segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

[ 17:11 ]

Rápidas observações sobre os Oscars deste ano:

  • Chris Rock ganhou minha admiração ao abrir a cerimônia detonando o presidente Bush por causa do déficit de trilhões e por causa da invasão do Iraque sob falso pretexto.
  • Sean Penn (injustamente premiado no ano passado) fez papel de bobo ao tentar defender Jude Law (sobrevalorizado, apareceu em meia dúzia de filmes nos últimos meses) de uma piada bem colocada do Chris Rock.
  • Al Otro Lado Del Río, premiada como melhor canção do ano, é chatíssima, com ou sem Antonio Banderas.
  • Gostei de ver levando a estatueta: Morgan Freeman, Jamie Foxx, Hilary Swank, Clint Eastwood, Charlie Kaufman.
  • Gostei de ver não levando a estatueta: Leonardo DiCaprio e Martin Scorsese.
  • Melhor figura no palco: o sempre engraçado Robin Williams.
  • A lista de filmes sobre pugilismo com Oscars aumenta: The Champ (1931) levou os prêmios de ator e roteiro, Rocky (1976) de filme, diretor e edição, Raging Bull (1980) de ator e edição, When We Were Kings (1996) foi o melhor documentário do ano, agora Million Dollar Baby confirma a predileção e leva os Oscars de filme, direção, atriz e ator coadjuvante.
  • Brownie com sorvete é um bom acompanhamento para assistir a entrega dos prêmios. #

    [ 12:34 ]

    No domingo, o passeio foi pela parte leste e norte da ilha: Praia da Joaquina (mar bonito, muita areia, dunas, boa infraestrutura), Lagoa da Conceição (muito bonita quando vista de cima do morro), Praia dos Ingleses (na ponta sul, a mais calma, comemos uma seqüência de camarão na beira da praia), Praia de Canasvieiras (paraíso dos farofeiros), Jurerê Internacional (ruas limpas, casas milionárias, um calçadão que eles chamam de open shopping, bacaninha). Depois voltamos para Camba Beach, a tempo de assistir a entrega dos Oscars. #

    [ 11:51 ]

    Na manhã de sábado, antes da minha aterrisagem forçada nas pedras, demos um passeio pelo sul da ilha. Visitamos a Praia da Armação (cheia de surfistas quarentões), a Praia do Pântano do Sul (com barcos, pescadores e alguns urubus) e a Praia da Solidão (não vale o esforço de enfrentar tantos buracos na estrada). Foi depois disso que ocorreu o episódio garapa-tombo-hospital. Mais tarde, começou a chover muito e nos refugiamos no Beiramar Shopping Center para algumas comprinhas leves. O jantar, com o simpático casal Nicole e Luis Gustavo Claumann, foi ali perto, na trattoria It's Italian, durante o qual descobri que gnocchi não é um prato difícil de comer com o braço engessado. #

    [ 11:07 ]

    A Praia do Campeche, onde ficamos hospedados no nosso weekend na ilha, parece ter uma aura literária. Qualquer pessoa da região afirma que o escritor Antoine de Saint-Exupéry pousou ali (ou pousava freqüentemente ali, dependendo da versão contada) com seu aviãozinho do correio aéreo francês, num lugar que hoje é só um pasto. Há até quem diga que foi ele o responsável pelo nome da região, que seria uma corruptela de champ de pêche (campo de pesca), explicação desmentida pela Ilha do Campeche, bem em frente à Praia do Campeche, que já era assim chamada antes do escritor francês ter nascido (aparentemente, é o nome de uma planta). Independentemente da veracidade da visita do Saint-Exupéry, a via principal foi batizada de Avenida Pequeno Príncipe, e a influência se espalha pela região com vários nomes alusivos a obra do francês. Outra presença literária é a própria Pousada Pasárgada onde nos hospedamos (propriedade das simpáticas Anahi e Marlete), que além do nome saído de Manuel Bandeira e da biblioteca de mil volumes aberta aos hóspedes tem quartos homenageando livros famosos: Dom Quixote, Ana Karenina, Madame Bovary, Macunaíma, Fedra (ficamos neste último). #

    [ 09:25 ]

    Todo o tempo que passei no hospital esperando ser atendido foi em roupas sujas de limo preto. Era quase impossível falar com alguém que não perguntasse o óbvio: "caiste?" Mas três pessoas me surpreenderam com indagações mais criativas. Um funcionário do hospital perguntou se eu estava consertando o elevador. Uma paciente gorducha perguntou se eu tinha caído de moto, e quando respondi que tinha caído nas pedras quis saber se eu estava de moto nas pedras. Uma velhota em cadeira de rodas perguntou se eu estava caçando quando caí. #

    [ 09:01 ]

    Braço engessado é muito mais incômodo que eu esperava. Tarefas simples como usar um mouse ou escovar os dentes se transformaram em exercícios de habilidade para a minha destreinada mão esquerda. Escrever ao teclado exige paciência e várias pausas pelo caminho para descansar. Mas acho que o pior ainda é tentar encontrar uma posição confortável para dormir. #

    domingo, 27 de fevereiro de 2005

    [ 19:17 ]

    O meu passeio com a Rosinha Monkees começou de forma tumultuada. A versão curta da história, indo diretamente para a conclusão: estou com o braço direito enfaixado. A versão mais longa começa na Praia do Morro das Pedras, onde paramos na beira da estrada para comprar caldo de cana na manhã de sábado. Depois de beber a garapa, andamos pelas pedras fotografando. Como sempre faço nestas situações, prestei atenção para não pisar em pedras com limo, facilmente identificadas pela cor esverdeada. Não esperava, porém, encontrar uma pedra com limo preto, exatamente da mesma cor das outras pedras sem limo, e quando pisei nela levei um escorregão magnífico, seguido de uma queda monumental. Ainda consegui me virar de frente e cair apoiado na mão direita (na esquerda ainda tinha a câmara fotográfica da Rosinha, que não soltei). Fiquei com a roupa coberta de limo preto, raspei o cotovelo esquerdo e, depois de levantar, achei que o pulso e o ombro direitos estavam doendo muito. Resolvi ir até um hospital para verificar se não tinha quebrado algum osso. Aí começaram os problemas. Fomos até um posto da polícia rodoviária perguntar onde haveria atendimento médico de urgência nas redondezas, e os guardinhas indecisos nos disseram que o melhor a fazer era ir até o centro de Florianópolis, a uns vinte quilômetros dali, e pedir informações por lá. Assim acabamos chegando ao Hospital de Caridade, onde, por falta de atendimento ortopédico, nos mandaram para o Hospital Governador Celso Ramos, onde passei as horas seguintes. Na unidade de atendimento de emergências ortopédicas, a única pessoa presente era um vigia informando que não havia atendimento pois estavam todos almoçando. Fui então para a recepção principal do hospital e pedi para ser atendido por qualquer outro médico, já que um clínico geral na mão é melhor que dois ortopedistas almoçando. Depois de alguma espera, fui atendido e rapidamente despachado para a unidade de radiologia, como esperado. O andar estava deserto, parecia um daqueles filmes apocalípticos onde todos morrem e o protagonista perambula sozinho pelo hospital vazio. À porta da sala de raios X, um tosco cartazete anunciava: "favor aguardar estamos almoçando". Incrédulo perante a fome simultânea de tantos funcionários do hospital, telefonei para o Bradesco Saúde em busca de alternativas, achando que aquele não poderia ser o único local na cidade para atendimento de emergências ortopédicas. Era. E somente depois de mais de duas horas de espera surgiu a equipe para fazer o raio X, o diagnóstico e o tratamento. Uma situação ridícula e inaceitável numa cidade como Florianópolis. No final, o médico disse que estava tudo bem com o meu ombro e que o pulso parecia também não ter sofrido fratura. Como num caso destes, segundo ele, só se pode ter certeza depois de cerca de quinze dias, o médico preferiu imobilizar a região e me enfaixou com uma tala de gesso de trinta centímetros, do meio da mão quase até o cotovelo. É quente, incômoda e pesada (o que força um pouco o ombro, ainda dolorido), mas ao menos o pulso não dói. #

    [ 18:56 ]

    Já chegamos de Florianópolis, a tempo de relaxar e assistir a entrega dos Oscars. Aos poucos vou contando as aventuras e desventuras na ilha. #

    sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

    [ 15:10 ]

    Mais uma sessão dupla em dvd. Por trás do esdrúxulo título tupiniquim Plano B - A América Contra o Comunismo, esconde-se o filme Spinning Boris (EUA, 2003), do Roger Spottiswoode, baseado na história real dos três estadunidenses que foram dar consultoria ao Boris Yeltsin nas eleições russas. A trama é interessante, o elenco é bom (Jeff Goldblum, Anthony LaPaglia, Liev Schreiber), mas a forma que os russos são apresentados é tão caricata que nunca deixa de incomodar. Do drama político passei para o thriller político, com Spartan (EUA-Alemanha, 2004), do David Mamet. Val Kilmer é o milico-agente-secreto que cumpre sem perguntas qualquer ordem de seus superiores (incluindo tortura, assassinato, seqüestro) e é escalado para resgatar a filha do presidente dos EUA a qualquer custo. A história fica boa quando ele descobre que nem tudo é o que parece ser. Não chega a figurar entre os melhores trabalhos do Mamet (meu preferido é ainda o primeiro, House of Games), mas é um bom thriller (com a diversão adicional de retratar perfeitamente a mentalidade de quem está no poder atualmente nos EUA). #

    [ 14:19 ]

    Esta noite eu e a Rosinha Monkees vamos para Florianópolis, onde pretendemos passar o weekend visitando pontos turísticos. Estive por lá uma única vez, em 1997, quando passei uns dias na cidade trabalhando para a Matrix. Infelizmente nem pude conhecer a ilha, a maratona de reuniões na época só me permitiu ir do escritório para o hotel e do hotel para o escritório. #

    quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

    [ 20:43 ]

    Hoje li o álbum Wolverine - Dívida de Honra, reeditado em outubro de 2004 pela Panini Comics. É a já clássica história que redefiniu o personagem em 1982, com roteiro de Chris Claremont e arte de Frank Miller, ambos em grande forma. Eu já tinha lido há uns vinte anos, quando saiu dividida em várias revistas, e me lembrava bem da ambientação em torno dos princípios morais dos guerreiros orientais (Claremont explica Wolverine como um "samurai defeituoso"). O que eu já não recordava era o excelente traço do Miller nesta mini-série (pós-Daredevil, pré-Ronin), que merece figurar junto a seus melhores trabalhos dos anos oitenta (como The Dark Knight Returns e Elektra: Assassin). #

    [ 11:40 ]

    Sessão dupla em dvd. Por causa do Ricardo Darín, um dos trambiqueiros de Nueve Reinas, assisti El Hijo de la Novia (Argentina, 2001), do Juan José Campanella. Ótimas interpretações, não só do Darín mas principalmente do Héctor Alterio e da Norma Aleandro, a mesma dupla de La Historia Oficial (Oscar de melhor filme estrangeiro em 1985). O roteiro, porém, não me seduziu muito, é só um melodrama como muitos outros. Por causa do Gary Oldman e do Ving Rhames, assisti Pecados do Passado (Sin, EUA, 2003), do Michael Stevens. Uma história extremamente violenta, incluindo vingança, seqüestro, estupro, drogas, assassinato, suicídio, chantagem, traição, e outras desgraças. Apesar do impacto do tema, a narrativa não é envolvente e oferece poucas novidades. #

    quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

    [ 19:33 ]

    Com a morte do Hunter S. Thompson e a grande quantidade de textos sobre ele (positivos e negativos) publicados recentemente, vale lembrar aquela comparação entre o chamado Novo Jornalismo (Tom Wolfe, Gay Talese, P. J. O'Rourke, e, claro, Hunter S. Thompson) e os weblogs: Weblogs – the new New Journalism? #

    [ 12:48 ]

    Moda para blogueiros: Bloggerwear. #

    [ 12:40 ]

    Darth Vader + Mr. Potato Head = Darth Tater #

    [ 11:34 ]

    Crie sua própria fonte online: BitFontMaker. #

    [ 11:29 ]

    Para trekkers: "Memory Alpha is a collaborative project to create the most definitive, accurate, and accessible encyclopedia and reference for everything related to Star Trek. The database is organized in a WikiWiki structure, which allows an incredible level of interconnectedness and expansion. We started in November 2003, and the database currently includes 8655 articles." #

    [ 10:24 ]

    O jornal inglês The Observer agora tem um blog, com um título pouco surpreendente: The Observer Blog. #

    terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

    [ 19:56 ]

    Ontem fomos ao cinema assistir Hitch (EUA, 2005), do Andy Tennant. Achei divertido, e se não fosse pelo final inescapavelmente hollywoodiano eu diria tratar-se de um bom filme. Will Smith é engraçado e o roteiro faz uma leitura masculina das comédias românticas, oferecendo uma visão mais pragmática e um pouco menos idealista do jogo dos encontros (infelizmente falta coragem para levar a coisa até o fim e a última parte do filme poderia ter saído de qualquer outra comédia romântica). Gostaria de ver mais histórias com esta premissa que poderia ser vista como antídoto a Sex and the City (curiosamente, Hitch também se passa em New York). #

    [ 16:05 ]

    Minha caminhada de ontem teve efeitos inesperados. Fiquei todo queimado pelo sol, braços, costas, barriga, testa, até o peito dos pés, a pele toda ardendo. Pior só se tivesse ido a uma praia nudista. #

    [ 14:34 ]

    Quem Linka o PPP (7): Pão na Chapa, Palpiteira, Enviada Especial, Filho de Édipo, Blog In, Blog de Santa Rita, Ardina de Alcântara, Propagandas Antigas, Amora Espacial, Sub Rosa, ativamenteparanóia. #

    [ 08:56 ]

    Fotos de Bob Stevens: Sublime Spaces. #

    [ 08:46 ]

    Wiki sobre relações públicas com várias referências interessantes sobre weblogs: The New PR. Ainda está um pouco cru, mas traz temas como Blogging Policies, Legal Problems in Blogging e Business Blogging, entre outros. #

    segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

    [ 17:50 ]

    Assisti em dvd Alien Vs. Predator (EUA, 2004), do Paul W.S. Anderson (o mesmo de Mortal Kombat e Resident Evil). Não é bom, mas é bem melhor do que eu esperava. O elenco tem Sanaa Lathan (de Blade), Raoul Bova (de Under the Tuscan Sun) e Lance Henriksen (da série Millennium), que cria uma interessante ligação com os outros filmes da série Alien: seu personagem aqui é Charles Bishop Weyland, a empresa onipotente que aparece em todas as histórias passadas no futuro é a Weyland Yutani Corporation, os andróides de Aliens e de Alien³ (ambos interpretados por Henriksen) chamavam-se Bishop e Bishop II. É grande a quantidade de referências às séries Alien e Predator (e também a outros filmes, como por exemplo o navio que se chama Piper Maru, como o da série The X Files), mas há pelo menos uma importante inconsistência na trama: o resultado da batalha final, somado à última cena, não se encaixa com o que ocorre em Alien³ (mais não digo para não contar o fim do filme). #

    [ 17:08 ]

    Animado pelo dia ensolarado e por ter acordado cedo, dei início hoje a um novo ciclo de caminhadas. Andei cinco quilômetros pela beira da praia rumo ao sul, sentei-me à sombra para dar início à leitura do livro A Economia do Ócio (Editora Sextante, 2001), do Domenico de Masi, depois andei mais cinco quilômetros de volta ao norte ainda pela beira da praia. #

    [ 17:02 ]

    Texto do Alexandre Inagaki sobre weblogs no Correio Brasiliense: Blogo, Logo Existo. #

    [ 08:53 ]

    Terminei de ler Bartleby e companhia (Bartleby y compañia, Cosac Naify, 2004), do Enrique Vila-Matas. Gostei muito. Gostei tanto que fiquei com vontade de reler o livro. Gostei tanto que fiquei com vontade de escrever sobre ele. Gostei tanto que resolvi fazer um weblog só sobre Bartleby e companhia, onde pretendo acompanhar a releitura e trocar idéias com quem está lendo, relendo ou trelendo o livro. Chama-se Pulsão Negativa e estão todos convidados a ler e a enviar comentários. #

    [ 08:32 ]

    A coluna do Luiz Antônio Gravatá no jornal O Globo desta segunda-feira é uma entrevista com o José Wilker feita com perguntas de blogueiros: O Oscar segundo José Wilker. Participaram, além deste modesto escriba, Milton Ribeiro, Marina W, Fer Guimarães Rosa, Meg Guimarães e Alexandre Inagaki (e também a Zélia Gattai, que, tanto quanto sei, não é blogueira), cada um com uma pergunta. A entrevista se estende no Blog do Gravatá, onde aparecem as três perguntas que eu fiz (e imagino que ainda aparecerão, até a entrega dos Oscars, mais perguntas de outros blogueiros). #

    domingo, 20 de fevereiro de 2005

    [ 16:11 ]

    Esta semana no Burburinho, Gabriel Perissé comenta o livro O Racismo Explicado à Minha Filha. Para receber por email os próximos textos do Burburinho, cadastre-se gratuitamente e torne-se um burbunauta. #

    sábado, 19 de fevereiro de 2005

    [ 22:45 ]

    Como que para manter o dia no mesmo tema (mas foi pura coincidência), vi em dvd The Terminal (EUA, 2004), do Steven Spielberg. O tom do filme é de fábula, e quem o assistir com este espírito pode gostar muito. A história toca em vários assuntos interessantes, como o do excesso de burocracia, o do abuso de poder ou o dos amores desencontrados, entre outros, mas o tema principal é o velho "do the right thing" (faça a coisa certa). Tom Hanks está muito bem como Viktor Navorski, personagem com toques de Peter Sellers em Being There e do próprio Hanks em Forrest Gump, que se vê numa situação entre O Processo (o limbo burocrático é tipicamente kafkiano) e The Wizard of Oz (o trio de amigos Gupta, Enrique e Mulroy tem algo do trio Espantalho, Leão e Homem de Lata). Stanley Tucci faz um vilão interessante e Catherine Zeta-Jones está bonita como não se via desde High Fidelity. The Terminal tem obviamente um viés de autocrítica, mostrando como os EUA oficialmente vêem e tratam os estrangeiros, o que para mim vem com especial significado por também estar nesta situação de espera por um visto estadunidense para poder continuar minha programação normal (felizmente, não estou preso num aeroporto). #

    [ 13:10 ]

    A Rosinha Monkees foi passar o weekend em São Paulo e acordei às quatro e meia da manhã para levá-la ao aeroporto. Eu pensava que sair da cama no meio da madrugada seria a pior parte da programação, mas fui brindado ainda com uma enorme tempestade. Lá fui eu pelos trinta quilômetros que separam Camba do aeroporto de Navegantes, com raios e trovões, a chuva caindo mais rápido que o limpador de pára-brisa se livrava dela, litros e mais litros de água na estrada segurando o carro, visibilidade de poucos metros, outros automóveis parando no acostamento para esperar passar o pior do temporal, e a Rosinha ao meu lado reclamando: "você está indo muito devagar", "esse não é o caminho certo", "vou perder o meu vôo". Chegamos a tempo, claro, mesmo sem contar o atraso de mais de uma hora do avião para São Paulo, que veio de Buenos Aires e não conseguia aterrisar por causa da tempestade. Deixei a Rosinha no aeroporto, estacionei o carro, e tive que atravessar um pequeno lago que se formou no estacionamento, ficando com água até as canelas e encharcando os tênis e as meias. Felizmente a volta foi mais tranqüila, com o sol nascendo e a chuva diminuindo. E, depois de ter dormido por algumas horas, parece que foi tudo somente uma aventura divertida. #

    sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

    [ 12:43 ]

    Assisti em dvd Looney Tunes: Back in Action (EUA, 2003), do Joe Dante. Muito mais fraco que eu esperava, ainda mais fraco que Space Jam (aquele com o Michael Jordan). A impressão que fica é que a equipe concentrou-se nos personagens desenhados e esqueceu-se dos humanos, que variam do sem graça (Brendan Fraser, por exemplo) ao excessivamente caricatural (Steve Martin, por exemplo). As poucas cenas divertidas ficam por conta de referências a outras obras, como o laboratório cheio de criaturas interplanetárias de filmes dos anos cinqüenta ou a perseguição por dentro de quadros famosos do Louvre. O curta-metragem de animação com Wile E. Coyote e Road Runner que vem no mesmo dvd é bem melhor que o título principal. #

    [ 10:07 ]

    Bom texto da Peggy Noonan no WSJ (Wall Street Journal) sobre a MSM (mainstream media) e os blogueiros: The Blogs Must Be Crazy. "The hysterical edge makes you wonder if writers for newspapers and magazines and professors in J-schools don't have a serious case of freedom envy. The bloggers have that freedom. They have the still pent-up energy of a liberated citizenry, too. The MSM doesn't. It has lost its old monopoly on information. It is angry." #

    [ 09:38 ]

    Quadrinhos online com traço bacaninha: Bee. #

    [ 09:36 ]

    Li quando era criança e gostei. Agora está de volta em português de Portugal: Humpá-Pá, Pele-Vermelha, da dupla Goscinny & Uderzo. #

    quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

    [ 10:46 ]

    Assisti em dvd Doce Trapaça (Heartbreakers, EUA, 2001), do David Mirkin. Ótimo elenco (Sigourney Weaver, Gene Hackman, Jennifer Love Hewitt, Ray Liotta, Jason Lee, Anne Bancroft) e roteiro divertidinho (que lembra um pouco Dirty Rotten Scoundrels). Primeira observação: Jennifer Love Hewitt está fabulosa com seus vestidinhos curtos e decotados. Segunda observação: muita bossa nova na trilha sonora, incluindo Tom Jobim e João Gilberto, entre vários outros. #

    [ 10:15 ]

    Texto interessante sobre as guerras culturais nos EUA, onde a administração Bush tem dado dinheiro dos cofres públicos para organizações religiosas obscurantistas que lutam contra o homossexualismo, o aborto e a educação sexual: Funding The Culture Wars. "As insidious as demonizing gay people is—as well as most of the other items on the evangelical agenda—the real victims in this game are the nation’s poorest citizens, who are increasingly facing a no-win situation. One brand of Republican slashes taxes for the wealthiest Americans, forcing massive cuts in social services that low-income Americans need to survive. Then the faith-based crowd steps in, forcing down a little bit of Jesus with every sip of soup at the local homeless shelter. If these agendas continue unchecked, the Republican Party will have the honor of permanently making religiosity and morality mutually exclusive principles." #

    [ 09:44 ]

    Ainda sobre o filme Alexander: minha amiga Julia Marinho informa que o cabelo do Colin Farrell não foi pintado, aquilo era uma peruca mesmo. Como ela própria diz, tenebroso. #

    quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

    [ 19:53 ]

    Ontem fui assistir Alexander (EUA-GB-Alemanha-Holanda, 2004), do Oliver Stone. Boa produção, roteiro nem tanto, interpretações desiguais. Colin Farrell não tem carisma suficiente para viver um conquistador como Alexandre, e o roteiro torna sua tarefa ainda mais difícil quando tenta dar uma dimensão mais humana ao mito e acaba transformando o protagonista num fracote chorão. Anthony Hopkins faz uma pequena porém excelente intervenção como o velho Ptolomeu, mas ninguém mais no elenco chega perto deste nível de interpretação. E Angelina Jolie é obviamente jovem demais para convencer como mãe do Colin Farrell, mesmo para os padrões da época. Algumas cenas de batalha são bacanas, alguns diálogos interessantes (especialmente no início da história), mas o filme é arrastado e por vezes desnorteado. Além disto, dois detalhes aparentemente bobos me incomodaram um bocado. O primeiro foi a sobrancelha grossa e escura do Colin Farrell, contrastando assustadoramente com seu cabelinho tingido de loiro. Lembrou-me a Isabella Rossellini com uma peruca vagabunda em Wild at Heart. O segundo foi o buraco na narrativa, que em determinado ponto despropositadamente salta vários anos, para somente lá pelo fim do filme preencher a lacuna com um flashback. O Oliver Stone deve ter seus motivos para ter feito isso, mas para mim pareceu gratuito e deselegante. #

    [ 11:31 ]

    Quadrinhos do Oriente Médio: Arab Superheroes Leap Pyramids in a Single Bound. "The professor is Zein, aka the Last Pharaoh, billed as the first Arab superhero in a year-old line of comics. It's time, his creators say, to move beyond Clark Kent and Bruce Wayne, those Westerners laboring in Metropolis and Gotham City, respectively. Bring on Amgad Darweesh, Zein's alter ego, who is 14,000 years old and lives in Origin City, which, with its pyramids, museums, traffic and random chaos, looks a lot like Cairo." #

    [ 10:59 ]

    A série Quem Linka o PPP listou sessenta weblogs que tiveram a gentileza de incluir este modesto Por um Punhado de Pixels em seus blogrolls. Não é uma pesquisa fácil, principalmente porque existem muitos weblogs abandonados (ou semi-abandonados) no meio dos resultados. Se o seu weblog também tem o PPP no blogroll e não apareceu na lista, por favor me avise. #

    [ 10:56 ]

    Quem Linka o PPP (6): Bebo Sim, Expressões Letradas, A vida são 2 dias, Interfaceando, Palavras Tortas, Universos Críticos, Síndrome de Estocolmo, Ranting and Roaring, Netlex, 8128.org. Thanks! #

    terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

    [ 14:17 ]

    Ontem foi o aniversário do livro The Maltese Falcon. Hammett's 'Maltese Falcon' remains a gem at 75: "In one of those classic twists, Valentine's Day marks the 75th anniversary of the publication of The Maltese Falcon by the less-than-soft-hearted Dashiell Hammett, a writer 'so hard-boiled, you could roll him on the White House lawn', as Dorothy Parker wrote." #

    [ 13:53 ]

    Eu não me espantaria se fosse verdade: milícias iraquianas patrocinadas pelos EUA para o caso do país resolver instituir um regime teocrático. US fights back against 'rule by clerics': "To head off this threat of a Shi'ite clergy-driven religious movement, the US has, according to Asia Times Online investigations, resolved to arm small militias backed by US troops and entrenched in the population to 'nip the evil in the bud'." #

    [ 11:21 ]

    Seguindo a conversa sobre filmes de trambiques e trapaças, o weblog Amigo Plural sugeriu Nove Rainhas (Nueve reinas, Argentina, 2000), escrito e dirigido por Fabián Bielinsky, que assisti ontem em vhs. Gostei. A história parece ser uma coisa, você desconfia que é outra, lá pelo meio começa a achar que não é bem assim, aí vem um reviravolta que desarma todas as tramas, seguida por um epílogo mostrando que, afinal, alguma das teorias que você tinha no decorrer do filme estava certa. A produção é modesta mas Nueve reinas é mais divertido e mais verossímil que outros filmes recentes do gênero, como por exemplo, Confidence ou Shade. #

    [ 11:08 ]

    Quem Linka o PPP (5): Soy loco por ti, Palmeirense Falador, Antítese de Quixote, Meu Cantinho, Arcanos & Arquétipos, Blogzine, fserbcombr, Meu Dotcom Job, Onono, Descaminho. Thanks! #

    [ 10:16 ]

    Quadrinhos sobre Gilgamesh: Stephen Mitchell on Gilgamesh. #

    segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

    [ 21:20 ]

    Notícias de blogueiros: Alexandre Inagaki avisa que está temporariamente impossibilitado, por misteriosos problemas técnicos, de atualizar o seu Pensar Enlouquece e pede a compreensão e a paciência de seus leitores. Patricia Antoniete avisa que o seu Não Discuto reabriu as portas, com nova decoração, e agradece a visita dos novos e velhos conhecidos. #

    [ 13:12 ]

    Assisti em dvd Divinas Criaturas (Beautiful Creatures, GB, 2000), do Bill Eagles. Bom thriller de humor negro, no estilo duas mulheres (Susan Lynch e Rachel Weisz) contra o mundo, quase um Thelma & Louise sem carro e sem estrada. Divertido. #

    [ 12:20 ]

    Quem Linka o PPP (4): Olhos de Mosca, Mad Tea Party, Seresteros de Guantanamo, Belas Imagens, Pras Cabeças, Gávea, Aviz, polifOnia, Velho do Farol, Megeras Magérrimas. Thanks! #

    [ 10:53 ]

    O espetáculo de entrega do Grammy na noite passada teve alguns bons momentos musicais (Alicia Keys, Joss Stone, Melissa Etheridge, Los Lonely Boys) e outros menos bons (particularmente a apresentação medíocre do U2). Mas o que eu mais gostei de ver foi o discurso do Kanye West ao receber seu prêmio. Em vez das habituais e aborrecidas listas de agradecimentos, ele fez um elogio ao carpe diem (sem citar a expressão latina, falou em aproveitar os momentos da vida) e terminou com um bem-humorado exercício de insolência: "A lot of people were wondering what I was going to do if I didn't win. I guess we'll never know." Vai para minha galeria de discursos, juntamente com o de Fernando Trueba ao receber o Oscar: "I'd like to thank God, but I don't believe in God, so I'd like to thank Billy Wilder." #

    domingo, 13 de fevereiro de 2005

    [ 19:03 ]

    E chegamos à terceira e última parte (ao menos por enquanto) das Leis Epigramáticas no Burburinho desta semana. Para receber por email os próximos textos do Burburinho, cadastre-se gratuitamente e torne-se um burbunauta. #

    [ 14:46 ]

    Quem Linka o PPP (3): DVeras em Rede, On the Road with Rosinha Monkees, Pressa Rara, Marmota, Almocreve das Petas, O Biscoito Fino e a Massa, Blog DPI, Automático, manual ou remoto, Grilo Caverna, La nave va. Thanks! #

    [ 14:23 ]

    Depois de comentar sobre os muitos filmes de trambiques e trapaças feitos em anos recentes, os chamados heist movies, resolvi assistir a trilogia Danny Ocean, da qual só conhecia o filme do meio. Na quinta, vimos em dvd o primeiro Onze Homens e um Segredo (Ocean's Eleven, EUA, 1960), do Lewis Milestone. É o título clássico do rat pack (Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr., Joey Bishop, Peter Lawford), com direito a cantorias de Dean e Sammy (não, Frank não canta neste filme), e o que a Rosinha gostou mais. Eu achei um pouco lento em algumas partes, e também me pareceu que o assalto foi fácil demais e sem papel claro para alguns dos participantes. Já o final hustoniano me agradou muito. Participações pequenas de Angie Dickinson (como esposa do Danny Ocean) e Shirley MacLaine (como uma bêbada anônima), e uma bela interpretação do Cesar Romero (como o pilantra Duke Santos), que alguns anos depois se consagraria como o Joker da série Batman. Na sexta, vimos em dvd o novo Onze Homens e um Segredo (Ocean's Eleven, EUA, 2001), do Steven Soderbergh. Apesar de ainda considerar (já é a terceira vez que assisto) a coisa toda um bocado inverossímil e um pouco falsa em alguns pontos, achei a refilmagem muito melhor que o original: roteiro mais dinâmico, assalto mais elaborado, mini-tramas para cada personagem, boas interpretações (George Clooney, Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon, Andy Garcia, Elliott Gould, Carl Reiner, Don Cheadle, et alli). É interessante notar, em meio a tantas diferenças, o contraste entre as roupas do primeiro e do segundo filme. Num o terno preto com gravata fininha é o uniforme de todos (figurino mais tarde homenageado em Reservoir Dogs), noutro impera o colorido variado em modelitos de todos os estilos (do elegante quase clássico do George Clooney ao espalhafatoso quase kitsch do Elliott Gould). No sábado, fomos ao cinema ver Doze Homens e Outro Segredo (Ocean's Twelve, EUA, 2004), do Steven Soderbergh. Não passa de uma pálida imitação do filme anterior, escorregando para a auto-paródia (que culmina com o personagem de Julia Roberts fingindo que é a atriz Julia Roberts, seqüência que inclui a participação de Bruce Willis interpretando Bruce Willis), com roteiro desconjuntado e cheio de passagens anedóticas desnecessárias. Um fiasco que não se salva com o retorno do elenco de Ocean's Eleven nem com a entrada de Catherine Zeta-Jones e Vincent Cassel para a turma. Parece ter sido tudo muito divertido para os atores, mas a graça não se reflete no filme. Em resumo, juntando estes 34 homens (11 + 11 + 12) e seus segredos, a série ainda perde feio para vários outros filmes de trambiques e trapaças. #

    sábado, 12 de fevereiro de 2005

    [ 12:52 ]

    Ontem li a entrevista do Alan Moore na revista Kaos. Para quem não sabe, ele é o roteirista de alguns dos melhores quadrinhos das últimas décadas, coisas como Watchmen, V For Vendetta, The League of Extraordinary Gentlemen, From Hell, Batman: The Killing Joke, entre muitos outros. A entrevista é interessante (apesar da fixação de Moore com o que ele chama de "processo mágico") e foi bacana vê-lo mencionando tantas referências que também estão na minha lista de quadrinhos preferidos. No mainstream, ele destaca Garth Ennis, Warren Ellis e Neil Gaiman. Entre os alternativos, fala de Daniel Clowes e do pai de todos Robert Crumb. Cita ainda os clássicos Harvey Kurtzman, Will Eisner, Jack Kirby e até Hergé. #

    [ 11:33 ]

    Quem Linka o PPP (2): Porpeta, Tempo Imaginário, Coleguinhas Uni-vos!, Ilhas, Língua de Trapo, Blog do Camafunga, Blowg, Intermezzo, Caderno de Campo, Fezoca's Blurbs. Thanks! #

    sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

    [ 18:19 ]

    Canivete suíço com armazenamento de dados: SwissMemory USB Storage in a Victorinox Pocket Knife. #

    [ 13:50 ]

    Comprei ontem e já comecei a ler Bartleby e companhia (Bartleby y compañia, Cosac Naify, 2004), do Enrique Vila-Matas. Interessantíssimo, repleto de referências reais e fictícias, com ecos de Auster, Borges e Calvino. O Bartleby do título é o personagem de Melville, aquele que mergulha na inatividade e, confrontado com qualquer tarefa, prefere não a fazer. A partir daí o autor constrói um emaranhado de notas sobre os bartlebys, "seres em que habita uma profunda negação do mundo", particularmente os literatos ágrafos que nunca chegaram a escrever ou que, depois de um livro ou dois, calaram-se. (Curiosamente, essa "pulsão negativa ou atração pelo nada" em escritores parece ser o oposto do que acomete os blogueiros.) Estou gostando muito do livro. #

    [ 13:19 ]

    Quadrinista: Tim Sale. #

    [ 13:09 ]

    Quem Linka o PPP (1): Post It, Da Palavra, Nakedness, Na Cara do Gol, Pensar Enlouquece, Xipalapala, Philipinas, Diario Virtual Coletivo, Par Elis, By Myself. Thanks! #

    [ 12:58 ]

    Vou começar uma nova série de posts, listando weblogs que tiveram a gentileza de incluir este modesto Por um Punhado de Pixels em seus blogrolls. De dez em dez, aos poucos irão aparecendo aqui os links que encontro e que continuam sendo atualizados freqüentemente. #

    quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

    [ 19:17 ]

    Assisti em dvd Foolproof (Canadá, 2003), do William Phillips. Bom enredo de tramóias, com David Suchet (o Poirot das séries inglesas de televisão) liderando um elenco sem muita fama. Gostei. É interessante notar como nos últimos anos consolidou-se um nicho de filmes de trambiques e trapaças, onde as coisas nem sempre são o que parecem ser e onde quase sempre cada trapaceiro tenta enganar os outros trambiqueiros. Sem me esforçar muito lembro-me logo de Heist, Ocean's Eleven (e a continuação Ocean's Twelve), The Italian Job, Matchstick Men, The Score, The Thomas Crown Affair (curiosamente, vários deles são refilmagens de produções dos anos sessenta). #

    [ 18:03 ]

    Já havia me perguntado algumas vezes como se chamaria quem nasce em Balneário Camboriú. Não poderia ser camboriense, porque existe uma cidade chamada Camboriú e essa deve ser a denominação dos nativos de lá. Não poderia ser balnearense, porque existem vários outros balneários (Balneário Pinhal, Balneário Gaivota, etc). Hoje a Rosinha Monkees achou quem soubesse solucionar a questão e veio com a resposta: quem nasce em Balneário Camboriú é balnearcamboriense (palavra que, segundo o Google, ainda não tinha aparecido na internet). #

    [ 16:15 ]

    Estou reorganizando minha lista de weblogs brasileiros e lusitanos a serem visitados freqüentemente. Uns mudaram de rumo, outros deixaram de ser atualizados regularmente, alguns desapareceram, e é hora de colocar gente nova nas minhas leituras. Aceito sugestões de weblogs bem escritos, informativos e opinativos. #

    [ 14:00 ]

    Encontrei num sebo os dois primeiros volumes brasileiros de Blade of the Immortal (Conrad Editora, 2004), do Hiroaki Samura. Requer um pouco de prática ler os livrinhos de trás para frente (foram impressos em estilo japonês, com o que habitualmente é a última página sendo a primeira e com a seqüência de leitura da direita para a esquerda). A história é interessante, temperada com algumas bizarrices (por exemplo, um dos vilões costurou em cada ombro a cabeça empalhada de uma de suas vítimas), mas o que realmente me encantou foi o traço, que se alterna entre o tradicional nanquim e o puro desenho a lápis. Muitos quadrinhos destes volumes dariam quadros belíssimos (e violentos, claro, como seria de esperar na história de um guerreiro imortal). #

    quarta-feira, 09 de fevereiro de 2005

    [ 12:28 ]

    Ontem assisti em dvd Mona Lisa Smile (EUA, 2003), do Mike Newell. Bacaninha, na linha de Dead Poets Society e The Emperor's Club mas em versão feminina. Interessante crítica social (e, apesar da ação se passar nos anos cinqüenta, ainda muito atual graças ao crescente conservadorismo estadunidense), roteiro razoável e belo elenco (Julia Roberts, Kirsten Dunst, Julia Stiles, Maggie Gyllenhaal, Marcia Gay Harden). "Not all who wander are aimless. Especially not those who seek truth beyond tradition, beyond definition, beyond the image." #

    [ 11:22 ]

    Henry David Thoreau: "That government is best which governs least." Enquanto isto, na Casa Branca... President Putting 'Big' Back in Government: "Even as President Bush proposes significant cuts in healthcare, farm subsidies and other domestic programs, his new budget makes one thing clear about the legacy of his first term in the White House: The era of big government is back." Bush agenda would boost government: "President Bush's second-term agenda would expand not only the size of the federal government but also its influence over the lives of millions of Americans by imposing new national restrictions on high schools, court cases and marriages." #

    [ 11:01 ]

    A irmã e o cunhado da Rosinha voltaram para São Paulo na noite passada, não sem antes atacarmos uma seqüência de camarão (no já conhecido Doce Maré) e um churrasco caseiro (inauguração da churrasqueira da Rosinha). Amanhã volto à programação alimentar normal na esperança de perder o peso adquirido durante o feriadão de carnaval. #

    terça-feira, 08 de fevereiro de 2005

    [ 15:12 ]

    Terminei de ler Um Artista do Mundo Flutuante (An Artist of the Floating World, Rocco, 1989), do Kazuo Ishiguro. Como suspeitei, havia na trama algum acontecimento importante não mencionado pelo protagonista-narrador. Mas o livro não se escora na surpresa, pelo contrário, vai introduzindo muito lentamente o tema principal, inicialmente com episódios sutis e só no final com diálogos mais diretos sobre o assunto. É interessante o contraste entre o tradicionalismo japonês e os novos costumes estadunidenses introduzidos no pós-guerra, especialmente quando vistos por um velho pintor ainda fortemente ancorado no passado. A narrativa, porém, é extremamente vagarosa, o que não me agradou muito. #

    [ 13:00 ]

    Nunca pensei que algum dia seria citado junto a ex-ministros, mas foi o que aconteceu hoje na Folha de S. Paulo, em matéria do Nelson de Sá: Blogs políticos conquistam cada vez mais adeptos e leitores. Estão lá os políticos Luiz Carlos Bresser-Pereira e Cristovam Buarque, os jornalistas Pedro Dória, Ricardo Noblat e Marcelo Tas, e este modesto Por um Punhado de Pixels. Thanks! #

    segunda-feira, 07 de fevereiro de 2005

    [ 11:11 ]

    Os filmes que vi no weekend de carnaval não me entusiasmaram. Em vhs, Entre Eu e Eu Mesma (Me Myself I, Austrália, 1999), da Pip Karmel, oferece algumas risadas mas insiste no velho refrão de que é impossível ser feliz sozinho (Tom Jobim, inadvertidamente, resumiu num verso de bossa nova toda a filosofia de milhares de comédias românticas). Rachel Griffiths (que lembra um pouco a Juliette Lewis, mas com mais curvas) é a protagonista desta fantasia com toques de Sliding Doors, The Family Man e A Dona da História, confrontando uma mulher solteira com uma possível vida de casada, com marido, três filhos e carreira medíocre. O resultado é previsível. Em dvd, Johnny English (GB, 2003), do Peter Howitt, foi bem pior. Rowan Atkinson é engraçado mas o roteiro não vai muito além de uma coleção de bobagens e caricaturas fáceis. Fiquei surpreso ao ver John Malkovich como vilão, num tipo de filme que ele já declarou detestar. A curiosidade é que, para satirizar James Bond, foram buscar um roteirista de seus próprios filmes, Robert Wade (de The World Is Not Enough e Die Another Day). #

    domingo, 06 de fevereiro de 2005

    [ 18:08 ]

    Esta semana no Burburinho, Ayrton Mugnaini Jr. fala de quando o rock namora com seus ancestrais. Para receber por email os próximos textos do Burburinho, cadastre-se gratuitamente e torne-se um burbunauta. #

    [ 16:06 ]

    Ontem chegaram aqui em Balneário Camboriú, para passar os feriados de carnaval, a irmã e o cunhado da Rosinha. Como nenhum de nós é folião, o período foi reservado para exageros gastronômicos. Ontem já encaramos uma chapa de petiscos no Mineirinho (picanha, frango, batata frita, aipim frito, provolone frito, ovo de codorna) e hoje o almoço foi no Café Colonial do Tirolez (salgados variados, 30 tipos de frios, geléias variadas, 10 tipos de pão, bebidas variadas, 35 tipos de doces, e o melhor ovo mexido que já comi). Yummy! #

    sábado, 05 de fevereiro de 2005

    [ 21:17 ]

    Pinturas famosas se transformam em estatuetas: Mouseion Collection. #

    [ 19:04 ]

    Quer vestir-se como o herói de Raiders of the Lost Ark? The Indiana Jones Equipment Resource. #

    [ 10:15 ]

    Carnaval blogueiro: "Eu quero é botar meu blog na rua..." #

    sexta-feira, 04 de fevereiro de 2005

    [ 20:35 ]

    Assisti em dvd O Justiceiro (The Punisher, EUA, 2004), do Jonathan Hensleigh. Deixa um bocado a desejar, especialmente se comparado a outras produções baseadas em quadrinhos da Marvel, como Spider-Man ou X-Men. O problema principal, para mim, foi que reforçaram o lado atormentado do protagonista descuidando seu lado de máquina vingadora, uma criatura quase sem sentimentos além do prazer da truculência, o que era o tema principal dos quadrinhos. Curiosamente, a violência no filme está desproporcionalmente no campo dos bandidos, como se fosse uma tentativa de justificar a cruzada pessoal do Justiceiro. Thomas Jane (de Dreamcatcher) é o herói, Rebecca Romijn-Stamos (de X-Men) é a amiga do mocinho, John Travolta (de Pulp Fiction) é o bandido, Laura Harring (de Mulholland Dr.) é a mulher do vilão. The Punisher não traz coisa alguma que já não estivesse em Death Wish (com Charles Bronson) ou A Man Apart (com Vin Diesel), nenhum deles um bom filme. #

    [ 08:54 ]

    George Bush eleito pelo povo, Condoleeza Rice e Alberto Gonzales confirmados pelo senado. A democracia estadunidense conseguiu juntar um governo tão ruim quanto o de muitas ditaduras latino-americanas. #

    quinta-feira, 03 de fevereiro de 2005

    [ 17:50 ]

    Guilherme Fiuza detona o Fórum Social Mundial: Os Quixotes do óbvio. "Eis a verdadeira vocação do Fórum Social: ser uma espécie de spa ideológico, um lugar aonde não se vai para pensar, mas para se repousar sobre pensamentos prontos." #

    [ 17:39 ]

    Pedro Doria detona Hunter Thompson: Som, fúria e paspalhice. "Em tese parece até bonito, mas jornalismo não é. Tem valor a literatura beatnik, mas Jack Kerouac nunca chamou seu On the road de jornalismo, embora seja baseado numa história real. E Thompson não tem nem a busca angustiada de Kerouac, nem o lirismo de Allen Ginsberg. No fim, é só isso: um texto frenético por nada." #

    [ 16:24 ]

    Reportagem interessante (e bem escrita): Instant Detox. "Kick heroin in 24 hours - no willpower, withdrawal, or preaching required. Call it a cure. Call it junk science. Call it the one-step program." #

    [ 16:02 ]

    Ontem assisti em dvd O Cavaleiro e o Dragão (George and the Dragon, Alemanha-GB, 2004), do Tom Reeve. Muito bobinho, do tipo de filme onde uma princesinha magrela derrota com facilidade três guerreiros pictos armados com machados e escudos. Parece ser uma tentativa de reescrever o mito do São Jorge matador de dragões, avançando a história da época do Império Romano para o tempo das Cruzadas e dando-lhe um verniz new age. James Purefoy (de Resident Evil) é o herói, Piper Perabo (de Coyote Ugly) é a princesa, Patrick Swayze (de Waking Up in Reno) é o vilão. Michael Clarke Duncan (de The Green Mile) aparece num papel pequeno, Joan Plowright (de Enchanted April) num papel menor ainda, e Val Kilmer (de Batman Forever) num papel tão minúsculo que nem é creditado. Fraquíssimo. #

    [ 12:00 ]

    Depois de assistir novamente o Tangos e Tragédias em Porto Alegre, me dediquei a uma pequena escavação arqueológica nos meus arquivos e encontrei as entrevistas que fiz com o Hique Gomes em 1999 para a falecida revista Esfera. Numa delas ele fala como Kraunus Sang, o personagem, no idioma da Sbørnia. Por tratar-se de um momento histórico, resolvi republicar aqui a conversa. Com um pouco de esforço, é possível entender o que ele diz (se estiver com dificuldade, tente ler em voz alta).

    Esfera - Como e por que vocês saíram da Sbørnia?
    Kraunus - Sheyamos prq fmz spulzs pohor trybs hohoztyz. Q ñtrarm plo nwrt grtand Buhundaha, buhundaha. y kryam ynfyhar grrhafz ñnzku. Itón tvemz q fjr.

    Esfera - Como Vicente Celestino se tornou o padrinho espiritual de vocês? E por que dizem que ele foi o primeiro punk?
    Kraunus - Nz axamz zmskas dl em RecyklaGran Rechebuchyn (A Gran lxeiraha kltwral Sborniana). Ahy fkamz yhimprsywnadz kwa drmatyzidat d muskadel. Ahy Fkamfã... Hera s´w una brkader@. Chmam el d Punk prkaus d kraçáo Mtrn. O prsonaj prcipal thiraha o Kraçáo d máe y o kraçáo shay flandw uns trekstrañ.

    Esfera - Como têm reagido as autoridades sbornianas frente à ameaça do aumento do preço do lixo cultural? Sobreviverá a economia do país a esse ataque especulativo do kitsch sobre o clássico?
    Kraunus - Zautorydatz Sbojnianaz somo nz mezm. Y Stahamz flyz kom a vlorizaçón d Buhunda Brahazileira. S ñ tam yntendeindo prq qabuhund d karla perez t dmrand tan pr xgr aquihi.

    Esfera - Todos sabemos que a Sbørnia unia-se ao continente por um istmo até ser separada dele por sucessivas explosões nucleares mal-sucedidas. De onde veio a tecnologia nuclear da Sbørnia?
    Kraunus - Non shey.

    Esfera - Quais são as bases teóricas do Anarquismo Hiperbólico? Ou é uma politica puramente pragmática?
    Kraunus - Éhe una praga. Mz é w sguynt: en épkaz d gran yndecyzón o pow srrewne n prahaz pwblka y fykan nkel klyma d yndecyzón, athé q naz una flohor y kem kom dsta flohor sab zrpostaz dz prgwntz q ynd ñ forham feytz.

    Un Gran Brakaccio!

    (in Esfera número oito, julho de 1999) #

    quarta-feira, 02 de fevereiro de 2005

    [ 23:07 ]

    2005: Bush: Elections 'a resounding success'. "President Bush called Sunday’s elections in Iraq a success after higher-than-expected turnout, and promised the United States would continue trying to prepare Iraqis to secure their own country."
    1967: U.S. Encouraged by Vietnam Vote. "United States officials were surprised and heartened today at the size of turnout in South Vietnam's presidential election despite a Vietcong terrorist campaign to disrupt the voting." #

    [ 18:30 ]

    Fui à 1ª Feira de Rua do Livro de Balneário Camboriú. A iniciativa é louvável mas o evento é minúsculo. Poucas barracas com poucos livros, seguramente a menor feira de livros que já visitei. Procurando bem é possível encontrar alguns títulos interessantes (principalmente clássicos de bolso e alguma coisa sobre filosofia e política), mas há também muita coisa na linha esoterismo e auto-ajuda. Curiosamente, a barraca mais movimentada era a que vendia livrinhos de palavras cruzadas. #

    [ 15:54 ]

    Precisa de uma desculpa sonora para desligar o telefone? Sorry Gotta Go... #

    [ 14:05 ]

    O maior cartaz em pixelart do mundo? Pinhãoarte (13.087 pixels de comprimento por 600 pixels de altura, um total de 7.852.200). #

    [ 13:03 ]

    A escrita de weblogs é freqüentemente simbiótica, com um blogueiro se alimentando do que o outro escreveu e repassando sua visão sobre o mesmo tema, que é reinterpretada e retrabalhada por outro blogueiro, e assim sucessivamente numa rede que repensa junta um assunto e muitas vezes acaba chegando coletivamente a resultados que talvez não tivessem sido alcançados de outra forma. Isto tudo acontece naturalmente, e o trackback é uma ferramenta que exemplifica a importância deste comportamento emergente. Mas a simbiose também pode ocorrer de maneira organizada, com alguém sugerindo um tema e estruturando o debate. Um bom exemplo de vários blogueiros (já mais de trinta) se propondo a discutir um mesmo assunto (interessante e não perecível) é o Clube de Leituras criado pelo Alexandre Cruz Almeida, com a proposta de fazer um conversa crossblogueira sobre livros. O da vez é Crime e Castigo, depois tem Kafka, Cervantes, Graciliano e vários outros. #

    [ 12:28 ]

    Desde ontem estou em crise de information overload. Notícias atrasadas, artigos acumulados, email para responder, sites para visitar, discussões interessantes pelo meio do caminho, trabalho ainda não terminado... Aos poucos vou diminuindo a lista, mas fica sempre aquela sensação de coelho de Alice in Wonderland: "Oh dear! Oh dear! I shall be late!" #

    terça-feira, 01 de fevereiro de 2005

    [ 22:14 ]

    Você faz websites? Então veja que cinco ferramentinhas úteis (e gratuitas): 5 Free Windows Web Design Apps You Can't Live Without! #

    [ 17:28 ]

    Histórias de horror do mundo corporativo: The 10 Worst Corporations of 2004. "The year's most egregious price gougers, polluters, union-busters, dictator-coddlers, fraudsters, poisoners, deceivers and general miscreants." #

    [ 17:21 ]

    As grandes redes de televisão dos EUA não aceitam comerciais contra a administração Bush e usam como desculpa a postura de não apresentar assuntos controversos. Porém, os mesmos assuntos controversos aparecem diariamente nos seus telejornais, freqüentemente mostrando só um lado da questão, o do governo. 4 Networks Reject Ad Opposing Bush on Lawsuits: "An advocacy group, USAction, said on Monday that four television networks had turned down its request to run an advertisement opposing President Bush's effort to clamp down on medical malpractice lawsuits. The group wanted to run the spots just before Mr. Bush's State of the Union address on Wednesday. But networks said the advertisement violated their standards for advertising on controversial issues." #

    [ 15:03 ]

    O Blog do Sena colocou em destaque (é o nome da seção, que tem até uma figurinha virando a página) este modesto Por um Punhado de Pixels. Thanks! #

    [ 13:14 ]

    Atualizei o Bip Bop Boom com fotos da viagem a Porto Alegre. No decorrer da semana publico mais algumas. #

    [ 11:22 ]

    O Beethowen Nepomuceno (assim mesmo, com w), colega de trabalho da Rosinha, me avisou agora que falaram de mim na Agência Estado: Oscar dos blogs abre votação. Desta vez não estou concorrendo, mas o simpático João Magalhães teve a gentileza de lembrar da minha indicação no ano passado. "Vale mesmo, no Bloggie Awards, a divulgação que os laureados têm, o que significa maior audiência. Que o diga o brasileiro Nemo Nox, um dos indicados na categoria 'Melhor Blog Latino-americano', em 2004. O 'Por um Punhado de Pixels', onde ele conta suas aventuras pelos Estados Unidos, é um dos blogs mais lidos atualmente pelos internautas brasileiros." Thanks! #

    [ 11:05 ]

    Voltei esta noite da minha agradabilíssima excursão a Porto Alegre. A Ticcia é uma ótima anfitriã, não choveu, comi bem, fiz passeios interessantes, vi filmes, visitei exposições, conheci gente nova, foi uma viagem excelente. O ônibus da volta tinha um horário um pouco inconveniente, chegando aqui às três e meia da manhã, mas ao menos era confortável e espaçoso (infelizmente, não ocorreram incidentes no estilo Lara Flynn Boyle). Agora estou de volta a Camba Beach, onde a Rosinha Monkees me tem aturado já há meses com um impecável tratamento vip, e mais de quinhentas mensagens de email me esperam. #