introduzir o cientista Arik Soong, gênio da engenharia genética que serve como vilão em três episódios e traz de volta o ator Brent Spiner, que tinha ficado famoso em The Next Generation como o andróide Data. Infelizmente, logo no arco dramático seguinte, os roteiristas da série insistem em colocar o capitão Jonathan Archer como redentor do universo (na temporada anterior ele já tinha evitado a destruição da Terra) e o encaixam como peça central na derrubada do governo de tendências totalitaristas e na reconstrução política da civilização vulcana. No decorrer da temporada, ele ainda frustra os planos de expansão do império romulano, orquestra uma aliança interplanetária que será o embrião da Federação, e derrota a organização xenofóbica Terra Prime. É coisa demais para um herói só. No meio de tudo isso, dois episódios estranhos contam uma história passada no mirror universe, aquela realidade paralela que já vimos na série original e também em The Next Generation e Deep Space 9. Como esse universo só seria descoberto anos depois pela tripulação do capitão Kirk, aqui em Star Trek: Enterprise não poderia ocorrer contato entre os personagens de um lado e do outro, e a história (fraca) se limita a mostrar o lado de lá, com a versão "bizarra" dos personagens da primeira Enterprise. Uma homenagem melhor à série original aparece nos episódios Affliction e Divergence, que "explicam" a existência de klingons sem aquela formação óssea peculiar na testa, uma artimanha engenhosa para justificar a ausência de continuidade estética entre a série dos anos sessenta e as séries mais recentes. O último episódio de Star Trek: Enterprise é um desastre, trazendo o Riker e a Deanna Troi de The Next Generation, um bocado mais velhos e mais gordos, para enquadrar historicamente os últimos dias da primeira Enterprise, num roteiro bem forçado e com surpresas desagradáveis e completamente desnecessárias. Eu gostei do início desta série, mas as temporadas seguintes foram decepcionantes e o final amargo. Espero que o novo longa-metragem, com direção do J.J. Abrams, anunciado para o próximo ano, traga de volta o encanto do universo criado pelo Gene Roddenberry. #

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

[ 22:21 ]

Assisti em blu-ray Cloverfield (EUA, 2008), do Matt Reeves. Mistura de Godzilla (um monstro enorme ataca a cidade) com The Blair Witch Project (a história é toda contada através de uma câmara de vídeo). Não fica muita dúvida que se trata de uma alegoria sobre o ataque terrorista a New York em 2001, com a mesma cidade como vítima, as mesmas imagens de edifícios destruídos e nuvens de poeira, os mesmos rostos assustados da população. O roteiro é bem estruturado, mas a idéia de passar quase o filme inteiro sem mostrar o monstro me irrita um pouco. Sim, eu sei que é para criar um clima de mistério e expectativa, e mesmo assim fico decepcionado de só ter visto a tal criatura por uns poucos segundos. #

[ 15:20 ]

Hoje fui almoçar, com os colegas de trabalho, no Sushi Taro, um restaurante japonês que eu estava com vontade de conhecer há algum tempo. Muito bom o sushi deles, dos melhores que já comi aqui na região. #

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

[ 23:14 ]

A primeira história de Os Melhores Contos de Aventura (Agir, 2008) é a quarta viagem do Simbad, aquele dAs Mil e Uma Noites, que eu já tinha lido umas duas ou três vezes quando criança e mais uma vez quando morava em Portugal e comprei a versão completa em seis volumes da Editorial Minerva. Nessa viagem o Simbad arrisca a vida duas vezes ao encontrar povos com costumes diferentes dos seus, primeiro gente que come carne humana, depois gente que enterra viúvos e viúvas junto com seus falecidos esposos. A segunda história do livro é a viagem do islandês Thorfinn Karlsefni à América, uns quatrocentos anos antes do Colombo. Ele também encontra costumes diferentes do lado de cá do Atlântico, e acaba em conflito com os nativos. Curiosamente, os hábitos e crenças de ambos os lados parecem completamente estranhos para nós: os vikings se apavoram e saem correndo ao ver que os índios estão atirando lanças com bolas azuis na ponta (ficamos sem saber o que eram ou o que tinham de tão assustador as tais bolas) e os índios se apavoram e saem correndo ao ver que uma das mulheres viking, preparando-se para enfrentá-los em combate, decepa os próprios seios (ficamos sem saber por que essa automutilação funcionava tão bem como sinal de coragem). #

terça-feira, 19 de agosto de 2008

[ 22:07 ]

Mapas e fotos de viagens famosas: Wanderlust. #

[ 21:56 ]

Assisti em blu-ray Monster House (EUA, 2006), do Gil Kenan. Animação em 3d com modelagem bacana e movimentos mais bacanas ainda, graças ao uso de motion capture (atores são filmados em estúdio, com bolinhas coladas no corpo como referência visual, e depois os seus movimentos são aplicados nos personagens criados no computador). A história é boa, com heróis infantis e uma casa assombrada por um segredo antigo. Nota-se facilmente a influência temática do Steven Spielberg e do Robert Zemeckis, ambos produtores executivos. Nomes conhecidos também no elenco (que ofereceu mais que as vozes, já que tiveram todos que ser filmados para a motion capture): Steve Buscemi (de Ghost World), Maggie Gyllenhaal (de Secretary), Jason Lee (de Almost Famous), Jon Heder (de Napoleon Dynamite), Kathleen Turner (de Peggy Sue Got Married). #

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

[ 21:18 ]

Terminei de ler o terceiro volume da saga A Song of Ice and Fire, do George R.R. Martin, A Storm of Swords. Muito melhor que o livro anterior, talvez até melhor que o primeiro da série, bem movimentado, com muitas surpresas, reviravoltas, revelações, intrigas e assassinatos. #

[ 10:35 ]

Som do dia: Everything That Happens Will Happen Today, do Brian Eno e do David Byrne. Estou ouvindo o álbum inteiro diretamente no website. Bacana. #

domingo, 17 de agosto de 2008

[ 20:06 ]

Várias pessoas já me perguntaram por que ainda não fiz comentários sobre os jogos olímpicos que estão em andamento na China. A resposta é simples: não assisti qualquer dos eventos, por falta de tempo e principalmente por falta de interesse. Claro que é impossível ignorar a nuvem de informação que emana de um acontecimento dessa dimensão, mas mesmo assim não me animei a acompanhar a cobertura televisiva. Prefiro evitar os arroubos de nacionalismo exagerado (aquele rapazinho nada rápido, eu sei, mas pela reação da mídia parece que ele atravessou a piscina caminhando sobre a água) e a presença de algumas modalidades que eu nem considero como esportes (botar um pregador no nariz e fazer poses em grupo dentro de uma piscina ou correr em círculos sacudindo uma fitinha colorida, para citar só dois exemplos). #

sábado, 16 de agosto de 2008

[ 15:47 ]

Assisti em blu-ray The Ant Bully (EUA, 2006), do John A. Davis (o mesmo diretor do Jimmy Neutron: Boy Genius). Animação em 3d sobre um menino que é magicamente encolhido e passa uns dias vivendo numa colônia de formigas. A história é simpática, para crianças pequenas, e a dublagem tem várias vozes famosas: Julia Roberts, Nicolas Cage, Meryl Streep, Lily Tomlin, Ricardo Montalban, Paul Giamatti, Bruce Campbell. O que eu gostei mais foi o documentário que vem junto no disco, mostrando as várias etapas da produção do filme. #

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

[ 19:38 ]

Jogo da vez: Heavenly Sword, no Playstation 3. A modelagem dos personagens em 3d é espetacular e o tema de combate medieval nipônico é bacana, mas percebi logo que não é o tipo de jogo que me segura em frente à tela. A primeira fase, onde a protagonista Nariko precisa lutar contra uma série de inimigos usando sua espada, ainda foi interessante, porém a segunda fase, onde outro personagem precisa dar tiros nos invasores, já começou a se tornar enfadonha para mim. Agora cada vez que penso em ir lá tentar ultrapassar o obstáculo acabo preferindo jogar mais uma partida de NBA Live 08. #

[ 16:38 ]

O mapa das palavras mais usadas nos weblogs dos candidatos à presidência dos EUA é extremamente revelador: Portrait of the candidate as a pile of words. #

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

[ 08:05 ]

Novas séries de tv já nascem com a espada do cancelamento pendendo sobre suas cabeças. Não há tempo para amadurecimento, não há espaço para qualquer título que não tenha uma audiência fenomenal. Recentemente, várias séries novas que eu assistia foram canceladas, algumas mais bruscamente que outras: The Dresden Files, Women's Murder Club, New Amsterdam, Canterbury's Law, Journeyman. Esta última, sobre um jornalista que inexplicavelmente viajava para o passado, deixou muitas perguntas sem respostas. Agora o Kevin Falls, criador da série, contou numa entrevista o que teria acontecido se a série tivesse continuado: What Wasn't Hurling Dan Vasser Through Time?. #

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

[ 07:53 ]

A Ediouro me enviou gentilmente o livro Os Melhores Contos de Aventura (Agir, 2008), organizado pelo Flávio Moreira da Costa. A lista de autores inclui todos aqueles clássicos do gênero que poderíamos esperar (Kipling, Stevenson, Melville, Conrad, Verne, London) e também alguns nomes menos óbvios (Olavo Bilac e Franz Kafka, por exemplo). Mais um livro na minha mesinha de cabeceira, a ser lido em breve. #

terça-feira, 12 de agosto de 2008

[ 22:44 ]

Hoje o jantar foi no apartamento novo da Carol e do Michael. Ela preparou um peixe assado delcioso, tomamos vinho espanhol, e conversamos sobre filmes, livros e internetices. Uma noite divertida. #

[ 13:06 ]

Esculturas em madeira com temas de ficção-científica: Johnna Y. Klukas. #

[ 13:01 ]

Ilustrações bacanas com temas cinematográficos: Justin Reed. #

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

[ 23:04 ]

Fui jantar com a Jade e o Jeff no Fogo de Chão. Uma comilança fenomenal. Picanha, alcatra, fraldinha, lombinho, com arroz, feijão, farofa, polenta e pão de queijo. Para beber, caipirinha e guaraná. Fazia tempo que eu não comia um bom churrasco. O único problema foi o preço: com o que paguei por este jantar, poderia almoçar durante uma semana inteira. #

[ 12:19 ]

Carta bacana, de um bibliotecário para o cidadão que reclamou de um livro infantil sobre casamento homossexual: Uncle Bobby's Wedding. Vale ler o texto inteiro, mas aqui vão dois destaques. Sobre os ideais históricos do país: "our whole system of government was based on the idea that the purpose of the state was to preserve individual liberties, not to dictate them." Sobre a função das bibliotecas: "But if the library is doing its job, there are lots of books in our collection that people won't agree with; there are certainly many that I object to. Library collections don't imply endorsement; they imply access to the many different ideas of our culture, which is precisely our purpose in public life." #

domingo, 10 de agosto de 2008

[ 16:35 ]

Assisti em blu-ray Stargate: Continuum (EUA, 2008), do Martin Wood. Basicamente um episódio mais longo de Stargate SG-1, reunindo toda a equipe original (Richard Dean Anderson, Amanda Tapping, Michael Shanks, Christopher Judge) mais os novos integrantes (Ben Browder, Claudia Black) mais quase todos os personagens secundários (incluindo os generais interpretados pelo Don S. Davis e pelo Beau Bridges) mais vários dos vilões originais (liderados pelo Ba'al do Cliff Simon). A trama envolve viagem no tempo e realidades paralelas, e apesar de interessante não chega a ser tão boa como os melhores episódios da série. Stargate: Continuum funciona como homenagem e celebração, marco competente do fim de uma fase, mas não vai muito além disso. #

sábado, 09 de agosto de 2008

[ 19:17 ]

Lembranças aleatórias do weekend passado:

  • O Los Angeles International Airport (LAX) tem uma música-ambiente horrível, lembrando uma mistura de Paul Mauriat com Kenny G.
  • A cena visualmente mais memorável de The Dark Knight é o Joker saindo do hospital vestido de enfermeira, poderia ser um trecho de um drama do David Lynch ou de uma comédia do Judd Apatow.
  • A decoração elaborada dos skateboards contemporâneos tem parentesco inequívoco com a decoração elaborada dos escudos tribais de antanho. #

    [ 15:08 ]

    Assisti em dvd Asylum (EUA, 2007), do David R. Ellis, uma historinha de horror muito tosca. Aparentemente, o Ellis está desaprendendo a fazer filmes: depois do razoável Cellular veio o fraco Snakes on a Plane, e agora este indesculpável Asylum. Roteiro ruim, direção ruim, interpretações ruins, iluminação ruim. Uma bobagem colossal. #

    [ 10:42 ]

    Qual a melhor banda de todos os tempos, a melhor banda recente e o melhor músico de cada estado dos EUA? 50 Bands, 50 States. #

    [ 10:37 ]

    Fotos de fãs vestidos com o figurino das suas séries preferidas, posando no conforto do seu próprio lar: Land of the Free. #

    sexta-feira, 08 de agosto de 2008

    [ 20:55 ]

    Assisti em dvd Gray Matters (EUA, 2006), escrito e dirigido pela Sue Kramer. Comediazinha indie com uma premissa interessante mas usando situações tão inverossímeis para avançar a trama que a coisa toda fica um pouco impalatável. No final, acaba valendo somente pela oportunidade de ver as bonitinhas Heather Graham (de Boogie Nights) e Bridget Moynahan (de I, Robot). #

    [ 12:20 ]

    Fotos bacanas: Gregor Winter. #

    [ 12:18 ]

    Fotos bacanas: Chris Lo. #

    [ 08:08 ]

    Dia 08/08/2008, 8:08 da manhã. #

    quinta-feira, 07 de agosto de 2008

    [ 12:25 ]

    Comecei a assistir em dvd a quarta e última temporada de Star Trek: Enterprise. O cliffhanger da temporada anterior já sugeria alguns elementos dos episódios seguintes, mas mesmo assim não imaginei que os roteiristas fossem mergulhar em águas tão turvas: a Enterprise viaja para o passado, mais especificamente a época da segunda grande guerra, onde encontra os nazistas invadindo os EUA com ajuda de extraterrestres que também vieram do futuro e agora tentam voltar para casa enquanto combatem um movimento de resistência em New York formado por sobreviventes da máfia. Não consigo entender como ninguém na equipe percebeu que não era uma boa idéia. #

    quarta-feira, 06 de agosto de 2008

    [ 23:01 ]

    Assisti em blu-ray Catch and Release (EUA, 2006), escrito e dirigido pela Susannah Grant (roteirista de Erin Brockovich). Historinha bem intencionada mas sem grande impacto, misturando drama (mas não muito) e comédia (mas não muito) para contar as reviravoltas românticas de uma moçoila (Jennifer Garner, a melhor coisa do filme), cujo noivo morre na véspera do casamento, e seu grupo de amigos (Timothy Olyphant, Sam Jaeger e Kevin Smith, todos fraquinhos), com participação inesperada de outra moçoila (Juliette Lewis, fazendo o mesmo papel de Juliette Lewis que ela faz em tantos outros filmes). Não é um filme ruim, mas tampouco tem qualquer qualidade memorável. #

    terça-feira, 05 de agosto de 2008

    [ 12:43 ]

    Gostei muito de ter ido a Los Angeles, pretendo voltar para ver mais coisas, mas não consigo me imaginar morando lá. Em primeiro lugar, o estilo espalhado da cidade não me atrai. São pequenos núcleos distantes entre si e ligados por rodovias imensas, formando um emaranhado pouco amigável para quem não tem um automóvel. Em segundo lugar, com exceção das mansões de Beverly Hills e um par de edifícios públicos, quase toda a arquitetura que vi por lá era extremamente feia ou em péssimo estado de conservação, freqüentemente as duas coisas ao mesmo tempo. Talvez uma segunda visita a Los Angeles mude a minha impressão, mas para mim a cidade pareceu uma mistura da Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, com a praia de Tramandaí, no Rio Grande do Sul, tudo multiplicado por cem. #

    [ 07:47 ]

    Assisti em dvd Renaissance (França-GB-Luxemburgo, 2006), do Christian Volckman. Animação em preto e branco (literalmente só preto e branco, não são usados tons de cinza) misturando história de detetive em estilo hardboiled com ficção-científica passada numa Paris futurista em 2054. O trabalho de animação é muito bem feito, com a captura de movimentos de atores reais dando um realimo extremo aos personagens desenhados. A trama, porém, um mistério envolvendo o desaparecimento de uma geneticista, é um pouco lenta e depende de muita conversa para explicar o que está acontecendo. Interessante mas não entusiasmante. #

    segunda-feira, 04 de agosto de 2008

    [ 12:36 ]

    No Aeroporto de Los Angeles, comprei Button, Button: Uncanny Stories (Tor Books, 2008), do Richard Matheson, e li as seis primeiras histórias (no total, são doze). A primeira, que dá título ao livro, deu origem ao filme The Box, do Richard Kelly (o mesmo diretor de Donnie Darko), a ser lançado no próximo ano, mas o conto que eu mais gostei até agora foi No Such Thing as a Vampire, que tem um pouco de Bram Stoker e Sheridan Le Fanu mas também lembra sutilmente The Cask of Amontillado do Edgar Allan Poe. #

    [ 09:37 ]

    O vôo de volta não foi tão bom como o de ida. Avião pequeno, filme repetido, chegada de madrugada. Agora estou aqui no escritório cheio de sono, tentando me reajustar ao fuso horário da costa leste. #

    domingo, 03 de agosto de 2008

    [ 10:12 ]

    Ontem fui ao cinema aqui perto do hotel assistir The Dark Knight (EUA, 2008) em sua versão IMAX (tela de 22 metros por 16 metros, projeção em alta resolução). Como espetáculo, impressionante, especialmente nas cenas de ação. Como história, surpreendente, por entrar em dramas e dilemas bem mais interessantes que a estrutura trivial do herói mascarado perseguindo vilão mascarado. O Heath Ledger faz um Joker memorável e o Christian Bale faz um Batman que em muitas cenas me lembrou o homem-morcego do Michael Keaton em 1989. Agora uma pergunta: é impressão minha ou o filme é uma grande alegoria em defesa da administração Bush? (Se você ainda não viu o filme e quer manter o mistério, pare de ler por aqui porque vou comentar a trama.) O Joker é um terrorista, que gosta de explodir edifícios públicos e matar inocentes. O Batman é o herói que age à margem da lei e a única esperança de deter o vilão. Um dos melhores exemplos da analogia entre Gotham City e os EUA pós-9/11 é a cena da espionagem doméstica: Batman coloca escutas ilegais em todos os telefones da cidade, Lucius Fox protesta dizendo que aquela invasão de privacidade é inadmissível, o morcegão explica que é um mal necessário e que eles vão usar o recurso "só desta vez". É um eco claro do debate nacional sobre o governo espionando seus cidadãos com a desculpa da segurança nacional. A cena dos ferry boats também é emblemática: o Joker coloca explosivos em dois barcos, um com cidadãos normais de Gotham City, outro com prisioneiros da penitenciária, e bota os detonadores nas mãos das vítimas, que precisam decidir se querem explodir o outro barco para sobreviver. Difícil não lembrar da política do "vamos combatê-los lá antes que eles nos ataquem aqui", mas com uma conclusão um pouco dividida, já que os cidadãos votam a favor de explodir os bandidos mas não têm coragem de executar o plano. Para isso, para "tarefas sujas porém necessárias", eles precisam de alguém sem medo de usar os meios questionáveis para atingir os fins defensáveis, e esse alguém é o Batman. Como se todas essas cenas não bastassem para estabelecer que o filme está fazendo comentário político sobre os EUA e a sua "guerra contra o terrorismo", há ainda um diálogo entre o Bruce Wayne e o Alfred, que é sobre o Joker mas que poderia ser sobre Osama Bin Laden: "They crossed the line." "You crossed the line first, sir. You squeezed them, you hammered them to the point of desperation. And in their desperation they turned to a man they didn't fully understand." No final, o homem-morcego aceita levar a culpa até mesmo pelo que não fez, para manter Gotham City no caminho certo e com esperança num futuro melhor. Seu índice de aprovação junto à população despenca mas ele sabe que fez a coisa certa mesmo quando estava ignorando direitos civis por todos os lados e reinterpretando as regras gerais para que se encaixassem na sua moralidade particular. Por mais que a destruição a machadadas do holofote que projeta a marca do morcego nos céus de Gotham pareça uma declaração de que não há mais espaço para esse tipo de comportamento vigilantista, aos olhos do público do lado de cá da tela Batman ainda é o herói, está sofrendo as conseqüências adversas por ter feito o que precisava ser feito, e certamente voltará no próximo filme como paladino da justiça. Os republicanos devem estar aplaudindo entusiasticamente. #

    sábado, 02 de agosto de 2008

    [ 18:09 ]

    Mais um dia passeando por Los Angeles. De manhã, fui andar por Venice Beach, que já teve residentes famosos como Jim Morrison, Ray Bradbury e Julia Roberts, entre muitos outros. A parte dos canais, que dá o nome à região, é bem bacana, mas o boardwalk, a calçada que ladeia a praia, tem muito menos encanto que eu esperava depois de tudo que li a respeito. Ocean Drive, em Miami Beach, por exemplo, ganha facilmente em arquitetura, conservação e beleza natural (incluindo as mocinhas que passeiam por lá). À tarde, andei por Beverly Hills (mansões milionárias) e por Hollywood (armadilhas para turistas). O mais interessante que vi por lá foi o Hollywood Museum, que tem trocentos figurinos e adereços de muitos filmes famosos, como o chicote do Indiana Jones e as luvas do Rocky. É curioso perceber o tamanho dos atores somente olhando para o que eles vestiram. O James Gandolfini, por exemplo, a julgar pela roupa do Tony Soprano, deve parecer um urso na altura e no diâmetro. E a Nicole Kidman deve ter uns pés imensos, se os sapatos que ela usou em Moulin Rouge são uma boa indicação. O que eu mais gostei de ver lá foram as roupas dos macacos de Planet of the Apes e dos egípcios de Stargate. A minha caminhada pelo Hollywood Boulevard e pelo Sunset Boulevard também me levou a outros pontos famosos: a calçada da fama (aquela com as estrelas no chão), o Kodak Theatre (onde são distribuídos os Oscars), o Grauman's Chinese Theatre (com marcas na calçada das mãos e dos pés de gente famosa), o Egyptian Theatre (onde fica a American Cinematheque), a Capital Records Tower (famosamente destruída em Earthquake), a Amoeba Music (uma loja imensa de cds, dvds e discos de vinil), e até Against the Grain, uma exposição de arte contemporânea, que encontrei por acaso e achei horrível. Novamente voltei cansado para o hotel, mas é bem possível que ainda me anime a ir ao cinema. #

    sexta-feira, 01 de agosto de 2008

    [ 22:38 ]

    Estou no hotel, atirado na cama, completamente exausto depois de um dia de trabalho e passeio. De manhã, uma reunião nos Sony Pictures Studios, com o pessoal da Entertainment Industry Foundation. O local é histórico, quase centenário, com estúdios por onde passaram celebridades do celulóide como Clark Gable e Rita Hayworth, e ainda se mantém em atividade (a série Rules of Engagement, por exemplo, é rodada lá). Depois de quatro horas de reunião, fui visitar o Los Angeles County Museum of Art (LACMA), que na verdade não é um só museu mas uma coleção de museus, formando um conjunto sensacional. Vi tantas exposições que vou precisar de algum tempo para digerir mentalmente tudo aquilo. No Ahmanson Building, tinha arte européia antiga (Rembrandt, Hals, Fragonard, Watteau, Chardin, etc), arte européia mais recente (Cézanne, Gauguin, Picasso, Miró, Matisse, Magritte, Lissitzky, etc), toneladas de esculturas (desde mármores gregos e etruscos até a famosa estátua do Voltaire feita pelo Houdon), e ainda exposições temporárias de escultura primitivista africana (Tradition as Innovation in African Art), fotografia do Philip-Lorca diCorcia, e gravuras espressionistas alemãs (Ernst Ludwig Kirchner: Selections from the Robert Gore Rifkind Center for German Expressionist Studies). No Pavilhão de Arte Japonesa (projetado para mostrar as peças com o mesmo tipo de iluminação natural que passa pelas paredes de papel das casas nipônicas tradicionais) e no Hammer Building, tinha uma exposição fabulosa de gravuras e pinturas japonesas, The Age of Imagination. No Art of the Americas Building, tinha arte hispano-americana desde os tempos pré-coloniais até artistas recentes como Orozco e Rivera, arte norte-americana de várias épocas, e uma exposição de artistas chicanos que eu achei horrível, Phantom Sightings: Art after the Chicano Movement. No Broad Contemporary Art Museum, tinha Andy Warhol, Jasper Johns, Jeff Koons, Jean-Michel Basquiat, Richard Serra, Roy Lichtenstein, Robert Rauschenberg, Ellsworth Kelly, Cindy Sherman, e muitos outros. Com um redemoinho de técnicas e estilos na cabeça, dei um passeio pelos La Brea Tar Pits, ali pertinho, que são uns poços naturais de alcatrão onde ficaram presos e preservados muitos animais pré-históricos. O museu que guarda esses ossos já estava fechado, então vi somente os mamutes falsos que adornam os poços do lado de fora. E ri sozinho quando li no meu guia de bolso, Los Angeles Day by Day, que a coleção do museu abriga "around a million bones from more than 200 species of invertebrates". Apesar do cansaço que já se insinuava, saí caminhando pela Fairfax Avenue até o Farmers Market, um mercadão que tem desde bancas vendendo frutas e peixe (na parte antiga, que é o Farmers Market propriamente dito) até lojas bacanas como Banana Republic e Victoria's Secret (na parte nova, chamada The Grove). Depois de investigar as possibilidades gastronômicas oferecidas por lá, achei uma mesinha vazia e comi um suculento brisket barbecue com feijão e batatas assadas. Este descanso me permitiu ainda uma última e longa caminhada, enquanto o sol desaparecia, pela Melrose Avenue, que tem um comércio peculiar incluindo várias casas de tatuagens, algumas leitoras de tarô, muitas lojinhas de roupas indie, e uma coleção razoável de bares e restaurantes. Encontrei também uma loja de histórias em quadrinhos, a Golden Apple, e por coincidência cheguei exatamente na hora do lançamento e da sessão de autógrafos do livro Comic Book Tattoo, com histórias inspiradas pelas músicas da Tori Amos. Depois de tudo isso, o máximo que consegui foi entrar num táxi, voltar pro hotel e me atirar na cama. Sem contar o que andei dentro dos museus, calculo que caminhei uns cinco quilômetros, com um laptop e uma câmara fotográfica na mochila. Amanhã a aventura continua. #