Quarta-feira, Março 02, 2005

Juan Rulfo e Augusto Monterroso

O escritor seguinte citado por Vila-Matas, ainda em sua primeira nota, é o mexicano Juan Rulfo (1917-1986), um dos precursores do realismo mágico. Depois de publicar o livro de contos El Llano en Llamas e o romance Pedro Páramo, Rulfo ficou mais de trinta anos sem escrever. É dele uma das mais simpáticas e engraçadas desculpas pelo silêncio literário: "É que morreu meu tio Celerino, que era quem me contava as histórias." Vila-Matas menciona também Augusto Monterroso (1921-2003), guatemalteco que nasceu em Honduras e morreu no México, que teria trabalhado no mesmo escritório com Rulfo, ambos copistas (como Bartleby). Eu conhecia Monterroso por ser o autor do menor conto do mundo (ou um dos menores contos do mundo), El Dinosaurio: "Cuando despertó, el dinosaurio todavía estaba allí." (E aqui temos outro ótimo tema para um weblog, microcontos. Alguém se arrisca?) Esta primeira nota, recheada de bartlebys, fala também de Rimbaud, en passant, mas Vila-Matas voltará a ele mais adiante.